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sábado, fevereiro 29, 2020

15 FAKE NEWS MAIS COMPARTILHADAS SOBRE O CORONAVÍRUS

Passageiro usa máscara para evitar contágio com vírus no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, onde um caso foi confirmado
O Ministério da Saúde criou um número de WhatsApp, (61) 99289-4640, para receber “informações virais” sobre coronavírus, que serão analisadas pelos técnicos do governo federal. Desde o início da divulgação dos casos da doença pelo mundo, foram recebidas 6.500 mensagens, das quais 90% eram relacionadas à nova doença. Dessas, 85% eram falsas. No site do ministério, as informações ganham um selo de fake news ou notícia verdadeira.
Na próxima semana, será lançado o aplicativo “Coronavírus SUS”, com dicas, telefones e a possibilidade de encontrar a unidade de saúde mais próxima. Também contará com um pequeno questionário, perguntando, por exemplo, se a pessoa tem febre ou veio de um país com transmissão do vírus. Isso servirá para dizer se a pessoa se enquadra como caso suspeito ou não.
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Já a Polícia Civil do Rio anunciou ontem que a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) investigará autores de fake news que disseminam mensagens no estado.
— Infelizmente, em períodos de crise, algumas pessoas se aproveitam para difundir notícias falsas, provocando pânico ou tumulto na população — afirmou Delmir Gouvea, diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada. — Esse fato é tipificado criminalmente, é contravenção penal. A Polícia Civil já está atuando neste momento, fazendo pesquisa em redes abertas, e se precisar até em outras, com mandado judicial, para impedir que pessoas venham a praticar atos criminosos num momento tão delicado como esse.
Ministério da Saúde criou WhatsApp para receber mensagens e conferir selo
Ministério da Saúde criou WhatsApp para receber mensagens e conferir selo Foto: Reprodução / Ministério da Saúde
Muitas das notícias falsas, algumas propagadas em forma de vídeo de supostos cientistas e pesquisadores, se referem a formas equivocadas de prevenção e cura da doença. O Ministério da Saúde adverte que não há vitaminas, medicamentos específicos, óleos essenciais ou vacinas que curem o coronavírus.
O secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Edmar Santos, informou ontem que a suspeita de coronavírus foi descartada em dois turistas franceses que foram internados em Paraty, na Costa Verde. Segundo o secretário, 17 casos ainda estão sob suspeita no estado — 19 informados pelo Ministério da Saúde menos as duas suspeitas envolvendo os franceses.
Na abertura da entrevista coletiva na tarde desta sexta, o secretário da Casa Civil, André Moura, alertou para a importância de a população se informar com cautela sobre o vírus:
— Estamos vivendo uma onda de verdadeiras fake news sobre o coronavírus — observou.
O Brasil tem 182 casos suspeitos de coronavírus, de acordo com o boletim sobre o Covid-19 divulgado ontem pelo Ministério da Saúde. O levantamento aponta ainda que 71 suspeitas foram descartadas. Até agora há apenas um caso confirmado, de um brasileiro de 61 anos que esteve na Itália e está em quarentena dentro da própria casa.
Igreja Católica suspende aperto de mão
A Diocese de Nova Iguaçu, na Baixada, recomendou que, nas missas, sejam suspensos os apertos de mão e os abraços na entrada dos fiéis. A lista de orientações inclui a higienização das mãos dos celebrantes da comunhão, evitar o gesto de dar as mãos durante a oração do Pai Nosso; a supressão do abraço de paz, e que a hóstia seja recebida nas mãos pelos fiéis, e não diretamente na boca.
A inteção das medidas, propagadas por diversas arquidioceses e dioceses da Igreja Católica no país, visam evitar contágio do coronavírus durante as celebrações.
A Arquidiocese do Rio recomenda também que as paróquias disponibilizem recipientes de álcool gel para que os celebrantes higienizem bem suas mãos.

sexta-feira, fevereiro 07, 2020

O PORTO DO RIO DE JANEIRO NO CONTEXTO DAS REFORMAS URBANAS DE FIN DU SIÈCLE (1874-1904)


* Paulo Reis

 'Raras vezes a creação de uma cidade é resultado de causas fortuitas. Quer tenha sido rapida, quer lentamente desenvolvido, o grande centro de população é quasi sempre consequencia de circumstancias locaes favoraveis ao commercio, á industria, ou a uma e outra conjuntamente...' Luiz Raphael Vieira Souto


Inicio este ensaio com uma indagação: Que cidade queremos para os próximos anos, tendo em vista o seu processo de constituição física, social, política, econômica e cultural. As questões que hoje movem os urbanistas, sociólogos, geógrafos, economistas e historiadores estão contidas no tipo de cidade que temos e nos meios para superação dos problemas que são recorrentes, como violência, mobilidade, educação, saúde, moradia, esgotamento sanitário, lazer, cultura etc. Diante destas questões faz-se necessário uma reflexão acerca do processo histórico de construção da Cidade Rio, entendê-la sob o ponto de vista de sua totalidade é essencial para o debate que se coloca hoje sobre a Cidade que queremos.

1. O PORTO E A CIDADE

A região portuária é de grande importância para as reflexões acerca da questão da Cidade do Rio de Janeiro e seu processo histórico de transformação/modernização (1850-1920). A cidade pensada, a partir da segunda metade do século XIX, tem na região portuária sua maior preocupação que se revela no número de intervenções urbanísticas – o bota abaixo, reforma do porto, estruturação das linhas de bonde etc.

É uma região de grande densidade populacional e igualmente densa em volume de mercadorias que transitavam por este Porto, principalmente a partir da produção cafeeira do Vale do Paraíba, que em 1831 ultrapassou a produção do complexo açucareiro nacional,  representando assim 26% do total das exportações do Brasil.

O complexo cafeeiro muda a Cidade do Rio de Janeiro, assim como o complexo açucareiro (1640-1690) e o complexo do ouro (1690-1790) igualmente mudaram a Cidade e sua gente . Seja do ponto de vista político com a transferência da capitalidade de Salvador para a Cidade Rio ou do territorial com o adensamento da população que traz reformas urbanísticas de caráter expansionista.

O complexo cafeeiro somado as políticas de fomento econômico do Império transformaram por completo o Porto e seu entorno, dando os contornos de uma ‘nova’ cidade que se espraiou em duas direções: a) São Cristóvão, Engenho Velho e Andaraí e b) Glória, Flamengo, Catete e Botafogo.

BENCHIMOL, em obra clássica sobre a temática, constata que na segunda metade do século XIX, o Porto do Rio de Janeiro já era um dos três mais importantes da América e o mais importante do Brasil.  Assim sendo, não é por obra do acaso que a partir da década de 1850 houve um esforço por parte das autoridades políticas brasileiras em modernizar o Porto e, por conseguinte, a região do seu entorno, entendida como eixo dinâmico de expansão da Cidade e do Império.


Desde, pelo menos, a chegada da Família Real Portuguesa (1808) os Negociantes de Grosso Trato  estabeleceram-se na praça mercantil do Rio de Janeiro, exercendo o controle do transporte de cabotagem, consolidando as ligações da Cidade Rio com as praças/portos da região sul e da região norte em um sistema agregador destes espaços. Soma-se ainda as tropas de mulas vindas de São Paulo, M5ato Grosso, Goiás e Minas Gerais que fazem do Porto do Rio o ponto de maior confluência de produtos do Império Português.


Cumpre exaltar que neste período há um processo de modernização da economia brasileira, consoante ao movimento mundial do capitalismo no que se convencionou chamar de 2ª Revolução Industrial. Podemos sintetizar esta modernização pela aprovação do Código Comercial de 1850 e a criação do segundo Banco do Brasil em 1853, tendo o empresário Irineu Evangelista (Barão de Mauá) como principal articulador do novo Banco e um dos grandes partícipes da construção do Código Comercial, junto com o ministro da Justiça Eusébio de Queirós. Cabe ainda ressaltar a Lei que impôs o fim ao trato negreiro em 1850, cujo autor é o mesmo Eusébio de Queirós Ministro da Justiça, com esta lei abriu-se o caminho para a modernização da matriz de trabalho brasileira, pari passo com o processo de transformações do modo de produção capitalista industrial em curso nas regiões mais dinâmicas economicamente (Inglaterra, França, EUA etc).


Com o fim do tráfico negreiro e a regulação comercial uma parte considerável do capital mercantil foi liberada para outras finalidades,  como investimento em infraestrutura (logística para a produção e transporte do café), crédito para a produção agrícola, fomento de novas indústrias etc. A Lei de Terras de 1850 também contribuiu para esta segurança jurídica do complexo produtivo brasileiro, garantindo o fluxo de crédito para a expansão da produção cafeeira através de instituições bancárias nacionais e internacionais (principalmente inglesas).

Nas décadas de 1850 e 1860 a tônica será a modernização da Cidade Rio, com ênfase na região mais dinâmica economicamente: a zona central e portuária. Contudo, somente a partir de 1871, os primeiros resultados dos debates acerca da modernização da zona portuária saíram do papel com o lançamento da pedra fundamental do Armazém Docas D. Pedro II. Seguidamente, temos a instalação da Comissão de Melhoramentos em 1874, que veio atender a demanda por obras de modernização/adequação da cidade ao novo momento que se abriu. Havia capital e havia pessoas qualificadas para pensar a cidade, neste contexto de modernização.

Esta comissão foi formada sob os auspícios do ideal de higienização e limpeza das cidades, em conformação com o discurso europeu de cidade asséptica, racional, organizada, bonita, funcional e utópica (Hausmann). Fizeram parte desta comissão os engenheiros Jerônimo Rodrigues de Moraes Jardim, Marcelino Ramos da Silva e Francisco Pereira Passos.

2. A CIDADE E O CAFÉ: NOTAS ESPRESSAS

Havia um clima para 'modernizações' em todos os sentidos, incluindo as mudanças no campo urbanístico e logístico, que não previa apenas obras para o embelezamento e limpeza da cidade. Havia toda uma concepção de utilização racional dos espaços para incremento da economia, basilada então no complexo cafeeiro do Vale do Paraíba, que não viu uma modernização das técnicas produtivas,  contudo a logística de transporte e acondicionamento foram amplamente modificados e melhorados dentro dos padrões internacionais exigidos à época. Estas modificações ou modernizações contribuíram diretamente na cadeia produtiva do café, resultando em mais rapidez, mais qualidade e mais lucratividade do produto da origem ao consumidor final.

Cabe frisar que cerca de 20% da mão-de-obra escrava do complexo cafeeiro, era comprometida com o transporte realizado por mulas que atravessavam o Vale do Paraíba em direção a Baixada Fluminense tendo, entre outras paragens Nova Iguaçu, que era um importante empório e entreposto comercial. Com o advento da ferrovia (1850/1860), este contingente de trabalhadores pôde ser deslocado para a atividade-fim do complexo cafeeiro: a lavoura. Já Nova Iguaçu entrou em decadência, pois já não havia mais os tropeiros e com sua ausência o comércio minguou, principalmente a venda de produtos de subsistência produzidos nos arredores de Nova Iguaçu.

A Cidade do Rio de Janeiro passou a se estruturar a partir do café, na adequação/modernização da região portuária e central, além da ampliação dos bairros nobres como Botafogo que abrigou dezenas de palacetes neoclássicos dos barões do café. A nobiliarquia brasileira morava na capital, assim como os grandes empresários que construíam casas suntuosas nas franjas do poder.

As questões como habitação, trabalho, produção, administração pública, cultura, lazer são colocadas à luz de um novo momento que se abre para o Rio de Janeiro, uma 'janela de oportunidades' cujos pilotos do processo de modernização da cidade são, em essência, engenheiros.

Corroborou com este clima uma série de intelectuais que refletiram sobre este momento a partir do papel que a Cidade Rio-capital já exercia no contexto nacional, integrando as regiões. No contexto internacional, como porto de recepção e distribuição de mercadorias nacionais e estrangeiras, era preciso ampliar e modernizar o processo mediante a escala produtiva do novo momento do capitalismo internacional.

LAMARÃO resume bem a questão da dinâmica econômica do Rio de Janeiro deste momento:

Centro exportador e importador, o Rio torna-se também ponto quase obrigatório de transferências e trânsito de mercadorias europeias e norte-americanas, alimentando um ativo comércio de cabotagem. (LAMARÃO, p. 55)

Considero o engenheiro André Rebouças um destes intelectuais. Ele pensou de maneira integrada o processo produtivo e a logística de transporte desta produção, a partir de um sistema complexo que envolvia ferrovias e portos que se voltavam para o Porto do Rio de Janeiro. Rebouças, dentre vários trabalhos realizados, foi o responsável pela concepção e construção do armazém Docas D. Pedro II,  que seguiu o modelo inglês dos armazéns das Docas Rainha Vitória, a qual conheceu in loquo em viagem realizada a Londres.

Este modelo foi o precursor de um processo de modernização que envolveu a construção de galpões grandes e arejados rentes ao mar e com um atracadouro horizontal, que permitia a chegada de grandes embarcações. Foi realizado também, o rebaixamento do calado do mar e o aterramento de parte considerável da região portuária, modificando seu tortuoso traçado. Sistema de guindastes movidos à vapor substituíram o moroso processo de carga e descarga através de chatas e saveiros .

O sistema férreo foi integrado ao porto para facilitar o grande fluxo de mercadorias, assim como todo o complexo de estaleiros foi modernizado para atender a demanda crescente, na fabricação de embarcações ou na manutenção das naves que aportavam. Neste período (1850-1890) chegou-se a marca de 3 mil naves ao ano adentrando o Porto do Rio, consolidando-o como o principal porto brasileiro.  Assim sendo, o complexo portuário não dava mais conta do volume de mercadoria, precisando assim de uma intervenção modernizadora que alavanca-se o processo de transporte, armazenagem, atracagem de naves maiores, carregamento das mercadorias, desburocratização para o despacho, enfim toda dinâmica do porto precisava ser modernizada. O mundo estava acelerando, na medida em que a economia ganhava uma escala jamais vista. 

Além de Rebouças, cabe destaque para a Comissão de Melhoramentos da Cidade instalada em 1874. Esta comissão propôs uma reforma urbanística a partir do bairro Cidade Nova, tendo como base o Canal do Mangue, foco de diversos tipos de pestilências e via de integração dos importantes bairros de São Cristóvão, Engenho Velho e Andaraí, e da região portuária, que contava com uma população proletária crescente. O Plano Urbanístico que resultou do trabalho desta comissão previa o crescimento da cidade a partir de três grandes áreas: 1) Região Central e Portuária, 2) São Cristóvão, Andaraí e Engenho Velho, 3) Glória, Catete, Botafogo e Flamengo.

Na década de 1870, o complexo cafeeiro já ultrapassava 50% das exportações brasileiras, concomitantemente foi inaugurada uma linha permanente de paquetes à vapor que fazia o trajeto Londres-Rio de Janeiro. Mais do que a pontualidade, quase britânica, que os navios à vapor promoveram ao transporte, esta 'nova' forma de geração de energia foi essencial em uma conjuntura de escassez de mão de obra negra escravizada no Rio de Janeiro, lembrando que além da cessação do trato africano em 1850, no ano de 1871 instituiu-se a Lei do Ventre Livre. Os braços dos africanos, em essência, foram deslocados para a produção cafeeira devido ao fim do tráfico negreiro  e do real término da escravidão africana reforçada pela Lei do Ventre Livre, um processo inexorável em um mundo capitalista em desenvolvimento.

Portanto, era preciso adequar à nova realidade que se abrira em um Brasil capitalista e com uma matriz de trabalho livre. Este processo de libertação gradual dos africanos abriu uma questão importante, o fluxo de libertos para a Cidade Rio, mais precisamente, para a região portuária aumentava exponencialmente ano a ano. Redundando em uma concentração paulatina de negros/pobres nesta região que adensou sua população rapidamente e de maneira desordenada a margem de qualquer tipo de estrutura habitacional digna.

Já sobre o ponto de vista tecnológico a energia à vapor consolidou, assim, a necessidade premente de modernização do processo de transporte de mercadorias que não cabia a penas ao Porto e sim a toda logística que envolvia este processo: estrada de ferro, galpões, maquinário, indústria naval etc. Logística esta, essencialmente movida pelos braços de trabalhadores livres e assalariados.

Já na virada do século XX a energia elétrica provocou outro salto em termo de desenvolvimento da região com a adoção da rede de bondes que consolidou os vetores da expansão da cidade, além dos guindaste elétricos. Neste momento o Rio de Janeiro não é mais a cidade do café, passa ser a cidade da indústria têxtil por excelência, destacadamente a Fábrica Bangu é o grande exemplo deste processo que contou com todo o aparato logístico do Porto que vem sendo modernizado desde 1870 e teve seu ápice durante o governo de Pereira Passos com a reforma de 1904 que transformou por completo o Porto e a Cidade.


BIBLIOGRAFIA
ALENCASTRO, Luiz Felipe. O Trato dos Viventes: formação do Brasil no
Atlântico Sul – séculos XVI e XVII. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas, (1711). Belo Horizonte: Itatiaia e São Paulo: Edusp, 1982.
ARRIGHI, Giovanni. O longo século XX. Rio de Janeiro, Contraponto: São Paulo, UNESP, 1996.
BEAUCLAIR, Geraldo. Raízes da Indústria no Brasil: A pré-indústria fluminense 1808-1860. Rio de Janeiro: Studio F&S, 1992.
BENCHIMOL, J.L. Pereira Passo: Um Hausmann tropical. Rio de Janeiro, Biblioteca Carioca, 1992.
BOXER, Charles R. O império marítimo português (1415-1825). Trad.
Anna Olga de barros Barreto. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
BRAUDEL, Fernand. O Mediterrâneo e o mundo mediterrânico na época de Filipe II. Lisboa /São Paulo, Publicações Dom Quixote e Livraria Martins Fontes, 1980.
CAVALCANTI, Nireu. O Rio de Janeiro Setecentista: A vida e a construção da cidade (da invasão Francesa até a chegada da Corte). Rio de Janeiro: Zahar, 2004.
FRANÇA, Eduardo D’Oliveira. Portugal na época da Restauração. São Paulo: Editora HUCITEC, 1997.
FRAGOSO, João L. R. Homens de Grossa Aventura: Acumulação e hierarquia na Praça Mercantil do Rio de Janeiro (1790-1830). 2º ED. rev. - Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1992.
LAMARÃO, STN. Dos Trapiches ao Porto. Rio de Janeiro, Biblioteca Carioca, 2006.

domingo, fevereiro 02, 2020

CIDADES TURÍSTICAS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Cidades Turísticas no Estado do Rio de Janeiro
Na Foto o Centro Histórico de Vassouras no Vale do Café. Com Grande Potencial Turístico.

As Cidades são sedes de municípios e estão distribuídas por todos os países que existem no planeta, cada cidade tem sua particularidade quanto à história, arquitetura, religião entre outros, independente da quantidade de habitantes.

Todas as cidades são constituídas pelo trabalho físico e mental do homem, dessa forma, é uma construção social que ocupa o espaço geográfico transformando de forma significativa a paisagem. Diante das distinções entre as cidades quanto à origem, história, importância econômica e política, é possível classificar os núcleos urbanos de acordo com sua função e grau de influência, o primeiro se diferencia segundo sua origem, tais como:


• Cidades Naturais são aquelas que emergiram e se desenvolveram sem nenhum tipo de planejamento prévio, ou seja, naturalmente, nessas geralmente as ruas são estreitas dificultando a mobilidade e fluxo de pessoas e pedestres, além de outros inconvenientes. Nesse contexto, podemos exemplificar as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro (Brasil), Nova York (Estados Unidos) e Tóquio (Japão).

• Cidades Planejadas correspondem àquelas constituídas a partir de um projeto ou plano diretor discutido e analisado antes da sua execução, nesse caso há uma preocupação com a configuração da cidade, como largura das ruas, escolha de espaços específicos para comércio, residências e outras funções. No Brasil são consideradas como cidades planejadas: Teresina, fundada em 1851; Aracaju, 1858; Belo Horizonte, 1898; Goiânia, 1937; Brasília, 1960; e Palmas, 1990. Apesar do planejamento prévio, o crescimento acelerado não acompanha as previsões do projeto.

As cidades podem ser classificadas também pela sua função ou principal atividade econômica, diante disso as cidades podem ser:


• Cidades Industriais correspondem àqueles municípios que concentram um grande número de indústrias, tendo essa como principal atividade geradora de receita, nesse caso podemos exemplificar a cidade de São Bernardo do Campo que abriga um parque industrial e atua na produção de automóveis, além de várias outras no Brasil e no mundo.

• Cidade Comercial representam os núcleos urbanos que tem como ponto forte econômico as transações comerciais e a prestação de serviços, diante dessas características podemos citar Manaus (Brasil), Nova York (Estados Unidos) e Londres (Inglaterra).

• Cidades Portuárias são aquelas que têm suas atividades vinculadas à exportação e importação e que abriga portos em plena área urbana, nesse seguimento temos as cidades de Santos (Brasil), Hamburgo (Alemanha) e Marselha (França).

• Cidades Turísticas correspondem a núcleos urbanos que tem como principal atividade econômica a indústria do turismo, com essa característica temos as cidades de Porto Seguro e Caldas Novas (Brasil), Miami (Estados Unidos) e Acapulco (México).

• Cidades religiosas são aquelas que se destacam por atrair fiéis de diferentes religiões, nesse sentido temos Trindade (Brasil), Meca (Arábia Saudita), Lourdes (França).

• Cidades históricas correspondem a núcleos urbanos que carregam um grande acervo histórico, seja na arquitetura ou na própria relação social desenvolvida no lugar, podemos citar como exemplo Goiás Velho e Parati (Brasil), Atenas (Grécia) entre muitas outras dispersas pelo mundo.


● No Estado do Rio de Janeiro, apesar de imenso potencial turístico, apenas 5 cidades vivem exclusivamente deste nicho:
Parati, Itatiaia, Mangaratiba, Búzios e Arraial do Cabo.
Contudo, há pelo menos 15 outras cidades que poderiam aumentar suas receitas com tal atividade econômica.

sábado, fevereiro 01, 2020

QUEREM DESTRUIR PARATI E ANGRA DOS REIS

Segue a tentativa de retrocesso nas regras ambientais, sob alegado desenvolvimento regional.


Publicação de hoje no perfil @angranews divulga pontos do projeto e link para opinião pública.
O cenário de crise econômica e crescente desemprego tem servido ao inconsequente propósito.
#apatamoios #apacairuçu
#meioambiente #CostaVerde #sape

PROJETO DE LEI ACABA COM ÁREA DE PRESERVAÇÃO DE ANGRA E PARATY |

O Projeto de Lei que torna a região da Costa Verde uma área especial de interesse turístico acaba com a Estação Ecológica de Tamoios, localizada nos Municípios de Angra dos Reis e Paraty. Esta área de proteção ambiental é composta de 29 ilhas, lajes e rochedos.
Segundo informações, o artigo 4º desse Projeto de Lei prevê a supressão da proteção especial conferida às áreas das Estações Ecológicas em todo o território nacional por meio da Lei 6.902 de 27 de Abril de 1981. Já o artigo 5º prevê a revogação do Decreto Nº 98.864, de 23 de janeiro de 1990, que cria a Estação Ecológica de Tamoios.

Este Projeto de Lei (n° 6479/2019) é de autoria do Senador Flávio Bolsonaro, está em tramitação no Senado e pode receber emendas até o dia quatro de Fevereiro. Você pode opinar sobre a proposta neste link: https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/140268

Bolsonaristas, Assassinatos e Estética

                   Foto de Vinicius Carvalho

* Vinicius Carvalho - Historiador
Em Porto Alegre, um cabra de 24 anos de idade matou uma família inteira com tiros na cabeça, pai, mãe e filho, por causa de uma discussão de trânsito.

O cara é um evangélico neopentecostal chamado Dionatha (a crise é acima de tudo estética, eu digo), idolatra coisas militares, fotos em motos, carros e, pesquisando suas redes sociais, adivinha em quem ele votou e fez campanha apaixonadamente?

Pois é.

É sério gente, eu estou pouco me fodendo se vocês acham que generalizar é errado, mas eu generalizo sim. E nem vou pedir desculpas não, acho que todo bom samaritano que fica repetindo "ain, o povo não é facista, ele só está confuso", "ain, a gente não pode achar que todo bolsomion é canalha", pra mim é um otário e eu quero distância.

Quando eu digo que a vitória do Bolsonaro foi muito mais que a vitória de um campo político, foi a vitória de um campo cultural, eu não tô de brincadeira.

*Em tempo

Eu sou muito apegado à estética cultural, o que confundem com vaidade. Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Eu não ligo para roupas, marcas e afins. Uma estética cosmopolita, urbana, minimalista, que tenta negar e se afastar de excessos, de gourmetização, de breguice, de exageros é outra coisa, ôtro patamá. É a negação de um estilo de vida hiper consumista que desemboca num apego ao neoliberalismo, que bota a humanidade em segundo plano e, automaticamente, é gerador de violências e perpetrador de pautas políticas estúpidas e reacionárias.

Dito isto, se eu conheço alguém que se chama DIONATHA, eu já me afasto. Porque não é possível que alguém que tenha sido batizado de Dionatha não tenha passado por severas questões educacionais e culturais dentro de casa.

Eu hein.

CONVITE AO DEBATE