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sábado, maio 30, 2015

Samuel Maia fala de Nova Política em entrevista

Samuel Maia  nasceu em uma família de pequenos agricultores do interior do Estado do Rio de Janeiro, que foram tentar a vida na cidade de Duque de Caxias localizado na Região Metropolitana do RJ. Ele sobreviveu à orfandade, ao sofrimento e ao trabalho duro na infância para se tornar um dos organizadores do movimento de estudantil, Pastorais Sociais e ativistas que lutavam pelos direitos dos trabalhadores. Nos anos 80 e 90, eles organizaram Movimentos Sociais. Desde que foi gestor público em governos de chefes de executivos de origem popular; Subsecretário de Estado do RJ de Benedita da Silva (PT), Coordenador do Arquivo Nacional da Presidência da Repúblicano governo de Lula(PT) e Secretário de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento do governo Zito (PSDB), Samuel Maia galvanizou a idéia que só a transparência/controle social pode radicalizar e melhorar a qualidade de vida do povo brasileiro. Jornalista, Mestre em História, Especialista em Gestão Pública e Pós-Graduado em Gestão Ambiental
Desde 2013, tem trabalhado para criar um novo partido, a Rede Sustentabilidade. As leis eleitorais do Brasil exigem 492 mil assinaturas de apoio e autenticação pelos cartórios antes que a legenda possa ser registrada. A menos que isso seja feito até 5 de outubro, exatamente um ano antes das próximas eleições, o partido não poderá eleger candidatos, colocando o futuro político de Samuel Maia em dúvida. Embora tenham conseguido mais de 900 mil  assinaturas em 2013, o TSE não aprovou a criação da nova legenda, apenas 450 mil haviam sido autenticadas, nesta semana foram protocoladas 56 mil novas certidões e solicitado o desarquivamento e registro da REDE, quando o Informe Brasil (IF)  conversou com Samuel Maia na sala de professores de uma das Escolas em que trabalha sobre o programa de governo da Rede e sua corrida contra o relógio. Segue uma transcrição editada dessa conversa.

Informes Brasil – Vamos falar sobre a Rede de Sustentabilidade, o novo partido que você e Marina Silva estão tentando criar. Como fica sua situação com menos de cinco meses para terminar o prazo de 5 de outubro?
Samuel Maia – Nós coletamos 01 milhão assinaturas para que pudéssemos atingir as 492 mil exigidas para o partido ser registrado. Infelizmente a maioria dos cartórios perdeu o prazo para a validação das assinaturas em 2013– há um prazo de 15 dias. E nesta nova coleta de assinaturas tivemos esse atraso. Mesmo assim, encaminhamos agora 56 mil assinaturas já certificadas. Creio que agora o TSE acatará o pedido. Este  não é um partido cartorial. É um partido orgânico que participa das lutas democráticas.
Qual é o seu plano B?
Não tenho. Tenho convicção do Registro da Rede
Os resultados das eleições de 2014 também são uma indicação de apoio social, certo?
Sim, em Duque de Caxias Marina Silva obteve 31% dos votos e aqui Ela fez o seu único Comício em Praça Pública, uma vitoria do Coletivo Municipal da Rede Duque de Caxias
Quando começou o Projeto da Rede?
Começamos em 2011 com o Movimento da Nova Política e tomamos a decisão de criar o partido político em 16 de fevereiro de 2013.
Uma pesquisa de opinião revela hoje que o apoio a você como candidato a prefeito está crescendo na cidade de Duque de Caxias. A que se deve isto?
Ainda é cedo para definirmos as coisas, mas, o que sinto é um esgotamento do modelo atual do fazer política e este atestado de incompetência dos atuais gestores, aliado a isto a corrupção endêmica. Os eleitores ainda estão formando suas opiniões. Assim, as pesquisas, na melhor das hipóteses, refletem um momento e nem sempre conseguem captar as reais intenções dos eleitores.
Um colega meu, o entrevistou alguns anos atrás e escreveu que você era um daqueles políticos raros que parece “muito integro para ser jogado em um duelo eleitoral em uma democracia burguesa.” Algum duque-caxiense, talvez, concorde, porque você tem essa posição de ser uma voz ética na política de Duque de Caxias e alguns duque-caxienses podem pensar que seria melhor ter um líder que sabe tomar parte nesse duelo. Honestamente, você quer ser prefeito da cidade ou quer ser uma voz ética que não tem compromisso?
Política é servir, assim, é como faço, sirvo ao coletivo. Esse serviço pode ser prestado como prefeito,secretário, governador, presidente, como um professor, um senador, um ministro de governo, um cidadão. Quando fui assumir minha primeira experiência de gestor público, muitas pessoas disseram: “Você é um militante social que ajuda o processo avançar, no governo será cooptado e poderá se corromper!”. Passei por três experiências como gestor público e hoje estas mesmas pessoas é que me lançam pré-candidato a Prefeito na cidade de Duque de Caxias.
Você saiu do PT na crise do Mensalão e ficou no governo do PSDB, não há um questionamento a isto?
Minha saída do PT foi um ato político de manter-me fiel aos meus princípios e valores e no governo do PSDB, jamais mudei minha postura ou abri mão destes princípios e valores, fato que em 2011 um grupo ligado ao PSOL me procurou me convidando a ir para a legenda para ser candidato à Prefeito em 2012, em respeito ao governo que Eu participava aos militantes mais sectários do PSOL e a estes que me convidaram declinei do convite, para evitar polêmicas. .
A Rede tem claramente um forte foco no meio ambiente, mas governar um país requer políticas em muitas outras áreas, por exemplo, a economia.
Nosso eixo estratégico é o desenvolvimento sustentável. Isso inclui todas as questões que dizem respeito ao modelo de desenvolvimento social e econômico. Nesse modelo está posto o desafio de preservar as bases do desenvolvimento, que são os recursos naturais.
No Brasil, isso significa, necessariamente, grandes investimentos em educação, tecnologia e inovação. Isso nos dará a possibilidade de transformar nossas vantagens comparativas em vantagens competitivas. O Brasil é o país com a maior área de insolação do planeta. No momento em que estamos buscando fontes de geração de energia para substituir os combustíveis fosseis, isso se constitui grande vantagem comparativa. O problema é que até agora, infelizmente – e esse governo não é diferente – os governos não têm valorizado essa importante fonte de energia. O Brasil é detentor de um potencial hídrico para geração de energia invejável e, se atendidas as necessidades sociais, ambientais e culturais, esse potencial deve ser utilizado. Nós temos um potencial muito grande de energia eólica e biomassa. Temos uma grande área de terra para a agricultura, com tecnologia que nos permite dobrar a produção sem derrubar mais nenhuma árvore, e 11% da água doce disponível do mundo.
O Brasil no século 21 tem tudo o que precisa, tanto para preservar estes ativos quanto para usá-los para dar uma vida digna a todos os seus cidadãos. É essencial, porém, investirmos em infraestrutura para nos tornarmos mais produtivos. Hoje nós perdemos cerca de 30% da nossa produção agrícola por causa de problemas de logística, incluindo armazenamento e transporte.
Uma das coisas que torna difícil a construção de infraestrutura no Brasil é o complicado processo de obtenção de licenças ambientais. Como lidar com essa dificuldade?
As licenças ambientais não atrapalham. Elas podem agilizar os processos. Não é razoável que se tenha investimentos de bilhões e bilhões e não se viabilize alguns centavos para que se tenha uma estrutura de licenciamento à altura desses investimentos. Mas quem conhece o setor sabe que, com a ampliação do quadro técnico, o fortalecimento das diretorias de licenciamento, é perfeitamente possível fazer essa agilização.
Os processos em si não precisam ser simplificados?
Muitas coisas já foram ajustadas. Mas muitas coisas que as pessoas chamam de burocracia são problemas reais que precisam ser resolvidos. Você não pode dizer que é burocracia ter de encontrar uma solução para as populações indígenas. Ou proteger a biodiversidade. Ou garantir que, quando você constrói um reservatório de uma usina hidrelétrica, não aumente a incidência de malária devido à proliferação de mosquitos. O que queremos é uma visão de licenciamento que inclua os dois aspectos: a necessidade de investimentos estratégicos e de proteção social, ambiental e cultural. Quando há falta desses cuidados, há insegurança jurídica e atraso, pois o Ministério Público entra em ação e embarga os procedimentos. Quando são feitos de forma criteriosa, os procedimentos andam e não se cria esse tipo de problema.
No aspecto econômico, o Brasil tem um grande desafio político. Hoje temos um grande atraso na política, o que está ameaçando os avanços econômicos e sociais que conquistamos nos últimos anos. Há uma visão excessivamente patrimonialista da política, sobretudo dos partidos políticos. Hoje temos uma governabilidade baseada na partilha de cargos no governo para os partidos para que, assim, eles possam dar base de sustentação ao governo. Isso é insustentável. Temos, agora, cerca de 20 Secretarias na cidade de Duque de Caxias, o que tem levado a um custo muito alto da máquina pública.
O governo se tornou excessivamente fisiológico também, porque para manter sua base de apoio terceiriza tudo e contrata/nomeia por critérios de apoio de vereadores.
O que você faria diferente?
A população quer seus impostos revertidos em serviços de qualidade. Transparência/controle social, na nossa Lei Orgânica está o Conselho Popular de Orçamento (Orçamento Participativo), a lei está lá na Câmara para votar desde 2012, a gestão das Escolas, Postos de Saúde, Creches e Equipamentos de serviços devem ser compartilhadas com a sociedade. As Planilhas do Custo de Transporte devem ser escancaradas para efetivamente chegarmos a um preço único e justo. Enfim, a cidade deve dar um salto do século XIX e vir para o século XXI
Essa é uma visão utópica.
Bem, a visão de uma administração autoritária está superada em vários lugares e o que falo já existe em tantos outros, falta vontade política e o modelo atual beneficia apenas alguns.
Isso soa muito como a “terceira via”, visão do ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair.
Eu acho que vamos além disso, pois colocamos claramente a sustentabilidade como a superfície de sustentação para tudo. São políticas de longo prazo para os curtos prazos políticos.
Você acha que a política brasileira, em particular nas cidades, de mero curto prazo?
Eu acho que o imediatismo é um problema da política no mundo inteiro. Por exemplo, na reunião Rio+20 (A cúpula ambiental global no Rio de Janeiro, no ano de 2012) os países decidiram abrir mão dos recursos para a crise ambiental em função da crise econômica, sendo que a crise ambiental é mais grave do que a crise econômica. Não é a hora para pensar apenas nas próximas eleições, nem no Brasil, nem na Grã-Bretanha, nem nos Estados Unidos. É o momento de estar fazendo tudo o que é necessário, mas pensando também nas próximas gerações. Em Duque de Caxias o caso é pior há um retrocesso generalizado, porque o Prefeito pensa apenas em sua reeleição.
A minha impressão é que a política no Brasil é particularmente de curto prazo e venal, com o velho e bem conhecido ‘toma lá, dá cá’. Como você lidaria com esse lado mais tradicional da política brasileira, tentando manter a sua reputação como uma voz ética na política?
Eu acho que essa pergunta ficaria mais difícil de responder para os que estão praticando esse tipo de política. Mas quando você pensa em um país com o potencial do Brasil, com os desafios que tem neste início de século de quebrar os velhos paradigmas e ir para novos paradigmas, como pode ser possível continuar a fazer esse tipo de política? Então a questão é como se mover para um novo modelo político. Eu vejo dois caminhos. O primeiro é ter uma governabilidade programática, e não pragmática, que se tenha um projeto de país, não um projeto de poder. Que se tenha uma visão estratégica para os próximos 20, 30, 40 anos, onde o termo de referência é pactuado com sociedade e, com essa agenda estratégica, todos comprometidos com elas, quem decidirá quem vai governar é a sociedade. Isto seria o grande ganho político para sair desta forma predatória de fazer política.
Em uma democracia, o revezamento de poder é muito saudável, e por isso estamos trabalhando em uma segunda agenda, acima dessa agenda, que é um realinhamento político histórico. Nós reconquistamos nossa democracia (o Brasil foi governado por uma ditadura militar entre 1964 e 1985, com a democracia plena só restaurada em 1989). Nós conseguimos consolidá-la, mas infelizmente os governos ainda foram obrigados a governar com os escombros da “Velha República” (este é o nome geralmente dado ao período de 1889-1930, mas Marina Silva o usa em um sentido mais amplo para significar um antigo estilo clientelista da política). Tanto o PT (que detém a Presidência desde 2003) quanto o PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira, o maior partido de oposição do Brasil, que governou entre 1994 e 2002) se tornaram reféns da Velha República. E nesse momento há a necessidade de um realinhamento histórico para que a “Nova República” passe a governar o país.
Assim, em cima de um programa de governo, eu advogo que, se porventura a Rede de Sustentabilidade tiver uma candidatura e essa candidatura for vitoriosa, será preciso dialogar com os melhores quadros do PT e do PSDB. Porque eles são a Nova República e estão sendo convidados pela sociedade brasileira que foi às ruas a aposentar a lógica da República Velha, que não tem mais o apoio da sociedade. Aqui em Duque de Caxias o atual Prefeito é oriundo do partido da Ditadura o ARENA e mantêm os mesmos vícios de seus antecessores.
Mas a República Velha ainda é muito forte.
Sim, mas o povo brasileiro é mais forte. Foi o povo que conseguiu reconquistar a democracia (em 1985, a ditadura militar se afastou depois de manifestações massivas de rua). Foi o povo que tornou possível a estabilidade econômica em um período muito difícil (o Brasil venceu a hiperinflação em 1993, com o Plano Real). Foi o povo que deu sustentabilidade política para resgatar 30 milhões de pessoas da pobreza extrema na última década. E foram as pessoas que saíram às ruas em junho para exigir um novo alinhamento político no Brasil.
Esta é, para você, a mensagem das ruas, que é hora de levantar-se contra a Velha República?
A mensagem dos protestos de junho de 2013 foi de que as pessoas querem um Brasil melhor. Não é apenas um fenômeno brasileiro. As sociedades estão demandando em todos os lugares uma melhor qualidade da representação política e uma maior quantidade de espaços de participação. A internet é uma ferramenta poderosa que nos permite manter contato em tempo real. Se as pessoas pensavam que a internet iria revolucionar negócios, ciência, tecnologia, cultura e espiritualidade, mas a política iria continuar do mesmo jeito, isso é uma ilusão que eu não pretendo cultivar. A política está mudando e vai mudar mais. As pessoas estão demandando um mundo melhor, no qual os bens e serviços prestados pelo Estado ou pela iniciativa privada tenham cada vez mais compromissos sociais e ambientais.
Seria justo dizer que o governo entendeu mal a mensagem das ruas, então? Que pensou estar sendo exigido mais consumo e elevação dos salários, ou seja, mais do mesmo?
Acho que havia uma crença muito difundida de que uma vez atendidas necessidades básicas – como acesso à alimentação, algum acesso à educação que ainda deixa muito a desejar em qualidade – isso era o suficiente. Mas as novas classes médias estão exigindo mais do que pão. Eles querem alta qualidade em educação e em outros serviços públicos. As manifestações mostraram que, embora tenha havido melhorias dentro das casas, quando as pessoas olham para a escola ou para o transporte, elas não encontram a qualidade que gostariam. Isso é o que estamos ouvindo: a polifonia de vozes que exigem qualidade na educação, transporte, saúde e assim por diante.
Muitas pessoas dizem que isto era pulverizado, mas não é verdade. O que une essas demandas é que elas todas visam um Brasil melhor, um mundo melhor. Cada pessoa, ao expressar isso, começa com a necessidade que está mais próxima, com certeza, mas isso não deve ser entendido como um individualismo, com uma demanda exclusiva. Alguém que exige um hospital “padrão Fifa” não está exigindo isso só para si, mas para todos (os protestos de junho coincidiram com a Copa das Confederações, um ensaio para a Copa do Mundo do próximo ano, que o Brasil sediará, e muitos manifestantes carregavam cartazes exigindo serviços públicos e infraestrutura do mesmo alto padrão dos estádios que o Brasil está construindo para satisfazer a Fifa, o órgão mundial de futebol). Quando alguém diz que quer ter capacidade de dar uma volta em sua cidade, eles não estão dizendo isso apenas por si, mas para todos. Exigências de segurança não são para uma pessoa, são para todos. A sociedade brasileira está aprendendo muito rapidamente que, em vez de querer viver em uma bolha, as pessoas querem um ecossistema que permita que todas possam florescer.
Quais os passos concretos que devem ser tomadas para melhorar, por exemplo, a educação?
Concordo com a recente decisão do Congresso de se destinar 10% do PIB para a educação. É correta porque temos o desafio muito grande de transformar as nossas vantagens comparativas em vantagens competitivas, e sem educação de qualidade isso não será possível. Também é importante porque o desenvolvimento do nosso país passa por políticas de longo prazo. Os investimentos precisam ser continuados, temos que acabar com esta lógica de que muda o governo e mudam as prioridades com ele. Na área da saúde, educação, infra-estrutura. Essa continuidade é necessária também para a confiança empresarial. Creio que para resolvermos 90% dos problemas juvenis, temos que implantar imediatamente a Escola em Tempo Integral.
O Brasil apresenta altos impostos para um país de rendimentos médios altos. Você acha que os impostos precisam subir ainda mais para acomodar novas demandas ou é uma questão de mudança de prioridades dentro do gasto total?
A qualidade da despesa pública precisa ser melhorada e muito. Hoje, os contribuintes sabem que eles estão tendo um fardo pesado, mas quando eles olham para os benefícios, uma boa infra-estrutura, hospitais e escolas não estão lá. Parte do gasto extra na educação virá do pré-sal (vastos campos de petróleo em águas ultra-profundas do Brasil, descobertos em 2007 e ainda não em plena produção). É um desafio difícil: hoje, não podemos fazer nada sem o petróleo, que é um combustível fóssil e muito prejudicial, mas é essencial usar essas riquezas para investir em tecnologia, o que nos permitirá substituí-las por fontes renováveis. Devemos usar esses recursos tanto para melhorar a educação quanto para estabelecer uma base sustentável para a geração de energia a longo prazo.
Certamente os recursos do pré-sal não serão suficientes para dobrar os gastos com educação. E não são apenas melhores escolas que os brasileiros querem: eles querem também assistência médica e transporte melhores. O Brasil ainda não chegou ao ponto de fazer escolhas: quer mais de tudo. Isso é compreensível, mas em algum momento as prioridades de gastos precisam mudar, não podem ser mais de tudo.
Bem, uma maior eficiência ajudaria muito e o bloqueio do dreno da corrupção pública ajudaria muito também. Neste momento, o Ministério do Trabalho está sendo investigado por desvio de 400 milhões de reais ilegalmente, e isso é uma constante no Brasil, todo o tempo estamos substituindo os ministros por coisas como essa. Precisamos criar mecanismos que diminuam a corrupção e ajudem a controlar os gastos públicos. Hoje em dia é perfeitamente possível colocar todos os dados on-line em tempo real, acesso aberto, o que permite que a sociedade possa fiscalizar o que está sendo gasto. É realmente um desperdício se gastamos uma grande parte do Orçamento na criação de mais e mais ministérios, mais e mais empregos públicos para acomodar aliados políticos. A despesa tem de se tornar mais eficiente, para que possamos gastar em melhores serviços e investimento.
Mas o combate à corrupção vai além de controle e fiscalização: é preciso acabar com a impunidade. Quando pessoas consideram a possibilidade de infringir a lei e percebem que há uma chance muito pequena de serem punidas, aumenta o número dos que estão dispostos a correr esse risco. Quando você tem um grau de certeza maior de ser pego e punido, há uma queda significativa da corrupção. A transparência também inibe a corrupção: quando você sabe que está sendo observado, não apenas pela vigilância governamental habitual, como o Ministério Público, mas pela sociedade, isso ajuda muito.
Mas a corrupção só será enfrentada com eficiência quando deixar de ser vista como responsabilidade do governo e começar a ser vista como responsabilidade da sociedade. Somente quando a escravidão passou a ser vista como um problema social, e não um problema do governo, ela foi extinta. Foi a mesma coisa com a ditadura no Brasil, com a instabilidade econômica e, depois, com a pobreza extrema: essas questões foram finalmente enfrentadas quando deixaram de ser vistas como problemas para o governo resolver e foram adotadas pela sociedade. Será a mesma coisa com a corrupção, e isso já começou. Aqueles que pensam que as coisas vão voltar ao normal só estão se enganando. Nunca será a mesma coisa após os protestos.
Essa é uma visão muito otimista.
É uma visão persistente! Ele vem da minha experiência 35 anos atrás, eu estava, junto com Dom Mauro Morelli (Bispo Emérito da Diocese de Duque de Caxias e São João de Meriti), com estudantes, donas de casa, sindicalistas, lutando por passe-livre de estudante, asfalto, saúde... Hoje, conquistamos algumas das pautas e continuamos na luta para conquistar outras, em uma sociedade tão desigual as pequenas conquistas somadas levam a grandes transformações.


Duque de Caxias teve pouco desenvolvimento de infra-estrutura. O que aconteceu? Erros do governo?

Há uma lógica perversa e elitista neste atraso. Um pequeno grupo a 50 anos atrás, se apropriou da máquina da Prefeitura e das terras da cidade, não tem identidade com a cidade e vivem em endereços de luxo fora dela. Apesar de sermos o segundo município em riqueza no Estado do Rio de Janeiro, esta riqueza vai somente para as contas deste grupo. Uma ponta deste iceberg é que todos os atuais mandatários que se apresentam para a eleição majoritária de 2016 são acusados de corrupção. O clientelismo e compra de votos se faz presente nos processos locais. Mas, acredito na força transformadora do ser - humano.
O I Ciclo de Análise de Conjuntura, organizado pela Rede Sustentabilidade, visa o quê?

Será um momento de acúmulo de idéias, saberes e conhecimentos para uma transformação da cidade de Duque de Caxias. Não se constrói nada novo com idéias velhas. A atual administração em 01 ano já tinha esclerosado, fruto de práticas anti-republicanas e autoritárias. Queremos reunir o que há de melhor de recursos humanos na cidade de Duque de Caxias para construirmos um novo e virtuoso ciclo para a municipalidade.

segunda-feira, maio 18, 2015

A era do retrocesso: as esquerdas e as guerras no século XX

Por Vito Letízia
Professor do Departamento de Economia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e diretor do Centro de Estudos do Movimento Operário Mário Pedrosa.
Eric Hobsbawn, na última obra de sua tetralogia sobre a sociedade capitalista, A Era dos Extremos1, reúne as duas guerras mundiais do século XX e o período entreguerras numa única "era da catástrofe", caracterizada pelas duas guerras, pela grande depressão dos anos 30 e por toda a brutalidade social desencadeada no período, inclusive as seqüelas violentas da Revolução Russa.
No que diz respeito às guerras mundiais, de fato, não houve duas guerras, mas sim um único e prolongado conflito interimperialista, com dois períodos agudos, separados, pelo intermezzo dos anos 1918-39. Pois nenhum dos problemas colocados pelo capitalismo em sua fase imperialista teve sequer sombra de solução na grande matança de 1914-18.
A Primeira Guerra Mundial foi apenas a primeira manifestação aguda de um dos dois grandes conflitos que dominaram o mundo capitalista a partir dos anos 70 do século XIX: o conflito produzido pela competição econômica e militar entre as grandes potências ocidentais; e o produzido pelo avanço do movimento operário organizado, então carregado de forte potencial revolucionário. Esse conflito duplo, dada as rigidez das posições em confronto, apontava inexoravelmente para a guerra e para a revolução.
Que o mundo marchava para uma grande guerra, parecia evidente aos dirigentes do movimento operário europeu desde 1891, quando, em seu congresso de Bruxelas, a Internacional Socialista coloca a questão da marcha para a guerra na ordem do dia e se define como "partido da paz". Todos os congressos posteriores da Internacional Socialista, até 1912, abordam a guerra como questão central, cabendo a Kautsky, em seus artigos para a Neue Zeit, desde 1899-1900, definir com grande precisão o caráter imperialista e mundial da guerra em preparação. A partir de 1905, com a revolução deste ano na Rússia, pareceu também evidente aos socialistas que a guerra poderia ser uma oportunidade extraordinária para a eclosão da revolução proletária. Tal ligação entre guerra e revolução foi exposta, pela última vez consensualmente, no Congresso de Stuttgart (1907).
As previsões dos socialistas verificam-se inteiramente exatas em 1914. A guerra envolve, direta ou indiretamente, o mundo inteiro e desdobra-se em mudança interimperialista e revolução; esta se concretiza na Rússia, com a Revolução de 1917, e na Alemanha com a Revolução dos Conselhos de Operários e Soldados em 1918, seguidas de um forte ascenso das correntes políticas mais à esquerda, ondas de greves e convulsões sociais que se estenderam até 1922, inclusive uma república soviética efêmera, em 1919, na Hungria.
Pode-se conjecturar se outro desenvolvimento das revoluções russa e alemã poderiam ou não dar uma solução duradoura aos problemas manifestados pela guerra. De qualquer modo, a evolução histórica concreta, infelizmente, mostrou que os resultados de ambos os conflitos supracitados não só ficaram sem solução como se aguçaram, preparando as condições para uma guerra ainda mais destrutiva vinte anos mais tarde.
Quanto aos resultados do conflito interimperialista, em 1918, há muito é consenso entre a maioria dos historiadores que o Tratado de Versalhes (1919) foi um dos fatores da guerra seguinte: foi o primeiro tratado de paz que estabeleceu fronteiras novas com base em critérios étnicos, com parcialidade escandalosa em relação às etnias (ou amálgamas artificiais de etnias) entendidas como potencialmente antigermânicas. Talvez o caso mais aberrante dessa operação tenha sido a invenção de uma Iugoslávia sob hegemonia sérvia, que a União Soviética se recusou a reconhecer até 1926, e que mostrou seu potencial genocida após o desmoronamento do socialismo real.
Quanto ao conflito social, o desfecho de 1914-18 deu início a dois processos paralelos e cada vez mais combinados: uma tentativa agressiva de restabelecimento das primitivas condições da dominação burguesa anterior às conquistas operárias do fim do século XIX e início do atual; e, por outro lado, um processo autodestrutivo no movimento socialista, desencadeado pela evolução da URSS, que ia deixando espaços cada vez maiores ao movimento reacionário burguês.
O restauracionismo burguês pós-1918
Restauracionismo é talvez o termo mais adequado para explicar a tendência dominante entre a burguesia mundial após a Primeira Grande Guerra, mais precisamente, após o arrefecimento da borrasca revolucionária iniciada em 1917 e encerrada em 1922, após o fim da guerra civil e início de Nova Política Econômica na Rússia.
Abre-se nesse momento um período de avanço de movimentos direitistas, dos quais, num primeiro momento, o fascismo não foi o preferido da burguesia, mesmo na Itália, onde, apesar da vitória de 1922, o fascismo tem uma trajetória oscilante, pelo menos até 1928, mas só firmando-se definitivamente após a vitória de Hitler em 1933. Em geral, a evolução para a direita das burguesias ocidentais expressava-se mais em movimento restauracionista do velho autoritarismo (monárquico quando possível), quase sempre clerical-reacionário e nacionalista.
Para entender esse processo é preciso situar, em seu devido contexto, o desenvolvimento do que é conhecido como liberalismo (político), no fim do século XIX, caracterizado basicamente por ampliação do direito de voto e legalização das organizações operárias. As facções conservadoras da burguesia nunca se conformaram com a cessão de direitos civis e políticos aos trabalhadores, tornada praticamente inevitável com o crescimento rápido das cidades industriais e das massas operárias que as povoavam; massas cada vez mais organizadas em movimentos com forte conteúdo revolucionário. Era uma época em que não havia fronteira entre organização sindical e política para os trabalhadores, mesmo porque estes só podiam conquistar direitos em bloco (direitos civis, na realidade) ou serem vencidos. Suas vitórias (muito variadas de um país para outro) foram sempre sentidas como uma derrota pelos conservadores de todos os matizes, que eram majoritários e/ou dominantes em toda parte até a Primeira Guerra Mundial.
Nem todos os historiadores se deram e se dão conta das verdadeiras dimensões sociais dessa luta. Esta ia muito além do mero antagonismo entre burgueses e operários vítimas da brutalidade patronal característica (e tida por muitos como inevitável) nos primeiros tempos do capitalismo. Foi, na realidade, uma luta da burguesia pela preservação de um mundo em que os trabalhadores não faziam parte da sociedade civil.
Paul Mantoux, na excelente obra A Revolução Industrial do século XVIII, mostra o verdadeiro caráter das relações de trabalho nos primeiros tempos do capitalismo. Eram relações servis. Na Grã-Bretanha, os patrões se referiam a seus empregados como "servos" (servants). E se recusavam a participar de comissões de arbitragem (estabelecidas pela lei) porque para "senhores" (masters) era inaceitável sentar-se na mesma mesa de negociação com servos. Foi necessário esperar 1875 para que a legislação trabalhista britânica extirpasse os termos master e servant de seu vocabulário.
As leis restritivas à participação popular nas eleições da época de ouro do liberalismo econômico não significavam apenas a resistência de igrejinhas políticas que queriam reeleger-se por meio de calmas campanhas dirigidas a uma elite familiar ou limitadas a conquistar poucos votos nos "burgos pobres" britânicos. Aquelas restrições eleitorais expressavam de fato uma hierarquia social herdada da época pré-capitalista.
Ao longo de boa parte do século XIX, a vida social dos que tinham acesso à educação e ao bem-estar estava infinitamente acima do populacho, como mostra Hobsbawn em A Era do Capital3. Em relação a este, sequer se considerava manter em vigor as normas de pudor e decência, tão importantes na sociedade puritana da época: os banheiros das fábricas eram abertos e comuns a homens e mulheres e, nas minas úmidas e mal arejadas, homens e mulheres trabalhavam lado a lado, nus da cintura para cima. Os bons costumes e a boa moral estavam reservados às "pessoas de bem", que não dependiam do trabalho braçal para sobreviver. Estes se consideravam portadores de um direito "natural" de fazer política e dirigir a sociedade.
É esse mundo hierarquizado que começa a desmoronar lentamente antes as arremetidas do movimento operário, a partir dos anos 70 do século passado. Começa a desmoronar, mas não sem acumulação de ressentimentos por parte dos inconformados com a "subversão dos valores" trazida pelas reformas eleitorais, pelas leis trabalhistas, pela extensão da educação primária gratuita e, principalmente, pela perspectiva de revolução social, levantada pelos que haviam alcançado tais conquistas.
Assim, enquanto na Itália o Vaticano centralizava a reação conservadora, na França, após a anistia dos comunardos (1880), a legalização das associações operárias (1881) e a instituição do ensino primário estatal (1882), a reação monárquico-clerical organiza-se nas ligas dos patriotas e, mais tarde, (1890), na Action Française; enquanto na Grã-Bretanha, com a ampliação do direito de voto em 1883, a burguesia inicia sua migração para o Partido conservador, que se acelera após a fundação do Independent Labour Party, em 1893; e no resto da Europa capitalista, movimentos reacionários de formas variadas vão tomando corpo, sempre com características defensivas de velhas prerrogativas ameaçadas.
Todas essas forças representativas do ressentimento burguês pelo mundo perdido de sua dominação "natural" (usufruída ao lado de restos de velhas aristocracias de sangue), após 1918, viram-se colocadas no mesmo terreno dos movimentos fascistas, que surgiam na época. Após um período de hesitação ante à brutalidade perigosamente irregular dos fascistas, terminaram estabelecendo variadas formas de ligação com estes, chegando até a fusão (Alemanha) ou quase (Itália). Exceção foram os Estados Unidos, onde não houve um verdadeiro ascenso importante do movimento operário antes dos anos 30; e a Grã-Bretanha, onde a direita foi centralizada pelo Partido Conservador, embora não deixasse de aparecer, em mais de uma ocasião, sua admiração por Mussolini.
O fascismo foi um movimento extremado a serviço de forças reacionárias muito mais amplas e profundas que os bandos arregimentados para desfilar fazendo a saudação romana. Sem dúvida, não foi um mero braço armado do capital monopolista, como pretendeu certo marxismo ortodoxo. O amplo espectro de forças reacionárias que buscavam sua revanche das derrotas anteriores a 1914, só se serviu do fascismo plebeu quando e enquanto isso foi inevitável. Quando pôde dispensá-lo, não deixou de fazê-lo, como no caso do clericalismo conservador de Áustria, Hungria e Portugal, assim como do autoritarismo nacionalista monárquico ou republicano da Europa oriental.
Para todas essas forças reacionárias, quando sua força própria era insuficiente, tornava-se irresistível a atração do fascismo, principalmente por sua capacidade de tirar partido de velhos preconceitos medievais para atrair até trabalhadores desnorteados (em parte devido à irracionalidade crescente do movimento socialista a partir dos anos 20) e por sua capacidade de criar um movimento de rua, semimilitar, voltado para a destruição de sindicatos, partidos e órgãos de imprensa do operariado.
Obviamente, uma sociedade tornada ordeira e disciplinada, mesmo por meio de bandos paramilitares, é sempre um bom ambiente para manter baixos os custos de mão-de-obra . Nem só de sentimentos desinteressados é feito o amor aos valores tradicionais. A ansiada restauração do mundo hierarquizado da primeira metade do século XIX permitia o retorno dos trabalhadores a "seu lugar" de mão-de-obra com poder de barganha próximo de zero, como a velha mão-de-obra servil.
Rebaixamento político e autodestruição no movimento socialista
É impossível explicar a eficácia do restauracionismo burguês a partir dos anos 20 sem reconhecer que, simultaneamente, ocorria um processo autodestrutivo no movimento socialista.
Hoje, finalmente, foi conquistada uma quase unanimidade quanto à admissão de que algo errado deve ter havido na construção do Estado soviético saído da Revolução Russa. Em função disso, discute-se muito que erros ou lacunas haveria na teoria marxista, ou que desvios dessa teoria estariam por trás do fracasso do socialismo real. Deixando de lado esse falso problema — pois nenhuma teoria, certa ou falsa, é determinante do processo histórico concreto —, interessa aqui identificar fatos que fizeram com que o conflito social embutido na guerra de 1914 reaparecesse em 1939, porém, num nível muito mais baixo, em termos de clarificação do que estava realmente em jogo e de prática política concreta.
Esse conflito social se apresentou, em 1914, como um enfrentamento entre uma solução militar da competição imperialista e uma proposta socialista (ou, pelo menos, de superação do imperialismo). Em 1939, apresentou-se como um enfrentamento entre potências fascistas e potências ditas democráticas, sendo que, em 1939, a URSS se encontrava (até 1941) do lado fascista.
Bastante esforço tem sido despendido pelos stalinistas para justificar o Pacto Germano-Soviético de 1939 como uma necessidade de diplomacia internacional, para evitar um ataque prematuro à URSS.
Mesmo querendo levar em conta o argumento; mesmo revelando-se o fato de que os stalinistas já se haviam aliado aos nazistas em 1931 (antes da ascensão destes ao poder) contra os sociais-democratas, então caracterizados como inimigos principais dos trabalhadores alemães, permanece o fato de que os termos do conflito social estavam extremamente rebaixados — porque falseados — a ponto de certos elementos que caracterizavam o movimento socialista em 1914 (luta democrática, por exemplo) aparecerem em 1939 com sinais invertidos
A forma rebaixada do conflito social nos anos 30, a rigor, tem menos a ver com o Pacto Germano-Soviético em si do que com as bruscas guinadas políticas, pouco coerentes entre si, praticadas pela Internacional Comunista stalinizada nesse período, que começa com a caracterização da social-democracia como sendo "objetivamente uma ala moderada do fascismo"4; segue em 1928, com a caracterização da social-democracia como "social-fascismo", igual (ou pior, conforme a ocasião) ao partido nazista; posição reafirmada após a ascensão de Hitler em janeiro de 1933, quando, em abril do mesmo ano, o dirigente stalinista alemão Fritz Heckert explica aos militantes que "o desabamento do regime fascista na Alemanha depende, antes de tudo, da liquidação da influência da social-democracia reacionária"5, isso num momento em que Hitler mandava prender os sociais-democratas em massa. Diga-se de passagem, também entre organizações operárias, as relações nunca tinham descido ao ponto de uma organização aceitar a destruição de outra (no caso, do maior partido dos trabalhadores alemães) pela polícia de um estado capitalista repressor, sem se considerar atingida.
Essa política que priorizava a luta contra a social-democracia, acima de tudo, só muda em 1934, com a política de frente popular, que inclui os sociais-democratas numa vasta frente antifascista, dirigida também aos partidos burgueses tidos como democráticos (na prática, antigermânicos). E muda novamente, em 1939, quando o Pacto Germano-Soviético obriga a nova guinada. Nas justificativas desse Pacto, apresentada pela Internacional Comunista aos militantes, não há qualquer menção à necessidade de manobrar diplomaticamente para afastar o perigo de uma agressão da Alemanha (o que seria legítimo em tese). Pelo contrário, o Pacto é apresentado simplesmente como política leninista correta. É o que explica Dimitrof, chefe da Internacional Comunista:
"A Alemanha se encontrava no seguinte dilema: rebaixar-se ao nível de auxiliar do imperialismo inglês e francês, fazendo a guerra contra a URSS ou dar uma guinada decisiva e engajar-se no caminho das relações pacíficas com a URSS. Como os fatos demonstram, a Alemanha escolheu o segundo caminho".6
E, quanto aos adversários da Alemanha, explica:
"Atualmente os imperialistas ingleses e franceses assumem o papel de adeptos mais fervorosos do prolongamento e da extensão da guerra".7
Essa posição é repetida em 1940, quando da invasão da França (e de outros países) pela Alemanha, ocasião em que os militantes recebem o esclarecimento de que:
"Graças aos esforços dos imperialistas ingleses e franceses por arrastar pequenos países para o seu lado na guerra, quatro estados independentes foram ocupados: Dinamarca, Noruega, Holanda e Bélgica"8.
Ao mesmo tempo o Arbeidern, jornal do PC norueguês, aconselhava o povo a renunciar a toda forma de oposição antialemã, inclusive a resistência passiva. Aliás, o jornal passa a reproduzir os comunicados de guerra alemães.
Finalmente, quando a Alemanha invade a URSS sem pré-aviso, em 22 de junho de 1941, a Internacional Comunista dá uma guinada final em relação ao fascismo, através de uma diretriz telegráfica transmitida a todos os partidos comunistas europeus no fim do mesmo dia da invasão. A diretriz (antifascista) determina:
"É indispensável desenvolver um movimento sob a palavra-de-ordem da formação de uma frente nacional unida"10.
Seu conteúdo é logo explicado:
"Considerem que, na atual etapa, trata-se da libertação do jugo fascista, e não de uma revolução socialista"11.
Que ninguém fosse se enganar e confundir as etapas.
Mas se alguma dúvida restasse quanto ao rebaixamento da política socialista nesse período, basta comparar as questões colocadas pelos partidos operários durante o processo de preparação da guerra antes de 1914 e antes de 1939. No primeiro caso, havia consciência de que se tratava de uma guerra imperialista e os trabalhadores eram convidados a responder à guerra com a revolução. No segundo, de 1939 a 1941, os stalinistas atribuíam toda a culpa da guerra aos imperialistas ingleses e franceses (enquanto os sociais-democratas atribuíam todas as culpas aos alemães); depois de 1941, a luta é restringida ao antifascismo. Compare-se a diretriz telegráfica da Internacional Comunista de 1941 com a resolução do Congresso de Stuttgart em 1907 (apresentada por August Bebel, um moderado):
"Se a guerra eclodir, os socialistas têm o dever de intervir para sustá-la prontamente e de utilizar a crise econômica com todas suas forças, assim como a política gerada pela guerra, para agitar os estratos populares mais profundos e precipitar a queda do capitalismo"12.
Os passos do processo da autodestruição
Tem sido mais ou menos amplamente aceito que um passo importante para a desagregação e retrocesso do movimento socialista foi o não-cumprimento da resolução de Stuttgart pela maioria dos dirigentes que a assinaram.
Uma das explicações mais difundidas para a famosa traição dos principais dirigentes sociais-democratas é a de que os grandes partidos da Internacional Socialista estariam em 1914 dominados por representantes de uma aristocracia operária reformista e conciliadora. Esta foi a explicação de Lenin, por exemplo. A explicação não é descabida, porém não resolve todos os problemas. Principalmente, não explica muitos aspectos da evolução da massa social-democrata depois de 1914. Parte da Internacional Socialista resistiu à onda patriótica desencadeada com as declarações de guerra, desde o primeiro momento, mesmo na Alemanha, onde houve uma gigantesca mobilização popular guerreira pela vitória, tida como certa e próxima. E, a partir de 1917, quando os sacrifícios da guerra começaram a pesar, a resistência à sua continuação começou a crescer rapidamente em toda parte; e o próprio Karl Kautsky (um "renegado", segundo Lenin) abandonou a política patriótica.
De qualquer maneira, se é verdade que a social-democracia havia falido enquanto organização internacional, ainda havia muita vitalidade no movimento social-democrata de cada país; e esta vitalidade foicrescente de 1917 em diante.
A vitalidade da social-democracia tinha bases muito profundas. Graças a ela, os trabalhadores europeus tinham conseguido ascender de uma condição servil ou semi-servil à de cidadãos com direitos políticos, além de se tornarem consumidores não só de alimentos e tecidos baratos. O tamanho das conquistas era enorme para quem vivera o processo de transformações. Essas conquistas, realizadas nos limites nacionais, criaram a ligação dos trabalhadores sociais-democratas com suas respectivas pátrias. Mas a pátria dos trabalhadores ingleses, franceses e alemães era também o lugar social que haviam conquistado em seus respectivos países. Isso dava limites estreitos à integração dos trabalhadores sociais-democratas aos objetos de suas respectivas burguesias e apontava para futuras rupturas, justamente como a que começou a ocorrer a partir de 1917.
Porém, 1917 foi também o ano da tomada do poder pelos bolcheviques na Rússia. A importância do evento colocou estes na posição de modelos de todos os revolucionários, tanto dos sociais-democratas como de todos os novos revolucionários surgidos com as lutas dessa época. O Kaiser foi derrubado pela revolução dos rate, tradução do termo russo soviety (conselhos) em 1918. Embora o poder não tivesse permanecido nas mãos dos trabalhadores alemães, a partir desse momento (novembro 1918), ficou rompido o isolamento da Revolução Russa. Abre-se um período de convulsão social. E somente em 1922, a burguesia européia consegue reequilibrar-se sobre seus próprios pés.
Até certo ponto, era inevitável que, uma vez refluída a primeira vaga revolucionária na Europa ocidental, a burguesia ganhasse um período de respiro. Mas, provavelmente, não era inevitável que um processo autodestrutivo começasse a atingir a Revolução Russa a partir de 1918. E a verdade é que já nesse ano os bolcheviques começam a falhar em dois pontos, que todos esperavam que a revolução fosse resolver: o desmantelamento da prisão dos povos, que era o império czarista, e a realização de uma aliança operário-camponesa, questão importantíssima numa época em que o campesinato ainda tinha grande peso em muitas regiões do mundo.
prisão dos povos foi mantida contra as nações islâmicas do ex-império czarista e contra os povos do Cáucaso em geral. Isso destruiu os movimentos islâmicos favoráveis aos bolcheviques13; e, com isso, o Império Britânico ficou com suas mãos livres para prosseguir sua política colonial no Oriente Médio e na Índia. Parte do famoso isolamento da Revolução russa veio daí, e não apenas dos acontecimentos na Europa.
Por outro lado, a aliança operário-componesa foi arruinada pelo sistema de requisições forçadas, imposto aos camponeses russos. Estes estavam dispostos a pagar um tributo à revolução (em percentagem da colheita), porque não queriam perder suas terras, permitindo uma restauração czarista, mas não queriam entregar todo o excedente agrícola, arbitrado segundo critérios extorsivos pelos agentes do poder soviético vindos da cidade.
Não é possível examinar aqui em detalhes as circunstâncias que deram origem a tais políticas desastrosas. No entanto, para entender a evolução posterior da URSS — e do movimento socialista — não se pode deixar de levar em conta que, desde o comunismo de guerra (o período entre 1918 e 1921), foram assentadas as bases da tendência à evolução não-democrática do processo político na URSS. Os camponeses constituíam 80 por cento da população russa. Não há democracia possível em conflito com tão grande parte da população; assim como não era possível que a manutenção da prisão dos povosatravés de uma união soviética forçada, deixasse de levar à russificação do novo Estado. A URSS perdeu sua capacidade de influir positivamente no movimento operário mundial em relação à resistência democrata contra o fascismo.
Essa perda de influência positiva não significou ainda (até os anos 60) perda do poder de alteração da URSS sobre os setores mais radicais do movimento operário mundial. Essa atração, porém, passou a resultar em políticas ineficazes, conciliadoras ou sectárias, quando não suicidárias, como no caso da aproximação com os nazistas contra a social-democracia na Alemanha. A URSS continuou sendo um fator de atração, mas no sentido de rebaixamento do nível de clareza política do movimento operário, assim como do rebaixamento das relações entre suas correntes. O termo soviete, que em 1917-22 era por todos entendido como conselho, carregando consigo a idéia de democracia direta baseada em conselhos populares, foi, cada vez mais, sendo confundido com a idéia de russo, carregando consigo a idéia de autoritarismo. A pátria do "socialismo" dos stalinistas deixou de ser paradigma de liberdade.
Mais negativo ainda, porém, foi o que se passou na própria URSS. Moshe Lewin expõe o que chama de dupla curva regressiva do sistema soviético. O primeiro elemento dessa dupla curva surge quando da coletivização forçada na agricultura, a partir de 1928. Após uma trégua de sete anos com os camponeses russos (durante a Nova Política Econômica), Stalin decide a coletivização (mais precisamente, a arregimentação burocrática) da atividade agrícola. Iniciava-se assim um processo que nada teve a ver com a propaganda da "instauração do socialismo no campo"14. Numa outra obra, Lewin mostra em detalhe como a coletivização stalinista organizou um sistema brutal de opressão no campo, centrado na extorsão dos camponeses; os quais, até as reformas de Khruchtchev, no fim dos anos 50, ficaram reduzidos a uma situação que lhes lembrava a época czarista, quando a extorsão também era coletiva (os impostos incidiam coletivamente sobre o mir: a comunidade camponesa). Daí o termo regressão, utilizado por Lewin15.
O segundo elemento regressivo ocorria, enquanto isso, na indústria, como reflexo da gigantesca repressão desencadeada sobre todo o território soviético a partir de 1928. A transferência de renda do campo para a cidade permitiu a aceleração da industrialização, porém no contexto de uma repressão extrema. Stalin viu-se obrigado a aniquilar toda a camada superior do operariado urbano e recriar, nas fábricas, um corpo de quadros dirigentes completamente novo, a partir da promoção de operários desqualificados, freqüentemente analfabetos, cuja única qualidade era sua fidelidade "canina" em relação a Stalin, que os pusera em postos de comandos para os quais não tinham a menor competência. Nessa época (1928-31), é criado o sistema dos charragui: isolamento dos quadros qualificados da indústria, que davam suas diretrizes por escrito, para que os novos chefes stalinistas soubessem o que fazer.
Assim foi montado, desde sua origem, o sistema industrial soviético, sempre movido a lealdades políticas, muito mais que a competência efetiva. Sistema que gerou uma prática generalizada de falsificação de informações quanto aos custos reais do processo produtivo, encobrindo o desperdício crescente de recursos.
A dupla regressão deu origem a uma agricultura e a uma indústria ineficientes e, a longo prazo, determinou o colapso do sistema soviético.
O mal causado ao movimento operário mundial, porém, foi imediato.
Os trabalhadores revolucionários do resto do mundo defenderam a regressão stalinista, achando que os operários e camponeses russos estavam apenas passando "sacrifícios inevitáveis para construir o socialismo" e, partindo dessa boa fé, desculparam tudo, desde os estranhos pactos com os nazistas até os gigantescos massacres de "sabotadores" na URSS.
Esse mal de efeito imediato foi extraordinariamente agravado pelo que Bettelheim denomina separação entre ideologia e realidade na URSS16 . Esta era apresentada pelos stalinistas como a nação mais democrática do mundo, no mesmo momento em que milhões de camponeses eram reduzidos brutalmente à condição de párias e fuzilamentos em massa acompanhavam os Processos de Moscou. Com isso, o debate no movimento operário deixou de ter contato com qualquer realidade palpável e inteligível. Enquanto na URSS se formava o proletariado mais apolítico do mundo, no Ocidente, os defensores da Revolução russa tinham que navegar entre versões "corretas" oficiais e "calúnias de sabotadores trotskistas". Nem faltaram "autocríticas" arrancadas à força para completar o quadro de retrocesso aos tempos da Inquisição.
Embora seja falso que a barbárie fascista tenha tido o stalinismo como modelo (como afirmaram vários historiadores), é inegável que o rebaixamento político do movimento socialista no período entreguerras foi um fator que facilitou a vitória do fascismo (e do restauracionismo burguês em geral). Principalmente, a inversão e falsificação do conteúdo democrático da Revolução Russa enfraqueceu bastante a luta antifascista.
A depressão econômica dos anos 30 é, por muitos autores, apresentada como decisiva para a ascensão do nazismo. Isso é verdade, mas é insuficiente como explicação. A depressão, num país em que a burguesia não enfrenta um movimento operário forte (EUA), produziu um regime como o de Roosevelt. Em países com um movimento operário forte, porém politicamente rebaixado e sob lideranças desmoralizadas, abriu caminho ao restauracionismo burguês, o qual, em 1939, dominava praticamente toda a Europa, embora nem toda fosse fascista.
A Segunda Guerra Mundial, como assinala corretamente Hobsbawn em A Era dos Extremos, foi uma espécie de guerra civil internacional, ou seja, uma guerra em que havia fascistas dos dois lados, e as lealdades nacionais foram afetadas por esse fato. Assim como em todos os países havia defensores da URSS. Por isso mesmo, o rumo dos acontecimentos na URSS foi decisivo no processo histórico desenrolado entre 1919 e 1939.
A marcha para a Segunda Guerra Mundial inicia-se em 1919 com o Tratado de Versalhes, por obra exclusiva das potências vitoriosas. E toma sua forma definitiva em 1922, com a primeira vitória do restauracionismo burguês, através da ascensão do fascismo na Itália, o mesmo ano em que Stalin inicia sua trajetória de dominação sobre o Partido Bolchevique na URSS. Em 1922, porém, a explosão de uma nova guerra ainda não era a certeza. O fascismo italiano era frágil no início dos anos 20 e a URSS parecia ter saído do comunismo de guerra sem perda completa de sua fisionomia revolucionária. É a coletivização forçada e a falsa industrialização socialista, a partir de 1928, que confirmaram definitivamente o rebaixamento do movimento socialista. É a partir daí que este fica reduzido a um movimento desagregado e cego, afogado num mar de falsificações, promovidas pela burguesia, de um lado, e pelos defensores da regressão stalinista, de outro. Os trabalhadores do mundo ficam divididos entre lideranças opostas, todas incapazes (ou desinteressadas) de distinguir os interesses comuns a todas as correntes do operariado dos interesses burgueses, fascistas ou "democráticos".
A tomada do poder por Hitler em 1933 e a corrida armamentista que se seguiu tornam a guerra definitivamente inevitável. O único problema restante era precisar o momento do desfecho. O Pacto Germano-Soviético, assinado em 27 de agosto de 1939, resolveu esse problema. A guerra estoura em 1de setembro.

REVOLUÇÃO RUSSA: resumo e 100 questões com gabarito

REVOLUÇÃO RUSSA

RESUMO

1. Introdução:
No meio da Grande Guerra, estoura na Rússia a mais importante revolução do século XX, que iria marcar profundamente esse século. Essa Revolução comunista mundial que inicia em 1917 tende a se espalhar para todo o mundo, levando um terço da Humanidade a viver em países de governo socialista no início da década de 50, apenas trinta anos apenas depois da Revolução na Rússia. Trata-se da primeira grande revolução operária da história, que iria dar lugar ao primeiro regime socialista sólido do mundo.

2. A Rússia antes da Revolução e 1917:
. A industrialização russa e a situação econômico-social do país: Após o fim da servidão no país em 1861, o governo russo investe na industrialização do país. Feita de forma dependente, a industrialização aloca uma grande população do campo para a cidade. Mesmo assim, às vésperas da primeira grande guerra, 80% da população do país viviam no campo. A situação dos camponeses era péssima e, na prática, algumas práticas da servidão continuavam existindo. Nas cidades, a situação dos trabalhadores urbanos e operários também era lastimável. Isso levava à criação de diversos movimentos sociais reivindicatórios e utópicos no país.
. Movimentos sociais e partidos na Rússia: O país tinha uma gama extensa de movimentos sociais e partidos das mais variadas tendências. Havia liberais ocidentalizantes, socialistas utópicos, anarquistas dos mais diversos tipos e marxistas. Um partido importante que surge nos últimos anos do XIX é o PSDOR – Partido Social Democrata Operário Russo –, que depois se divide entre mencheviques e bolcheviques, esses últimos dominam o partido que iria organizar a Revolução de outubro.
. O ensaio geral para a revolução: Em 1905, durante uma guerra desastrosa com o Japão, a situação da população russa piorava. Faz-se em um domingo uma grande marcha pacífica na capital São Petersburgo pedindo pão, paz, trabalho e terra. A manifestação é violentamente massacrada pelas forças do czar, o que leva o povo a fazer diversas greves e revoltas. O czar, último rei absolutista da Europa, vê-se encurralado e abre o regime, permitindo a constituição de um Parlamento – a Duma. Com a melhora da situação da economia do país nos anos seguintes, o czar suprime a assembléia, voltando o regime a ser absolutista.
. A guerra e a revolução de fevereiro: Com a guerra mundial, novamente a situação geral da população e dos militares piora e muito. As tropas não tinham armas suficientes, nem mantimentos, fazendo soldados morrerem aos montes na frente de combate. Para a população urbana faltava comida em função do envio de mantimentos para a frente de guerra. Em 1917, diversas greves paralisam as cidades do país e o rei manda a sua guarda real – os cossacos – suprimir as greves e manifestações. Os cossacos se recusam a abrir novamente fogo contra a população e o czar abdica do trono. Liberais, liderados por Kerensky, tomam o poder em fevereiro e mantêm a Rússia na guerra.
. Os sovietes, os bolchevique e Outubro: Com o vazio de poder criado pela abdicação do monarca e a ainda não afirmação em todo o território do poder provisório, criam-se em todo o país os sovietes. Os sovietes eram assembléias democráticas e populares que administravam certa região ou era organização de certo grupo social. Os bolcheviques, bem reduzidos nesse momento, crescem rapidamente ao defender o fim imediato da guerra e que o poder fosse dado aos sovietes. Como esses eram os grandes anseios da maioria da população, principalmente a urbana, eles se tornam um grande partido e tomam facilmente o poder em outubro – ou novembro no calendário ocidental.

3. A consolidação e a expansão da Revolução:
. Os primeiros movimentos: As primeiras medidas do novo governo são a paz em separado com a Alemanha e o reconhecimento dos sovietes como poder local. No país, organiza-se um grupo de oposição ao novo regime, os russos brancos, que tinham auxílio dos países capitalistas e que declaram guerra aos bolcheviques. Inicia-se a guerra civil entre russos brancos e os vermelhos pelo poder, que dura de 1918 a 1920. A guerra foi extremamente maléfica para a população com racionamento de alimentos e produtos básicos. Teve no final a vitória do Exército Vermelho, apoiado pela grande massa de camponeses do país. Em 1922 é criada a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, a URSS.
. As revoluções pelo mundo: Por todo o mundo, diversas organizações operárias e trabalhadoras saúdam a Revolução Russa. Com o fim da guerra na Europa no ano seguinte, explodem em vários pontos dos países derrotados, revoluções socialistas massacradas pelos governos locais e tropas estrangeiras. Cria-se em Moscou a III Internacional Socialista – o Komintern, uma espécie de partido comunista mundial – que iria organizar as revoluções pelo mundo.
. A NEP: Com o fim da guerra civil, a economia do país está completamente destruída. Não resta nenhuma indústria do período imperial e a produção de alimentos e produtos básicos está reduzida e desorganizada. Lênin bola a NEP, a Nova Política Econômica, onde os camponeses produziriam uma parcela para o Estado e outra para o mercado, um misto de capitalismo e socialismo. O plano dá certo e a produção se estabiliza, voltando as cidades a serem normalmente abastecidas. Dá-se uma pequena e curta prosperidade no campo. Lênin morreu em 1924.
. A disputa pelo poder: Com a morte de Lênin, figura centralizadora da política nacional, começam as disputas para ver quem lideraria o PCUS – o Partido Comunista da União Soviética – que funciona como o Parlamento nacional. Trotsky, um dos principais nomes da Revolução de outubro, é um dos candidatos e defende a Revolução mundial imediata. Stalin defende a revolução primeiramente na Rússia e depois no resto do mundo. Stalin vence e transformará o sonho socialista em uma duríssima ditadura.
. Os planos quinquenais: Stalin estabelece um plano de desenvolvimento industrial e econômico para o país, utilizando-se de planejamentos econômicos quinquenais – de cinco em cinco anos. Houve uma coletivização forçada do campo, que levou a uma forte crise na produção agropecuária e a milhões de mortes pela perseguição do governo aos camponeses que não aceitavam a coletivização. Deu-se a industrialização no país, de uma forma autoritária e com grande exploração dos trabalhadores. O êxito da rápida industrialização é, entretanto, inegável.
. O terror dos anos 30: Stalin faz ainda diversas perseguições políticas, levando antigos revolucionários, políticos e pessoas comuns para os campos de concentração, a deportação e a morte. Milhões morreram e a marca ditatorial do regime permaneceu até os anos 1980. Trotsky é deportado e assassinado em 1941.


QUESTÕES

1. (FGV) Em abril de 1917, o líder bolchevique Lênin, exilado em Zurique (Suíça), voltou à Rússia lançando as Teses de Abril. Nesse programa político é incorreto afirmar que Lênin propunha a/o:
a) formação de uma República de sovietes.
b) concessão à defesa nacional, dando total apoio ao governo provisório.
c) nacionalização dos bancos e das propriedades privadas.
d) reconstituição da Internacional.
e) controle da produção pelos operários.

2. (PUCCAMP) A Revolução Socialista na Rússia, em 1917, foi um dos acontecimentos mais significativos do século XX, uma vez que colocou em xeque a ordem socioeconômica capitalista. Sobre o desencadeamento do processo revolucionário, é correto afirmar que:
a) os mencheviques tiveram um papel fundamental no processo revolucionário por defenderem a implantação ditadura do proletariado.
b) os bolcheviques representavam a ala mais conservadora dos socialistas, sendo derrotados, pelos mencheviques, nas jornadas de outubro.
c) foi realimentado pela participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial, o que desencadeou uma série de greves e revoltas populares em razão da crise de abastecimento de alimentos.
d) foi liderada por Stalin, a partir de outubro, que estabeleceu a tese da necessidade da revolução em um só país, em oposição a Trotsky, líder do exército vermelho.
e) o Partido Comunista conseguiu superar os conflitos que existiam no seu interior quando estabeleceu a Nova Política Econômica que representava os interesses dos setores mais conservadores.

3. (PUCPR) A respeito da Revolução Socialista na Rússia e da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) é correto afirmar:
a) A Revolução socialista que derrubou o Governo de Kerensky, o qual estabelecera uma república liberal-burguesa, exilou a Família Imperial Romanov em Paris.
b) A Revolução Socialista chegou ao poder com a liderança de Lênin e Leon Trotsky e se empenhou em manter a Rússia na Primeira Guerra Mundial, fiel ao tratado da Tríplice Entente.
c) Exceto a Comuna de Paris (1871), a Revolução Socialista na Rússia significou a instauração do primeiro governo inspirado na ideologia de Karl Marx - Frederico Engels.
d) Após a morte de Lênin, Stálin triunfou na luta pelo poder com Trotsky e defendeu sempre a idéia da "Revolução Permanente", de que deveria o modelo ser levado ao restante da Europa e ao mundo.
e) A URSS terminou, como organização política, em 1945, quando terminou também a Segunda Guerra Mundial.

4. (PUCSP) O Estado Soviético, formado após a Revolução Russa, cuidou de expurgar da cultura desse país toda e qualquer manifestação artística que estivesse, no entendimento das autoridades, associada ao chamado "espírito burguês". Foi criada, então, uma política cultural que decretava como arte oficial apenas as expressões que servissem de estímulo para a ideologia do proletariado. Dessa forma, foi consagrado um estilo conhecido por:
a) expressionismo soviético - que, através de uma orientação estética intimista, procurava expor a "alma inquieta dos povos eslavos", que passaram a integrar a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
b) abstracionismo proletário - que, através da decomposição geométrica do real, exprimia a "ordenação sincrônica da sociedade comunista".
c) realismo socialista - que, através de composições didáticas, esteticamente simplificadas, procurava enaltecer a "combatividade, a capacidade de trabalho e a consciência social" do povo soviético.
d) romantismo comunista - que, através de um figurativismo apenas sugestivo, procurava realizar a "idealização do mujique", o camponês russo típico, como representante das raízes culturais russas.
e) concretismo operário - que, através de uma concepção criadora autônoma - não resultante de modelos -, utilizava elementos visuais e táteis, com o objetivo de mostrar a "prevalência do concreto sobre o abstrato"- idéia básica no materialismo dialético.

5. (UERJ) Camaradas, a vida de nosso bem-amado Stalin pertence ao povo inteiro. Stalin é nosso guia, nosso sol. Morte a todos os restos do bando fascista. [Sokorine, militante do Partido Comunista da URSS, 1936.]
(Apud FERREIRA, Jorge. O socialismo soviético. In: REIS, Daniel Aarão Filho (org.) O século XX: o tempo das crises. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.)
O terror e a propaganda foram dois lados complementares do regime stalinista. Contudo, muitos historiadores afirmam que eles não são suficientes para explicar o grau de aprovação conseguido por este regime tanto dentro como fora da União Soviética.
O apoio político dado a Stalin dentro da URSS também é explicado pela:
a) eclosão da segunda revolução russa, que modificou as bases ideológicas do bolchevismo e excluiu lideranças como a de Trotski
b) manipulação estatal do nacionalismo, que possibilitou a mobilização popular e revitalizou o caráter messiânico da cultura russa
c) entrada de capitais estrangeiros após a Segunda Guerra Mundial, que facilitou a retomada da industrialização e permitiu a diminuição do desemprego
d) introdução da Nova Política Econômica, que permitiu a manutenção da pequena propriedade privada e assegurou a permanência da aliança operário-camponesa

6. (UFES) A Revolução Russa de 1917 derrubou o regime czarista e estabeleceu o socialismo no país. Assinale a alternativa correta em relação às medidas adotadas pelo novo governo.
a) Com a abdicação do Czar, estabeleceu-se uma aliança política entre os líderes do regime czarista e os dirigentes do governo provisório.
b) Lênin, prisioneiro político exilado na Sibéria, ficou excluído do processo revolucionário.
c) O governo socialista colocou em prática, imediatamente, o projeto de reconstrução da economia, a Nova Política Econômica (NEP).
d) A fase inicial do processo caracterizou-se pela alteração nas leis dos direitos civis, pela anulação dos títulos de nobreza, pela separação entre Igreja e Estado, pela reforma agrária e pelo fim da propriedade privada.
e) No nível político, o governo revolucionário promulgou, no mesmo ano, uma nova constituição, que legitimou a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

7. (UFJF) Sobre o contexto social da Rússia, anterior à Revolução Bolchevique de 1917, é incorreto dizer que:
a) a grande massa da população era camponesa, reflexo das condições econômicas e sociais anteriores, havendo grande concentração fundiária nas mãos de poucos.
b) a industrialização estava restrita a poucas cidades, como Moscou e São Petersburgo, e fora financiada, em grande parte, pelo capital europeu ocidental.
c) apresentava uma burguesia forte e organizada, com um projeto revolucionário amadurecido, que defendia, entre outros aspectos, a criação de uma República no lugar do governo czarista.
d) o proletariado enfrentava péssimas condições de vida nas cidades, fruto dos baixos salários, mas dispunha de certo grau de organização política, que possibilitava sua mobilização.
e) após o fim da servidão, houve uma intensa migração do campo em direção à cidade, contribuindo para o aumento da mão-de-obra disponível, que seria direcionada, em grande parte, para a indústria.

8. (UFRRJ) Decreto sobre terras da reunião dos sovietes de deputados operários e soldados. 26 de outubro (8 de novembro) de 1917
1) Fica abolida, pelo presente decreto, sem nenhuma indenização, a propriedade latifundiária.
2) Todas as propriedades dos latifundiários, bem como as dos conventos e da igreja, acompanhadas de seus inventários, construções e demais acessórios ficarão a disposição dos comitês de terras e dos Sovietes de Deputados Camponeses, até a convocação da Assembléia Constituinte.
3) Quaisquer danos causados aos bens confiscados, que pertencem, daqui por diante, ao povo, é crime punido pelo tribunal revolucionário.
Presidente do Soviete de Comissários do Povo - Vladimir Ulianov - Lênin".
(ln: NENAROKOV, A. P. 1917: "a Revolução mês a mês". Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1967. p.169.)
A edição deste decreto pelo novo governo revolucionário russo imediatamente após a tomada do poder exprime a necessidade de:
a) explicitar o caráter camponês da Revolução Russa.
b) dar a burguesia russa uma garantia de que seus bens e propriedades permaneceriam intocados.
c) enfraquecer o poder dos antigos latifundiários e ganhar a imensa massa camponesa russa para a causa da Revolução, garantindo seu acesso à terra a partir de uma reforma agrária.
d) permitir aos antigos proprietários das terras, a nobreza expropriada pela Revolução de fevereiro de 1917, a retomada de seus direitos.
e) garantir a propriedade privada da terra para os novos detentores do poder, os Sovietes de Deputados e Camponeses.

9. (UFRRJ) Leia o texto a seguir.
Em 1921, o problema nacional central era o da recuperação econômica - o índice de desespero do país é eloquente: naquele ano, 36 milhões de pessoas não tinham o que comer. Nas novas e ruinosas condições da paz, o "comunismo de guerra" revelava-se insuficiente: era preciso estimular mais efetivamente os mecanismos econômicos da sociedade. Assim, ainda em 1921, no X Congresso do Partido, Lênin propõe um plano econômico de emergência: a Nova Política Econômica.
NETO, J. P. "O que é Stalinismo". São Paulo: Brasiliense, 1981.
Sobre a chamada Nova Política Econômica é correto afirmar que
a) ela reintroduziu práticas de exploração econômica anteriores à Revolução Russa de 1917 que se traduziram num abandono temporário de todas as transformações socialistas já feitas e um retorno ao capitalismo.
b) ela consistiu na manutenção de elementos econômicos socialistas, na organização da economia (como o planejamento) e na permissão para o estabelecimento de elementos capitalistas por meio da livre iniciativa em certos setores.
c) ela significou fundamentalmente uma reforma agrária radical que promoveu a coletivização forçada das propriedades agrárias e a construção de fazendas coletiva, os Kolkhozes.
d) seu resultado foi catastrófico, mesmo permitindo a volta controlada de relações capitalistas na economia, já que ela ampliou ainda mais o nível de desemprego e produziu fome em grande escala.
e) ela significou, com a abertura para o capitalismo, um aumento substancial da produção industrial, mas, ao mesmo tempo, por ter retirado todos os incentivos anteriormente concedidos à produção agrícola, foi a razão da ruína do campo.

10. (UNESP) O retorno a uma semieconomia de mercado provocou o reaparecimento da moeda e, durante o ano de 1921, renasceu o mercado propriamente dito. A desnacionalização de empresas começou respectivamente pelo pequeno e grande comércio, atingindo, mais tarde, a indústria leve. As cooperativas foram devolvidas aos seus antigos acionistas e, no final do ano, permaneciam nas mãos do Estado apenas os setores economicamente estratégicos, o crédito e a indústria pesada.
(Martin Malia. Entender a Revolução Russa.)
O trecho apresentado refere-se a um momento da Revolução Russa, no qual
a) o Estado soviético implementa a Nova Política Econômica, procurando superar as dificuldades econômicas e sociais advindas do Comunismo de Guerra.
b) o partido bolchevista promove um processo de abertura política, instaurando um regime político democrático e pluripartidário.
c) o governo Leninista, enfraquecido pela guerra civil, é obrigado a fazer concessões à tradicional nobreza czarista.
d) o Estado soviético aplica uma política de planificação econômica e de coletivização de terras denominada de Planos Quinquenais.
e) o conflito entre facções dentro do Estado resulta na oposição do partido bolchevista ao ideário socialista.

11. (UNESP) Leon Trotski argumentava em 1904 que a tese política defendida por Lênin poderia "conduzir a organização do partido a substituir o partido, o Comitê central a substituir a organização do partido, e finalmente um ditador a substituir o Comitê central".
Trotski. Nossas tarefas políticas. Brochura redigida e publicada em 1904, em Genebra).
Assinale a alternativa com o nome do responsável pelo regime que, na prática, confirmou a previsão de Trotski.
a) Bukharin.
b) Stalin.
c) Kalinin.
d) Brejnev.
e) Molotov.

12. (FATEC) Em O ÚLTIMO CZAR, Eduard Radzinsky cita diversos registros de Nicolau II:
- "9 de janeiro. Disposição de ânimo alarmante entre os revolucionários e grande propaganda do proletariado".
- "28 de janeiro. Eventos de extraordinária importância, com um potencial de graves consequências para a situação do Estado, não estão distantes".
- "5 de fevereiro. A animosidade aumenta. Demonstrações espontâneas das massas serão a primeira etapa e também a última no caminho para excessos impiedosos e insensatos, no mais horrível dos acontecimentos: uma revolução anárquica".
Sobre a Revolução de fevereiro de 1917, é correto afirmar que
a) a burguesia liberal apoiava a insurreição popular para instaurar no país um regime constitucional e parlamentar, ampliando o poder dos bolcheviques.
b) desejava substituir um regime liberal-burguês por outro operário-socialista.
c) as forças no poder eram: burguesia liberal, mencheviques e social-revolucionários.
d) seu plano baseava-se na reforma agrária e na estatização dos bancos e das fábricas.
e) seu caráter revolucionário baseava-se no proletário e no camponês.

13. (PUCCAMP) No contexto da Revolução Russa (1917), os Bolcheviques
a) uniram-se numa organização contra-revolucionária para derrubar o poder conquistado pelos Mencheviques.
b) defendiam a conquista do poder pelos trabalhadores participando normalmente de eleições.
c) defendiam a posição segundo a qual os trabalhadores só chegariam ao poder pela luta revolucionária com a formação de uma ditadura do proletariado.
d) formaram o "Exército Vermelho" liderado pelos antigos militares.
e) alteraram sua denominação para Partido da Ditadura proibindo toda oposição ao Regime Socialista.

14. "O êxito da Revolução Russa - (de fevereiro, ou março segundo o calendário ocidental) foi tão inesperado quanto sua eclosão (...) Nas províncias, o antigo poder governamental desapareceu de uma vez. Sem esperar por orientação, o povo instalou imediatamente NOVAS AUTORIDADES." As "NOVAS AUTORIDADES" na Revolução Russa, citadas no texto foram:
a) a Duma - o parlamento russo.
b) o sindicato dos operários industriais.
c) os sovietes - conselho de representantes de operários, camponeses e soldados.
d) os interventores imperiais formados pela aristocracia rural.
e) os governadores nomeados pelo imperador.

15. Leia o fragmento de texto seguinte, cuja referência bibliográfica foi intencionalmente omitida.
“A burguesia não forjou apenas as armas que lhe trarão a morte, produziu também os homens que empunharão essas armas: os operários modernos, os proletários. A queda da burguesia e a vitória do proletariado são igualmente inevitáveis. Os proletários nada têm a perder, a não ser as próprias cadeias. E têm um mundo a ganhar. Proletários de todos os países, uni-vos.” [adaptação]
As idéias contidas nesse fragmento são representativas do(a):
a) Tratado de Versalhes, que criou uma série de determinações, visando enfraquecer o poder da burguesia na Europa.
b) Declaração dos Direitos do Homem que se colocou contra a sociedade, a qual mantinha privilégios exclusivos da burguesia.
c) Doutrina Monroe, que consolidou a autonomia latino-americana, propondo a união dos povos americanos.
d) Manifesto Comunista, que esboçou as proposições que se tornaram o alicerce do movimento comunista internacional.

16. O Partido Socialista era composto de duas correntes com diferentes idéias a respeito de como os operários tomariam o poder da Rússia: Os bolcheviques e os mencheviques. A partir desta informação podemos afirmar que:
I - Os bolcheviques achavam que se deveria formar um partido capaz do organizar a classe operária e instaurar a ditadura do proletariado através da luta armada.
II - Os mencheviques acreditavam que deveria formar um grande partido de massas, incluindo a burguesia, e participar das atividades políticas.
III - Lênin era o líder dos mencheviques e Kerensky dos bolcheviques.
IV - Bolchevique significa maioria e Menchevique significa minoria.
V - Os mencheviques conseguiram impor suas idéias e conduziram a Revolução Russa.
Após analisar as proposições acima assinale a alternativa correta:
A) Apenas a alternativa I é correta.
B) Apenas a alternativa II é correta.
C) Apenas a alternativa III é correta
D) As alternativas I e III estão corretas.
E) As alternativas I, II e IV estão corretas.

17. Até no começo do século XX, o império da Rússia tinha um grande número de habitantes, mas também vivia um dos maiores problemas sociais:
a) A extrema pobreza do povo.
b) A falta de mão de obra qualificada.
c) Muita corrupção política
d) Epidemias de doenças contagiosas
e) Grande índice de natalidade entre recém-nascidos.

18. Até o ano de 1917, o império da Rússia foi governado por:
a) república
b) república parlamentarista.
c) monarquias parlamentaristas.
d) monarquias absolutistas.
e) república socialista.

19. Conjunto de ideias que criticava a exploração capitalista e defendia a construção do socialismo:
a) Ditadura
b) Marxismo
c) Czar
d) Absolutismo
e) Mencheviques

20. Forma de governo cujo poder político, social e econômico estaria centrada nas mãos da classe operária:
a) Plebeísmo
b) Marxismo
c) Ditadura do proletariado
d) Monarquia absolutista
e) Monarquia parlamentarista

21. Para reconstruir a nação o governo russo adotou, em março de 1921, a nova política econômica. Todas as alternativas a seguir representavam o que era permitido por essa política econômica, exceto:
a) A liberdade de comércio
b) A liberdade de salário
c) Criação de empresas privadas
d) Empréstimo de capitais estrangeiros
e) Bonificação salarial

22. Uma das principais causas da Revolução Russa foi a situação de injustiça social que afetava as camadas mais pobres da população no começo do século XX. Qual das alternativas abaixo apresenta características do contexto histórico da Rússia pré-revolução?
A - trabalhadores urbanos, clero e nobreza pagavam altos impostos; setor industrial desenvolvido; camponeses vivendo em situação de miséria.
B - trabalhadores rurais vivendo em extrema situação de pobreza; economia atrasada; altos impostos pagos pelas camadas mais baixas da sociedade.
C - agricultura atrasada, distribuição de renda igualitária; privilégios sociais, políticos e econômicos para a nobreza.
D - boa situação econômica para toda população, falta de democracia, altos impostos pagos pela nobreza e clero.

23. A Revolução Russa de outubro de 1917 foi liderada por Lênin e os revolucionários prometiam as seguintes ações:
A - Implantação o sistema capitalista na Rússia após a revolução.
B - Um governo socialista, apoiado pela nobreza russa.
C - Distribuição de terras, igualdade social, democracia e participação do clero nas decisões do governo.
D - Paz (saída da Rússia da 1ª Guerra Mundial), terra, pão, liberdade e trabalho.

24. Qual das alternativas abaixo apresenta as principais mudanças ocorridas na Rússia após a revolução e implantação do socialismo?
A - Nacionalização de bancos; implantação de leis que favoreciam os donos de indústrias, implantação de sistema democrática com eleições livres e diretas para todos os cargos públicos.
B - Redistribuição de terras para os trabalhadores do campo
C - Redistribuição de terras para os trabalhadores do campo; nacionalização de bancos; controle das fábricas pelos operários.
D - Implantação de sistema democrático, fortalecimento de laços econômicos e militares com os Estados Unidos, criação de governo composto por integrantes de todas as camadas da sociedade russa.

25. Qual das alternativas abaixo explica melhor a situação política da Rússia após a Revolução?
A - O sistema político era unipartidário, ou seja, o governo era controlado por um único partido político: PC (Partido Comunista).
B - O sistema político era bipartidário, ou seja, o governo era controlado por dois partidos políticos: PC (Partido Comunista) e PM (Partido Monarquista).
C - Existiam vários partidos políticos e os presidentes eram escolhidos através de eleições diretas.
D - Embora houvesse apenas um partido político, o Partido Comunista, havia muita liberdade política e de expressão onde todos podiam manifestar livremente suas opiniões e posições políticas sem sofrer perseguições.

26. Em 1922 foi implantada a URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). Qual das alternativas abaixo apresenta características da URSS?
A - Total liberdade política, investimentos em arte e cultura, política econômica voltada para as camadas mais pobres da população.
B - Sistema econômico capitalista, política militarista, aliança política e militar com os Estados Unidos e Grã-Bretanha.
C - Adesão à economia de mercado, fortes laços comerciais com países do oeste europeu, repressão aos opositores políticos.
D - Falta de democracia, governo controlado pelo Partido Comunista, fortes investimentos nos setores industrial e bélico.

27. No século XIX, esse pensador lançou as bases teóricas de uma ideologia que viria a projetar a Revolução Russa e uma potência mundial no século seguinte. Trata-se:
a) De Karl Marx, filósofo alemão, autor de A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado,livro que introduziu o conceito de comunismo.
b) De Friedrich Engels, autor de O Príncipe, obra que prega o fim da origem divina do poder e defende a emanação do poder pelo povo.
c) De Karl Marx, autor do Manifesto do Partido Comunista, na qual conclama os trabalhadores a se unirem para derrubar a burguesia e o capitalismo por meio de uma revolução.
d) De Vladimir Lênin, idealizador do jornal marxista Iskra e líder da Revolução Russa e da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

28. Assinale a alternativa que não caracteriza a Rússia antes da Revolução e não explica os antecedentes do movimento.
a) Na Rússia pré-revolução, a política era absolutista, personificada na figura do czar, e a economia era feudal, baseada no trabalho dos camponeses.
b) A agricultura era a base da economia e, como a industrialização se deu tardiamente, a Rússia não tinha uma burguesia local forte.
c) Com a derrota na Guerra Russo-Japonesa, o ânimo popular fica exaltado. Operários, camponeses e soldados organizam-se em conselhos para articular um movimento.
d) Mais de 80% dos habitantes viviam nas cidades, que, sem condições de atender a população continuamente expulsa do campo, entrava em colapso.

29. Sobre a Revolução Russa, ocorrida entre 1917 e 1928, é correto afirmar que:
a) O movimento derrubou a monarquia e culminou na criação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, o primeiro país socialista do mundo.
b) Foi levada a cabo pelos mencheviques, adeptos da revolução gradual, por meio de reformas. Sob o comando do príncipe Lvov, instalaram a República de Duma, de caráter liberal.
c) Influenciou de maneira decisiva a história do século XX ao abolir a ditadura na Rússia e criar um governo democrático liberal.
d) Foi idealizada por Josef Stálin, o mentor de Lênin e Trotski, que definiu a estratégia e estabeleceu a Nova Política Econômica (NEP).

30. No terceiro ano da I Guerra Mundial, estourou a revolução Russa, que começou com a queda do czarismo e terminou com a formação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). A esse respeito, é correto o que se afirma em:
a) A Rússia sai da I Guerra e assina a paz com a Alemanha, aceitando entregar a Polônia, a Ucrânia e a Finlândia.
b) A Rússia permanece na guerra até o seu fim, em 1918, o que agrava as dificuldades econômicas do país.
c) Após invadir a Polônia, o exército alemão invade territórios da União Soviética, sem uma declaração formal de guerra. O exército soviético reage e resiste até o final da guerra.
d) Os russos e os países da Tríplice Entente assinam o Tratado de Brest-Litovsk em 1918, o que põe fim à participação russa na I Guerra Mundial.

31. A fase inicial da Revolução Russa foi marcada pela disputa entre os mencheviques, que queriam revolução gradual, e os bolcheviques, que defendiam a tomada do poder pelos operários e camponeses e a reforma agrária. Sobre a tomada do poder pelos bolcheviques, é correta a alternativa:
a) Não deu certo porque o czar conseguiu arregimentar o apoio de nações como Reino Unido, França, Japão e Estados Unidos, que conseguiram manter o antigo sistema econômico.
b) Durante a chamada Revolução Menchevique, o príncipe Lvov e o socialista moderado Alexander Kerensky se sucedem no poder.
c) No período, houve a distribuição de terras aos camponeses, a transferência do controle das fábricas para os operários, a expropriação de fábricas e a estatização de bancos.
d) Com o lema "Todo o poder aos sovietes", os bolcheviques defendiam a organização de conselhos para discutir a manutenção da Rússia na I Guerra Mundial.

32. O nome União Soviética tem origem nos sovietes. Sobre eles, é incorreto afirmar que:
a) A força dos sovietes na tomada do poder deriva do fato de que permitia o controle de parcela da produção e das Forças Armadas.
b) Eram unidades militares treinadas na Sibéria para suportar situações extremas e lidar com possíveis levantes populares.
c) Eram conselhos de deputados de operários camponeses, marinheiros e soldados. Haviam aparecido pela primeira vez por volta de 1905 e ressurgem em 1917.
d) O papel dos sovietes consiste em organizar politicamente as pessoas em nível local. Cada soviete elege representantes para instâncias imediatamente superiores, até o Soviete Supremo.

33. No início do processo de implantação do socialismo na URSS foram toleradas algumas práticas capitalistas. Como era chamado esse conjunto de práticas?
a) Planos Quinquenais. Eles organizavam a economia do país de acordo com o princípio de coletivização dos meios de produção.
b) Planos Quinquenais. Eles autorizavam o aporte de empréstimos externos para financiar a produção agrícola e evitar que a fome assolasse o país.
c) Nova Política Econômica (NEP). Permitia a criação de empresas privadas e o comércio em pequena escala.
d) Grande Salto. Ele pretendia transformar rapidamente a Rússia em nação desenvolvida e igualitária.

34. A morte de Lênin, em 1924, leva a uma luta pelo poder entre Leon Trotski e Josef Stálin, da qual o último sai vencedor. Escolha a alternativa que melhor explica as diferenças entre as opiniões dos dois sobre os rumos da Revolução.
a) Trotski queria que a revolução fosse radical, enquanto Stálin preferia mudanças sutis e graduais no sistema político-econômico.
b) Trotski pregava que os sovietes , principalmente o de Petrogrado, deveriam comandar a revolução, o que era visto com desconfiança por Stálin.
c) Stálin acreditava que, embora a Rússia fosse um país rural, os operários é que deviam tomar a frente da revolução, enquanto d) Trotski achava que esse papel cabia aos camponeses.
e) Trotski defendia a ampliação da Revolução para outros países, enquanto Stálin queria implantar o socialismo só na URSS.

35. O governo do sucessor de Lênin na liderança da URSS, de Josef Stálin, ficou marcado como uma ditadura cruel, que matou, prendeu e enviou a campos de trabalho milhões de pessoas. No plano econômico, qual foi o maior destaque do período?
a) O New Deal, programa de recuperação da economia baseado em grandes obras públicas e fomento ao emprego.
b) Os Planos Quinquenais, que estabeleceram o planejamento central da economia, com coletivização dos meios de produção e priorização da indústria pesada.
c) A Revolução Cultural, que perseguiu e matou suspeitos de tentar restaurar o capitalismo.
d) O Plano Marshall, pelo qual a Rússia recebia empréstimos dos EUA em troca de garantia de que as relações entre os dois países seriam pacíficas.

36. (UFPA) A atuação dos bolcheviques, liderados por Lênin e Trotski, visava:
a) a assinatura da paz com a Alemanha e seus aliados e a posse do poder pelo proletariado;
b) a eliminação pura e simples da monarquia russa e a desvinculação do país da Primeira Guerra Mundial;
c) a formação da URSS e o sequestro dos bens da Igreja na Rússia;
d) a eliminação total dos seguidores de Kerensky e dos Russos Brancos;
e) a queda da monarquia e a aceitação de uma paz com o grupo da Tríplice Aliança.

37. (PUCRJ) Quanto à Revolução Russa, podemos afirmar:
a) foi um movimento desenvolvido na Rússia com a oposição ao "czar", lutando-se pela implantação de um regime capitalista;
b) foi um movimento que envolveu toda a sociedade russa e teve diversos momentos que culminaram em 1917, na implantação do socialismo na Rússia;
c) caracterizou-se pela força da intelectualidade que dele participou, principalmente pela figura de Proudhon;
d) expressou a vontade de toda uma sociedade de ver no poder uma tendência política que tinha sempre participado das lutas sociais: os mencheviques;
e) caracterizou-se pela garantia da propriedade coletiva com a eliminação da propriedade privada, mas não rompeu com as diretrizes do mercado livre e autorregulado, abrindo um espaço importante para a entrada de capitais estrangeiros

38. (PUCCAMP) A Revolução Russa de 1917 marcou o início de uma nova era na história da sociedade, na medida em que se constituiu:
a) em um desafio concreto à ordem burguesa e capitalista;
b) em alternativa para supera a ação das multinacionais;
c) na mistificação política da ditadura dos partidos;
d) em uma aliança bem sucedida entre a burguesia e o proletariado;
e) na primeira experiência de um regime político autocrático.

39. (UFMG) Uma das palavras de ordem no movimento revolucionário russo de 1917 era "Todo poder aos sovietes". Os sovietes eram:
a) conselhos burocráticos de tendência nacional-socialista.
b) milícias armadas de defesa contra ataques japoneses.
c) comitês formados por operários, soldados e camponeses rebeldes.
d) organizações formadas por funcionários especializados.
e) organizações militares hegemônicas dos países da cortina de ferro.

40. (UERJ) A Revolução Russa de 1917 continua a ser alvo de intensas discussões que polarizam as opiniões: de um lado, uma etapa decisiva na libertação da sociedade russa, de outro, uma conjuntura denunciada como um período de crimes e de desastre. Vista por qualquer um dos prismas, a Revolução de 1917 teve significado mundial, embora as suas raízes devam ser buscadas em condições especificamente russas. Dentre essas condições que desencadearam o processo da Revolução Russa, pode-se destacar:
a) o fim da servidão, que possibilitou o progresso agrícola e o acesso à terra de grande parcela do campesinato;
b) a autocracia czarista, que convivia com uma economia rural estagnada e um campesinato faminto;
c) a mobilidade das classes sociais, que garantiu a ascensão de inúmeros trabalhadores fabris e pequenos proprietários;
d) o papel fundamental de uma burguesia industrial e financeira, que estimou o desenvolvimento de uma indústria de base;
e) nenhuma das anteriores

41. (UFMG) Leia o texto:
"É indubitável que a teoria universal do triunfo simultâneo da revolução nos principais países da Europa, a teoria da impossibilidade de vitória do Socialismo em um só país, resultou em uma teoria artificial, uma teoria não viável. A história de sete anos de revolução proletária na Rússia não fala a favor mas contra essa teoria"
(Citado por Fernando Claudin. La crísis dei movimento comunista)
Esse texto diz respeito ao conflito de ideias entre:
a) Lênin e Marx.
b) Marx e Bukarin.
c) Marx e Engels.
d) Stalin e Lênin.
e) Stalin e Trotsky.

42. (CESGRANRIO) Em março de 1921, Lênin afirma: "É necessário abandonar a construção imediata do socialismo para se voltar, em muitos setores econômicos, na direção de um capitalismo de Estado" Tendo em vista as etapas da Revolução Russa, podemos interpretar essa declaração no sentido de:
a) representar o abandono do comunismo de guerra e o início da Guerra Civil;
b) traduzir o insucesso dos planos quinquenais e o retorno a uma economia capitalista;
c) indicar a impossibilidade do socialismo num só país, daí a volta ao capitalismo monopolista;
d) introduzir a Nova Política Econômica, caracterizada por algumas concessões ao capitalismo, a fim de possibilitar o avanço do socialismo;
e) aceitar a introdução de métodos capitalistas na produção e o retorno à iniciativa privada.

43. (UFPR) A chamada "Revolução de Fevereiro" de 1917 derrubou a monarquia da Rússia com a abdicação do czar Nicolau II. O líder desse movimento foi:
a) Lênin
b) Trotsky
c) Stálin
d) Milukov
e) Kerensky

44. (CESCEM) Após a primeira fase da Revolução Russa (1917-1921), Lênin iniciou a NEP (Nova Política Econômica) que, entre outros aspectos:
a) transferiu para os operários a administração e gerência dos estabelecimentos industriais;
b) restabeleceu processos capitalistas, como o pagamento de juros sobre depósitos bancários;
c) incorporou ao governo todos os estabelecimentos industriais e nacionalizou os bancos;
d) decretou a coletivização das terras e organizou as grandes cooperativas camponesas;
e) autorizou a manufatura privada e o comércio particular em pequena escala.

45. (PUCSP) A disputa pelo poder na União Soviética entre Trotsky e Stálin, após a morte de Lênin, em 1924, teve como eixo a discussão sobre:
a) a expansão ou não da revolução socialista mundial como forma de consolidar internamente o regime;
b) a questão da autonomia das nacionalidades da Rússia Branca;
c) as propostas de priorizar os investimentos sociais sobre as necessidades da industrialização;
d) a extinção dos planos quinquenais, sobretudo os relativos à coletivização;
e) o poder dos sovietes de soldados e camponeses na administração provincial.

46. Leia atentamente as frases seguintes e assinale a alternativa correta:
I - Em 1905, o regime czarista foi abalado por uma série de revoltas promovidas por operários, marinheiros e camponeses;
II - Durante a chamada Revolução Branca (de março a novembro de 1917), a Rússia teve um governo socialista, liderado por Kerensky, que afastou o país da Primeira Guerra Mundial por considerá-la uma guerra imperialista;
III - Iniciada em novembro de 1917, a Revolução Vermelha, liderada por Lênin, marcou a ascensão dos bolcheviques ao poder.
Assinale:
a) As frases l, II e III são verdadeiras;
b) As frases l, II e III são falsas;
c) As frases l e III são verdadeiras e a frase II é falsa;
d) As frases l e II são verdadeiras e a frase III é falsa
e) Nenhuma das anteriores .

47. Sobre a formação dos bolcheviques, é correto afirmar que:
a) eram liderados por Plekanov e por Martov.
b) defendiam que os trabalhadores somente chegariam ao poder pela luta revolucionária, com a formação de uma ditadura do proletariado.
c) pregavam que os trabalhadores poderiam conquistar o poder atraindo a simpatia política da alta burguesia.
d) acreditavam que a revolução socialista somente seria possível após o pleno desenvolvimento capitalista da Rússia.
e) nenhuma das anteriores.

48. A NEP (Nova Política Econômica), introduzida por Lênin em 1921, caracterizou-se:
a) pela ampla estatização de todas as atividades econômicas, principalmente as ligadas à agricultura;
b) pelo abandono completo do controle estatal da economia;
c) pela adoção de um conjunto de medidas comunistas, visando a eliminação de toda e qualquer forma econômica capitalista;
d) por certo retomo a formas econômicas capitalistas, embora o Estado ainda continuasse controlando setores vitais da economia;
e) nenhuma das anteriores.

49. (UFJF) Sobre a Revolução Russa, assinale a alternativa INCORRETA:
a) A eclosão revolucionária na Rússia dos czares foi favorecida pelo elevado grau de industrialização do país, cuja população, em sua maioria residente nas cidades, revelava uma acentuada presença de trabalhadores industriais.
b) Dentre as condições que aceleraram o processo revolucionário, destaca-se a participação da , Rússia na guerra contra o Japão e na Primeira Guerra Mundial, que acentuou as insatisfações entre os camponeses, requisitados em massa para o serviço militar, e operários, sujeitos a dificuldades crescentes de abastecimento.
c) A revolução de fevereiro de 1917 levou à derrubada do czarismo e à instalação de um governo provisório que reuniu representantes da burguesia liberal e socialistas moderados.
d) A oposição ao governo provisório foi conduzida pêlos bolcheviques, que condenavam a continuidade da participação russa na guerra, após a derrubada do czarismo, e preconizavam a transferência completa do poder para os conselhos de operários, soldados e camponeses: os sovietes.
e) A revolução de outubro de 1917 elevou os bolcheviques ao poder, inaugurando o processo de construção do socialismo na Rússia.

50. (UFBA) Assinale as proposições corretas, some os números a elas associados e marque no espaço apropriado.
TEXTO I: "O caráter intolerável atingido pelo desemprego entre as duas guerras, na Grã-Bretanha, deve-se à conjugação da sua amplitude com a sua duração. O desemprego devastou regiões inteiras: (...) Por toda a parte, lojas fechadas, casas arruinadas, janelas com tábuas e cartão no lugar de vidros. Únicos ofícios prósperos: o dos corretores de apostas. Nesta existência sem esperança, recorre-se desesperadamente ao jogo, às apostas."
(Bedarida apud MARQUES, p. 33)
TEXTO II: "Alemanha, 1923: dinheiro vira papel de parede '(...) em 1923, no auge da crise econômica, iniciou-se o ano com o dólar valendo 18.000 marcos. Em julho, a moeda americana chegou a 160.000 marcos e, em novembro, os alemães precisavam amontoar 2,5 trilhões de marcos para comprar 1 dólar. Naquele mês, em Berlim, um pão, que no começo do ano já valia fantásticos 250 marcos, passou a custar 200 bilhões de marcos. As donas-de-casa passaram a ir às compras carregando baldes de dinheiro.'“
(Veja apud MARQUES, p. 40)
TEXTO III: "Na Rússia a revolução da classe trabalhadora teve êxito. Mas a desilusão, a fome e a miséria, que se seguiram à I Guerra Mundial, atraíram muitos recrutas às fileiras dos revolucionários, em toda parte. (...) Isso ocorreu particularmente na Itália e na Alemanha. Os capitalistas desses países tiveram pela frente uma classe trabalhadora revolucionária que lhes ameaçava o poder."
(Huberman apud MARQUES, p. 36)
Tomando-se por base a análise dos textos e os conhecimentos sobre o período entre guerras, pode-se afirmar:
(1) O texto I retrata a situação de sociedades em crise, nas quais as necessidades básicas não são satisfeitas, e a desesperança leva à busca de dinheiro fácil através do jogo.
(2) No texto II, as referências à utilização do dinheiro como papel de parede e à quantidade de dinheiro utilizado pelas donas-de-casa nas compras demonstram a desvalorização da moeda e a crise inflacionária vivida pelos alemães, nos anos subsequentes à Primeira Guerra Mundial.
(4) As "fileiras dos revolucionários", referidas no texto III, que ameaçavam o poder dos capitalistas da Itália e da Alemanha possibilitaram a afirmação do poder socialista na Europa Central, nos anos trinta.
(8) Os textos I, II e III prenunciam em sociedades diferentes, a evolução da crise econômica que afetou o mundo nos anos vinte deste século, provocando significativas transformações econômico-financeiras e sociopolíticas.
(16) Os textos I, II e III retratam as condições sociais que ampliaram a contestação à democracia liberal e favoreceram o desenvolvimento da proposta fascista como alternativa válida.

51. (FUVEST) Há controvérsias entre historiadores sobre o caráter das duas grandes revoluções do mundo contemporâneo, a Francesa de 1789 e a Russa de 1917; no entanto, existe consenso sobre o fato de que ambas:
a) fracassaram, uma vez que, depois de Napoleão, a França voltou ao feudalismo com os Bourbons e a União Soviética, depois de Gorbatchev, ao capitalismo.
b) geraram resultados diferentes as intenções revolucionárias, pois tanto a burguesia francesa quanto a russa era contrária a todo tipo de governo autoritário.
c) puseram em prática os ideais que as inspiraram, de liberdade e igualdade e de abolição das classes e do Estado.
d) efetivaram mudanças profundas que resultaram na superação do capitalismo na França e do feudalismo na Rússia.
e) foram marcos políticos e ideológicos, inspirando, a primeira, as revoluções até 1917, e a segunda, os movimentos socialistas até a década de 1970.

52. (UEG) Duas revoluções marcaram o mundo ocidental: a Revolução Francesa, ocorrida em 1789, e a Revolução Russa, ocorrida em 1917. Sobre estas revoluções, é INCORRETO afirmar que, em ambas,
a) as nobrezas feudais recuperaram rapidamente o seu prestígio e poder político: na França, a restauração feudal ocorreu durante o governo de Napoleão Bonaparte; na Rússia, no governo de Stálin.
b) duas rainhas de origem alemã serviram como símbolo do descontentamento popular contra a Monarquia absolutista: a rainha Maria Antonieta, na França, e a rainha Alexandra, na Rússia.
c) fortes crises econômicas antecederam os processos revolucionários, encarecendo o preço dos alimentos e acirrando o descontentamento dos camponeses e das massas urbanas.
d) houve a execução dos monarcas e o aniquilamento dos regimes absolutistas: na França, com a decapitação do rei Luis XVI; na Rússia, com o fuzilamento do czar Nicolau II.

53. (UFLA) A história permite associar fatos históricos que ocorreram em lugares e tempos diferentes, como, por exemplo, as Revoluções Francesa, de 1789, e Russa, de 1917. Assinale a alternativa em que as correlações entre ambas as Revoluções NÃO está correta.
a) Na Revolução Francesa, as massas populares eram representadas pelos Sans Culottes, que pertenciam aos Jacobinos e, na Revolução Russa, eram os sovietes de trabalhadores, que pertenciam aos bolcheviques.
b) Na Revolução Francesa e na Revolução Russa, as massas populares revoltaram-se, tomando o poder da nobreza e da burguesia, a exemplo do "Terror Branco" (1794 - 1795), na Revolução Francesa, e os acontecimentos de dezembro de 1905 e janeiro de 1906, na Revolução Russa.
c) Na Revolução Francesa e na Revolução Russa, a situação das massas era de extrema pobreza e miséria, devido à carestia dos alimentos e da exploração por parte da aristocracia rural, parasitária de origem feudal.
d) Tanto na Revolução Francesa como na Revolução Russa, as massas promoveram assassinatos de nobres, após assumirem o poder.

54. (CESGRANRIO) Com o desenvolvimento da política de Glasnost, a história da URSS aparentemente está dividida entre a era de Gorbachev e a era Stalin. Entretanto, a desestalinização iniciou-se em 1956, com o XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, no qual Nikita Kruschev:
a) apresentou um relatório que, denunciando as arbitrariedades dos seguidores de Stalin acabou por provocar a reação dos setores militares soviéticos e o fechamento da URSS ao Ocidente.
b) apoiando as realizações econômicas de Stalin, apresentou um relatório em que as justificava em nome da manutenção da vitória da revolução.
c) apresentou um relatório em que analisava as relações de Stalin com o Kuomintang de Chiang Kai Shek e propunha a união política da URSS com a China para barrar o avanço do capitalismo americano na Ásia.
d) apoiando as propostas americanas de "degelo", organizou um programa político que determinava o princípio da coexistência política com o Ocidente e uma aliança com os EUA para troca de tecnologia.
e) apresentou um relatório denunciando as arbitrariedades e os erros de Stalin e abriu a URSS ao Ocidente, estabelecendo o princípio da coexistência pacífica.

55. (PUCRJ) O Estado alemão durante o regime de Hitler e o Estado soviético sob Stálin costumam ser pensados como Estados totalitários. Considere as seguintes afirmativas sobre esses estados:
I. Em ambos, a organização do partido - quer o nazista, quer o bolchevique - acabou confundindo-se com a organização do Estado, dando origem a uma política de partido único.
II. Os governos da Alemanha hitlerista e da Rússia stalinista fundavam sua legitimidade apresentando-se como únicas alternativas aos fracassos políticos e econômicos dos impérios alemão e russo.
III. Os Estados hitlerista e stalinista utilizaram a propaganda política nos meios de comunicação e a política secreta como armas eficazes na eliminação dos seus adversários políticos.
IV. A crise do capitalismo mundial de 1929 forneceu os principais argumentos para a implementação de uma política de restrição à ação do grande capital monopolista, por parte do Estado, tanto na Alemanha quanto na União Soviética.
Assinale a opção que contém as afirmativas corretas:
a) somente I e II.
b) somente I e III.
c) somente I, III e IV.
d) somente II e III.
e) somente II e IV.

56. (UNESP) "A guerra atual é, por parte de ambos os grupos de potências beligerantes, uma guerra (...) conduzida pelos capitalistas pela partilha das vantagens que provêm do domínio sobre o mundo, pelos mercadores do capital financeiro (bancário), pela submissão dos povos fracos etc."
("Resolução sobre a Guerra", publicada no jornal PRAVDA em abril de 1917.)
O texto oferece uma interpretação característica dos bolcheviques sobre a
a) Guerra Russo-Japonesa.
b) Guerra da Coréia.
c) Guerra da Criméia.
d) Primeira Guerra Mundial.
e) Primeira Guerra Balcânica.

57. (PUCCAMP) "... derrota na guerra, deserções, motins militares contra os superiores, greves nas fábricas, falta de gêneros alimentícios e combustíveis nas principais cidades, queda na produção, aviltamento dos salários, incapacidade governamental e crescente miséria das massas."
O quadro descrito no texto conduziu à:
a) derrota dos franceses no Vietnã em 1954.
b) descolonização Afro-Asiática em 1945.
c) rebelião Boxer na China em 1900.
d) Segunda Guerra Mundial em 1939.
e) Revolução Russa em 1917.

58. (FGV) A abolição do princípio da propriedade privada, a estatização dos meios de produção e a assinatura de um tratado de paz com a Alemanha, marcando a saída do país da guerra, foram as principais medidas adotadas na Rússia por:
a) Stálin, em agosto de 1929.
b) Lênin, em outubro de 1917.
c) Trotsky, em abril de 1924.
d) Kerensky, em fevereiro de 1917.
e) Kornilov, em setembro de 1921.

59. (UFMG) Analise os textos.
"O que conta é que tenham a certeza de que não existirão mais proprietários fundiários no campo, e que serão eles, camponeses, que decidirão suas coisas, que organizarão a sua própria existência."
"O que se produziu é uma insurreição e não uma composição. A insurreição das massas populares não precisa de justificação. Nós demos têmpera à energia revolucionária dos operários e dos soldados. Nós forjamos abertamente a vontade das massas para a insurreição. Nosso levante alcançou a vitória."
Esses textos expressam o sentimento de vitória
a) dos comunards, em 1871.
b) dos democratas russos, em 1905.
c) dos espartaquistas, em 1919.
d) dos líderes do Contestado, em 1912.
e) dos líderes da Revolução Russa, em 1917.

60. (PUCSP) O fragmento a seguir estabelece uma relação entre a Revolução Francesa, de 1789, e a Revolução Russa, de 1917.
"Para os socialistas da segunda metade do XIX (...) a Revolução francesa é portadora de uma esperança que tem um nome mas não possui ainda um rosto. Tudo muda com 1917. A partir de então a Revolução socialista possui um rosto: a Revolução francesa deixa de ser a matriz a partir da qual pode e deve elaborar-se outra revolução libertadora."
(Furet, F. "Ensaios sobre a Revolução Francesa", Lisboa, A Regra do Jogo, 1978, p. 138.)
Essa relação é possível, entre outros fatores, pois
a) a primeira delas foi inspiradora da segunda, mas a Francesa teve efeitos apenas nacionais e a Russa expandiu-se para além de suas fronteiras.
b) as duas revoluções contiveram, em seu interior, variadas propostas e revelaram, ao final, a vitória de projetos socialmente transformadores.
c) a primeira delas foi inspiradora da segunda, mas a Francesa foi dirigida pelos "sans-culottes" e a Russa pelos bolcheviques.
d) as duas revoluções manifestaram caráter exclusivamente político, sendo ambas portadoras de propostas liberais e socialistas.
e) a primeira delas foi inspiradora da segunda, mas a Francesa teve caráter burguês e a Russa aristocrática.

61. Leia as afirmativas abaixo:
I - Os sovietes eram os comitês de soldados, operários e camponeses;
II - O partido Kadet era formado por representantes da burguesia;
III - A DUMA era a assembléia formada pelos representantes dos sovietes.
Sobre as afirmativas referentes aos antecedentes da Revolução Russa:
a) I e a III são corretas.
b) II e a III são corretas.
c) I e a II são corretas.
d) todas são corretas.
e) todas são incorretas.

62. (FATEC) "Quando a terra pertencer aos camponeses e as fábricas aos operários e o poder aos sovietes, aí teremos a certeza de possuir alguma coisa pela qual lutar e por ela lutaremos!"
(HILL, Christopher, "Lênin e a Revolução Russa". Rio de Janeiro, Zahar, 1967.)
Com essas palavras de ordem, o socialismo tinha por meta:
a) abolir a propriedade privada, a luta de classes e a dominação do homem pelo homem.
b) extinguir as relações religiosas, familiares e filantrópicas, instituindo formas comunitárias de convivência.
c) promover o desenvolvimento por meio da distribuição da renda e da consolidação de um Estado assistencial.
d) instaurar uma sociedade organizada em associações profissionais, com base na competência.
e) garantir a presença do Estado, que funcionaria como mediador das relações interclasses sociais.

63. (MACKENZIE) "Levantou-se, então, um trabalhador, de aspecto rude, terrivelmente indignado, furibundo:
- Falo em nome dos proletários de Petrogrado, disse brutalmente - Somos pela insurreição. Vocês façam o que o que bem entenderem. Mas eu os previno: se deixarem que os Sovietes sejam destruídos, vocês morrerão para nós."
(John Reed)
O texto anterior relaciona-se com:
a) a atuação dos conselhos de representantes de trabalhadores, soldados e camponeses, na Revolução Russa de outubro de 1917.
b) a resistência dos comunistas, integrantes do Congresso dos Sovietes da União, à eleição de Boris Yeltsin como presidente da URSS.
c) a organização do Exército Vermelho por Stálin, durante a Revolução Russa de fevereiro de 1917.
d) ao golpe político implementado por membros do Soviete Supremo, em agosto de 1991, contra as reformas de Mikhail Gorbatchev.
e) a resistência do proletariado e militares ao programa intitulado Nova Política Econômica, defendida e posta em prática por Lênin.

64. (UNIRIO) A Revolução Russa foi um dos grandes acontecimentos históricos que marcaram a crise da sociedade liberal no início do século XX. Sobre as etapas do processo de construção do socialismo na Rússia, podemos afirmar corretamente que:
a) O Governo Provisório, iniciado com a Revolução de Fevereiro (1917), levou ao poder os grupos liberais burgueses aliados aos mencheviques que, liderados pelo primeiro ministro Kerensky, fecharam a Duma (Parlamento) e encerraram as atividades dos Comitês de Sovietes.
b) a liderança exercida pelos bolcheviques sobre os demais partidos políticos atuantes no período pré-revolucionário permitiu que controlassem as reformas econômicas empreendidas pela Duma (Parlamento), convocada pelo Czar Nicolau II no Manifesto de Outubro (1905).
c) a participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial (1914 -1918) fez retroceder o processo revolucionário, pois as baixas excessivas, sofridas pelo exército russo, foram compensadas por diversas anexações territoriais, tais como a Rússia Branca e a Geórgia.
d) as diversas agitações populares e as tentativas revolucionárias, lideradas por segmentos burgueses e citadinos, enfraqueceram-se progressivamente após a vitória russa na guerra contra o Japão (1903-05), que abriu aos russos os ricos mercados comerciais do oriente.
e) as "Teses de Abril", enunciadas por Lênin (1917), popularizaram os ideais revolucionários bolchevistas ao reivindicarem a divisão das grandes propriedades fundiárias entre os camponeses e a entrega do poder aos sovietes, fortalecendo o partido bolchevique no processo da revolução.

65. (PUCMG) Nos primeiros tempos da república soviética implantada na Rússia em 1917, o trabalho é visto como um direito sagrado e como um valor moral. Depois, esses princípios são negados pelo trabalho forçado e compulsório, porque é preciso, EXCETO:
a) superar o arcaísmo de caráter semifeudal.
b) promover o desenvolvimento rápido da indústria pesada.
c) conter os opositores temerosos de uma "nova exploração proletária".
d) disciplinar os trabalhadores para nobres metas do socialismo.
e) bloquear a entrada dos vícios do trabalhador do capitalismo.

66. (FGV) Leia o seguinte texto:
"É ingênuo esperar a maioria 'formal' dos bolcheviques; nenhuma revolução espera isso. ... Precisamente as ruinosas vacilações da 'Conferência Democrática' devem esgotar e esgotarão a paciência dos operários de Petrogrado e Moscou! A história não nos perdoará se não tomarmos agora o Poder."
Diga quem o escreveu:
a) Lênin.
b) Yeltsin.
c) Trotsky.
d) Rosa de Luxemburgo.
e) Kerensky.

67. (UFMG) "Durante a Revolução de 1917, quase todas as nacionalidades da Rússia enxergaram na queda do czarismo e, depois, na do governo provisório a oportunidade para recuperarem sua liberdade."
(FERRO, Marc. HISTÓRIA DAS COLONIZAÇÕES: DAS CONQUISTAS ÀS INDEPENDÊNCIAS - SÉCULOS XIII A XX. São Paulo, Companhia das Letras, 1996.)
Todas as alternativas apresentam afirmações corretas sobre a questão das nacionalidades na URSS, EXCETO
a) A tese da revolução mundial promoveu uma revisão pelos bolcheviques do princípio da autodeterminação dos povos.
b) Lênin, enquanto líder expressivo da Revolução Russa, sempre se manifestou contra o princípio da autodeterminação dos povos.
c) O direito à autodeterminação dos povos, embora proclamado pelos revolucionários de 17, nunca foi efetivamente praticado.
d) O fracasso na resolução do problema das nacionalidades pelos governos comunistas ficou evidente no momento da fragmentação da antiga URSS.

68. (MACKENZIE) Vladimir Ilitch Lênin justificou a Nova Política Econômica sob a alegação de que ia dar "um passo atrás, para dar dois passos à frente". A NEP (1921 - 1927) pretendia:
a) a concessão de empréstimos aos fazendeiros arruinados e o desenvolvimento da previdência social.
b) criar um estado corporativo organizado pelo povo e partido e encontrar a harmonização do capital e do trabalho.
c) instaurar os planos quinquenais, estatizando toda a economia.
d) manter a economia planejada, permitindo, entretanto, a existência de uma economia de mercado e livre iniciativa em certos setores.
e) implantar as fazendas estatais (Sovkhozes) e as cooperativas (Kolkhozes).

69. (UNB) A respeito da Revolução russa de 1917, julgue os seguintes itens.
(1) Ocorrida em meio à Primeira Guerra Mundial, estabeleceu uma ruptura política e social, iniciando uma radical transformação da Rússia dos czares.
(2) Em um primeiro momento, a burguesia russa assumiu o poder; em seguida, com a ascensão bolchevista, a revolução tornou-se proletária.
(3) Nos primeiros anos do novo regime, sob a liderança de Lênin, foram tomadas medidas de nacionalização da indústria, de reorganização da sociedade e de combate à contra-revolução.
(4) Com Stalin, que governou a União Soviética durante vários anos, consolidou-se a abertura política do regime, pela adoção do pluripartidarismo e de medidas descentralizadoras.

70. (CESGRANRIO) "Desde os primeiros dias da Revolução, o nosso partido teve a convicção de que a lógica dos acontecimentos o levaria ao poder." (Leon Trotsky)
Tal convicção foi posteriormente confirmada e a Revolução Russa de 1917 caracterizou-se como um dos mais importantes acontecimentos históricos da primeira metade do século XX, na medida em que significou a tentativa de se implantar o primeiro Estado socialista, experiência até então, sem precedentes. Dentre os fatores que favoreceram a eclosão dessa Revolução, identificamos corretamente o(a):
a) acirramento da crise econômica e social decorrente da participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial, que agravou a carestia generalizada de alimentos e as greves, e enfraqueceu a autoridade governamental do Czar.
b) desenvolvimento tardio do capitalismo industrial na Rússia, que favoreceu o afastamento da aristocracia rural e do exército da base de poder da monarquia czarista, substituídos pela burguesia e o operariado.
c) substituição da autocracia czarista por um governo fundamentado em uma monarquia parlamentar liberal, que ampliou os direitos políticos individuais fortalecendo os partidos políticos, inclusive os mencheviques revolucionários.
d) Revolução burguesa de 1905, que concedeu autonomia política e administrativa às nacionalidades que formavam o Império Russo, implementando uma política de reforma agrária que extinguiu os privilégios da aristocracia fundiária e da Igreja Ortodoxa.
e) vitória dos bolcheviques e mencheviques nas eleições da Duma legislativa (1906) convocada pelo Czar, após o "Domingo Sangrento", na qual obtiveram uma maioria parlamentar que possibilitou a implantação de diversas reformas econômicas socializantes.

71. (UFMG) Leia o texto.
"Nenhumas dúvidas são possíveis. Os kulaques são o inimigo enraivecido do Poder Soviético. Ou os kulaques degolarão um número infinito de operários, ou os operários esmagarão impiedosamente as insurreições da minoria kulaque, espoliadora do povo contra o poder dos trabalhadores. Aqui não pode haver meio termo. Não pode haver paz: o kulaque pode, e pode facilmente, conciliar-se com o latifundiário, com o tzar e com o padre mesmo que tenham brigado, mas nunca com a classe operária. Guerra implacável contra estes kulaques! Morte a eles! Ódio e desprezo aos partidos que o defendem: os socialistas-revolucionários de direita, os mencheviques e os atuais socialistas-revolucionários de esquerda! Os operários devem esmagar com mão de ferro as insurreições dos kulaques, que concluíram uma aliança com os capitalistas estrangeiros contra os trabalhadores do seu país."
(LÊNINE, Vladimir. MARCHAREMOS PARA O ÚLTIMO E DECISIVO COMBATE! Agosto, 1918.)
Considerando as idéias contidas nesse texto, o conflito dos bolcheviques com os kulaques, após a revolução de 1917, pode ser relacionado a todas as seguintes situações, EXCETO:
a) Disputas com os mencheviques e socialistas-revolucionários pelo controle do governo.
b) Oposição à Nova Política Econômica, que permitia a volta de práticas capitalistas, política tida como abandono da Revolução.
c) Conflito com o Exército Branco, integrado pelos partidários do tzarismo, financiado pelas potências européias.
d) Necessidade de controlar a produção agrícola para reverter a crise de fome e mortandade nas cidades.

72. (PUCCAMP) "... ou o poder se transfere para as mãos dos operários, soldados e camponeses revolucionários; e, nesse caso, significará a abolição total da tirania dos donos de terras, o aniquilamento imediato dos capitalistas, a proposta urgente de uma paz justa. A terra estará garantida para os camponeses, o controle da indústria assegurado aos operários. Haverá pão para os que têm fome e essa guerra absurda chegará ao fim!..."
Pode-se associar ao texto a Revolução
a) Americana.
b) Francesa.
c) Russa.
d) Gloriosa.
e) Puritana.

73. (PUCPR) Relacione as duas colunas:
1. Revolução Russa - 1905
2. Revolução Russa - março de 1917
3. Revolução Russa - novembro de 1917
(           ) Derrubou a monarquia.
(           ) Foi resultado das derrotas russas frente ao Japão no auge da crise econômica.
(           ) Convocação da Duma, legalização dos partidos políticos e ampliação do direito de voto.
(           ) Governo Provisório integrado por elementos liberais da Duma.
(           ) Foi grandemente decorrente da participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial.
(           ) Levou ao poder os Bolchevistas.
A sequência correta é:
a) 1, 3, 2, 2, 3, 2
b) 2, 1, 1, 2, 2, 3
c) 1, 2, 2, 1, 3, 3
d) 3, 1, 1, 2, 3, 1
e) 2, 2, 3, 3, 2, 1

74. (UFRS) Assinale a linha de tempo que contém a sequência cronológica correta dos fatos pertinentes ao processo histórico da Revolução Soviética e da União Soviética.
a) Perestroika - Planos Quinquenais - XX Congresso do PCUS - Comunismo de Guerra - NEP
b) Revolução de Outubro - Processos de Moscou - Planos Quinquenais - Guerra Civil - NEP
c) Comunismo de Guerra - Processos de Moscou - Revolução de Outubro - Guerra Civil - Glasnost
d) Revolução de Outubro - Comunismo de Guerra - Glasnost - XX Congresso do PCUS - Planos Quinquenais
e) Guerra Civil - NEP - Processos de Moscou - XX Congresso do PCUS - Perestroika

75. (MACKENZIE) "Hoje ainda é moda (...) falar da Revolução bolchevique como de uma 'aventura'. Muito bem, se for uma aventura, trata-se de uma das mais maravilhosas em que já se empenhou a humanidade, aquela que abriu às massas laboriosas o campo da história,..."
John Reed
Assinale os acontecimentos que levaram o Jornalista John Reed a entusiasmar-se com a Revolução.
a) A implementação de um projeto socialista desvinculado do elemento democrático e das aspirações internacionalistas, reafirmando os ideais nacionalistas dos sovietes.
b) A substituição do Estado por uma sociedade de homens livremente associados, sem leis codificadas.
c) A implantação do primeiro Estado socialista, representativo das aspirações operárias e camponesas, alterando, na Rússia, as relações sociais capitalistas de produção.
d) A construção do Estado comunista, através da organização de uma sociedade de classes.
e) O apaziguamento das agitações operárias, através do fortalecimento dos partidos políticos na Rússia czarista.

76. (UERJ) Em outubro deste ano, a Revolução Russa de 1917 comemorou seu 80 anos, continuando a ser alvo de intensas discussões que polarizaram as opiniões: de um lado, uma etapa decisiva na libertação da sociedade russa; de outro, uma conjuntura denunciada como um período de crimes e de desastre. Vista por qualquer um dos prismas, a Revolução de 1917 teve significado mundial, embora suas raízes devam ser buscadas em condições especificamente russas. Dentre essas condições que desencadearam o processo da Revolução Russa, pode-se destacar:
a) a autocracia czarista, que convivia com uma economia rural estagnada e um campesinato faminto
b) o fim da servidão, que possibilitou o progresso agrícola e o acesso à terra de grande parcela do campesinato
c) a mobilidade das classes sociais, que garantiu a ascensão de inúmeros trabalhadores fabris e pequenos proprietários
d) o papel fundamental de uma burguesia industrial e financeira, que estimulou o desenvolvimento de uma indústria de base

77. (UNIRIO) "O socialismo é a abolição das classes ... Para abolir as classes devemos abolir as diferenças entre o operário e o camponês, devemos transformá-los todos em operários."
(Lênin, 1918)
A Revolução Russa caracterizou-se como um importante movimento social, que marcou historicamente o século XX, em virtude das transformações estruturais que empreendeu. Sobre o processo de construção do socialismo na Rússia, assinale a afirmativa correta.
a) As anexações territoriais conquistas pelo exército russo na Polônia e na Ucrânia, durante a Primeira Guerra Mundial (1914 - 1918), fortaleceram política e economicamente a monarquia czarista.
b) A revolta armada ocorrida na Guarda Vermelha possibilitou o lançamento do Manifesto de Outubro, com o qual foi deposto o Czar Nicolau II e instalada a República da Duma (1917), chefiada pelo líder comunista Trotski.
c) A vitória dos extremistas revolucionários mencheviques, liderados por Alexandre Kerensky, foi acompanhada da criação da República Soviética Russa (1918).
d) No governo de Lênin, instituiu-se a Nova Política Econômica (1921), NEP, que se caracterizou por estimular a produção em pequenas manufaturas e o comércio privado.
e) A industrialização da Rússia socialista foi alcançada no início do governo de Stálin (1924), com a extinção dos planos quinquenais e a liberação de investimentos estrangeiros nas indústrias russas.

78. (PUCSP) O Governo Provisório foi deposto; a maioria de seus membros está presa. O poder soviético proporá uma paz democrática imediata a todas as nações. Ele procederá à entrega ao comitês camponeses dos bens dos grandes proprietários, da Coroa e da Igreja (...). Ele estabelecerá o controle operário sobre a produção, garantirá a convocação da Assembléia Constituinte (...). O Congresso decide que o exercício de todo o poder nas províncias é transferido para os sovietes dos deputados operários, camponeses e soldados, que terão de assegurar uma disciplina revolucionária perfeita.
("Declaração do Congresso dos Sovietes, novembro de 1917." In Ferro, M. A REVOLUÇÃO RUSSA DE 1917. São Paulo: Perspectiva, 1974, p.126.)
Sem a participação das forças locais, sem uma organização a partir de baixo dos camponeses e operários, por si mesmos, é impossível construir uma nova vida. Poderia responder-me que os sovietes serviram precisamente para esta função de criar uma organização a partir de baixo. Mas a Rússia hoje é uma República Soviética só no nome. (...) No momento atual, são os comitês do partido e não os sovietes que governam a Rússia. E sua organização padece de todos os defeitos da organização burocrática.
(Kropotkin, P. "CARTA A LÊNIN", 04.03.1920. In: Tragtenberg, M. (org.). Kropotkin. Textos escolhidos. Porto Alegre: LPM, p. 179.)
Após a leitura dos dois fragmentos, relativos à Revolução Russa de 1917, considere as afirmações a seguir:
I - No primeiro fragmento, o mencionado "governo provisório" é o governo czarista, vigente na Rússia antes da revolução de 1917, e derrubado por esta.
II - A "paz democrática" proposta a todas as nações, mencionada no primeiro fragmento, refere-se à suspensão da participação russa na Primeira Guerra Mundial.
III - O segundo fragmento, escrito dois anos e meio após o primeiro, concorda com a idéia, expressa no primeiro fragmento, de que o poder deve ficar nas mãos dos sovietes.
IV - O segundo fragmento discorda do primeiro, ao afirmar que o poder deve ficar com os comitês do partido, e não com os sovietes.
V - O segundo fragmento concorda com a idéia, indicada no primeiro fragmento, de atribuir todo o poder aos sovietes, mas afirma que isso não ocorreu ainda.
Indique quais das afirmações anteriores são corretas.
a) I, II e V
b) II, III e V
c) I, III, IV
d) III, IV e V
e) I, II e IV

79. (UFRRJ) "A sociedade burguesa moderna, que brotou das ruínas da sociedade feudal, não aboliu os antagonismos de classes. Não fez senão substituir novas classes, novas condições de opressão, novas formas de lutas às que existiam no passado."
(MARX, K. e ENGELS, F. Manifesto do Partido Comunista "Obras Escolhidas". São Paulo, Alfa-Omega,1953. p.22. v.1.)
O elemento presente na Revolução Russa de 1917 que caracteriza a luta de classes, apontada no Manifesto Comunista, publicado em 1848, é
a) a transformação profunda e permanente, conduzida pela burguesia através dos avanços tecnológicos.
b) o apoio do czar russo à luta contra a exploração burguesa, promovido pelo proletariado, exemplificando a solidariedade entre as classes sociais.
c) a liderança revolucionária, assumida pelos camponeses, confirmando a força de mobilização dos mais espoliados.
d) o caráter transnacional do capitalismo, que permitiu a unidade do proletariado nos países vizinhos à Rússia e a posterior invasão e tomada do País.
e) o confronto entre o proletariado e as forças dominantes (czar, exército e burguesia), indicando que a luta de classes está no centro da história de qualquer sociedade.

80. (PUCSP) Leia o trecho a seguir:
"O povo estava farto da guerra e havia perdido toda a confiança no czar. (...) O próprio czar fora para o Quartel General para proteger-se; e quando tentou voltar para Petrogrado os trabalhadores ferroviários detiveram seu trem. Todo o mecanismo da monarquia havia parado; o czar (...) havia tentado dissolver a Quarta Duma, tal como fizera com as anteriores, mas desta vez os parlamentares se recusaram a se dispersar, e formaram um Comitê Provisório, que nomeou o Governo Provisório."
(Wilson, Edmund. Rumo à Estação Finlândia. SP: Companhia das Letras, 1987).
Sobre as circunstâncias em que se desenvolveram os fatos descritos acima, é correto afirmar que
a) a derrubada da monarquia, em março de 1917, na Rússia, foi conduzida pelos bolcheviques - parlamentares que controlaram o poder na Duma, durante todo o Governo Provisório.
b) a precipitação do processo revolucionário russo foi produzida pela manutenção desse país na Primeira Guerra Mundial, o que resultou em 4 milhões de baixas, aproximadamente.
c) os sovietes - comitês locais de trabalhadores - funcionaram, desde sua criação em 1906, sob liderança dos bolcheviques, que buscavam espaço de atuação no governo czarista.
d) as movimentações sociais que resultaram na queda da monarquia russa, em 1905, tornaram-se conhecidas como "Ensaio Geral", já que funcionaram como antecâmara da revolução socialista.
e) o deputado Kerensky representou, no governo provisório, em 1917, as posições mencheviques que, com a palavra de ordem "Todo Poder aos Sovietes", reivindicavam maior participação popular.

81. (UFPE) A Revolução russa de 1917 estabeleceu uma nova ordem política, econômica e social. Para o triunfo da revolução contribuíra:
a) a existência na Rússia de uma única classe social formada pelos camponeses.
b) a incompetência do governo czarista, associada ao despotismo da aristocracia e à extrema miséria dos camponeses e das classes operárias.
c) a distribuição de terras aos camponeses.
d) a nacionalização dos meios de produção, promovida no governo de Nicolau II.
e) a indiferença da Igreja Ortodoxa Russa.

82. (UFF) A Revolução Russa, que iniciou o processo de construção do socialismo na antiga URSS, teve o seu desfecho, em 1917, marcado por dois momentos. O primeiro, em fevereiro, quando os mencheviques organizaram o governo provisório e o segundo, em outubro, quando os bolcheviques assumiram a condução da revolução e a tornaram vitoriosa. A respeito dos mencheviques e bolcheviques, afirma-se:
I) Os mencheviques defendiam a construção do socialismo por meio de alianças com os burgueses ligados ao grande capital.
II) Os bolcheviques consideravam o capitalismo consolidado na Rússia e pretendiam a mobilização das massas em direção ao socialismo, sem quaisquer alianças com os setores burgueses.
III) Mencheviques e bolcheviques eram denominações decorrentes da origem geográfica dos revolucionários: os mencheviques tinham sua origem social nos núcleos urbanos e os bolcheviques estavam ligados a bases rurais.
Com relação a estas afirmativas, conclui-se que:
a) Apenas a I e a II são corretas.
b) Apenas a I e a III são corretas.
c) Apenas a II e a III são corretas.
d) Apenas a II é correta.
e) Apenas a III é correta.

83. (FGV) Entre os dez melhores trabalhos jornalísticos deste século escolhidos nos EUA está o de John Reed, “Os dez dias que abalaram o mundo”. Tal reportagem enfocou os acontecimentos da:
a) Queda do Muro de Berlim em 1989;
b) Revolução Russa de 1917;
c) formação do III Reich na Alemanha em 1933;
d) intervenção alemã na Polônia em 1939;
e) crise provocada pelo escândalo Watergate iniciada em 1972.

84. (PUCRS) Em 1917, liderados por Lênin e Trotski, os bolcheviques ganharam popularidade com as "Teses de Abril", enunciadas na plataforma "paz, terra e pão", que propunha
a) a manutenção da Rússia na Primeira Guerra Mundial, a conquista da Manchúria e a formação dos sovietes.
b) a saída da Rússia da Primeira Guerra Mundial, a instauração de uma monarquia parlamentar e a formação da Guarda Vermelha.
c) a entrada da Rússia na Primeira Guerra Mundial, a instalação da ditadura do proletariado e a adoção de uma nova política econômica (a NEP).
d) a manutenção da Rússia na Primeira Guerra Mundial, o domínio dos estreitos de Bósforo e Dardanelos e a formação de um parlamento (DUMA).
e) a saída da Rússia da Primeira Guerra Mundial, a divisão das grandes propriedades entre os camponeses e a regularização do abastecimento interno.

85. (PUCRS) Responder à questão com base nas afirmativas abaixo, sobre a Revolução Russa de 1917.
I. A Revolução teve origem no fracasso das negociações diplomáticas entre Rússia e Alemanha em torno da cidade de Dantzig e do desejado Corredor Polonês.
II. A Revolução caracterizou-se como um movimento liberal, organizado pelos intelectuais orgânicos dos Sovietes dos Camponeses, Burgueses e Operários.
III. As questões sociais relacionadas à terra, à carência de abastecimento (e fome crônica) e à permanência da Rússia na Primeira Guerra foram fundamentais para a eclosão dessa Revolução.
IV. Trotsky e Stalin divergiram quanto aos rumos da revolução, já que o primeiro defendeu o "socialismo em um só país", ao passo que o segundo propôs a "revolução permanente".
V. A revolução resultou na saída da Rússia da Primeira Guerra Mundial em 1917, por Lênin considerar esta uma guerra imperialista.
A análise das afirmativas permite concluir que é correta a alternativa.
a) I, II e III
b) I, III e IV.
c) I, III e V.
d) II, III e V.
e) III, IV e V.

86. (FGV) "Come ananás, mastiga perdiz. Teu dia está prestes, burguês"
(Vladimir Maiakóvski, trad. de Augusto de Campos. Schnaiderman, B. et al. Maiakóvski - "Poemas", São Paulo, Perspectiva, 1992, p. 82.)
 "Come Ananás... é um exemplo de poesia de luta. Jornais dos dias da Revolução de Outubro noticiaram que os marinheiros revoltados investiam contra o palácio de inverno cantando esses versos. É fácil compreender sua popularidade: o dístico incisivo, de ritmo tão martelado, à feição de provérbios russos, fixava-se naturalmente na memória e convidava ao grito, ao canto."
(Schnaiderman, B. et al. Maiakóvski - "Poemas", São Paulo, Perspectiva, 1992, p. 19.)
A poesia citada foi elaborada no contexto
a) da resistência russa ao avanço das tropas de Napoleão no início do século XIX.
b) dos ataques russos à cidade de Stalingrado, tomada pelos nazistas em 1942.
c) dos grupos contrários a Mikhail Gorbatchov em 1991.
d) da revolução socialista na Rússia, em 1917.
e) da invasão russa ao Afeganistão, em 1979.

87. (UFF) O período que antecedeu a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) mostrou um panorama de crise, evidenciado pela força dos movimentos sociais liberais, socialistas e anarquistas, em decorrência dos primeiros sinais de fracasso da expansão imperialista. Tais sinais foram expressivos na Rússia dos czares, onde provocaram o avanço das desigualdades e a eclosão de movimentos grevistas, como o de 1905, que prenunciavam a revolução. Esse clima na Rússia decorreu, de vários fatores, dentre os quais se destacam:
a) os investimentos financeiros realizados por ingleses e franceses, que aumentaram as diferenças sociais e as desigualdades entre cidade e campo, estimulando os movimentos sociais e a corrida expansionista dos czares.
b) os processos de financiamento da economia agrária, que melhoraram as condições de vida do campesinato, dificultando o desenvolvimento industrial, promovendo o desemprego nas grandes cidades e aumentando a tensão social.
c) os problemas de relacionamento entre as grandes áreas geladas improdutivas, que dificultaram o deslocamento da população e limitaram a remessa de alimentos para as grandes cidades, dando origem aos movimentos sociais urbanos liderados, desde o final do século XIX, pelos bolcheviques.
d) os conflitos entre os países imperialistas em função das limitações do mercado russo, que motivaram o apoio da França aos movimentos sociais rurais e o apoio da Inglaterra, aos urbanos.
e) os projetos de desenvolvimento criados pelos czares, que levaram ao aumento desregrado dos impostos e ao beneficiamento das regiões européias em detrimento das áreas rurais dominadas pelo Japão, originando os movimentos contrários à monarquia.

88. (UFRS) Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações, referentes à Revolução Russa.
(           ) Ela resultou na formação do primeiro Estado socialista do mundo, provocando uma ruptura no sistema capitalista mundial e influenciando os movimentos revolucionários no pós-guerra.
(           ) Ela foi fundamentada nas Teses de Abril, de Lênin, em que este defendia a aliança do proletariado com a burguesia e a formação de um governo de conciliação de classes como forma de derrotar os setores aristocráticos.
(           ) Ela teve no Ensaio Geral, apesar da derrota, um    importante acúmulo de experiência revolucionária,  particularmente com o surgimento dos primeiros sovietes.
(           ) A intensa luta pelo poder entre Lênin e Trotsky impediu a tomada do poder pelos bolcheviques, em fevereiro de 1917, postergando o avanço revolucionário até outubro do mesmo ano.
(           ) Os sovietes foram o núcleo propulsor da articulação das forças revolucionárias lideradas pelos bolcheviques.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) V - F - V - F - V.
b) F - F - F - V - F.
c) V - F - F - V - V.
d) F - V - V - F - V.
e) V - V - F - V - F.

89. (CFTMG) Na Rússia, a Nova Política Econômica (NEP), de 1922,
a) implantou o "comunismo de guerra" para promover a eliminação dos menchevistas.
b) restabeleceu o princípio da liberdade de comércio interno para recuperação da economia.
c) fortaleceu o caráter internacional da Revolução Socialista para coletivizar o capital financeiro.
d) consolidou o poder do Soviete Supremo sustentado pelo Conselho dos Comissários do Povo.

90. (UFTPR) Em 1917, o governo czarista russo sofria a oposição de várias forças políticas, especialmente dos mencheviques e dos bolcheviques. Às dificuldades econômicas e resistências ao absolutismo dos Romanov somaram-se os efeitos da Primeira Guerra Mundial e as derrotas russas. Em fevereiro de 1917, o czar Nicolau II foi deposto com a revolução liberal liderada por Kerensky. Sobre o desenrolar da Revolução Russa e surgimento da URSS é INCORRETO afirmar que:
a) o governo de Kerensky, ao manter a Rússia na Primeira Guerra, enfraqueceu-se, favorecendo seus opositores, liderados por Lênin, que defendia as "teses de abril", sintetizadas no slogan "paz, terra e pão".
b) em outubro (novembro no calendário gregoriano) de 1917, teve início a Revolução Socialista, liderada por Lênin, que fez o Tratado de Brest-Litovsk, que tirou a Rússia da Primeira Guerra.
c) a resistência nacional e internacional ao governo revolucionário socialista mergulhou a Rússia numa sangrenta guerra civil, contrapondo os "vermelhos" (revolucionários) contra os "brancos" (monarquistas, reacionários e imperialistas). Com a vitória dos seguidores de Lênin, o governo socialista implementou a NEP (Nova Política Econômica), ao mesmo tempo em que era constituída a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
d) a morte de Lênin, em 1924, abriu a disputa pelo poder soviético entre Stálin, favorável ao socialismo num só país e Trotsky, favorável à internacionalização da revolução.
e) Trotsky saiu vitorioso e implantou planos quinquenais de desenvolvimento, nos quais se procurou a socialização total da economia, ampla burocratização da administração e a eliminação física dos opositores ao regime, entre eles, Stálin, assassinado em 1940, no México.

91. (PUCMG) Em outubro de 1917, os bolcheviques assumiram o poder na Rússia. A Revolução Russa de 1917 anunciou o fim do capitalismo e o início do comunismo em escala planetária. Sobre a Revolução Russa e a consolidação do socialismo soviético, todas as afirmativas estão corretas, EXCETO:
a) Revelou-se um movimento de caráter radical, visto que morreram milhares de homens defendendo suas posições e impondo um sacrifício à população russa em nome de uma revolução social.
b) Foi um movimento de ruptura no processo do antigo Império Russo. A demolição quase instantânea do regime czarista significou uma mudança no destino da Rússia e da Europa.
c) Revelou-se como um movimento perverso. A ascensão do comunismo demonstrou um socialismo com regime autoritário comparável aos governos totalitários da Europa.
d) Foi um movimento isolado no processo de modernização da Rússia empreendido pelo Czar, refletiu os anseios do grupo dos camponeses pela coletivização da terra.

92. (UEL) Compreender o processo revolucionário socialista ocorrido na Rússia de 1917 implica discernir historicamente os seus autores e as atitudes assumidas por eles. Desta forma, pode-se afirmar.
a) O partido comunista russo, criado por Marx e Engels em pleno vigor da lei de exceção imposta pelo Czar Nicolau II, adotou táticas de guerrilha de elevada eficácia sócio-política, vencendo assim a guerra revolucionária.
b) O processo revolucionário Leninista colocou um ponto final no período feudal soviético dos Petrogrados, unindo os comerciantes revolucionários das principais cidades e os camponeses como anteriormente havia ocorrido na Revolução francesa de 1789.
c) O comandante do exército bolchevique, Stalin, assumiu o poder no processo revolucionário expulsando o Czar e nomeando como seu líder no congresso socialista, Trotski, organizador das barricadas sindicais na Praça Vermelha.
d) Marx e Bakunin elaboraram os princípios revolucionários de uma sociedade socialista, no entanto, devido aos intensos debates entre eles sobre a forma como o processo deveria ocorrer, distanciaram-se, tornando-se adversários.
e) Proudhon, exilado na Rússia, organizou os operários em sindicatos comunistas que, na revolução, se integraram ao exército vermelho chefiado por Kerensky, estabelecendo a estratégia da guerra total contra o exército branco.

93. (FATEC) "Os sofrimentos dos combatentes e da retaguarda levaram-nos a associar espontaneamente o regime capitalista e a guerra, a considerar que esta guerra não era a 'sua guerra'; o prestígio das classes dirigentes, que não souberam evitar o conflito, nem abreviá-lo ou poupar as vidas humanas, debilitou-se tanto mais quanto o enriquecimento rápido e espetacular de toda uma parte dessas classes contrastava com o luto e a aflição das massas. Por um momento submergidos, no início das hostilidades, pela vaga nacionalista, os conflitos de classe reaparecem, mais vigorosos e exacerbados por quatro anos de miséria. As classes dirigentes têm consciência do fato, e o medo do contágio revolucionário cria em seu meio um intenso terror que se manifesta na vontade de destruir este novo Estado, onde, pela primeira vez, o socialismo transporta-se do terreno da teoria para o das realidades. A união do mundo branco está rompida; doravante não haverá mais neutros; conscientemente ou não, é em relação à Revolução Russa - objeto de receios e repulsa para uns, de esperança para outros - que se classificarão governos, partidos e simples particulares."
(CROUZET, M. - HISTÓRIA GERAL DAS CIVILIZAÇÕES - A ÉPOCA CONTEMPORÂNEA)
A partir da descrição do autor, é correto afirmar que:
a) o socialismo seria a única solução para evitar uma luta de classes.
b) o medo do socialismo levaria o empresariado a apoiar ações contrárias, e isso provocou, mais tarde, o estabelecimento do fascismo e do nazismo.
c) a passagem das idéias do socialismo à prática levou toda a Europa a se conscientizar do perigo comum.
d) a união do mundo branco rompeu-se e, após a Revolução Russa, provocou reflexos imediatos na libertação dos povos coloniais.
e) a Europa saiu da guerra mais nivelada politicamente, pois a guerra acabou com as grandes fortunas, dando chances para uma estabilização sócio-econômica.

94. (UERJ) A rota de colisão entre civilizações dominará a política mundial, sustenta o cientista político americano Samuel Huntington. (Revista Veja 25 anos: Reflexões para o futuro. 1992.)
Se hoje se vislumbra um conflito entre civilizações, no início do século XX a reação do ocidente contra a Revolução Russa gerou uma tensão que evidenciava um profundo antagonismo ideológico. A alternativa que identifica essa contraposição é:
a) Comunismo x Capitalismo
b) Liberalismo x Anarquismo
c) Democracia Liberal x Nazi-Fascismo
d) Socialismo Utópico x Socialismo Científico

95. (FUVEST) Qual das seguintes afirmações explica, sinteticamente, o fim da União Soviética?
a) O regime entrou em colapso porque os dirigentes estavam desmoralizados, desde as denúncias de Kruschev no XX Congresso do Partido.
b) O regime deixou de ser sustentado pelo exército, adversário tradicional do partido comunista.
c) A vitória militar dos Estados Unidos na guerra fria tornou inviável a manutenção do regime.
d) O colapso do regime deveu-se à crise generalizada da economia estatal, combinada com o fracasso da abertura controlada de Gorbachev.
e) Os líderes soviéticos abandonaram a crença no socialismo e decidiram transformar a União Soviética em um país capitalista.

96. (FUVEST) “Há oitenta anos, a Rússia era forte por causa do dinamismo revolucionário do comunismo, incluindo o poder de atração da sua ideologia. Há quarenta anos, a Rússia Soviética era forte por causa do poderio do Exército Vermelho. Hoje, a Rússia de Putin é forte por causa do gás e do petróleo.”
Timothy Garton Ash, historiador inglês, janeiro de 2007.
Do texto, depreende-se que a Rússia
a) manteve inalterada sua posição de grande potência em todo o período mencionado.
b) recuperou, na atualidade, o seu papel de país líder da Europa.
c) conheceu períodos de altos e baixos em função das conjunturas externas.
d) passou de força política, a força militar e desta, a força econômica.
e) conservou, sempre, a sua preeminência graças ao incomparável poderio militar.
97. (IBMEC) Sobre alguns dos antecedentes da Revolução Russa de 1917, é correto afirmar que:
a) A Rússia entrou na Primeira Guerra Mundial ao lado da Alemanha e do Império Austro-Húngaro contra a Tríplice Entente. A esmagadora derrota sofrida pelos russos e a situação desesperadora da população pobre desencadeou uma série de manifestações que culminaram com a queda do Czar.
b) Em 1905, após uma série de episódios como a revolta do Potemkin e a Greve Geral dos trabalhadores, os bolcheviques desfecharam um golpe contra o Czar Nicolau II. Em 1917 ocorreu um golpe dentro do golpe, com Lênin assumindo o poder e fundando a URSS.
c) Em 1904 a Rússia entrou em guerra com o Japão e foi derrotada. Esse conflito repercutiu na sociedade russa, desencadeando vários episódios que deram origem à Revolução de 1905, considerada por Lênin um ensaio geral para a Revolução de 1917.
d) Aproveitando a situação de descontrole do governo do Czar Nicolau II, Lênin voltou de seu exílio na Finlândia e desfechou um golpe contra a monarquia russa em 1905.
Governou junto com Kerensky, do grupo Menchevique, até 1917 quando Stalin assumiu o poder.
e) Após a revolta do Potemkin, Stalin comandou uma tomada do Kremlin, depondo o Czar Nicolau II e retirando a Rússia da Primeira Guerra Mundial. Os bolcheviques tomaram o poder e instalaram o sistema de sovietes, criando a URSS.
98. (MACKENZIE) Na verdade, independente do fato de Stálin ver-se como um novo Robespierre, os comunistas estrangeiros do período antifascista encontraram algum conforto, quando avaliavam os julgamentos e expurgos (...), na idéia de que estes eram tão justificados pela necessidade quanto havia sido o Terror (…) Talvez, em outros países, onde a palavra Terror não sugerisse tão prontamente episódios de glória nacional e triunfo revolucionário, essa comparação tenha sido evitada. Contudo, é difícil não concordar com Isaac Deutscher, que Stálin pertencia à família dos grandes déspotas revolucionários, como Cromwell, Robespierre e Napoleão.
Eric Hobsbawm
Assinale a alternativa que cita as respectivas revoluções, das quais participaram Stálin e Robespierre.
a) Revolução Americana e Revolução Liberal do Porto
b) Revolução Comunista e Revolução Inglesa
c) Revolução Cubana e Revolução Chinesa
d) Revolução Russa e Revolução Francesa
e) Revolução Alemã e Revolução Italiana
99. Na medida em que o Governo Provisório consolidar os progressos da Revolução, será preciso apoiá-lo; na medida em que aquele governo se tornar contra-revolucionário, será inadmissível que se o sustente. Relatório de Josef Stálin à Conferência Bolchevique, em 29 de março de 1917 No trecho do relatório citado, o autor faz referência:
a) às causas políticas da revolta dos marinheiros do encouraçado Potemkim, o maior navio de guerra da Rússia.
b) ao governo que emergiu da Revolução de Fevereiro (março pelo calendário ocidental), que derrubou o regime czarista.
c) à ação dos Sovietes após o Domingo Sangrento, responsável pela organização de greves e manifestações em toda a Rússia.
d) à dissolução do governo provisório pela Duma, assembléia de representantes dos soldados, camponeses e operários russos.
e) à Revolução Bolchevique, liderada por Vladimir Ilitch Ulianov Lênin, que implantou o Socialismo e criou a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

100. (UFES) A "Nova Política Econômica" do governo soviético (conhecida no Ocidente como NEP) foi uma medida:
a) implementada por Lênin com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico do campo.
b) implantada por Stalin com vistas a aprofundar o chamado "Comunismo de Guerra".
c) adotada por Kruschev para promover uma industrialização maciça e o capitalismo de Estado.
d) implementada por Gorbachev para combater a pobreza no campo e reintroduzir o princípio de mercado.
e) implantada por Lênin para promover o recuo do "Comunismo de Guerra" e o estabelecimento do capitalismo de Estado.

GABARITO
1. B
2. C
3. C
4. C
5. B
6. D
7. C
8. C
9. B
10. A
11. B
12. C
13. C
14. C
15. D
16. E
17. A
18. D
19. B
20. C
21. E
22. B
23. D
24. C
25. A
26. D
27. C
28. D
29. A
30. A
31. C
32. B
33. C
34. E
35. B
36. A
37. B
38. A
39. C
40. B
41. E
42. D
43. E
44. E
45. A
46. C
47. B
48. D
49. A
50. 01 + 02 + 08 + 16
51. E
52. A
53. B
54. E
55. B
56. D
57. E
58. B
59. E
60. B
61. C
62. A
63. A
64. E
65. E
66. A
67. B
68. D
69. V V V F
70. A
71. B
72. C
73. B
74. E
75. C
76. A
77. D
78. B
79. E
80. B
81. B
82. A
83. B
84. E
85. B
86. D
87. A
88. A
89. B
90. E
91. D
92. D
93. B
94. A
95. D
96. D
97. C
98. D
99. B
100. E

CONVITE AO DEBATE