A presidente Dilma Rousseff embarcará nesta quinta-feira (21) para Nova York (EUA) para participar, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), da cerimônia de assinatura do acordo elaborado no ano passado, em Paris, sobre mudança do clima.
Em seu discurso de cinco minutos diante dos chefes de Estado mundiais, ela planeja falar sobre o golpe jurídico-parlamentar que enfrenta no Congresso Nacional e denunciá-lo.
No período em que a presidente estiver no exterior, o vice-presidente Michel Temer assumirá interinamente a Presidência. Segundo a assessoria da Vice-presidência, Temer pretende permanecer em São Paulo durante o período em que Dilma estiver nos Estados Unidos.
Desde que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como retaliação ao PT votar por sua cassação, por crimes cometidos, Cunha articulou o pedido de impeachment, em dezembro do ano passado, Dilma tornou-se alvo de uma tentativa de "golpe" porque não há caracterização de um crime de responsabilidade.
Acordo do Clima
Inicialmente, havia a previsão de que a presidente participasse da sessão especial da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre o Problema Mundial das Drogas. No entanto, ela não chegará a tempo ao evento.
A agenda prévia de Dilma prevê a presença dela apenas na solenidade de assinatura do acordo do clima, que ocorrerá na sede da ONU na sexta-feira (22).
Esse acordo envolve metas dos países signatários para reduzir a emissão de gases do efeito estufa, ampliar o uso de matrizes energéticas limpas e reflorestar áreas verdes desmatadas.
Nos Estados Unidos, a presidente não deverá ficar hospedada em hotel, como costuma fazer em viagens para fora de Brasília. A previsão é que ela se hospede na residência oficial do embaixador do Brasil na ONU, Antonio Patriota, que comandou o Ministério das Relações Exteriores no primeiro mandato de Dilma.
A viagem da presidente da República aos Estados Unidos estava prevista desde o mês passado, mas, diante do cenário de crise política, cogitou-se a possibilidade de a viagem ser cancelada.
'Veio golpista'
Em entrevista coletiva concedida nesta terça (19) a correspondentes estrangeiros no Palácio do Planalto, afirmou que está sendo "vítima" de um processo de impeachment baseado em uma "flagrante injustiça" e que o Brasil tem um "veio golpista adormecido". De acordo com a petista, ela classifica de "veio" a possibilidade que "nunca é afastada".
"O Brasil tem um veio que é adormecido. Um veio golpista adormecido. Se acompanharmos a trajetória dos presidentes no meu país, no regime presidencialista, a partir de Getúlio Vargas, vamos ver que o impeachment, sistematicamente, se tornou um instrumento contra os presidentes eleitos. Eu tenho certeza de que não houve um único presidente depois da redemocratização do país que não tenha tido processos de impedimento no Congresso Nacional. Todos tiveram. Todos", afirmou.
Legitimadores e Articuladores do Golpe Preocupados
Os articuladores do golpe jurídico-parlamentar estão preocupados em serem desmascarados pela Presidente na ONU, dois Ministros do STF ligados ao PSDB Gilmar Mendes e Celso Melo fizeram falas criticando a presidente e os partidos golpistas se uniram a cantilena de que não estão dando golpe, mesmo com todos os sinais mostrando ao contrário
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