O Jornal Francês Le Mond noticiou esquema de lavagem de dinheiro de políticos que querem dar golpe em Dilma
PDT, PMDB, PP, PSB, PSD, PSDB e PTB têm políticos e parentes com offshores
Fernando Rodrigues 04/04/2016
PMDB: Newton Cardoso Jr. e filho de Edison Lobão
PP: Vadão Gomes; no PTB e PSD, João Lyra
PSB: filho de Márcio Lacerda, de Belo Horizonte
PSDB: Sérgio Guerra, ex-presidente nacional tucano
Da esquerda para a direita: João Lyra, Newton Cardoso Jr. e Newton Cardoso pai
Os
arquivos da Mossack Fonseca mostram que o escritório panamenho criou ou vendeu
empresas offshore para políticos brasileiros e seus familiares. Há ligações com
PDT, PMDB, PP, PSB, PSD, PSDB e PTB.
Entre
outros, aparecem vinculados a empresas offshores o deputado federal Newton
Cardoso Jr. (PMDB-MG) e o pai dele, o ex-governador de Minas Gerais Newton
Cardoso; o ex-ministro da Fazenda Delfim Netto; os ex-deputados João Lyra
(PSD-AL) e Vadão Gomes (PP-SP), e o ex-senador e presidente do PSDB Sérgio
Guerra, morto em 2014.
Há também alguns parentes de políticos que têm ou tiveram
offshores registradas. É o caso de Gabriel Nascimento Lacerda, filho do
prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), e de Luciano Lobão, filho do
senador Edison Lobão (PMDB-MA).
A lei brasileira permite a
qualquer cidadão ter uma empresa num paraíso fiscal. É necessário, entretanto,
que a operação esteja registrada no Imposto de Renda do proprietário. Quando há
envio de recursos para o exterior é também obrigatório informar ao Banco
Central sobre a operação, em casos que superem determinado valor.
A documentação usada nesta reportagem foi obtida pelo ICIJ (Consórcio
Internacional de Jornalistas Investigativos),
organização sem fins lucrativos e com sede em Washington, nos EUA. O material
está sendo investigado há cerca de 1 ano para a preparação da série Panama Papers. Participam dessa investigação com
exclusividade no Brasil o UOL, o jornal “O
Estado de S.Paulo” e a Rede TV!.
As informações são originais, da base de dados da Mossack
Fonseca. Os dados foram obtidos pelo jornal alemão Süddeutsche Zeitung e compartilhados com o ICIJ.
Funcionários
da Mossack Fonseca dizem, em trocas reservadas de e-mails, que a política da
companhia é “não atender pessoas que têm ou tiveram cargos políticos”.
Algumas das offshores foram utilizadas pelos políticos e seus
parentes para comprar bens e imóveis no exterior. Outras serviram para
movimentar contas bancárias em países como a Suíça.
No Brasil, foram checados pelo UOL no banco de dados os nomes de pessoas
classificadas no mercado financeiro como “PEPs” (do inglês, “politically
exposed person'' ou “pessoa politicamente exposta”). O cruzamento realizado
incluiu os 513 deputados federais, os 81 senadores e seus suplentes, os 1.061
deputados estaduais eleitos em 2014 e os 424 vereadores das 10 maiores cidades
brasileiras.
Foi
checado o nome da atual presidente e os de todos os seus antecessores vivos,
além de seus familiares mais próximos. Os ministros atuais e ex-ministros do
STF e de todos os tribunais superiores também foram checados, além de dos
candidatos à governador e à Presidência da República em 2014.
Muitos outros cruzamentos foram realizados e o resultado que
tenha relevância jornalística e interesse público será publicado nas próximas
reportagens da sériePanama Papers.
O UOL detalha a seguir os principais casos
de empresas em paraísos fiscais relacionadas a políticos brasileiros e seus
parentes.
CLÃ NEWTON CARDOSO
O deputado federal Newton Cardoso Jr (PMDB-MG) e seu pai, o ex-governador de Minas Newton Cardoso, usaram empresas offshores para comprar um helicóptero e um flat em Londres.
O deputado federal Newton Cardoso Jr (PMDB-MG) e seu pai, o ex-governador de Minas Newton Cardoso, usaram empresas offshores para comprar um helicóptero e um flat em Londres.
Newton Cardoso Jr elegeu-se deputado pela 1ª vez em 2014. A
offshore Cyndar Management LLC foi aberta em 2007, no Estado
norte-americano de Nevada, quando ele ainda não tinha mandato. Trocas de e-mails encontradas no acervo da Mossack Fonseca
mostram que o objetivo da empresa era comprar um helicóptero, no valor de US$
1,9 milhão.
O
helicóptero é da marca Helibrás, modelo Esquilo AS350 B-2. Tem capacidade para
5 passageiros e autonomia de 3h de voo. O helicóptero foi comprado de outra
offshore, sediada nas Ilhas Virgens Britânicas. O equipamento foi arrendado à
Companhia Siderúrgica Pitangui, de propriedade da família Cardoso, no fim de
2007.
A companhia continua ativa, segundo o registro da Mossack
Fonseca. Em 2011, Cardoso decidiu vender a aeronave, o que acabou acontecendo
só em 2013. O preço acertado foi de US$ 1 milhão. Quem adquiriu o helicóptero
foi Inácio Franco, hoje deputado estadual pelo
PV-MG, por meio de uma empresa de sua propriedade.
Como a
aeronave foi vendida antes da 1ª disputa eleitoral de Newton Cardoso Jr, este
não tinha necessidade de declará-la ao TSE.
FLAT EM LONDRES
Já Newton Cardoso, o pai, adquiriu uma offshore em out.1991, quando ainda era governador de Minas Gerais. A Desco Trading Ltd. foi usada para comprar um flat em Londres em jul.1992, pouco depois de Newton deixar o governo de Minas Gerais. O valor à época: 1,2 milhão de libras. Esse montante hoje (abril de 2016) convertido em reais equivaleria a aproximadamente R$ 6,3 milhões.
Já Newton Cardoso, o pai, adquiriu uma offshore em out.1991, quando ainda era governador de Minas Gerais. A Desco Trading Ltd. foi usada para comprar um flat em Londres em jul.1992, pouco depois de Newton deixar o governo de Minas Gerais. O valor à época: 1,2 milhão de libras. Esse montante hoje (abril de 2016) convertido em reais equivaleria a aproximadamente R$ 6,3 milhões.
Documentos da Desco
Trading mostram que o
objetivo da companhia era receber aluguéis. Os valores deveriam ser depositados
numa conta no Lloyds Bank de Londres.
DE
ALAGOAS, JOÃO LYRA
Papéis da Mossack Fonseca indicam que o ex-deputado João Lyra (PSD-AL) utilizou uma empresa offshore para abrir e manter uma conta no banco suíço Pictet Asset Management, a partir de 2009.
Papéis da Mossack Fonseca indicam que o ex-deputado João Lyra (PSD-AL) utilizou uma empresa offshore para abrir e manter uma conta no banco suíço Pictet Asset Management, a partir de 2009.
Em
2010, Lyra foi eleito deputado federal pelo PTB de Alagoas (depois, em 2011,filiou-se
ao PSD). A offshore e a conta bancária não aparecem na declaração
de bens que
Lyra entregou à Justiça Eleitoral.
O ano de abertura da offshore coincide com o agravamento da
situação das empresas de Lyra. No fim de 2008, o Grupo João Lyra apresentou um
pedido de recuperação judicial ao Tribunal de Justiça de Alagoas.
Em
janeiro de 2009, a Mossack Fonseca abriu para ele uma companhia offshore
chamada Refill Trading Corp.
Pouco depois, em fevereiro, a Mossack Fonseca recebeu documentos para abrir uma
conta em nome da Refill no Pictet Asset Management, um banco
suíço. O nome de Lyra aparece anotado à mão, ao lado de uma assinatura, nos
documentos de abertura da conta.
Lyra foi senador por Alagoas de 1989 a 1991 e deputado federal
por 2 mandatos (2002 a 2006 e 2010 a 2014). Produtor de açúcar e álcool, ficou
conhecido como o deputado mais rico do país após declarar à Justiça Eleitoral
um patrimônio de R$ 246,6 milhões.
Em 2008, uma fiscalização do Ministério Público do Trabalho
encontrou 53 trabalhadores vivendo em condições análogas à de escravidão em
usinas do ex-congressista. Em 20 de fevereiro de 2015, o Diário de Justiça
Eletrônico do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL), publicou a determinação
de venda dos bens da massa falida do grupo Laginha Agroindustrial S/A,
pertencente a João Lyra –empresa que teve falência decretada em 2008.
TUCANO: SÉRGIO GUERRA
O ex-senador e ex-presidente nacional do PSDB Sérgio Guerra (1947-2014) aparece nos documentos da Mossack Fonseca. Outra pessoa que manteve boas relações com o PSDB e está no banco de dados da firma panamenha é o banqueiro Saul Sabbá, do Banco Máxima.
O ex-senador e ex-presidente nacional do PSDB Sérgio Guerra (1947-2014) aparece nos documentos da Mossack Fonseca. Outra pessoa que manteve boas relações com o PSDB e está no banco de dados da firma panamenha é o banqueiro Saul Sabbá, do Banco Máxima.
Guerra
adquiriu uma empresa offshore com a mulher, Maria da Conceição, e um dos
filhos, Francisco. A New
Deal Corporation emitiu
poderes para os 3 em mar.1992, quando Guerra era deputado federal pelo PSDB de
Pernambuco. A transação foi intermediada por um escritório de Miami (EUA).
Em 1994, a companhia foi desativada por falta de pagamento das
taxas do ano de 1993. De acordo com a correspondência da Mossack Fonseca, os
Guerra não voltaram a manifestar interesse em manter a empresa.
Já Saul
Dutra Sabbá, do Banco Máxima, manteve uma offshore com a Mossack & Fonseca
de 1997 a 2001. A ICC
Asset Management, LTD estava
registrada nas Bahamas. Poderes de representação foram emitidos para Sabbá e
outros 3 executivos do Banco Máxima em 17.jun.1997.
Em mar.2001, a ICC foi transferida para outra firma de criação
de offshores, a Sucre & Sucre Trust, também nas Bahamas. Não há mais
registros sobre a empresa nos arquivos da Mossack.
O Banco
Máxima informa em seu site que deu consultoria ao “governo brasileiro
no Programa Nacional de Desestatização (PND), que resultou no fortalecimento de
grandes empresas, como Vale e CSN”.
O PND
foi criado pela lei 9.491, de 9.set.1997, cerca
de 3 meses depois de Sabbá ter recebido o poder de representação da offshore
por meio da Mossack Fonseca.
O FILHO DE EDISON LOBÃO
Luciano Lobão adquiriu uma empresa offshore com a Mossack Fonseca em agosto de 2011. A VLF International Ltd teve como intermediário um escritório de advogados de Miami Beach, na Flórida.
Luciano Lobão adquiriu uma empresa offshore com a Mossack Fonseca em agosto de 2011. A VLF International Ltd teve como intermediário um escritório de advogados de Miami Beach, na Flórida.
A offshore foi usada para comprar um apartamento em Miami Beach
em 2013, por US$ 600 mil. O imóvel foi vendido no ano seguinte por US$ 1,08
milhão. A mulher de Luciano Lobão, Vanessa Fassheber Lobão, também aparece como
dona da VLF International.
Luciano
é filho do senador e ex-ministro Edison Lobão (PMDB-MA). Ele nunca se envolveu
diretamente com política, mas é dono de uma empreiteira, a Hytec, que é
responsável por obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento, do governo
federal) no Maranhão.
Em dez.2015, uma casa de propriedade de Luciano no bairro Lago
Sul, em Brasília, foi alvo da fase Catilinárias da Operação Lava Jato. As
ligações políticas de Luciano só foram descobertas pela Mossack em agosto de
2014.
Em
e-mail encaminhado ao Blog, Luciano
Lobão disse que a VLF International foi declarada à Receita e devidamente
tributada. A operação teria sido legal.
OUTROS POLÍTICOS E SUAS OFFSHORES
A seguir, um resumo de como alguns outros políticos e seus familiares se relacionaram com a Mossack Fonseca, de acordo com a investigação Panamá Papers:
A seguir, um resumo de como alguns outros políticos e seus familiares se relacionaram com a Mossack Fonseca, de acordo com a investigação Panamá Papers:
Gabriel Nascimento de Lacerda é filho do prefeito de Belo Horizonte,
Márcio Lacerda (PSB). Em 2012, a Mossack Fonseca emitiu documentos para que ele
pudesse operar uma conta bancária no Banque Morval, em Genebra, na Suíça.
A
offshore controlada por Gabriel é a Nessa
Properties Limited. Em janeiro de 2014, Lacerda abriu uma subconta
no mesmo Banque Morval, controlada pela Nessa
Properties.
Em
2015, o Blog já
havia identificado outra conta de Gabriel e de 2 irmãos no HSBC da Suíça. Essa conta foi
devidamente declarada à Receita Federal e a saída do dinheiro está informada ao
Banco Central, como determina a lei brasileira.
Delfim Netto criou uma companhia offshore
com a Mossack Fonseca em 2008, aAspen 2 Consult Ventures Ltd.
A empresa foi controlada por ele e pela filha, Fabiana.
Na
mesma negociação, criou-se outra companhia de nome parecido: a Best 2 Consult Ventures, que tem como controlador Luís Ramon
Petrillo. Ele é sócio de Delfim Netto na Best Consult, uma
firma de consultoria que é descrita como “sucesso entre clientes”. Ambas as
empresas foram registradas nas Ilhas Virgens Britânicas. A Aspen ficou inativa
logo em seguida, em 2009. Segundo Delfim, as empresas não chegaram a movimentar
qualquer valor.
Delfim Netto é economista. Ocupou vários cargos públicos ao
longo da vida, inclusive o de ministro da Fazenda (1967-1974), durante a
ditadura militar. Sua última função pública foi a de deputado federal pelo PMDB
de São Paulo –antes ele foi por muitos anos filiado ao PP. Ficou na Câmara por
5 mandatos, até 2007.
Etivaldo Vadão Gomes abriu uma empresa offshore por
meio da Mossack Fonseca em 2011. O nome escolhido, South America Beef Company S.A, parece
relacionar-se com a atividade empresarial do ex-deputado. Ele foi dono de um
frigorífico que pediu recuperação judicial em 2008.
Vadão Gomes exerceu 4 mandatos como deputado federal por vários
partidos. Sua última legenda foi o PP. Ele deixou a Câmara em 2011, depois de
perder as eleições em 2010. Segundo e-mails da Mossack Fonseca, o objetivo da
offshore era investir em ações, títulos e imóveis, no Brasil e no exterior.
Ao descobrir a ligação de Vadão com a política, a Mossack
Fonseca suspendeu a criação da offshore até que ele prestasse as informações
sobre seu mandato e sobre as denúncias de envolvimento com o mensalão. Ele foi
absolvido. Documentos posteriores indicam que a sociedade foi criada.
POLÍTICOS COM OFFSHORES LEGAIS
Há algumas pessoas politicamente expostas (PEPs, na sigla em inglês) que possuem offshores e comprovadamente fizeram os registros necessários perante as autoridades brasileiras. Nesses casos, por liberalidade dos citados, o Blog teve acesso às suas declarações de bens à Receita Federal. São elas:
Há algumas pessoas politicamente expostas (PEPs, na sigla em inglês) que possuem offshores e comprovadamente fizeram os registros necessários perante as autoridades brasileiras. Nesses casos, por liberalidade dos citados, o Blog teve acesso às suas declarações de bens à Receita Federal. São elas:
Paulo Octávio foi vice-governador de Brasília
pelo DEM na gestão de José Roberto Arruda. A chapa foi eleita em 2006.
PO,
como é conhecido, chegou assumir o governo por menos de um mês, em fevereiro de
2010, quando Arruda foi preso. A offshore de Paulo Octávio é mencionada em uma reportagem do “Miami Herald''.
Em
2011, Paulo Octávio abriu uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas. A empresa
estava em nome dele e da mulher, Anna Christina Kubitscheck. Ele é um dos
empresários mais ricos de Brasília, com forte atuação no ramo imobiliário. Em
2014, teve seus bens bloqueados por uma decisão judicial.
A
sociedade foi batizada de Mateus
5 International Holding Inc. Segundo
os registros da Mossack Fonseca, offshore continua ativa. Os documentos não
deixam claro qual o objetivo do empreendimento. Ao Blog, Paulo Octavio disse que a empresa foi criada para a
aquisição de um apartamento em Miami, onde o filho dele viveu enquanto estudava
administração.
O
empresário mostrou à reportagem suas declarações de bens nas quais consta a
empresa Mateus 5. A
companhia foi devidamente tributada.
Gabriel Junqueira Pamplona Skaf é filho de Paulo Skaf, atual presidente da
Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e que trabalha para ser
candidato do PMDB ao governo de São Paulo na eleição de 2018. Já concorreu a
esse cargo nas disputas de 2010 e 2014.
De maio
de 2008 a julho de 2009, Gabriel foi dono da Sunrise
Management Finance Ltd. Em 2009, desfez-se da empresa. A offshore
foi incorporada nas Ilhas Virgens Britânicas. O objetivo era abrir uma conta
bancária.
Todos
os dados da Sunrise estão
lançados na sua declaração de Imposto de Renda de Gabriel. A operação foi
legal.
Rodrigo Meyer Bornholdt foi
candidato a deputado estadual em Santa Catarina pelo PDT, em 2010, e não se
elegeu. Antes, de 2005 a 2008, foi vice-prefeito de Joinville (SC), na gestão
do tucano Marco Tebaldi, hoje deputado federal.
Max Roberto Bornholdt, pai de Rodrigo, aparece nos
arquivos como titular de uma offshore. Ele foi secretário da Fazenda de Santa
Catarina de 2003 a 2006, na gestão de Luiz Henrique da Silveira (PMDB), morto
em 2015.
A
primeira offshore da família, a Auras
Management Group SA, foi adquirida no fim de 2010 e tinha como
titulares Max, a mulher, Eliane, e Isabela Meyer Bornholdt. Já Rodrigo aparece
como titular da Talway International SA, adquirida em dezembro de 2011 com o
pai e Karla Cecilia Adami Bornholdt. As empresas foram usadas para adquirir um
imóvel em Punta del Este, no Uruguay.
As offshores da família Bornholdt são legais e estão declaradas
à Receita Federal do Brasil.
Participaram
da série Panama Papers os repórteres Fernando Rodrigues, André Shalders, Mateus Netzel e Douglas Pereira (do UOL), Diego Vega e Mauro Tagliaferri (da RedeTV!) e José Roberto de Toledo, Daniel Bramatti, Rodrigo Burgarelli, Guilherme Jardim Duarte e Isabela Bonfim (de O Estado de S. Paulo).
Fonte: Uol
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