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sábado, abril 30, 2016
quinta-feira, abril 28, 2016
Professor brasileiro é um dos que mais trabalham, afirma relatório da OCDE
No Brasil, docente gasta 25 horas por semana só dando aulas, um porcentual 24% maior do que outros 30 países analisados
Os professores brasileiros de escolas de ensino fundamental, gastam, em média, 25 horas por semana só com as aulas. O número é superior à média de aproximadamente 30 países, como a Finlândia, Coreia, Estados Unidos, México e Cingapura. Lá, os professores gastam, em média, 19 horas por semana ensinando em sala de aula, ou seja, um porcentual 24% menor. O posição brasileira é inferior apenas à do Chile, onde os professores gastam quase 27 horas em aulas.
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O docente brasileiro, contudo, usa até 22% mais de tempo que a média dos demais países em outras atividades da profissão, como correção de "tarefas de casa", aconselhamento e orientação de alunos. Todos os dados são da mais recente Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Talis) divulgada nesta quarta-feira (25) na França.
Junto com o Brasil, não foram apenas países ricos e integrantes da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) - coordenadora da pesquisa - que participaram do estudo. Outras nações emergentes e também países menos desenvolvidos fizeram parte da pesquisa. Polônia, Bulgária, Croácia, Malásia e Romênia fazem parte do conjunto de nações integrantes da edição 2013 da Talis.
Os dados foram obtidos junto a mais de 14 mil professores brasileiros e cerca de 1 mil diretores de 1070 escolas públicas e privadas de todos os estados do País. Os docentes e dirigentes responderam aos questionários da pesquisa, de forma sigilosa, entre os meses de setembro a novembro de 2012. Cada questionário tinha cerca de 40 perguntas.
Em âmbito nacional, o estudo foi coordenado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), vinculado ao Ministério da Educação (MEC). Em 2007, o Brasil também participou da primeira rodada da pesquisa, a Talis 2008, que foi publicada no ano seguinte.
Objetivo
A pesquisa tem como principal objetivo analisar as condições de trabalho que as escolas oferecem para os professores e o ambiente de aprendizagem nas salas de aula.
De acordo com o Inep, "a comparação e análise de dados internacionais permite que os países participantes identifiquem desafios e aprendam a partir de políticas públicas adotadas fora de suas fronteiras".
Diferente do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), que prioriza a avaliação dos alunos, do seu contexto e da escola, no Talis, o foco está mais centrado nos docentes. "O programa Talis é um programa de pesquisas que visa preencher lacunas de informação importantes para a comparação internacional dos sistemas de ensino", afirma estudo da Universidade Federal do Paraná liderado pela pesquisadora Rose Meri Trojan.
"Desperdício"
A pesquisa também quis saber do professor quanto tempo de aula é voltado, efetivamente, para a aprendizagem. E o número é pouco animador para o Brasil. Mesmo com uma carga de 25 horas de aulas por semana, mais de 30% do tempo desses encontros regulares é "desperdiçado" em tarefas de manutenção da ordem dentro da sala e em questões burocráticas, como o preenchimento de chamadas e outras atividades administrativas.
A pesquisa também quis saber do professor quanto tempo de aula é voltado, efetivamente, para a aprendizagem. E o número é pouco animador para o Brasil. Mesmo com uma carga de 25 horas de aulas por semana, mais de 30% do tempo desses encontros regulares é "desperdiçado" em tarefas de manutenção da ordem dentro da sala e em questões burocráticas, como o preenchimento de chamadas e outras atividades administrativas.
Só o tempo gasto para por "ordem na bagunça" dos estudantes representa 20% do tempo total da aula. Com serviços administrativos, são gastos 12%. De aula mesmo, ou seja, atividades de aprendizagem, o professor dispõe apenas de 67% do tempo. É a pior situação entre todos os países avaliados. Na média dos países pesquisados, quase 80% do tempo é voltado, exclusivamente, para a aprendizagem.
"Precisamos otimizar mais o tempo em sala de aula. O Brasil ainda tem como foco o ensino, mas é preciso se voltar para a aprendizagem. Não podemos desperdiçar tanto tempo com outras questões", afirma Ocimar Alavarse, professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).
Segundo ele, um dos principais fatores de dispersão do aluno é a própria defasagem que ele tem em termos de conhecimento por uma série de fatores, inclusive os socioeconômicos. "Os alunos que chegam no fundamental veem com baixa proficiência ou possuem uma diferença muito grande em relação aos demais estudantes. Isso é um dos fatores que faz com que ele não fique atento às aulas e o professor precise gastar mais tempo organizando a dispersão", fala Alavarse.
Deslocamento
Além de usar mais horas por semana ensinando, parte dos professores brasileiros ainda sofre com o desgaste em descolamentos. Isso porque, muitos deles trabalham em mais de um estabelecimento.
"Ainda temos que enfrentar o desafio da reorganização do corpo de professores nas escolas públicas. O ideal era que ele estivesse vinculado a apenas uma escola. No entanto, é comum docentes, especialmente dos anos finais do ensino fundamental, ensinarem em mais de um estabelecimento, já que certas matérias que eles lecionam têm uma carga horária e número de turmas limitado", afirma Daniel Cara, coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
No Brasil, cerca de 40% dos mais de 2 milhões de professores da educação básica dão aulas em cinco ou mais turmas. E aproximadamente 20% deles ensinam em pelo menos dois estabelecimentos. Já em São Paulo, 26% dos professores dão aulas em duas escolas. Os dados são do Censo Escolar 2013 divulgados no início deste ano pelo MEC.
Perfil
Além dos dados sobre condições de trabalho e ambiente de aprendizagem, a pesquisa da OCDE também traçou o perfil do docente brasileiro. Confira
quarta-feira, abril 27, 2016
O DESEMPREGO MUNDIAL
O desemprego tornou-se uma preocupação mundial e, atualmente, não se restringe aos países subdesenvolvidos, mas também engloba nações da Europa e Estados Unidos.
O desemprego é, sem dúvida, um dos grandes problemas desse século, especialmente com o incremento da globalização. Essa questão já não se enquadra somente na realidade de países como o Brasil e todos emergentes e subdesenvolvidos, entretanto, apresenta-se em todas as nações, até mesmo na Europa, salvo os Estados Unidos, que não passam por isso devido às fases de crescimento econômico vivenciadas no governo Bill Clinton.
O desemprego é, sem dúvida, um dos grandes problemas desse século, especialmente com o incremento da globalização. Essa questão já não se enquadra somente na realidade de países como o Brasil e todos emergentes e subdesenvolvidos, entretanto, apresenta-se em todas as nações, até mesmo na Europa, salvo os Estados Unidos, que não passam por isso devido às fases de crescimento econômico vivenciadas no governo Bill Clinton.
A falta de trabalho atinge o estado, o trabalhador e sua família. Mas o mais prejudicado é o trabalhador e sua família, a pessoa que se encontra desempregada fica com baixa autoestima, por se sentir inútil ao convívio social, e isso muitas vezes leva o individuo à depressão, além disso a família não conta com o rendimento dessa pessoa e a qualidade de vida cai.
No Brasil, segundo estimativas, a maior preocupação do brasileiro está ligada diretamente ao emprego, pois muitas vezes é a única alternativa de renda de milhares de famílias no país, além disso, o desemprego agrava os problemas sociais.
Na Europa, o desemprego já é motivo de preocupação por parte dos governos e configura como uma questão grave; no Japão, onde até pouco tempo os empregos eram vitalícios, a população tem enfrentado dificuldades nesse sentido em razão da redução no número de vagas disponíveis no mercado de trabalho.
Após a Revolução Industrial e a inserção de tecnologias no processo produtivo, muitos postos de trabalho foram retirados gradativamente, uma vez que as máquinas passaram a realizar a função de trinta a quarenta pessoas que, consequentemente, ficaram sem emprego.
No Brasil, segundo estimativas, a maior preocupação do brasileiro está ligada diretamente ao emprego, pois muitas vezes é a única alternativa de renda de milhares de famílias no país, além disso, o desemprego agrava os problemas sociais.
Na Europa, o desemprego já é motivo de preocupação por parte dos governos e configura como uma questão grave; no Japão, onde até pouco tempo os empregos eram vitalícios, a população tem enfrentado dificuldades nesse sentido em razão da redução no número de vagas disponíveis no mercado de trabalho.
Após a Revolução Industrial e a inserção de tecnologias no processo produtivo, muitos postos de trabalho foram retirados gradativamente, uma vez que as máquinas passaram a realizar a função de trinta a quarenta pessoas que, consequentemente, ficaram sem emprego.
Recentemente com a revolução técnico-científica informacional e o crescente processo de globalização desenvolvido no mundo, além da integração de grandes grupos empresariais, industriais, financeiros, surgiu o fenômeno chamado de desemprego estrutural. As empresas exercem suas funções com um quadro reduzido de funcionários, com objetivo de diminuir os gastos e assim poder oferecer uma competitividade no mercado. Outro agravante acontece em países que possuem leis trabalhistas que requerem altos custos com tributos gerados na manutenção do funcionário, até mesmo no ato da demissão de um empregado é preciso disponibilizar elevados gastos que impedem uma nova contratação.
Diante das realidades apresentadas houve uma alteração desse contexto, principalmente no final da década de 90 com o processo de terceirização da mão de obra de uma parcela do quadro funcional da empresa, nesse caso o trabalhador não é o funcionário e sim é remunerado por serviço executado. Uma maneira de não admitir novos trabalhadores é aumentando o número de horas trabalhadas, em forma de horas extras para aqueles que já são contratados. Essa prática é bastante difundida nos Estados Unidos e em países centrais da Europa, como o Reino Unido.
Segundo a OIT (Organização Mundial do Trabalho), no início dessa década existiam aproximadamente 250 milhões de desempregados no mundo, que respondem por cerca de 10% da força de trabalho.
No início da década de 80, o índice de desempregados na Europa se elevou de forma significativa, esse problema atinge principalmente a população jovem que, apesar de obter um bom nível intelectual, não consegue ingressar no mercado de trabalho.
Na Europa, os líderes de alguns países implantaram medidas para amenizar o avanço dos índices de desemprego, como a diminuição das horas de trabalho, dando oportunidades para novas contratações; estruturação dos seguros trabalhistas e redução do teto do salário mínimo; incentivando assim a geração de novos postos de trabalho.
Diante das realidades apresentadas houve uma alteração desse contexto, principalmente no final da década de 90 com o processo de terceirização da mão de obra de uma parcela do quadro funcional da empresa, nesse caso o trabalhador não é o funcionário e sim é remunerado por serviço executado. Uma maneira de não admitir novos trabalhadores é aumentando o número de horas trabalhadas, em forma de horas extras para aqueles que já são contratados. Essa prática é bastante difundida nos Estados Unidos e em países centrais da Europa, como o Reino Unido.
Segundo a OIT (Organização Mundial do Trabalho), no início dessa década existiam aproximadamente 250 milhões de desempregados no mundo, que respondem por cerca de 10% da força de trabalho.
No início da década de 80, o índice de desempregados na Europa se elevou de forma significativa, esse problema atinge principalmente a população jovem que, apesar de obter um bom nível intelectual, não consegue ingressar no mercado de trabalho.
Na Europa, os líderes de alguns países implantaram medidas para amenizar o avanço dos índices de desemprego, como a diminuição das horas de trabalho, dando oportunidades para novas contratações; estruturação dos seguros trabalhistas e redução do teto do salário mínimo; incentivando assim a geração de novos postos de trabalho.
Por Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia
FREITAS, Eduardo De. "O desemprego mundial "; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/geografia/o-desemprego-mundial.htm>. Acesso em 26 de abril de 2016.
sábado, abril 23, 2016
sexta-feira, abril 22, 2016
GOLPISTAS SERÃO DESMASCARADOS HOJE NA ONU
O lado da República Bananeira e Caipira da Política Nacional, está apavorado com a fala de Dilma na ONU hoje!
O motivo é o esperado discurso da presidente eleita democraticamente Dilma Roussef na Organização das Nações Unidas (ONU) hoje.
Defendendo seu mandato conquistado nas urnas, Dilma denunciará o golpe jurídico-parlamentar em curso no país por forças extremamente corruptas e conservadoras em aliança com juízes e tribunais.
Cabe ressaltar, a insegurança jurídica e a lei transformada em mecanismo de conveniência. Se for o acusado de esquerda é culpado, se for de direita é inocente, mesmo que sejam acusados da mesma coisa.
Fontes nos informaram que no TSE está sendo articulada a “separação” das contas de Dilma e Temer. Mendes, Fux e Toffoli decretam: ela é culpada; ele inocente
A fonte nos informa que nem começou a fase da coleta de provas e quatro ministros do TSE estão decididos a mudar a jurisprudência do Tribunal e separar as contas do candidato à Presidência e à Vice. Ou seja, GOLPE.
A ditadura em curso no golpe jurídico-parlamenta faz dispensar as formalidades, provas, perícias e voltarmos a idade das trevas medievais dos tribunais da Inquisição, onde o denunciante (delação premiada) poderia falar sem provas e o denunciado (Bruxo - Esquerda) ser condenado as torturas/morte sem ser culpado, aliás a fala do Deputado da extrema-direita e um dos líderes golpistas, Jair Bolsonaro defende esta prática
Os parlamentares e juízes entram no caso de sentença pronta: "É da esquerda é culpado".
Como gostam de frequentar os melhores e mais caros endereços do planeta, pagos com o dinheiro arrecadado da corrupção que praticam no Brasil, os golpistas estão de "cabelo em pé" devido a denúncia de seu golpe no país, o golpe já está sendo reverberado nas altas rodas dos países ricos e desenvolvidos, que diferente da burguesia e seus representantes na política brasileira, tem aversão a república de bananas e caipiras em ternos e roupas da alta costura.
Assim, as dezenas de países que nos últimos treze anos estreitaram suas relações positivas com o Brasil e o BRICS, saberão na ONU que aquela velha oligarquia brasileira não está superada e continua tendo o pensamento do século XIX: Escravocrata, Latifundiário e Monocultor.
Samuel Maia
Mestre em História Social
quinta-feira, abril 21, 2016
Com indícios de Corrupção,passarela construída por aliados de Temer/PMDB cai e mata.
Primeiro foram sete vigas de quinhentas toneladas que sumiram, avaliadas em milhões cada uma. Agora, uma passarela construída para as Olimpíadas e inaugurada em janeiro com todas as pompas pela turma do Cunha/Temer (PMDB) que cai e segundo técnicos em construção civil consultados, pode ser consequência de erros de projetos e material de inferior qualidade apresentados no projeto executivo.
Na manhã desta quinta-feira fez desabar um trecho de mais 50 metros da ciclovia Tim Maia, na Avenida Niemeyer, na altura do Castelinho, a cerca de 800 metros da Praia de São Conrado. Dois corpos foram resgatados pelos bombeiros do mar, mas testemunhas relataram que cinco pessoas estavam na ciclovia no momento do desabamento. O acidente ocorreu na altura do Castelinho, por volta de 11h10m desta quinta-feira. A ciclovia foi inaugurada em janeiro deste ano.
Até o momento do fechamento desta nota, o Secretário Municipal da cidade do Rio de Janeiro, Pedro Paulo, acusado pela sua ex-esposa de lhe bater, informou que já haviam dois mortos e não quis explicar sobre as denúncias. Pedro Paulo é um dos Secretários que se descompatibilizou da Secretaria para reassumir o mandato de deputado federal e votar pelo golpe a presidente Dilma Roussef. Ele é o candidato à Prefeito de Eduardo Paes.
quarta-feira, abril 20, 2016
Na ONU Dilma Denunciará o Golpe jurídico-parlamentar
A presidente Dilma Rousseff embarcará nesta quinta-feira (21) para Nova York (EUA) para participar, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), da cerimônia de assinatura do acordo elaborado no ano passado, em Paris, sobre mudança do clima.
Em seu discurso de cinco minutos diante dos chefes de Estado mundiais, ela planeja falar sobre o golpe jurídico-parlamentar que enfrenta no Congresso Nacional e denunciá-lo.
No período em que a presidente estiver no exterior, o vice-presidente Michel Temer assumirá interinamente a Presidência. Segundo a assessoria da Vice-presidência, Temer pretende permanecer em São Paulo durante o período em que Dilma estiver nos Estados Unidos.
Desde que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como retaliação ao PT votar por sua cassação, por crimes cometidos, Cunha articulou o pedido de impeachment, em dezembro do ano passado, Dilma tornou-se alvo de uma tentativa de "golpe" porque não há caracterização de um crime de responsabilidade.
Acordo do Clima
Inicialmente, havia a previsão de que a presidente participasse da sessão especial da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre o Problema Mundial das Drogas. No entanto, ela não chegará a tempo ao evento.
A agenda prévia de Dilma prevê a presença dela apenas na solenidade de assinatura do acordo do clima, que ocorrerá na sede da ONU na sexta-feira (22).
Esse acordo envolve metas dos países signatários para reduzir a emissão de gases do efeito estufa, ampliar o uso de matrizes energéticas limpas e reflorestar áreas verdes desmatadas.
Nos Estados Unidos, a presidente não deverá ficar hospedada em hotel, como costuma fazer em viagens para fora de Brasília. A previsão é que ela se hospede na residência oficial do embaixador do Brasil na ONU, Antonio Patriota, que comandou o Ministério das Relações Exteriores no primeiro mandato de Dilma.
A viagem da presidente da República aos Estados Unidos estava prevista desde o mês passado, mas, diante do cenário de crise política, cogitou-se a possibilidade de a viagem ser cancelada.
'Veio golpista'
Em entrevista coletiva concedida nesta terça (19) a correspondentes estrangeiros no Palácio do Planalto, afirmou que está sendo "vítima" de um processo de impeachment baseado em uma "flagrante injustiça" e que o Brasil tem um "veio golpista adormecido". De acordo com a petista, ela classifica de "veio" a possibilidade que "nunca é afastada".
"O Brasil tem um veio que é adormecido. Um veio golpista adormecido. Se acompanharmos a trajetória dos presidentes no meu país, no regime presidencialista, a partir de Getúlio Vargas, vamos ver que o impeachment, sistematicamente, se tornou um instrumento contra os presidentes eleitos. Eu tenho certeza de que não houve um único presidente depois da redemocratização do país que não tenha tido processos de impedimento no Congresso Nacional. Todos tiveram. Todos", afirmou.
Legitimadores e Articuladores do Golpe Preocupados
Os articuladores do golpe jurídico-parlamentar estão preocupados em serem desmascarados pela Presidente na ONU, dois Ministros do STF ligados ao PSDB Gilmar Mendes e Celso Melo fizeram falas criticando a presidente e os partidos golpistas se uniram a cantilena de que não estão dando golpe, mesmo com todos os sinais mostrando ao contrário
OCASO DO PT
Um partido fundado ao final da ditadura militar e que soube canalizar todo um caldo de cultura pró-democracia, tornando-se o maior partido da esquerda brasileira, não chegou a atual situação sem ter cometido uma série de erros até seu isolamento atual.
Não será a legenda que faz linha auxiliar, PC do B, que terá condições de jogar a boia salvadora a um partido que um dia fez "A esperança vencer o Medo".
A curva para o rumo atual da legenda, começa, segundo os seus críticos, nos anos de 1990 quando o seu grupo majoritário denominado Articulação (Atual Construindo um Novo Brasil - CNB), transformou a legenda em máquina interna eleitoral, com a substituição de Convenções e Congressos de voto por temática com crachá e o transformando no Processo Eleitoral Direto (PED), onde o filiado vota em cédulas e é carreado como nas eleições gerais, para ter uma maioria hegemônica a CNB utilizou todos os recursos de uma eleição a cargos proporcionais/majoritários (Inclusive Financeiro), expulsou grupos internos considerados muito "puristas" como a convergência socialista (PSTU) e causa operária (PCO) e se aproximou de partidos ao centro como PSB, PMDB e em alguns lugares com o PSDB.
Montada a máquina partidária que viabilizou as suas movimentações com vistas eleitorais, o próximo passo foi ampliar o arco de alianças com todos os setores partidários que nos Estados fortalecesse seu projeto central de eleger Lula presidente, bem como seu projeto de poder.
Paralelo a esta montagem da máquina eleitoral, o PT se posicionava contrário a qualquer agenda, mesmo as mais palatáveis a sua militância, se esta viesse do partido que disputava o centro do poder, o PSDB.
Com a aliança com as oligarquias nos Estados e Municípios e, sendo uma aposta nova no espectro político nacional, o PT foi abrindo mão de seus princípios e valores programáticos fundadores e ficando refém de um pragmatismo eleitoral sem limites.
Mandatos legislativos, executivos nas esferas municipal e estadual foram sendo conquistados com seus aliados e alimentando a máquina que vinha sendo azeitada para a grande conquista final, a Presidência da República.
Mas, com o trator montado contra os críticos internos e adversários externos, viciando sua base e a terceirizando, deixando esta de ser militante e tornando-se funcionária, as sementes do estágio atual estavam sendo regadas.
Uma aristocracia partidária se formou, onde os chamados "capas pretas" determinavam os rumos e que o alvo a ser retirado no caminho, mesmo que ideologicamente fossem coerentes e sérios militantes por um país mais justo, deveriam ser abatidos e condenados a invisibilidade.
Antigos adversários se tornaram amigos de banhos de ofurô e sócios do poder. Os movimentos sociais que eram uma aposta de sustentação em caso de uma reação conservadora, foram instrumentalizados e burocratizados, tornando-se meras correias de transmissão das vontades da aristocracia partidária.
Enquanto isto, os que não concordaram com os novos rumos, saíram ou foram expulsos e deram segmento as suas bandeiras e ideais.
A chegada do PT e de Lula a Presidência da República, para além destes engendramentos da legenda, foi fruto de um momento mundial favorável e da evolução política da classe trabalhadora que através de outros aparelhos ideológicos foi aumentando sua consciência de classe.
Ao chegar a Presidência da República o PT, ao abandonar sua agenda política, se fiar nas alianças oligarcas e parlamentares,não trabalhar pela organização de base e tomados de grande arrogância, passaram a ignorar os sinais emitidos sobre as fragilidades de sustentação política de longa duração em um país crivado pelo pensamento conservador.
Muitos militantes e organizações da esquerda continuaram a serem desqualificadas pelo partido da presidência e parte considerável das direções do PT se acharam os novos "Donos do Poder", esquecendo que o capitalismo mundial e os burgueses são os verdadeiros donos deste.
Encerrou-se no domingo dia dezessete de abril de dois mil e dezesseis um ciclo, com Ele fechasse um modo de fazer-se política à esquerda. A arrogância, as alianças nada programáticas, a ocupação de espaços institucionais para satisfazer egos e interesses financeiros, as cotoveladas e tentativas de condenar à invisibilidade os que pensam diferente, mesmo sendo do campo de esquerda e por fim, o erro de apostar na conciliação de classe está sepultado.
A ofensiva conservadora e a sua máquina midiática, colocam novamente o campo democrático popular no ambiente de onde não deveria ter saído, o trabalho de base, com formação, formulação, síntese e respeito a divergência e ao pensar diferente.
Que o PT reconheça seus erros, se reinvente e esteja convencido que a sua aliança estratégica deve ser com a classe trabalhadora.
Nós que defendemos a democracia, sem sermos do PT ou eleitores de Dilma, reconhecemos a importância histórica da legenda. Contudo, não seremos claque de erros que não são reconhecidos nem corrigidos, mas, parceiros nas lutas que venham avançar o processo político do país.
Se todo processo político é uma etapa a ser superada, a etapa agora é de aglutinar as forças do campo democrático popular para o embate que iremos travar contra agenda conservadora, ironicamente chamada "Ponte para o Futuro".
Mãos a Obra!
Samuel Maia
Mestre em História Social
terça-feira, abril 19, 2016
BBB e os três Brasis
A grande questão colocada neste momento de instabilidade no Brasil é: Iremos superar o atraso cultural e econômico que as elites brasileiras, com apoio da burguesia internacional, insiste manter aos brasileiros?
Um país que o Congresso Nacional é dominado pelas bancadas do BBB (Boi, Bala e Bíblia), fica refém de interesses do capitalismo mais atrasado.
Como entrar no roll de países desenvolvidos quando no subconsciente da sociedade é correto ser concentrador de renda, produzida por todos? Que matar e estuprar, como defende o Deputado ogro Bolsonaro, vira bandeira de frações da sociedade? Como construir uma cidadania pró-ativa, quando parcelas da sociedade, entregam seus destinos a líderes religiosos inescrupulosos?
O país está no fio da navalha, a sua janela das oportunidades está se fechando e o golpe parlamentar em curso no Congresso remeterá o país a um atraso de décadas.
Os atores que comandam o golpe são ligados a interesses criminosos e a maioria do congresso tem processos e são investigados na justiça. Espelho da representação de uma sociedade que faz no privado o que tenta esconder no público.
Assim, a angústia de setores de pensamento arejado, contemporâneo e em sintonia com o século XXI é que ao defender a DEMOCRACIA, não Dilma e o PT, tenciona que o atual governo faça ações de radicalização da democracia, mas, não percebe o governo se mover neste sentido.
Temos ainda, dados da UNESCO, dezesseis milhões de brasileiros(as) em situação de vulnerabilidade social, a gestão pública é um leão para arrecadar e uma preguiça para prestar serviços de qualidade, a transparência/controle social é uma utopia, a pátria educadora é apenas uma frase de efeito e a democratização da comunicação uma bandeira esquecida por este governo.
Sair do estágio atual e superar as mazelas e vacilos de um governo que construído por um partido de viés de esquerda, para um empoderamento da sociedade é o único caminho para deixarmos de ser um país dividido em três e torná-lo um, com o controle dos que produzem riquezas, os trabalhadores.
Samuel Maia
* Mestre em História Social
segunda-feira, abril 18, 2016
Câmara Hostil de maioria corrupta fez julgamento político
Presidente do Brasil Dilma Rousseff sofreu uma derrota esmagadora no domingo, como um congresso hostil e corrupção contaminado votou pelo impeachment ela.
Em uma sessão turbulenta da Câmara presidida pelo inimigo do presidente, presidente da Câmara Eduardo Cunha, a votação terminou na noite de domingo à noite, com 367 dos 513 deputados que apoiam impeachment - confortavelmente além da maioria de dois terços dos 342 necessários para fazer avançar o caso para o Senado.
Como o resultado ficou claro, José Guimarães, o líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara, admitiu a derrota com mais de 80 votos ainda para serem contados. "A luta agora é nos tribunais, a rua e o Senado", disse ele.
Como o voto 342 fundamental foi lançada pelo impeachment, a câmara irrompeu em aplausos e Eu sou Brasileiro, o canto de futebol que se tornou o hino do protesto anti-governo. Oposição gritos de "golpe, golpe, golpe" foram abafados.No meio das cenas estridentes a figura mais impassível na câmara foi o arquiteto da demolição política, Cunha.
Assistido por dezenas de milhões em casa e nas ruas, a votação - que foi anunciada pelo vice-presidente da Câmara - viu a oposição conservadora confortavelmente assegurar o seu movimento para remover o chefe de Estado eleito menos de metade de seu mandato. Houve sete abstenções e duas ausências, e 137 deputados votaram contra a medida.
Uma vez que o Senado concorda em considerar o movimento, o que provavelmente dentro de algumas semanas, Rousseff terá que se afastar por 180 dias e o governo Partido dos Trabalhadores, que governa Brasil desde 2002, será pelo menos temporariamente substituída por uma administração de centro-direita liderada pelo vice-presidente Michel Temer.
Em uma noite escura, sem dúvida, o ponto mais baixo foi quando Jair Bolsonaro, o deputado de extrema-direita do Rio de Janeiro, dedicou seu voto sim a Carlos Brilhante Ustra , o coronel que liderou a unidade de tortura Doi-Codi durante a época da ditadura. Rousseff, ex-guerrilheira, estava entre aqueles torturados. O movimento de Bolsonaro fez o deputado Jean Wyllys cuspir na direção dele.
Eduardo Bolsonaro, seu filho e também um deputado, usou seu tempo ao microfone para homenagear o responsável geral para o golpe militar de 1964.
Deputados foram chamados um por um para o microfone pela instigador do processo de impeachment, Cunha - um conservador evangélico que é ele próprio acusado de perjúrio e corrupção - e um por um eles condenaram o presidente.
Sim, votou Paulo Maluf, que está na lista vermelha da Interpol por conspiração .Sim, votou Nilton Capixaba, que é acusado de lavagem de dinheiro. "Pelo amor de Deus, sim!", Declarou Silas Câmara, que está sob investigação por falsificação de documentos e apropriação indevida de fundos públicos.
E sim, votou a grande maioria dos mais de 150 deputados que estão implicados em crimes, mas protegidos por seu status como parlamentares.
Às vezes a sessão expôs o lado farsante da democracia no Brasil, como o Partido das Mulheres que tem apenas deputados do sexo masculino, ou o Partido Popular Socialista (PPS), que é um dos grupos mais de direita no Congresso.
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-Chefe da Casa Civil da Presidente do Brasil, Jaques Wagner disse que o governo estava confiante de que o Senado iria julgar o impeachment, insistindo que a votação foi um revés para a democracia e foi "orquestrada" pelos oponentes de Dilma, que nunca aceitou a vitória de reeleição em 2014 .
Mas as chances de sobrevivência de Dilma olhar magro. Brasil se transformou radicalmente contra a primeira mulher presidente do país.Uma vez que um dos líderes mais populares do mundo, com classificações de 92% de aprovação, Rousseff tem visto desde seu mergulho apoio como resultado da recessão económica, agitação política ea investigação Lava Jato em corrupção na Petrobras , que implicou quase todos os grandes partidos.
Vários altos funcionários funcionários do partido foram presos em conexão com o escândalo e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está sob investigação . Como um ex-ministro da Energia e chefe de seu partido, os críticos dizem que Dilma deveria saber o que estava acontecendo, mas ela não foi acusado.
Pesquisas recentes sugerem apenas 10% do público que o presidente está fazendo um bom trabalho e 60% apoiar a sua remoção.
Mas muitos estão inquietos sobre os motivos duvidosos para o impeachment. Rousseff é acusada de contas do governo de fachada com uma transferência temporária de dinheiro dos bancos federais antes da última eleição. Supporters diz que esta infração menor e comum está sendo usado como um pretexto para um "golpe" para tomar o poder por uma classe política que é notório por crimes muito mais graves. Cerca de um terço dos deputados câmara baixa ou estão sob investigação ou acusados de crimes.
Na noite de domingo, os canais da TV brasileira mostrou ruas cheias de manifestantes pró-impeachment que dançavam em comemoração. Muitos envolto-se na bandeira nacional e em um ponto que explodiu em um coro do hino nacional. Com cada declaração do congresso, as multidões gritaram e vaiaram como se estivesse em uma pantomima ou um jogo de futebol. Um mesmo lançado um canhão confete, enchendo rapidamente o ar acima dele em uma nuvem brilhante de cor.
Nas ruas, as multidões que se reuniram para mostrar apoio a favor ou contra impeachment eram mais civil do que os seus representantes eleitos. Centenas de milhares de pessoas tomaram as ruas em mais de uma dúzia de cidades, a grande maioria deles se opõem ao governo. Do lado de fora do edifício do Congresso, em Brasília, os dois lados foram divididos por uma barreira de aço.O lado anti-governo estava exultante com a perspectiva de mudança. "Dilma tem roubado as pessoas com a corrupção e inflação. Devemos nos livrar dela ", disse Raquel Rosas, um professor da escola que estava assentado sobre uma bandeira brasileira espera do resultado com seu sete meses de gravidez e outros membros da família. "Mas se livrar dela deve ser apenas o começo. Temer e Cunha deve ir também. "Do outro lado da cerca, a multidão era menor e mais suave. Algumas faixas dizendo que "defendiam a democracia" e "Respeite meu voto", em referência a dezenas de milhões de votos de Rousseff na última eleição que impeachment ameaça golpear.
Fabio Moura, um advogado de São Paulo, disse que estava enojado com a oposição, porque muitos deles têm sido implicados na investigação Lava Jato em corrupção na Petrobras. "Eles estão apenas tentando acusar Dilma para que eles possam parar a investigação", disse ele.
"Não é ruim para nós a perder hoje. Isso significa que a oposição terá que fazer cortes de gastos impopulares e que vai nos ajudar na próxima eleição ", disse ele."Mas este parece ser um dia mau para a democracia".
Fonte: The Guardian
domingo, abril 17, 2016
Processo de impeachment não resolverá crise política, dizem especialistas
Em tramitação no Congresso, o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, independentemente do resultado, não resolverá a crise política vivida pelo país, avaliam cientistas políticos ouvidos pela Agência Brasil. Para os especialistas, a polarização da política e a descrença da população nos partidos políticos permanecerão após o desfecho do julgamento do impedimento da presidenta.
Para o cientista político e professor titular do curso de ciência política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Carlos Ranulfo, o impeachment não representa risco à democracia, mas ele considera a constitucionalidade do procedimento discutível. “Estamos discutindo o afastamento de um presidente sem base jurídica para tanto. É diferente o afastamento político do afastamento por crime de responsabilidade. Mas não há crime de responsabilidade que possa ser imputado a Dilma. É uma violência à Constituição”, disse Ranulfo.
O cientista político, antropólogo e sociólogo da Universidade de Brasília (UnB) Antônio Flávio Testa considera que o momento político brasileiro fortalecerá a democracia e as instituições. Para Testa, o pedido de impedimento de Dilma tem fundamentação legal e “ótima fundamentação”. “Não vejo problemas [quanto à fundamentação do pedido]. As pedaladas fiscais foram julgadas pelo TCU [Tribunal de Contas da União] e configuram crime de responsabilidade”, afirmou, referindo-se ao mecanismo usado pelo governo, no ano passado, de repassar dinheiro de benefícios sociais à Caixa Econômica depois que o banco já havia feito o pagamento aos beneficiários.
De acordo com o cientista político e professor do curso de Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Maurício Santoro, no entanto, diferentemente do processo que resultou no impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, que, segundo ele, unificou o país e fortaleceu a democracia, no caso da presidenta Dilma Rousseff o resultado deve provocar ainda mais tensionamento.
“O processo contra o Collor fortaleceu a democracia. Tínhamos uma visão de que aqueleimpeachment era necessário. [Hoje] embora pesquisas demonstrem grande apoio aoimpeachment, a base legal do pedido é bastante controversa. Não há, como houve no Collor, uma prova de que ela tenha recebido ou sido beneficiada pela corrupção”, comparou Santoro.
Para ele, o clima de divisão política pode resultar, no Brasil, em um desfecho semelhante ao ocorrido na Itália, com a eleição de Silvio Berlusconi, após a Operação Mãos Limpas. “O momento de hoje [no Brasil] tem semelhanças com o que aconteceu na Itália após a Operação Mãos Limpas. Assim como a Mãos Limpas, que resultou na condenação de vários políticos, o resultado não foi uma democracia mais sólida, mas a ascensão de Berlusconi, que representou a expressão: se você não acredita na política, vote em mim. Mesmo dento da democracia, a aversão ao sistema pode gerar coisas muito estranhas”, afirmou.
Na visão da cientista política da Universidade Federal de São Carlos (UFScar) Maria do Socorro Sousa Braga, a não observância dos preceitos constitucionais na análise do impeachment pode agravar ainda mais as disputas políticas nas ruas.
“A democracia vai seguir, independentemente do resultado. No entanto, se não forem observadas as questões legais e se outras lideranças não forem punidas, por exemplo, com certeza podemos ter uma guerra civil. Nossas autoridades têm que ser responsáveis”, disse Maria do Socorro Sousa Braga à Agência Brasil.
Manifestações
Apesar de ressaltar o caráter democrático das manifestações, o cientista político Carlos Ranulfo ressaltou que o Congresso e, principalmente, o Judiciário não devem se deixar pautar pelo clamor popular. “Nenhuma democracia funciona com base na voz das ruas. Ela não te diz para onde ir, nem fundamenta a democracia. Cito o exemplo da Venezuela do [Hugo] Chávez. A voz das ruas é volátil. Ora vai para um lado, ora vai para outro. É um protesto, não fundamenta nada. Por isso que a Justiça não pode se pautar pela voz das ruas. A voz das ruas não faz as leis”, frisou o professor da UFMG.
De acordo com Maurício Santoro, nos últimos anos a pesquisa Latinobarómetro, feita por uma organização não governamental chilena que estuda a opinião pública em 18 países da América Latina, tem registrado uma oscilação do percentual de brasileiros que consideram a democracia o melhor sistema. Reflexo, conforme o professor da Uerj, da descrença de parte da população nos partidos.
Para ele, isso reforça ainda mais o papel do Judiciário neste cenário de crise. “Estamos vendo nos protestos um número expressivo de pessoas com faixas, cartazes expressando sentimento de crítica à democracia e de nostalgia à ditadura. O Poder Judiciário não é eleito por uma razão importante: a gente precisa de autoridades que não respondam aos anseios das ruas - para proteger os direitos das minorias. A democracia é o respeito à vontade das maiorias, mas sem desrespeitar o direito das minorias”, observou Santoro.
Na avaliação da professora Maria do Socorro Sousa Braga, a ida da população às ruas é importante e reforça a percepção sobre os deveres políticos. “É uma forma de mostrar sua insatisfação. E é ainda mais importantes porque as manifestações têm ocorrido sem violência, de forma pacífica e politizada. Sinal de democracia madura, seja de um lado ou de outro”, acrescentou a cientista política da UFSCar.
Edição:
Lana Cristina
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