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segunda-feira, maio 30, 2022

CONSTRUÇÃO DE ELEMENTOS NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM

 Esta unidade tem por objetivos:

• reconhecer a formação inicial como essencial para sua vida profissional;

• identificar os diferentes tipos de saberes docente;

• perceber a necessidade do formar-se continuamente;

• reconhecer o Planejamento como base de seu trabalho pedagógico;

• conhecer os diversos tipos de Planejamento e sua funcionalidade;

• identificar os conteúdos de ensino e sua função.

TÓPICO 1FORMAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR

1 INTRODUÇÃO

Caro acadêmico! Estamos dando continuidade aos nossos estudos em nossa linha do tempo. Até o momento vimos que o papel do professor dentro do contexto ensino-aprendizagem é de grande importância, dando assim, a cada um de nós, o entendimento de que “Ser Professor” não é tão simples, mas também não tão difícil.

Percebemos que a avaliação é uma peça também de extrema importância no processo de ensino e aprendizagem.

Descobrimos que a identidade do professor é construída a todo instante, e muitas vezes descontruída, pois para sermos vistos como professores temos que buscar, a todo instante, novos conhecimentos que venham abarcar nosso trabalho pedagógico. Este é um dos pontos a ser analisado e refletido agora: a formação do professor(a). Como ela ocorre? Que caminhos são necessários para uma formação eficaz? Que instrumentos são necessários para um ensino de qualidade e reflexivo? Quem são os sujeitos deste processo?

Além disto, estaremos conversando sobre o processo ensino e aprendizagem, o que precisamos saber para realizar nosso trabalho em sala de aula? Será que nossa vida profissional termina a cada batida de sinal? Deixamos tudo na escola e retornamos à nossa casa despreocupados?

Outro ponto a ser salientado são os programas, os planos, que alicerçam nosso trabalho pedagógico. São muitas as ações, os planos, as técnicas que serão apresentadas a partir deste momento. Então, vamos seguir nossa formação docente!

2 A FORMAÇÃO INICIAL DO PROFESSOR

Quando falamos em formação do professor, nos remetemos ao que você, acadêmico, está realizando, buscando sua formação para num futuro próximo ser professor, ou já sendo professor, buscando maiores conhecimentos que possam abarcar seu trabalho pedagógico. Você encontra-se em um momento de formação, de busca de novos conhecimentos, para a partir destes, construir seus conceitos, reconhecer as tendências, os processos de ensino-aprendizagem que irão auxiliá-lo no trabalho pedagógico.

Esta é uma caminhada inicial, também conhecida como formação inicial. Formação inicial (acadêmica), em muitos momentos, nos pode parecer como a salvação de todos os problemas existentes em sala de aula, mas infelizmente não é.

Na formação inicial, o acadêmico recebe conhecimentos relacionados aos fundamentos pedagógicos, históricos, técnicas de trabalho escolar, formação teórico-prática, métodos, idealizados por vários educadores, pensadores, entre outros. Isso já foi visto na Unidade 1.

Os conhecimentos adquiridos nestes anos de vida acadêmica são de extrema importância, pois o auxiliarão de alguma maneira a se perceber como sujeito deste processo e identificar-se com o espaço escolar em que atua. Se ainda não atua, pode realizar este mesmo movimento, mas observando que tudo o que está sendo visto deverá ser analisado, refletido e modificado, a partir das futuras atividades educacionais que você irá viver, principalmente, relacionando-as aos estágios que serão realizados no decorrer de sua vida acadêmica.

FIGURA 18 - FORMAÇÃO INICIAL

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FONTE: Disponível em: <http://gre-garanhuns.blogspot.com.br/2015/11/inscricoes-abertas-para-curso-de.html>. Acesso em: 28 jan. 2016.

Podemos buscar em Silva (2012, p. 1) o papel que o professor deve ter no momento de sua formação inicial e em todo seu caminho profissional, que é de “repensar, refletir, indagar e inferir sobre a sua postura quanto à prática de ensino”.

A universidade lhe dá meios, condições de busca de uma formação que seja adequada e que abarque todas as possibilidades de fortalecimento de sua formação e de interação com o meio em que você está enquanto professor, ou acadêmico. O objetivo da universidade é de fazer com que a teoria seja integrada com a prática diária.

Em muitos momentos, você terá alguma dificuldade. Isso é normal para quem inicia o processo de ensino-aprendizagem. Mesmo quem está há mais tempo, acaba encontrando-se em constante questionamento. Para ser professor(a) precisamos mesmo é de calma, ética, consciência pedagógica e competência, conforme nos apresentou Candau (2012) quando falou de uma didática fundamental, preocupada não só com o instrumental (técnicas), mas no ser humano como um todo (técnico, humano e político).

Silva (2012, p. 1) apresenta ideias desenvolvidas por Pimenta que retratam a preocupação com a formação inicial do professor e sua vida profissional, assim comentado:

[...] a autora ressalta uma discussão interessante que é sobre a disparidade existente entre formação inicial do educador e realidade em prática do educador. Sabemos que é mais do que veracidade o fato dos professores vivenciarem e executarem tarefas ou atividades totalmente diferentes das aprendidas na formação inicial. Tal motivo pode ser acarretado pela falta de associação entre o ensino superior e a realidade existente no campo da prática escolar, onde é muito mais conveniente estudar teóricos na casta universitária alegando ser tudo aquilo um modelo ideal, do que conhecer de perto a realidade escolar nacional e tentar construir uma teoria prática para mudar tal realidade, ou pelo menos habituar e preparar o "noviço professor" a tal realidade. Dessa forma haveria uma considerável suavização do impacto vivenciado pelos professores ao adentrar as portas da educação pública atual, campo de magistério da maioria dos professores que terminam sua formação inicial.

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Se observarmos, esta é uma realidade que precisa ser modificada, mas neste caderno como nos demais que estará recebendo, estaremos auxiliando você neste processo, dando a possibilidade de realizar este movimento de troca de experiências e de busca de possibilidades.

Percebe-se que a formação do professor deve ultrapassar o espaço acadêmico, saindo das paredes da universidade, e levando em conta o meio social em que você, acadêmico, se encontra, observando que você e a escola não são uma ilha, que em seu entorno há vida, a qual é rica e precisa ser observada, analisada, e levada à sala de aula. E que na formação acadêmica que construímos possamos encontrar meios para uma relação teoria e prática mais atual e fortificada.

Conforme Freire (2002, p. 25): “É preciso que, [...] desde o começo do processo, vá ficando cada vez mais claro que, embora diferentes entre si, quem forma se forma e (re)forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado”.

Explicando um pouco mais, pode-se dizer que o ensinar não é uma transferência de conhecimentos ou conteúdos, “nem formar é ação pela qual um sujeito criador dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado” (FREIRE, 2002, p. 25). É compreender que ao aprender ocorre uma troca. Essa troca torna os sujeitos construtores de novas ideias. Todos aprendem e ensinam. Ninguém perde conhecimentos, todos constroem e reconstroem suas ideias. E isso precisa ocorrer em todos os momentos de nossa vida profissional. Você que está construindo seu conhecimento, ao participar dos encontros com seus colegas e tutor, ao ler seu Caderno de Estudos, ao refletir, realiza este movimento de construção pedagógica.

É importante elucidar, que formar traz em seu núcleo o sentido de que buscamos produzir algo, somos geradores de novos conhecimentos, nos inteiramos com o meio social em que está inserida a escola, realizamos o que Paulo Freire (2002, p. 25) apregoa: “Quem ensina aprende ao ensinar, e quem aprende ensina ao aprender. Quem ensina, ensina alguma coisa a alguém”. Isso Paulo Freire (1996, p. 15) nos coloca muito claro quando diz que “[...] formar é muito mais que treinar”. Para isso, é necessário que se ultrapasse o ensino fragmentado, e se busque sempre no diálogo, na troca de informações uma formação profissional sólida.

3 O FORMAR-SE NO COTIDIANO PROFISSIONAL

Caro acadêmico! Quando finalizar seu curso de Pedagogia, você estará recebendo uma titulação que fará de você um professor ou um professauro. Lembra-se disso? Vimos na Unidade 1.

Receber seu diploma não significa que tenha adquirido todos os conhecimentos necessários para sua caminhada profissional. É preciso perceber-se como alguém em constante transformação. Esta transformação vem carregada de buscas e reflexões que podemos denominar como formar-se.

A palavra formar-se indica que estamos, enquanto profissionais da educação ou a nível pessoal, envolvidos com a busca incessante de conhecimentos, a troca de informações e a procura integral do ser humano. Investigações essas que nos auxiliam na manutenção de uma estrutura pedagógica e de vida de qualidade. Ao formar-nos encontramos muitas ideologias, as quais são determinadas pelo momento histórico e/ou por tendências, as quais devem ser analisadas pelo professor para que se perceba se esta ideologia (sistema de ideias) ou tendência auxilia ou não em seu processo de ensino e aprendizagem.

Quando nos encontramos inseridos no sistema educacional, nos deparamos com muitas formas novas de construções do conhecimento, técnicas e teorias. Elas aparecem em livros, congressos, seminários e na formação continuada. Somente a leitura de livros não é suficiente para que tenhamos qualidade de ensino. Conforme Nóvoa (2001, p. 1) em entrevista para a Revista Nova Escola:

[...] há dois polos essenciais: o professor como agente e a escola como organização. A preocupação com a pessoa do professor é central na reflexão educacional e pedagógica. Sabemos que a formação depende do trabalho de cada um. Sabemos também que mais importante do que formar é formar-se; que todo o conhecimento é autoconhecimento e que toda a formação é autoformação. Por isso, a prática pedagógica inclui o indivíduo, com suas singularidades e afetos. 

Com estas palavras do Professor Antônio Nóvoa podemos perceber que o formar-se é algo essencial, que deve ocorrer ininterruptamente em nosso desenvolvimento profissional e pessoal. Não podemos permanecer estagnados, engessados. Lembra-se da metáfora do Professor Celso Antunes sobre Professor e Professauro? Afinal, queremos ser qual tipo de profissional?

Formar-se implica responsabilidade de todo o corpo escolar. A escola precisa buscar mudanças institucionais. Observar em sua estrutura se a filosofia que possui é coerente com a realidade do entorno escolar. Com relação à participação da escola neste processo de formação continuada, professor Nóvoa 2001, p. 1) nos diz que:

O desenvolvimento pessoal e profissional depende muito do contexto em que exercemos nossa atividade. Todo professor deve ver a escola não somente como o lugar onde ele ensina, mas onde aprende. A atualização e a produção de novas práticas de ensino só surgem de uma reflexão partilhada entre os colegas. Essa reflexão tem lugar na escola e nasce do esforço de encontrar respostas para problemas educativos. Tudo isso sem cair em meras afirmações retóricas. Nada vai acontecer se as condições materiais, salariais e de infraestrutura não estiverem devidamente asseguradas. O debate sobre a formação é indissociável das políticas de melhoria das escolas e de definição de uma carreira docente digna e prestigiada.

A partir desta fala, observa-se que o formar-se de cada professor depende inicialmente de sua vontade, deve emergir de seu interior. Lembra-se dos conceitos de motivar e incentivar? Cabe aqui esta aplicação.

A escola é um espaço que precisa incentivar seus profissionais através de mudanças institucionais já mencionada anteriormente.

Sabemos que tanto governos como escola precisam estar em sintonia e dando condições também físicas (infraestrutura) e incentivo à carreira. Mas novamente, somente isso não é suficiente, é preciso que o professor também busque suas mudanças, dê novo significado ao processo de ensino-aprendizagem e se identifique como professor. Junto a este processo, encontramos no Ministério da Educação, diversas ações desenvolvidas no campo da formação dos professores como nos afirma Libâneo (2012, p. 284-285), dando a nós professores a possibilidade de formação através da “Plataforma Freire, o Portal do Professor, o Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor), a Lei do Piso Salarial da Carreira Docentes e as Diretrizes da Carreira Docente e a Formação de Professores a Distância”.

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Estas ações são encontradas nos seguintes endereços eletrônicos:

<http://portal.mec.gov.br/portal-do-professor>.

<http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=13829:veja-passo-a-passo-como-usar-a-plataforma-freire>.

Com estas informações você poderá inteirar-se melhor dos programas desenvolvidos pelo Governo Federal e oferecidos a nós, professores. Sempre lembrando, que nós professores precisamos buscar as informações, sermos curiosos. Inteirar-se do processo é mais um passo para uma formação eficaz.

É preciso que cada professor realize uma autorreflexão sobre como sua formação está sendo ativa para seu trabalho em sala de aula. Isso tem influência? Tem. E como afirma Nóvoa (2001, p. 1) em entrevista a Paola Gentile:

Historicamente, os docentes desenvolveram identidades isoladas. Falta uma dimensão de grupo, que rejeite o corporativismo e afirme a existência de um coletivo profissional. Refiro-me à participação nos planos de regulação do trabalho escolar, de pesquisa, de avaliação conjunta e de formação continuada, para permitir a partilha de tarefas e de responsabilidades. As equipes de trabalho são fundamentais para estimular o debate e a reflexão. É preciso ainda participar de movimentos pedagógicos que reúnam profissionais de origens diversas em torno de um mesmo programa de renovação do ensino. 

A busca do diálogo como meio de mudanças dentro da equipe escolar e da formação do professor é essencial.

FIGURA 19 - DIÁLOGO COMO PROCESSO DE MUDANÇA

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FONTE: Disponível em: <http://escolas.madeira-edu.pt/ebspdffbranco/Forma%C3%A7%C3%A3o/tabid/12533/Default.aspx>. Acesso em: 28 jan. 2016.

Nesta perspectiva de formar-se, podemos compreender que cabe ao professor buscar em seu interior a necessidade da mudança, construir seu conhecimento de maneira que auxilie em sua vida pessoal e profissional. O formar-se é uma atividade individualizada que emerge na busca de outros que também querem sentir-se e ver-se como professores. Um professor que busca formar-se implica perceber-se como um ser em transformação. E para que seus alunos e seu trabalho em sala estejam coerentes com as necessidades do coletivo é preciso, como afirma Paulo Freire (2002, p. 29): “[...] a presença de educadores e de educandos criadores, instigadores, inquietos, rigorosamente curiosos, humildes e persistentes”. Para conseguir uma transformação em seu processo ensino e aprendizagem, o professor necessita estar aberto a novos conhecimentos, sabendo realizar uma discussão baseada no seu entendimento e na curiosidade pedagógica.

Caro acadêmico, junto ao que se viu até o momento, podemos entender que a formação ocorre individual e coletivamente e pode ser ofertada pelos sistemas governamentais (MEC, Secretarias de Educação – estaduais ou municipais, gestores), e são denominadas como formação continuada ou permanente. Esta formação é realizada em nível nacional que possui o objetivo, conforme apresentado no Portal do Ministério da Educação, Portal do Brasil (2015, p. 1): “[...] de contribuir para a melhoria da formação dos professores e alunos. O público-alvo prioritário da rede são professores de educação básica dos sistemas públicos de educação”. Estas formações são realizadas em conjunto com:

As instituições de ensino superior públicas, federais e estaduais que integram a Rede Nacional de Formação de professores, produzem materiais de orientação para cursos a distância e semipresenciais, com carga horária de 120 horas. Assim, elas atuam em rede para atender às necessidades e demandas do Plano de Ações Articuladas (PAR) dos sistemas de ensino.

As áreas de formação são: alfabetização e linguagem, educação matemática e científica, ensino de ciências humanas e sociais, artes e educação física. (PORTAL DO BRASIL, 2015, p. 1).

Formações como essas são importantes e encontramos afirmações a respeito no documento do 4º CONFEP (Congresso Norte Paranaense de Educação Física Escolar) no qual, Chimentão (2009, p. 3):

A formação continuada de professores tem sido entendida como um processo permanente de aperfeiçoamento dos saberes necessários à atividade profissional, realizado após a formação inicial, com o objetivo de assegurar um ensino de melhor qualidade aos educandos. Ressaltamos que a formação continuada não descarta a necessidade de uma boa formação inicial, mas para aqueles profissionais que já estão atuando, há pouco ou muito tempo, ela se faz relevante, uma vez que o avanço dos conhecimentos, tecnologias e as novas exigências do meio social e político impõem ao profissional, à escola e às instituições formadoras, a continuidade, o aperfeiçoamento da formação profissional. Mas, para que realmente a formação continuada atinja seu objetivo, precisa ser significativa para o professor.

Quando falamos em uma formação significativa estamos nos remetendo ao processo de autoavaliação do professor e da busca de uma didática fundamental, onde o teórico, humano e político se unem para a transformação da sociedade.

Candau (2003, p. 150) afirma que a formação continuada deve ser vista: “como um trabalho de reflexividade crítica sobre as práticas e de (re)construção permanente de uma identidade pessoal e profissional, em interação mútua”.

A partir destas definições de formar e formar-se e de formação continuada, pode-se entender que o processo ensino-aprendizagem terá sucesso se cada professor possuir o desejo de buscar informações e transformá-los em conhecimentos em relação à estrutura pedagógica, para seus trabalhos em sala de aula tornarem-se de qualidade. Para que isto ocorra, são observados também os saberes docentes. Mas, o que são saberes docente? Vamos compreender!

4 SABERES DOCENTE

Sabemos que as informações nos chegam ininterruptamente e, enquanto professores, precisamos buscar informações para, posteriormente, transformá-las em conhecimentos, os quais com o passar do tempo transformam-se em saberes acumulados.

Com isso, os saberes docentes, são compreendidos como o resultado do saber acadêmico que perpassa pelo científico e o social. Cabe salientar que o professor “é constituído de diferentes saberes” (LIMA, 2008, p. 1). E estes saberes foram apresentados no Seminário de Pesquisa sobre o Saber Docente (1996, p. 11) por Tardif e Gauthier como: “um saber composto de vários saberes oriundos de fontes diferentes e produzidos em contextos institucionais e profissionais variados”.

Cada profissional da educação precisa estar a todo o momento construindo e reconstruindo seus saberes. Sabemos que possuímos os saberes acumulados, mas esses não podem ser entendidos como algo individualizado, fechado. Precisam ser vivenciados, modificados e ressignificados.

Para (PIMENTA 1999 apud CUNHA, 2007 p. 7-8):

A mobilização dos ‘saberes dos professores’, referidos por ela como ‘saberes da docência’, é um passo importante para mediar o processo de construção da identidade profissional dos professores. Sob este aspecto, indica que esses saberes são constituídos por três categorias: os saberes da experiência, os saberes do conhecimento – referidos os da formação específica (matemática, história, artes, etc.) e, os saberes pedagógicos, aqui entendidos como os que viabilizam a ação do ‘ensinar’. Neste sentido, para a autora, as três categorias identificam o que é necessário saber para ensinar.

Pimenta (1997) nos apresenta três categorias. Utilizaremos, a partir deste momento, os saberes pedagógicos, entendidos como necessários para a “ação de ensinar”. Esta ação de ensinar não pode ficar restrita às técnicas de ensino, mas que sejam conforme Pimenta (1997, p. 10) uma ligação entre a teoria e a prática, envolvendo todos os saberes, pois “a prática dos professores é rica em possibilidades para a constituição da teoria”. Dessa maneira, a autora nos remete a necessidade de reinventarmos nossos saberes pedagógicos a partir da realidade social.

Nóvoa (1999, p. 9) também nos apresenta o triângulo do conhecimento, onde estão presentes os três grandes tipos de saberes: “o saber da experiência (professores); o saber da pedagogia (especialistas em ciências da educação); e os saber das disciplinas (especialistas dos diferentes domínios do conhecimento)”

FIGURA 20 - TRIÂNGULO DO CONHECIMENTO

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FONTE: Nóvoa (1999)

Frente ao triângulo do conhecimento, Nóvoa (1999) nos apresenta a necessidade de uma visão mais consciente em relação aos saberes e suas ligações. É preciso perceber que todos os saberes não podem ser fragmentados, existe a necessidade de buscarmos uma religação, uma releitura dos saberes e assim deixarmos de lado as depreciações que ocorrem tanto na relação do saber da experiência que já vem com o profissional (a figura do professor); do saber da pedagogia (que retrata somente o saber científico como importante) além das disciplinas (que visualizam seu saber engessado como apropriado no processo ensino-aprendizagem). Precisamos visualizar a tríade que se forma, não desmerecendo nenhuma delas, pois cada uma dá um aporte para a construção de saberes que constroem nosso processo ensino e aprendizagem.

Freire (2002), no livro Pedagogia da Autonomia, nos apresenta subsídios para refletirmos sobre esta temática que pode ser compreendida como a necessidade da relação entre teoria e prática. O professor sendo crítico e reflexivo junto aos saberes acumulados e os novos saberes. O que se observa nesta perspectiva dos saberes docentes, recai sobre a formação inicial, formação continuada que precisa ser compreendida que não é fragmentada, que todos os tipos de saberes são necessários e acabam se pertencendo, criando saberes docentes novos. Cabe reiterar que as formações, independentemente de sua denominação, precisam objetivar a criticidade, a reflexão, a curiosidade pedagógica na formação do ser humano em sua totalidade, conforme Freire (2002).

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Deixamos para você, alguns sites que oferecem o pensamento de educadores que retratam a questão dos saberes docentes. São muito ricos os textos e levam à reflexão. São eles:

<https://blogdonikel.wordpress.com/2015/10/29/saberes-docentes-e-formacao-profissional-segundo-maurice-tardif/>. Intitulado: Saberes docentes e formação profissional, segundo Maurice Tardif.

<http://paraosprofessores.blogspot.com.br/2013/09/resumo-do-livro-paulo-freire-pedagogia.html>. Intitulado: Resumo do livro de Paulo Freire: Pedagogia da autonomia.

Vamos agora buscar dentro dos saberes docentes, os saberes que nos remetem à obtenção de condições para realizar um trabalho pedagógico em sala de aula com qualidade. Para tanto vamos nos utilizar inicialmente de um mecanismo denominado Planejamento.

5 PLANEJAMENTO: ELEMENTO NECESSÁRIO DA AÇÃO DIDÁTICA

Até o momento nos imbuímos de informações que se transformaram em conhecimento, pois refletimos, analisamos, reformulamos e conhecemos muitos conceitos que até o momento não nos eram muito familiares. Pois bem, vimos a importância da formação inicial (acadêmica), a formação continuada e os saberes docentes em seus vários aspectos. Juntamente com estes conhecimentos já adquiridos, vem a nosso encontro, enquanto profissionais da educação, elementos que são essenciais para nossa vida diária em sala de aula. Estes elementos envolvem o planejar.

O planejamento é algo que realizamos a todo o momento em nossas vidas, seja ele em nível pessoal ou profissional. Para entrarmos em sala é preciso que tenhamos planejado muito bem nossas aulas. Este planejamento nos auxilia a ter de maneira organizada tudo o que pretendemos desenvolver durante determinado tempo, seja ele a curto ou a longo prazo. Para tratar desse assunto, vamos nos utilizar de vários autores como Haydt (2006); Libâneo (2011); Candau (2012); Freire (2002), entre outros.

Imagine-se recebendo em sua sala de aula um número de crianças, as quais vem com o objetivo de aprender dentro da educação formal. Isso ocorrerá com você quando iniciar seus estágios obrigatórios. Então fique bem atento a tudo o que será repassado aqui.

É necessário que antes de iniciar as aulas, nos primeiros dias de organização, junto com os demais colegas, você realize o seu planejamento. Essa organização pode-se dar também no momento em que iniciar a preparação de seus planos para realizar seu estágio.

Mas o que é Planejamento?

Segundo Haydt (2006, p. 94), é “um processo mental que envolve análise, reflexão e previsão”. Assim sendo, nos encontramos cotidianamente nos planejando. Este planejamento é necessário para que tenhamos êxito em nosso trabalho pedagógico em sala de aula junto as nossas crianças.

Para que se possa planejar adequadamente determinada ação, precisamos ter em mente algumas perguntas que nortearão este planejamento. São elas:

• O que pretendo obter?

• Em quanto tempo pretendo obter?

• Como posso obter isso?

• Que fazer e como fazer?

• Quais são os recursos indispensáveis?

• O que e como analisar a situação a fim de averiguar se os objetivos foram alcançados?

Essas perguntas são essenciais para que se possa planejar de maneira adequada o que se pretende alcançar. Tendo esta forma de organização, podemos dizer que o planejar é um momento de estudo, onde se buscam meios para chegar a determinado objetivo.

De acordo com Piletti (1998, p. 60), “O planejar é assumir uma atitude séria e curiosa diante de um problema. Assim, posso refletir para decidir quais são melhores alternativas de ação possíveis para alcançar determinados objetivos a partir de certa realidade”.

Para Libâneo (2012, p. 222) o planejamento “é uma atividade de reflexão acerca das nossas opções e ações”. Ainda afirma o autor que:

A ação de planejar, [...] é antes, a atividade consciente de previsão das ações docentes, fundamentadas em opções político-pedagógicas, e tendo como referência permanente as situações didáticas concretas (isto é, a problemática social, econômica, política e cultural que envolve a escola, os professores, os alunos, os pais, a comunidade, que interagem no processo de ensino) (LIBÂNEO, 1994, p. 222).

De acordo com Candau (2012), o professor necessita buscar um planejamento que envolva aspectos técnicos, humanos e políticos. Onde se possa, enquanto professor, desenvolver ações que estejam adequadas à realidade do aluno. Conforme Freire (2002), ações que levem aluno e professor a realizarem uma construção de conhecimentos pautados na ética, na reflexão e na prática cotidiana.

O planejamento é uma ação coletiva, não individualizada, pois a escola necessita de planejamento para que possa funcionar. Deixar tudo na base do “vamos ver” nos leva a grandes desastres educacionais. Ao planejar, chegamos a um plano, este plano nos leva a delimitar os passos e ações a serem desenvolvidos.

Segundo Haydt (2006, p. 95), “O plano é o resultado, é a culminância do processo mental de planejamento. O plano, sendo um esboço das conclusões resultantes do processo mental de planejar, pode ou não assumir uma forma escrita”.

No caso da educação, o planejamento é algo essencial no processo pedagógico e possui níveis, que variam “em abrangência e complexidade”. (HAYDT, 2008, p. 95).

Os tipos de planejamento são:

• Planejamento de um sistema educacional.

• Planejamento escolar.

• Planejamento curricular.

• Planejamento didático ou de ensino que se subdivide em:

a) Planejamento de curso.

b) Planejamento de unidade didática ou de ensino.

c) Planejamento de aula.

Iremos delimitar cada um deles, para sua melhor compreensão. Observe, acadêmico(a) que todas essas formas de planejamento são essenciais para a estrutura educacional. Precisamos ter conhecimento de cada um deles e não podemos esquecer que necessitamos estar “antenados” em relação a tudo o que ocorre na ação pedagógica. Isso relaciona os planejamentos ao que falamos várias vezes; para que se tenha um ensino de qualidade, é preciso saber planejar todos os passos a serem dados no processo ensino-aprendizagem. Desta forma, vamos compreender do que trata o planejamento de um sistema educacional.

5.1 PLANEJAMENTO DE UM SISTEMA EDUCACIONAL

O Planejamento de um sistema educacional é um Planejamento realizado nos três níveis: (nacional, estadual e municipal). Conforme Haydt (2008, p. 95): “Consiste no processo de análise e reflexão das várias facetas de um sistema educacional, para delimitar suas dificuldades e prever alternativas de solução”.

Libâneo (2012, p. 313-314), aponta que o Planejamento nos remete a uma reflexão relacionada ao significado da palavra sistema. Quando buscou no dicionário o significado dessa palavra, várias foram as definições encontradas e todas possuem em comum as seguintes afinidades:

a) Conjunto de elementos de um todo.

b) Elementos coordenados entre si, relacionados.

c) Elementos materiais e ideias.

d) Instituições e métodos adotados.

Libâneo (212, p.313), ainda afirma em relação às afinidades apresentadas a palavra sistema: “Um sistema supõe, então, um conjunto de elementos ou partes relacionadas ou coordenadas entre si, constituindo um todo”.

Se buscarmos um pouco da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de (2001, p. 30) encontraremos no artigo 8º, no que diz respeito a organização da educação nacional a seguinte ordem:

Art. 8º A União, os estados, o Distrito federal e os municípios organizarão, em regime de colaboração, os respectivos sistemas de ensino.

1º Caberá à União a coordenação da política nacional de educação, articulando os diferentes níveis e sistemas e exercendo função normativa, redistributiva e supletiva em relação às demais instâncias educacionais.

No artigo oitavo da LDB encontramos desenhado como o sistema educacional brasileiro se articula. Assim, é preciso que as “engrenagens” desse sistema estejam sincronizadas, para que não ocorra a sua travagem. Sabemos que os entraves dentro do sistema educacional existem e precisam ser revistos para que as “engrenagens” venham a auxiliar professores e alunos na escola. O planejamento de um sistema educacional não se faz sozinho, mas com diversos personagens, e nós, professores, fazemos parte desta engrenagem.

Para Haydt (2008, p. 95):

A partir dessas constatações é possível então definir prioridades e metas para o aperfeiçoamento do sistema educacional, estabelecer formas de atuação e calcular os custos necessários à realização das metas. O Planejamento de um sistema educacional reflete a política de educação adotada.

Observa-se que o planejamento é apresentado de maneira sistêmica, onde caberá a cada nível, seja federal, estadual ou municipal, munir-se de informações que auxiliem na construção de um sistema nacional de educação voltado aos interesses da população e não somente a um grupo político, pois o planejamento de um sistema educacional requer “a proposição de objetivos a longo prazo que definam uma política de educação” (PILETTI, 1998, p. 62). O planejamento de um sistema educacional reflete “a política educacional de um povo, num determinado momento da história do país. É o de maior abrangência porque interfere nos planejamentos feitos no nível nacional, estadual e municipal” (BARRETO, 2006, p. 31).

Seguindo a organização do planejamento, encontramos o planejamento escolar. Esse tipo de planejamento trataremos com mais atenção!

5.2 PLANEJAMENTO ESCOLAR

O planejamento escolar é um processo que busca organizar e planejar todas as atividades propostas pela equipe gestora envolvendo tanto aspectos pedagógicos como administrativos. Essas ações necessitam ser planejadas de maneira que possam “ser executadas por toda a equipe escolar, para o bom funcionamento da escola” (HAYDT, 2008, p. 95).

O planejamento escolar é um documento que pergunta: onde estamos? E onde queremos chegar? Nesse entremeio existem as estratégias, as quais estarão permeando todas as ações a serem desenvolvidas. Após a obtenção de respostas junto ao que foi trabalhado, faz-se um feedback para observar os pontos positivos e negativos (alcançados ou não) dentro deste plano estratégico.

Observe a figura abaixo:

FIGURA 21 - COMO INICIAR UM PLANEJAMENTO ESCOLAR

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FONTE: As autoras

A partir desse quadro podemos perceber que a organização de um planejamento escolar necessita inicialmente de pessoas, as quase estão envolvidas com o projeto. Esse planejamento abarca todos os membros formadores da instituição escolar como: professores, gestores, alunos, pais e funcionários da escola. Todos possuem papel importante no processo de tomada de decisões.

Nem todas as escolas possuem planejamento, pois ainda se ouve por alguns corredores escolares, frases, como nos coloca Lück (2000, p. 9):

Podemos observar, não tão raramente, gestores e profissionais em geral que se lamentam de estarem trabalhando como quem está "apagando incêndios", isto é, "está sempre correndo atrás do prejuízo" e sendo conduzido pelas situações variadas do cotidiano, pelas demandas inesperadas, tendo que responder rapidamente a elas e de tal forma "não têm tempo para pensar, quanto menos para planejar".

Com esta fala podemos compreender que o planejamento escolar é de suma validade, sendo que precisa ser bem elaborado, buscando compreender qual é a realidade da escola, quais são suas necessidades, o que se busca para melhoria, desde a estrutura física, até a pedagógica. Buscamos ainda em Lück (2000), palavras que relatam a necessidade de compreendermos como um planejamento pode ser dinâmico ou transformar-se em apenas mais um documento, não surtindo efeitos desejáveis.

Tentar “apagar o fogo” não é a melhor forma de gerenciar uma escola. Cabe aos gestores e sua equipe compreender que não podemos pensar de maneira fragmentada, pois estaríamos aí construindo um planejamento meramente funcional, que é:

[...] praticado a partir de uma visão fracionada da realidade, uma vez que, ao focalizá-la para conhecê-la, o faz enfocando categorias limitadas, tópicas, considerando-as isoladamente, de modo fragmentado e não levando em conta a dinâmica social, isto é, desconsiderando os atores sociais, direta ou indiretamente ligados à organização escolar. Portanto, esse modo de planejar tão praticado, embora ofereça uma lógica e uma organização útil para se superar a prática do senso comum, espontaneísta, ainda é um modo limitado de se compreender a realidade e organizar a ação para agir sobre ela.

Cabe ressaltar que esse Planejamento tem caráter normativo, resultando num plano muitas vezes considerado como uma peça burocrática, utilizada para formalizar e legitimar ações ou como peça de caráter mágico que apresenta uma proposta tão bem organizada, tão logicamente concatenada, que deveria realizar-se por si própria.

Um bom plano funcional pode, no entanto, quando levado a sério e realizado plenamente, promover a realização dos objetivos que propõe. Porém, uma vez terminadas as ações e passado o tempo de regozijo pelo seu término e pela realização satisfatória dos resultados, a realidade volta a ser o que era antes. A escola se mantém no mesmo patamar da realidade, nada é diferente do que era antes. Portanto consiste no reforço à prática conservadora (LÜCK, 2000, p. 9).

Quantas vezes nos deparamos com este tipo de situação em nossas escolas? Pense nisso, caro(a) acadêmico(a). Para tanto, se quisemos sair desta roda viva, é preciso que tenhamos visão de planejamento. Mas como?

Para Lück (2000, p. 9-10), o planejamento estratégico é um dos caminhos para obtermos êxito em nossa organização escolar. Assim sendo, para ela:

[...] mediante a aplicação do Planejamento estratégico, que adota uma forma de pensar ampla, dinâmica, interativa, comprometida socialmente com a realidade, o que corresponde a uma visão estratégica, isto é, a uma forma de apreensão inteligente e sagaz das situações que permeiam todos os diferentes aspectos e segmentos internos e externos de uma realidade.

Assim sendo, o planejamento estratégico perpassa pelo que vimos anteriormente na figura que determina duas perguntas básicas: onde estamos e aonde queremos chegar? E as estratégias são a base para a mudança. Saber a clientela que será trabalhada; visualizar os recursos que estão presentes em nossa escola, sejam eles humanos, materiais, entre outros aspectos, nos auxiliam na organização de um planejamento escolar dinâmico e participativo.

De acordo com Haydt (2008, p. 96-97), na composição deste planejamento, cada escola segue determinado esquema de ações que possuem segundo ela as seguintes etapas:

1 Sondagem e diagnóstico da realidade da escola.

1.1 Características da comunidade.

1.2 Características da clientela escolar.

1.3 Levantamento dos recursos humanos e materiais disponíveis.

1.4 Avaliação da escola como um todo no ano anterior (evasão, repetência, percentagem de aprovação, qualidade do ensino ministrado, dificuldades e problemas superados e não superados).

Observação: É interessante lembrar que a sondagem é o levantamento de dados e fatos importantes de uma realidade, enquanto o diagnóstico é a análise e interpretação objetiva dos dados coletados, permitindo que se chegue a uma conclusão sobre as condições da realidade.

2 Definição dos objetivos e prioridades da escola.

3 Proposição da organização geral da escola no que se refere a(à):

3.1 Quadro curricular e carga horária dos diversos componentes do currículo.

3.2 Calendário escolar.

3. 3 Critérios de agrupamento dos alunos.

3.4 Definição do sistema de avaliação, contendo normas para a adaptação, recuperação, reposição de aulas, compensação de ausência e promoção dos alunos.

4 Elaboração de Plano de Curso contendo as programações das atividades curriculares.

5 Elaboração do sistema disciplinar da escola, com a participação de todos os membros da escola, inclusive do corpo discente.

6 Atribuição de funções a todos os participantes da equipe escolar: direção, corpo docente, corpo discente, equipe pedagógica, equipe administrativa, equipe de limpeza e outros.

Fonte: Haydt (2008, p. 96-97)

Frente ao exposto, podemos considerar que ao gestor não cabe todo o processo de organização do planejamento da escola, mas sim a todas as células que formam a estrutura pedagógica e física chamada escola.

Para Paulo Freire (2002 p. 10):

Todo Planejamento educacional, para qualquer sociedade, tem que responder às marcas e aos valores dessas sociedades. Só assim é que pode funcionar o processo educativo, ora como força estabilizadora, ora como fator de mudança. […] para ser autêntico, é necessário ao processo educativo que se ponha em relação de organicidade com a contextura da sociedade a que se aplica.

Diante do apresentado, Freire nos afirma que é necessária uma visão aberta dos problemas sociais que estão no entorno da escola, pois a escola é um espaço de onde emergem possibilidades infinitas de soluções, de problemas e de resgate da dignidade humana. Cabendo a nós, professores, e à equipe gestora, desenvolvermos nossa visão de mundo e de realidade local, dando possibilidades de mudança e de construção de conhecimento através de práticas pedagógicas voltadas para a realidade social.

Assim sendo, junto ao Planejamento Escolar, encontramos o Planejamento Curricular.

5.3 PLANEJAMENTO CURRICULAR

O Planejamento Curricular é elaborado a partir das diretrizes curriculares nacionais que estão apresentadas no Caderno de Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (2013, p. 6) que visa:

[...] estabelecer bases comuns nacionais para a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, bem como para as modalidades com que podem se apresentar, a partir das quais os sistemas federal, estaduais, distrital e municipais, por suas competências próprias e complementares, formularão as suas orientações assegurando a integração curricular das três etapas sequentes desse nível da escolarização, essencialmente para compor um todo orgânico.

Desta forma podemos perceber que cada nível de ensino possui de forma bem definida seus objetivos, os quais vão sendo inseridos nas escolas, a partir da realidade de cada uma.

FIGURA 22 - CADERNO DE DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA

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FONTE: Disponível em: <http://pt.slideshare.net/ValriaBarreto/diretrizes-curiculares-nacionais2013>. Acesso em: 7 fev. 2016.

Observe que “o problema central do Planejamento Curricular é formular objetivos educacionais a partir daqueles expressos nos guias curriculares oficiais” (PILETTI, 1998, p. 62). Tendo nosso país, uma vasta extensão territorial, existe a possibilidade de cada estado, município, utilizar-se como base as diretrizes implantadas pelo Ministério da Educação e a partir desses, programar juntos a realidade de cada região.

Libâneo (2011, p. 37) aponta que “O ensino básico é um direito fundamental de todos os brasileiros e um dever do Estado, para com a sociedade, cabendo-lhe a responsabilidade de assegurar a escolarização da população”. O autor ainda diz que a escola pública deve ser “unitária”, afirmando que:

É unitária por que deve garantir uma base comum de conhecimentos expressos num plano de estudos básicos de âmbito nacional, garantindo um padrão de qualidade do ensino para toda a população. Com base num plano nacional de educação escolar, cabe aos estados a coordenação das atividades de ensino, com a cooperação dos municípios.

As escolas precisam interpretar e utilizar esses documentos de forma a auxiliar no desenvolvimento dos trabalhos escolares junto aos alunos. Essa forma de interpretação não acarreta a anulação das demais culturas, preponderando somente uma, pelo contrário, pois como afirma Libâneo (2011, p. 37):

A necessidade social e o direto de todos os segmentos da população de dominarem conhecimentos básicos comuns e universais de forma alguma implicam a exclusão ou o desconhecimento da cultura popular regional. Ao contrário, é precisamente pelo domínio do saber sistematizado que se pode assegurar aos alunos uma compreensão mais ampla, numa perspectiva de nacionalidade e universalidade, da cultura, saberes e problemas locais, a fim de elaborá-los criticamente em função dos interesses da população majoritária. Importante, pois, que o processo de transmissão e assimilação dos conhecimentos sistematizados tenha como ponto de partida as realidades locais, a experiência de vida dos alunos e suas características socioculturais.

Assim sendo, de acordo com Haydt (2008, p. 97):

O primeiro passo para o Planejamento curricular é definir, de forma clara e precisa, a concepção filosófica que vai nortear os fins e objetivos da ação educativa. Essa definição é importante porque é a partir da proposição dos objetivos que desejamos alcançar que definiremos os critérios para seleção dos conteúdos.

Percebe-se que tanto os professores em seu espaço, como os demais formadores do processo pedagógico, deverão organizar seus objetivos relacionados diretamente ao que a clientela está solicitando, vendo a realidade em que a escola está inserida e a partir disso dar significado aos objetivos propostos neste documento. Sempre lembrando que deverão ser observadas as diretrizes básicas de cada sistema a que pertence.

Nos remetemos agora, ao Planejamento Didático ou de Ensino.

5.4 PLANEJAMENTO DIDÁTICO OU DE ENSINO

O Planejamento Didático ou de Ensino é um documento que será elaborado pelos professores a partir do Planejamento Curricular. O professor encontrará nas diretrizes curriculares nacionais materiais que auxiliarão na construção de seu Planejamento de Ensino.

Conforme Turra (1982, p. 26) no Planejamento Didático ou de Ensino precisa-se seguir algumas etapas, as quais se apresentam:

FIGURA 23 - DAS ETAPAS DE PLANEJAMENTO DIDÁTICO OU DE ENSINO

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FONTE: Turra (1982)

A partir da figura podemos definir que para o Planejamento de Ensino, no momento de sua composição, deve o professor ter conhecimento da realidade. Deverá observar sua clientela, as aspirações dos alunos, quem são eles. Realizando assim, a sondagem, que é a busca de dados sobre os alunos. Depois de realizada a sondagem, realiza-se um estudo sobre o que foi alcançado podendo chegar a uma conclusão, conseguindo assim um diagnóstico.

Obtido o diagnóstico, o professor determinará os objetivos a serem alcançados junto aos alunos. Esses objetivos necessitam estar condizentes com o que foi obtido através da sondagem e análise. Estar na frequência das necessidades da clientela. Os objetivos são a definição clara do que se pretende alcançar junto à atividade desenvolvida.

Após os objetivos vai-se na busca da seleção e organização dos conteúdos que nortearão todo o trabalho do professor. Lembrando sempre, que os conteúdos nacionais estão expressos no caderno de Diretrizes Curriculares Nacionais, que auxiliarão na seleção e organização dos conteúdos que você, professor, estará elaborando para seus alunos.

Conforme Piletti (1998, p. 66): “[...] os guias curriculares oficiais oferecem uma relação de conteúdos de várias áreas que podem ser desenvolvidos em cada série. [...] Não esquecendo, no entanto, de levar em conta a realidade da classe”.

Tendo finalizado a seleção dos conteúdos, a busca agora é pela seleção e organização dos procedimentos de ensino, os quais são planejados pelo professor, também conhecidos como técnicas de ensino. Essas técnicas devem auxiliar o professor no processo de ensino e aprendizagem, instigando os alunos em suas atividades. Cabe salientar que não é somente levar o aluno para um parque ou excursão, muito pelo contrário, é um momento de verificar se estes procedimentos de ensino estão coerentes com os objetivos almejados. Precisamos, enquanto professores, termos bem claro a necessidade da utilização desses procedimentos de ensino ou técnicas de ensino.

Turra (1982, p. 36):

Procedimentos de ensino são ações, processos ou comportamentos planejados pelo professor para colocar o aluno em contato direto com as coisas, fatos ou fenômenos que lhes possibilitem modificar sua conduta, em função dos objetivos previstos.

Seguindo a figura, chegamos à seleção dos recursos de ensino que é tudo o que você, professor, estará utilizando em seu ambiente de aprendizagem e que auxiliarão na estimulação dos alunos. Estes recursos estão classificados em humanos e materiais.

Nos humanos estão relacionados os professores, alunos, corpo docente da escola (gestores, outros profissionais), a comunidade. Em relação aos materiais, temos o ambiente que envolve o espaço escolar e a natureza; além da comunidade, onde estão os espaços como bibliotecas, repartições públicas, parques, empresas, correio etc.

Na sequência temos a seleção dos procedimentos de avaliação, que nos dá a possibilidade de avaliar todo o processo e verificar, como aponta Piletti (1998, p. 69) “o grau e a quantidade de resultados alcançados aos objetivos, considerando o contexto das condições em que o trabalho foi desenvolvido”. Nesse momento de avaliação, o professor necessita observar alguns pontos essenciais, como: buscar avaliar continuamente; selecionar avaliações coerentes com os objetivos propostos; registrar os dados avaliativos; interpretar todos os resultados das avaliações realizadas; realizar feedback das avaliações.

A estruturação do Plano de Ensino é o próximo passo nesse sistema, e que possui três níveis que serão estudados a seguir. São eles: Planejamento de Curso; Planejamento de Unidade; Planejamento de Aula.

Até o momento, caro acadêmico, esperamos que você tenha percebido que o planejar é algo essencial para todos nós. Sabemos que muitos professores costumam realizar seus trabalhos sem a utilização de seu planejamento por escrito, deixando somente em sua mente todo o processo. Isso é algo perigoso, pois podem surgir lapsos de memória, deixando o professor pelo meio do caminho, transformando sua aula em um momento desagradável, sem alcançar seus objetivos.

Haydt (2008, p. 99):

Algumas vezes, o professor não faz por escrito o seu plano, isto é, não adota as conclusões a que chegou. No entanto, ele planeja mentalmente as etapas de sua atuação na sala de aula, prevendo suas atividades e as de seus alunos. Quando ele não anota as suas previsões, pode correr o risco de se perder ao executar o que planejou, pois a memória pode falhar, fazendo-o esquecer os procedimentos previstos. Por isso, é aconselhável que se faça o registro por escrito das conclusões do Planejamento didático.

Conforme a figura apresentada acima, estaremos dando sequência a ela na próxima unidade, que tratará da estruturação do plano de ensino.

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Finalidade do Planejamento Escolar

Enquanto mediação teórico-metodológica, o Planejamento tem por finalidade “ fazer algo vir à tona, fazer acontecer, concretizar, e para isto é necessário ‘amarrar’, ‘condicionar’, estabelecer as condições objetivas e subjetivas prevendo o desenvolvimento da ação no tempo (o que vem primeiro, o que vem em seguida), no espaço (onde vai ser feita), as condições materiais (que recursos, materiais, equipamentos serão necessários) e políticas (relações de poder, negociações, estruturas), bem como a disposição interior (desejo, mobilização), para que aconteça” (VASCONCELLOS, 2000, p. 79).

Esta perspectiva de análise implica conceber o planejamento enquanto processo de reflexão e de tomada de decisão. Assim, quando falamos de planejamento referimo-nos a um processo, contínuo e dinâmico, portanto, permanente. Por isso é importante distinguir os conceitos de planejamento e plano.

O plano é um produto que se refere a um determinado momento do planejamento. Enquanto que o planejamento é o processo contínuo, dinâmico que incita uma determinada intervenção na realidade, contudo, para fazermos esta intervenção e/ou transformação, necessitamos definir objetivos, metas e plano de ação. Podemos definir o objetivo como “a expressão de uma necessidade humana que só se satisfaz atingindo-se o resultado que aquele prefigura ou antecipa. Por isto, não se trata apenas de antecipação ideal do que está por vir, mas sim de algo que, além disso, queremos que venha” (VÁSQUEZ 1977, p. 191).

No intento de realizar o que planejamos, muitas vezes, vivenciamos um processo de constantes aproximações. No planejamento fazemos mediações entre o real e o ideal (realidade e finalidade); identificamos então uma dada realidade (ou representações que fazemos dela) com vistas à sua transformação. Na perspectiva da gestão democrática, o planejamento escolar caracteriza-se pelo seu caráter interativo/dialógico e flexível tendo por finalidades:

a) orientar o processo de tomada de decisão e da execução dos objetivos e metas estabelecidas pela comunidade;

b) fazer a retroalimentação do sistema de informação oferecendo subsídios para o redirecionamento/replanejamento das ações;

c) otimizar os diferentes usos e realocações de recursos materiais, financeiros, humanos;

d) viabilizar alternativas/estratégias para o estabelecimento do fazer pedagógico-organizacional a curto, médio ou longo prazo);

e) visualizar a instituição escolar em sua totalidade considerando o enfoque holístico e os fatores interdependentes e suas relações;

f) viabilizar as estratégias de inovação e de mudança cultural nos espaços organizacionais.

FONTE: Disponível em: <http://coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/uft/file.php/1/coord_ped/sala_3/arquivos/Planejamento_Escolar_na_perspectiva_democratica.pdf>. Acesso em: 7 fev. 2016.

Cabe perceber, caro acadêmico, que o planejamento não está direcionado somente a uma figura, o professor, mas a todos os membros formadores da instituição escola. Estar inserido nesse processo é estar se vendo como mediador, interlocutor, ser de extrema importância no processo de ensino e aprendizagem junto a seus alunos.

Planejar não é algo simples, mas também não é complexo para quem busca os meios para construir seus planos. Planejar é estar com o outro, que busca crescer enquanto profissional e que busca dar a seus alunos meios de construir seus conhecimentos. Somos a ponte! Então cabe a nós termos as bases firmes para que aquela não venha a ruir no meio do processo.

RESUMO DO TÓPICO

Neste tópico, vimos que:

• Na formação inicial, o(a) acadêmico(a) recebe conhecimentos relacionados aos fundamentos pedagógicos, históricos, técnicas de trabalho escolar, formação teórico-prática, métodos, idealizados por vários educadores, pensadores, entre outros.

• O papel que o professor deve ter no momento de sua formação inicial e em todo seu caminho profissional, é o de “repensar, refletir, indagar e inferir-se sobre a sua postura quanto à prática de ensino” (SILVA, 2012, p. 1).

• Conforme Freire (2002, p. 25): “É preciso que, [...] desde o começo do processo, vá ficando cada vez mais claro que, embora diferentes entre si, quem forma se forma e (re)forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado”.

• A palavra formar-se indica que estamos, enquanto profissionais da educação ou em nível pessoal, envolvidos com a busca incessante de conhecimentos, a troca de informações e a procura integral do ser humano. Investigações essas que nos auxiliam na manutenção de uma estrutura pedagógica e de vida de qualidade.

• A busca do diálogo como meio de mudanças dentro da equipe escolar e da formação do professor é essencial.

• No formar-se podemos compreender que cabe ao professor buscar em seu interior a necessidade da mudança, construir seu conhecimento de maneira que auxilie em sua vida pessoal e profissional. O formar-se é uma atividade individualizada que emerge na busca de outros que também querem sentir-se e ver-se como professores.

• Candau (2003, p. 150) afirma que a formação continuada deve ser vista: “como um trabalho de reflexividade crítica sobre as práticas e de (re)construção permanente de uma identidade pessoal e profissional, em interação mútua”.

• Com isso, os saberes docentes, são compreendidos como o resultado do saber acadêmico que perpassa pelo científico e o social. Cabe salientar que o professor “é constituído de diferentes saberes” (LIMA, 2008, p. 1). Esses saberes são considerados por Tardif e Gauthier no Seminário de Pesquisa sobre o Saber Docente (1996, p. 11) como: “um saber composto de vários saberes oriundos de fontes diferentes e produzidos em contextos institucionais e profissionais variados”.

• Nóvoa (1999, p. 9) nos apresenta o triângulo do conhecimento, onde estão presentes os três grandes tipos de saberes: “o saber da experiência (professores); o saber da pedagogia (especialistas em ciências da educação); e os saber das disciplinas (especialistas dos diferentes domínios do conhecimento). ”

• O Planejamento é algo que realizamos a todo o momento em nossas vidas, seja ela a nível pessoal ou profissional. E para entrarmos em sala de aula é preciso que tenhamos muito bem planejado nossas aulas. Esse Planejamento nos auxilia a ter de maneira organizada tudo o que pretendemos desenvolver durante determinado tempo, seja ele a curto ou em longo prazo.

• De acordo com Candau (2012), o professor necessita buscar um planejamento que envolva aspectos técnicos, humanos e políticos. Onde se possa, enquanto professor, desenvolver ações que estejam adequadas a realidade do aluno.

• Os tipos de planejamento são: Planejamento de um sistema educacional; Planejamento escolar; Planejamento curricular; Planejamento didático ou de ensino que se subdivide em: Planejamento de curso; Planejamento de unidade didática ou de ensino; Planejamento de aula.

• Planejamento de um sistema educacional é um planejamento realizado nos três níveis: (nacional, estadual e municipal). Conforme Haydt (2008, p. 95): “Consiste no processo de análise e reflexão das várias facetas de um sistema educacional, para delimitar suas dificuldades e prever alternativas de solução”.

• Planejamento escolar é um processo que busca organizar, planejar todas as atividades propostas pela equipe gestora envolvendo os aspectos pedagógicos como administrativos. Estas ações necessitam ser planejadas de maneira que possam “ser executadas por toda a equipe escolar, para o bom funcionamento da escola” (HAYDT, 2008, p. 95).

• Planejamento curricular é elaborado a partir das diretrizes curriculares nacionais que estão apresentadas no Caderno de Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica.

• Planejamento didático ou de ensino é um documento que será elaborado pelos professores a partir do Planejamento Curricular. O professor encontrará nas diretrizes curriculares nacionais materiais que auxiliarão na construção de seu Planejamento de Ensino.

• As etapas do Planejamento didático ou de ensino são: conhecimento da realidade, onde o deverá se observar a clientela, as aspirações dos alunos, quem são eles, realizando assim a sondagem, que é a busca de dados sobre a clientela (alunos).

• Os objetivos a serem alcançados junto aos alunos. Estes objetivos necessitam estar condizentes com o que foi obtido através da sondagem e análise. Estar na frequência das necessidades da clientela.

• A seleção e organização dos conteúdos que nortearão todo o trabalho do professor. Lembrando sempre, que os conteúdos nacionais estão expressos no caderno de Diretrizes Curriculares Nacionais, que auxiliarão na seleção e organização dos conteúdos que você, professor estará elaborando para seus alunos.

• Seleção e organização dos procedimentos de ensino, estes são planejados pelo professor, também conhecidos como técnicas de ensino. Essas técnicas devem auxiliar o professor no processo de ensino-aprendizagem, instigando os alunos em suas atividades

• A seleção dos recursos de ensino é tudo o que você, professor, estará utilizando em seu ambiente de aprendizagem que auxiliará na estimulação dos alunos. Estes recursos estão classificados em humanos e materiais.

• A seleção dos procedimentos de avaliação, o qual nos dá, enquanto professores, a possibilidade de avaliar todo o processo e verificar, de acordo com Piletti (1998, p. 69) “o grau e a quantidade de resultados alcançados aos objetivos, considerando o contexto das condições em que o trabalho foi desenvolvido”.

• A estruturação do plano de ensino, o qual possui três níveis. São eles: Planejamento de Curso; Planejamento de Unidade; Planejamento de Aula.

• Planejar não é algo simples, mas também não é complexo para quem busca os meios para construir seus planos. Planejar é estar com o outro, que busca crescer enquanto profissional e que busca dar a seus alunos meios do mesmo construir seus conhecimentos.

AUTOATIVIDADES

UNIDADE 2 TÓPICO 1

Caro estudante! O planejamento possui um caráter significativo no processo ensino-aprendizagem? Por quê?

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