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sexta-feira, fevereiro 19, 2016

Iluminismo

Introdução
O Iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu durante o século XVII na Europa, e pregava maior liberdade econômica e política. O Iluminismo era apoiado pela burguesia, pois os pensadores e os burgueses tinham interesses comuns. As críticas do movimento ao Antigo Regime eram em vários aspectos como: Mercantilismo (intervenção na economia); Absolutismo monárquico (proteção a nobreza); Poder da igreja (verdades reveladas pela fé). O Iluminismo defendia a liberdade econômica (ou seja, sem a intervenção do Estado na economia), o avanço da ciência e da razão (Antropocentrismo) e o predomínio da burguesia e seus ideais. Foi neste contexto que teve inicio a “revolução Iluminista” onde serão discorridos a seguir seus ideais, seus idealizadores bem como sua influência na formalização de um novo contexto dentro antiga sociedade e as futuras também.
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Iluminismo
No século XVIII, uma nova corrente de pensamento começou a tomar conta da Europa defendendo novas formas de conceber o mundo, a sociedade e as instituições. O chamado movimento iluminista aparece nesse período como um desdobramento de concepções desenvolvidas desde o período renascentista, quando os princípios de individualidade e razão ganharam espaço nos séculos iniciais da Idade Moderna. O iluminismo foi um movimento global, ou seja, filosófico, político, social, econômico e cultural, que defendia o uso da razão como o melhor caminho para se alcançar a liberdade, a autonomia e a emancipação. No século XVII o francês René Descartes concebeu um modelo de verdade incontestável. Segundo este autor, a verdade poderia ser alcançada através de duas habilidades inerentes ao homem: duvidar e refletir. Nesse mesmo período surgiram proeminentes estudos no campo das ciências da natureza que também irão influenciar profundamente o pensamento iluminista. O centro das idéias e pensadores Iluministas foi a cidade de Paris. Entre outros estudos destacamos a obra do inglês Isaac Newton. Por meio de seus experimentos e observações, Newton conseguiu elaborar uma série de leis naturais que regiam o mundo material. Tais descobertas acabaram colocando à mostra um tipo de explicação aos fenômenos naturais independente das concepções de fundo religioso. Dessa maneira, a dúvida, o experimento e a observação seriam instrumentos do intelecto capazes de decifrar as “normas” que organizam o mundo. Tal maneira de relacionar-se com o mundo, não só contribuiu para o desenvolvimento dos saberes no campo da Física, da Matemática, da Biologia e da Química. O método utilizado inicialmente por Newton acabou influenciando outros pensadores que também acreditavam que, por meio da razão, poderiam estabelecer as leis que naturalmente regiam as relações sociais, a História, a Política e a Economia.Um dos primeiros pensadores influenciados por esse conjunto de idéias foi o britânico John Locke. (1632-1704) Ele foi um dos principais representantes da revolução ideológica iluminista e teve como principal obra o Segundo tratado do governo civil. Para ele, contemporâneo da Revolução Gloriosa, os homens possuem a vida, a liberdade e a propriedade como direitos naturais. Para preservar esses direitos, deixaram o “estado de natureza” e estabeleceram um contrato entre si, criando o governo e a sociedade civil. Assim, os governos teriam por finalidade respeitar os direitos naturais e, caso não o fizessem, caberia à sociedade civil o direito de rebelião contra o governo tirânico. Para Locke, “[...] ao governante não lhe caberia jamais o direito de destruir, de escravizar, ou de empobrecer propositadamente qualquer súdito; as obrigações das leis naturais não cessam, de maneira alguma, na sociedade; tornam-se até mais fortes em muitos casos”. Sobre o entendimento humano, definiu sua filosofia, afirmando que todo o conhecimento se faz com a própria capacidade intelectual do homem e se desenvolve mediante sua atividade. O filósofo negava assim, o direito dos governantes ao autoritarismo e à aplicação do direito divino, além de outras prerrogativas fundamentadas em preconceitos. Barão de Montesquieu (1689-1755) – fez parte da primeira geração de iluministas. Sua obra principal foi “O espírito das leis” no ano de 1748 em que sistematizou a teoria da divisão de poderes (legislativo, executivo e judiciário). O equilíbrio entre os três poderes poderia conceber um Estado onde as leis não seriam desrespeitadas em favor de um único grupo. A independência desses poderes era contrária a do governo absolutista, onde o rei tinha completa liberdade de interferir, criar e descumprir as leis. Antes mesmo de a sociologia surgir, Montesquieu levantou questões sociológicas, e foi considerado um dos precursores da sociologia. Essa supremacia do poder real foi fortemente atacada pelo francês Voltaire (1694-1778) – Crítico da religião e da Monarquia, Voltaire é o homem símbolo do movimento iluminista. Foi um grande agitador, polêmico e propagandista das idéias iluministas, defendeu uma monarquia esclarecida, um governo baseado nas idéias dos filósofos. Para ele, a interferência religiosa nos assuntos políticos estabelecia a criação de governos injustos e legitimadores do interesse de uma parcela restrita da sociedade. Sem defender o radical fim das monarquias de sua época, acreditava que os governos deveriam se inspirar pela razão tomando um tom mais racional e progressista. Apesar de ferrenho crítico da igreja, era deísta: acreditava na presença de Deus na natureza e no homem, bastando a razão para encontrá-lo. Segundo historiadores, as correspondências de Voltaire eram concluídas sempre com o mesmo termo: Écrasez l’Infâme (Esmagai a infame). A infame a que se referia era a Igreja católica. Sua principal obra foi “Cartas Inglesas”. Outro importante pensador do movimento iluminista foiJean-Jacques Rousseau (1712-1778) – que criticava a civilização ao apontar que ela expropria a bondade inerente ao homem. Para ele, a simplicidade e a comunhão entre os homens deveriam ser valorizadas como itens essenciais na construção de uma sociedade mais justa. Entretanto, esse modelo de vida ideal só poderia ser alcançado quando a propriedade privada fosse sistematicamente combatida. Ele redigiu alguns verbetes para a Enciclopédia. Suas idéias eram por vezes contrárias as dos seus colegas iluministas, o que lhe rendeu a fama de briguento. Sua principal obra foi “Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens”. Esses primeiros pensadores causaram grande impacto na Europa de seu tempo. No entanto, é de suma importância destacar como a ação difusora dos filósofos Diderot e D’Alembert foi fundamental para que os valores iluministas ganhassem tamanha popularidade. Em esforço conjunto, e contando com a participação de outros iluministas, esse dois pensadores criaram uma extensa compilação de textos da época reunidos na obra “Enciclopédia”.
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Enciclopédia
A Enciclopédia constitui um resumo do pensamento iluminista e fisiocrata. As idéias que surgiram para a sua elaboração foram: a valorização da razão, como substituto da fé; a valorização da atividade científica, apresentada como meio para se alcançar um mundo melhor; a crítica à Igreja católica, ao clero, pelo comprometimento com o Estado absoluto; o predomínio do deísmo, crença em Deus como força impulsionadora do universo. Constituída de 35 volumes, contou com o trabalho de 130 colaboradores: Denis Diderot (1713-1784) – Era filósofo e dedicou parte de sua vida à organização da primeira Enciclopédia, sendo essa a sua principal contribuição. Jean d’Alembert (1717-1783) – Escreveu e ajudou na organização da enciclopédia. Montesquieu contribuiu com um artigo sobre estética; Quesnay e Turgot versaram sobre economia; Rousseau discorreu sobre música e Voltaire e Hans Holbach sobre filosofia, religião e literatura. Embora pretendesse mostrar a unidade íntima entre a cultura e o pensamento humano, as opiniões de seus autores divergiam muito. Dessa forma, a Enciclopédia acabou sendo principalmente um instrumento divulgador dos ideais liberais na política e na economia.
O Despotismo Esclarecido
O surgimento das teorias iluministas serviu de base para a maioria dos argumentos que criticaram a vigência dos regimes absolutistas europeus. Por conta de suas justificativas religiosas e a opressão do poder centralizado, o regime monárquico era visto como um enorme entrave para o desenvolvimento de uma sociedade igualitária e racional. Dessa forma, podemos chegar ao ponto de acreditar que os regimes absolutistas tinham completa aversão às teorias do iluminismo. Apesar de coerente, essa impressão não refletiu certeiramente as diferenças perceptíveis nas obras de alguns iluministas. Voltaire, por exemplo, apesar de defender a limitação dos poderes atribuídos ao Estado, não via com bons olhos a ampliação das instâncias de participação política da população. Contrário à transformação política radical, prefere que as monarquias sejam reformadas ao adotarem princípios de orientação sustentados pela lógica e pela razão. Não por acaso, essa idéia apontada pelo autor francês trilhou o caminho pelo qual diversos monarcas da Europa permitiriam a incursão de assessores e ministros influenciados pelo ideário iluminista. Entre outras mudanças, as reformas estabelecidas por esses funcionários tinham como objetivo modernizar o funcionamento do Estado, racionalizar a administração, a taxa de impostos, ampliarem o número de instituições de ensino e possibilitar o desenvolvimento da economia nacional. Curiosamente, o despotismo esclarecido parecia fazer uma escolha pontual das idéias do iluminismo, afastando qualquer tipo de medida que viesse a ameaçar ou diminuir a autoridade do rei em seu país. Além disso, no momento em que pregava a expansão das atividades econômicas, o despotismo esclarecido acabou amenizando as tensões políticas que pudessem se colocar entre a burguesia e a realeza. Observado o desenvolvimento de tal tendência na Europa, podemos compreender que a penetração de valores iluministas nos governos monárquicos não aconteceu de forma semelhante. Na França, o amplo poder real e a irredutibilidade mediante as manifestações populares criaram o ambiente de tensões que desembocou no desenvolvimento da Revolução de 1789. Décadas mais tarde, as outras monarquias ruíram por meio da inspiração francesa. Entre os principais governos marcados pelo despotismo esclarecido, podemos destacar os monarcas Catarina II da Rússia, Dom José II de Portugal (influenciado pelo ministro Marquês de Pombal), Frederico II da Prússia, José II da Áustria e Carlos III da Espanha (orientado pelos conselhos do ministro Conde de Aranda).
Bibliografia:
VICENTINO, Claudio. História geral/Claudio Vicentino. – Ed.atual. e ampl.- São Paulo: Scipione, 1997.
PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental: geral e Brasil, integrada/Antonio Pedro; (ilustrações de José Vitor Mazzeo Viana). – São Paulo: FTD, 1997

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