Translate

quinta-feira, março 24, 2016

Saiba mais sobre essa data tão importante.

bannerpascoa
A maior festa cristã tem origem judaica. A Páscoa, que hoje muitos conhecem apenas pelo feriado em que se consome muito chocolate, é uma celebração histórica importante, que representa a renovação da fé e da vida. Mas por que, então, o coelho e o ovo viraram símbolos dessa tradição?
Os coelhos são animais que, assim como os seres humanos, apresentam dimorfismo sexual, isto é, características diferentes entre homens e mulheres da mesma espécie. Além de serem extremamente prolíferos, estão aptos a fecundar e gestar a partir dos cinco meses de vida. Cada gestação dura em torno de 28 a 32 dias, e aos 40, as coelhas já estão prontas a fecundar novamente. Este ciclo de reprodução tão ágil e rápido é o que faz do coelho um símbolo de fertilidade. Enquanto as mulheres humanas liberam um ou dois óvulos a cada ciclo menstrual, as coelhinhas produzem cerca de 9,6 ovócitos e podem gerar até 10 filhotes por ninhada.
Tradições diversas
Embora reproduzam o ano todo, os coelhos costumam ser mais férteis na primavera, e essa é mais uma razão para estarem associados às festividades da Páscoa, pois são os primeiros a abandonarem suas tocas com a chegada das flores. Segundo a tradição judaica, onde surgiu a Pessach (Passagem) ou festa de Páscoa, este é um rito em que se comemora a passagem do inverno para a primavera no hemisfério norte e trata-se de uma celebração pastoril, onde eram sacrificados cordeiros em oferendas a Deus, em demonstração à gratidão pelas novas pastagens verdes. Ela também é uma referência à saída dos judeus do Egito e sua chegada a terra prometida sob a liderança de Moisés, que os libertou da escravidão. Já o ovo, também símbolo de fertilidade para algumas culturas, aqui é utilizado para simbolizar o povo de Israel, e sua identidade e unidade, uma vez que é um dos poucos alimentos que depois de cozido não perde a forma. 
Para os que seguem a Jesus Cristo, a simbologia foi aderida e adaptada. O ovo de chocolate utilizado para popularizar a festa dentro da tradição cristã remonta a ressurreição de Cristo e a renovação da vida.
O coelho, no entanto, foi trazido para o Brasil pelos imigrantes alemães no final do século XVII. De acordo com a tradição germânica, este animal fecundo era também um dos símbolos da deusa da fertilidade Ostara. O culto à esta deusa mítica era comumente celebrado durante a primavera, num ritual pagão, e consistia na tradição de entregar ovos de galinha pintados à mão para as crianças.
O islamismo, uma das maiores religiões do planeta ao lado do cristianismo e do judaísmo, não comemora a Páscoa pois não acredita na ressurreição do messias. Para os muçulmanos, Jesus foi um profeta, vítima de seus inimigos que tentaram crucificá-lo mas não conseguiram pois Deus o salvou e o elevou para si. Mesmo assim, muitos muçulmanos, para quem todas as sextas-feiras são santas, agradecem o feriado pois nesta ocasião todos podem se reunir na mesquita para orar em congregação.
Celebração em comum
Não importa se a sua religião celebra ou não essa festa. Tampouco se o que predomina na sua crença é a libertação dos hebreus ou a ressurreição de Cristo, mas que seja, sim, um feriado de reflexão e união para todos os povos e que, mais do que chocolates, possamos presentear uns aos outros com a tolerância e o respeito pela diversidade religiosa e pela vida. 
Revista Mundo Jovem - 23/03/2016

Nenhum comentário:

CONVITE AO DEBATE