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domingo, junho 21, 2015

Crise de 1929 e Regimes Totalitários

REGIMES TOTALITÁRIOs
Com o fim da Primeira Guerra Mundial, a Europa teve de enfrentar uma de suas piores crises econômicas. O uso do território europeu como principal palco de batalha acarretou na redução dos setores produtivos e inseriu a população de todo continente em um delicado período de pobreza e miséria. Além dos problemas de ordem material, os efeitos da Grande Guerra também incidiram de forma direta nos movimentos políticos e ideologias daquela época.

Como seria possível retirar a Europa daquela crise? Essa era uma questão que preocupava a população como um todo e, com isso, diversas respostas começaram a surgir. Em um primeiro momento, a ajuda financeira concedida pelos Estados Unidos seria uma das soluções para aquela imensa crise. No entanto, as esperanças de renovação sustentadas pelo desenvolvimento do capitalismo norte-americano foram completamente frustradas com a crise de 1929.

Dessa maneira, a sociedade europeia se mostrava completamente desamparada com relação ao seu futuro. As doutrinas liberais e capitalistas haviam entrado em total descrédito mediante sucessivos episódios de fracasso e indefinição. Paralelamente, socialistas e comunistas – principalmente após a Revolução Russa de 1917 – tentavam mobilizar a classe trabalhadora em diversos países para que novos levantes populares viessem a tomar o poder.

A crise, somada às possibilidades de novas revoluções populares, fez com que muitos vislumbrassem uma nova onda de instabilidade. Foi nesse momento em que novos partidos afastados do ideário liberal e contrários aos ideais de esquerda começaram a ganhar força política. De forma geral, tais partidos tentavam solucionar a crise com a instalação de um governo forte, centralizado e apoiado por um sentimento nacionalista exacerbado.

Apresentando essa perspectiva com ares de renovação, tais partidos conseguiram se aproximar dos trabalhadores, profissionais liberais e integrantes da burguesia. A partir de então, alguns governos começaram a presenciar a ascensão de regimes totalitários que, por meio de golpe ou do apoio de setores influentes, passaram a controlar o Estado. Observamos dessa forma o abandono às liberdades políticas, e as ideologias sendo enfraquecidas por um governo de caráter autoritário.

Na Itália e na Alemanha, países profundamente afetados pela crise, o fascismo e o nazismo ascenderam ao poder sob a liderança de Benito Mussolini e Adolf Hitler, respectivamente. Na Península Ibérica, golpes políticos engendrados por setores militares e apoiados pela burguesia deram início ao franquismo, na Espanha, e ao salazarismo, em Portugal.

Em outras regiões da Europa a experiência totalitária também chegou ao poder pregando o fim das liberdades civis e a constituição de governos autoritários. Na grande maioria dos casos, a derrocada do nazi-fascismo após a Segunda Guerra Mundial, serviu para que esses grupos extremistas fossem banidos do poder com o amplo apoio dos grupos simpáticos à reconstrução da democracia e dos direitos civis.

  

Crise de 1929 e suas conseqüências mundiais


Com o fim da Primeira Guerra Mundial os Estados Unidos viviam o seu período de prosperidade e de pleno desenvolvimento (anos felizes), sua economia tinha se tornado a mais poderosa do mundo.
Entretanto a partir de 1925, a economia norte-americana começou a passa por sérias dificuldades. Entre os motivos que acarretaram essa crise, destaca-se o aumento da produção que não acompanhou o aumento dos salários, a mecanização gerou muito desemprego e a recuperação dos países europeus, logo após a 1ª Guerra Mundial. Esses eram potenciais compradores dos Estados Unidos, porém reduziram isso drasticamente devido à recuperação de suas econômicas.

Diante da contínua produção, gerada pela euforia norte-americana, e a falta de consumidores, houve uma crise de superprodução. Os agricultores, para armazenar os cereais, pegavam empréstimos, e logo após, perdiam suas terras. As indústrias foram forçadas a diminuir a sua produção e demitir funcionários, agravando mais ainda a crise.

A crise naturalmente chegou ao mercado de ações. Os preços dos papéis na Bolsa de Nova York, um dos maiores centros capitalistas da época, despencaram, ocasionando o crash (quebra). Com isso, milhares de bancos, indústrias e empresas rurais foram à falência e pelo menos 12 milhões de norte-americanos perderam o emprego.
Abalados pela crise, os Estados Unidos reduziram a compra de produtos estrangeiros e suspenderam os empréstimos a outros países, ocasionando uma crise mundial. Um exemplo disso é o Brasil, que tinha os Estados Unidos como principal comprador de café. Com a crise, o preço do café despencou e houve uma superprodução, gerando milhares de desempregados no Brasil.

Para solucionar a crise, o eleito presidente Franklin Roosevelt, propôs mudar a política de intervenção americana e aprovou uma série de medidas conhecidas como New Deal. Se antes, o Estado não interferia na economia, deixando tudo agir conforme o mercado, agora passaria a intervir fortemente. Com isso, os Estados Unidos conseguiram retomar seu crescimento econômico, de forma gradual, tentando esquecer a crise que abalou o mundo.

Os efeitos da Grande Depressão foram sentidos no mundo inteiro. Estes efeitos, bem como sua intensidade, variaram de país a país.

Uma conseqüência importante é o peso da crise internacional no processo que levou à Segunda Guerra Mundial.

Crise de 1929 e Totalitarismo – Exercícios
01. (FUVEST) O período entre as duas guerras mundiais (1919 – 1939) foi marcado por:
a) crise do capitalismo, do liberalismo e da democracia e polarização ideológica entre fascismo e comunismo;
b) sucesso do capitalismo, do liberalismo e da democracia e coexistência fraterna entre fascismo e comunismo;
c) estagnação das economias socialistas e capitalistas e aliança entre os EUA e a URSS para deter o avanço fascista da Europa;
d) prosperidade das economias capitalistas e socialistas e aparecimento da Guerra fria entre os EUA e a URSS;
e) coexistência pacífica entre os blocos americano e soviético e surgimento do capitalismo monopolista.
02. (UNITAU) O nazismo e o fascismo surgiram:
a) do desenvolvimento de partidos nacionalistas, com pregações em favor de um Executivo forte, totalitário,
com o objetivo de solucionar crises generalizadas diante da desorganização surgida após a Primeira Guerra;

b) da esperança de conseguir estabilidade com a união das “doutrinas liberais” de tendências individualistas;
c) com a instituição do parlamentarismo na Itália e na Alemanha, agregando partidos populares;
d) com o enfraquecimento da alta burguesia e o apoio do governo às camadas lideradas pelos sindicatos
socialistas;

e) do coletivismo pregado pelos marxistas.
03. (FUVEST) Em seu famoso painel Guernica, Picasso registrou a trágica destruição dessa cidade basca por:
a) ataques de tropas nazistas durante a Segunda Guerra Mundial;
b) republicanos espanhóis apoiados pela União Soviética durante a Guerra Civil;
c) forças do Exército Francês durante a Primeira Guerra Mundial;
d) tropas do governo espanhol para sufocar a revolta dos separatistas bascos;
e) bombardeio da aviação alemã em apoio ao general Franco contra os republicanos.

04. (FUVEST) “Mas um socialismo liberado do elemento democrático e cosmopolita cai como uma luva para
o nacionalismo.” Esta frase de Charles Maurras, dirigente da Action Française, permite aproximar pensamento da ideologia:

a) fascista
b) liberal
c) socialista
d) comunista
e) democrática

05. (UFES) A Guerra Civil Espanhola (1936 – 1939), em que mais de 1 milhão de pessoas perdeu a vida, terminou com a derrota dos republicanos e com a subida ao poder do general Francisco Franco. O Estado Espanhol, após a vitória de Franco, caracterizou-se como:
a) democrático com tendências capitalistas;
b) democrático com tendências socialistas;
c) populista de esquerda;
d) totalitário de direita;
e) totalitário de esquerda.

06. (FGV) Entre as duas Guerras Mundiais (1919 – 1939), ocorreram alguns fatos históricos relevantes. Merecem destaque a:
a) ascensão da República de Weimar, a eclosão da Guerra da Coréia e a proclamação da república do Egito;
b) quebra da Bolsa de Nova Yorque, a proclamação da República Popular da China e a criação do estado de
Israel;

c) deflagração da guerra entre Grécia e Turquia, a eleição  de presidentes socialistas na França e em Portugal e a constituição do Pacto de Varsóvia;
d) ascensão do nazismo na Alemanha, o início da Nova Política Econômica na Rússia e a deflagração da
Guerra Civil na Espanha;

e) ascensão do fascismo italiano, a criação do Mercado Comum Europeu e a invasão do Afeganistão pela
União Soviética.

07. (FUVEST) A ascensão de Hitler ao poder, no início dos anos trinta, ocorreu:
a) pelas mãos do Exército Alemão, que quis desforrar-se das humilhações impostas pelo Tratado de Versalhes;
b) através de uma  ação golpista, cuja ponta de lança foram as forças paramilitares do Partido Nazista;
c) em conseqüência de uma aliança entre os nazistas e os comunistas;
d) a partir de sua convocação pelo presidente Hindenburg para chefiar uma coalizão governamental;
e) através de uma mobilização semelhante à que ocorreu na Itália, com a marcha de Mussolini sobre Roma.

08. 1. “Ao contrário das velhas organizações que vivem fora do Estado, os nossos sindicatos fazem parte
do Estado.” (Mussolini)

2. “Defender os produtores significa combater os parasitas. Os parasitas do sangue, em primeiro
lugar os socialistas, e os parasitas do trabalho, que podem ser burgueses ou socialistas.”  (Mussolini)

3. “Mesmo neste momento, tenho a sublime esperança de que um dia chegará a hora em que essas
tropas desordenadas se transformarão em batalhões, os batalhões em regimentos e os regimentos em divisões.” (Hitler)

4. “Aqueles que governam devem saber que têm o direito de governar porque pertencem a uma raça
superior.” (Hitler)

Nas citações acima, encontramos algumas das principais características do nazismo e do fascismo. Identifique-as, ordenadamente, nas alternativas abaixo:
a) Expansionismo, nacionalismo, romantismo, idealismo.
b) Corporativismo, anticomunismo, militarismo, racismo.
c) Totalitarismo, socialismo, esquadrismo, anti-semitismo.
d) Liberalismo, comunismo, antimilitarismo, corporativismo.
e) Pacifismo, não-intervencionsimo, industrialismo, anti-semitismo.

09. Por mais de um século, a Espanha estivera dividida entre grupos hostis de reacionários, monarquistas e
religiosos de um lado, e liberais burgueses, anticlericais e socialistas do outro. Em 1931, uma revolução instalou a República e foram promulgadas severas leis contra o Exército, os latifundiários e a Igreja. Em julho de 1936, no entanto, irrompeu a contra-revolução, levando a uma guerra civil que se prolongou por cerca de três anos e que teve como principal conseqüência:

a) a vitória das forças democráticas e da monarquia parlamentar sob o comando do rei Juan Carlos;
b) a ascensão do socialismo, que vigorou até meados da década de 70;
c) a implantação do franquismo, com o apoio da Itália e da Alemanha;
d) o triunfo das forças populares, que levou à união nacional e pôs fim às rivalidades entre os habitantes do país;
e) o enfraquecimento da Espanha e sua submissão à França e Inglaterra.

10.
“Quando a crise estourou, o governo do presidente Hoover, do Partido Republicano, adotou uma
atitude passiva, de acordo com o sistema liberal dominante nos Estados Unidos. Mas os anos
passaram e a crise permaneceu. Viu-se então que os empresários americanos e o governo
republicano que os representava não seriam capazes de solucioná-la. Nas eleições presidenciais, os
republicanos apresentaram a candidatura de Herbert Hoover à reeleição, mas ele foi derrotado pelo
candidato dos democratas.”

O candidato vencedor foi:
a) John Kennedy
b) George Washington
c) Woodrow Wilson
d) Fraklin Roosevelt
e) Harry Truman

Respostas:

01. A
02. A
03. E
04. A
05. D
06. D
07. D
08. B
09. C
10. D

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