Construído pela imprensa corporativa, pelos grandes empresários
e banqueiros brasileiros e com a confiança dos estrategistas
imperialistas dos Estados Unidos, o ministro da Justiça, Sergio
Moro, é a personalidade pública em que os brasileiros mais
confiam, apesar da sua sentença forjada contra Lula e o
desmascaramento dele pelas denúncias de corrupção processual
no julgamento do ex-presidente, entre 12 figuras do cenário
político avaliadas em levantamento do Datafolha. A pesquisa
testou nomes como o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua firme apesar
de toda perseguição e sua prisão política
Lula é a grande liderança política positiva da atualidade.
O Datafolha pediu que os entrevistados dissessem, em uma
escala de 0 a 10, qual o nível de confiança que tinham em cada
um dos integrantes da lista. As notas até 5 são consideradas baixo
índice de confiança, de 6 a 8, médio, e 9 e 10, alto. O índice
leva em conta as notas atribuídas por aqueles que dizem conhecer
a personalidade em questão.
Um terço (33%) disse ter alta confiança em Moro, 23%, média
confiança, e 42%, baixa confiança.
O Datafolha ouviu 2.948 pessoas em 176 municípios de todas as
regiões do país nos dias 5 e 6 de dezembro.
A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para
menos, e o índice de confiança é de 95%.
Na lista dos mais confiáveis, Lula vem em seguida, com 30%
de confiança alta (16% média e 53% baixa). Apesar de empatar
dentro da margem de erro com o ex-juiz no quesito alta confiança,
o petista aparece em segundo por ter índices piores de média e
baixa confiabilidade.
Em seguida, estão empatados na margem de erro Bolsonaro, com
média e 55% baixa). O apresentador de TV é considerado um possível
candidato à Presidência em 2022.
O levantamento mostra ainda que a credibilidade de Lula, que estava
em queda, voltou a subir. Os 20% de alta confiabilidade em fevereiro
de 2016 se transformaram em 30% agora.
No fim de 2009, no seu segundo mandato na Presidência da República,
eram 52%.
Já Moro viu seu índice de alta confiança mais que dobrar: eram 14% em
fevereiro de 2016, agora são 33%. Ele é o ministro mais popular e bem
avaliado do governo, aprovado por metade da população.
O ex-juiz federal é o responsável pelo julgamento de Lula em primeira
instância no caso do tríplex de Guarujá. Condenado por corrupção e lavagem
de dinheiro, o petista foi preso em abril de 2018. A pena depois foi fixada pelo
STJ (Superior Tribunal de Justiça) em 8 anos e 9 meses de cadeia.
O petista foi solto em novembro do ano passado, após decisão do Supremo
Tribunal Federal (STF) que concede aos condenados que não apresentam
risco à sociedade o direito de aguardar em liberdade o julgamento de todos
os recursos judiciais. Para ampla maioria do povo, 54% dos brasileiros, a
soltura foi justa.
ALTOS E BAIXOS DE MORO EM 2019
Atritos
- A divulgação de mensagens trocadas entre o então juiz da Lava Jato
- e procuradores da operação colocou em dúvida a imparcialidade
- de Moro como magistrado
- Por 6 votos a 5, o Supremo Tribunal Federal voltou a barrar a prisão
- de condenados logo após a segunda instância, instrumento
- defendido por Moro. Decisão permitiu a soltura do ex-presidente Lula
- Pacote anticrime foi desidratado na Câmara, perdendo medidas como
- o excludente de ilicitude, e sancionado por Bolsonaro, que ignorou
- sugestões de Moro, mantendo a criação do juiz das garantias,
- por exemplo, instrumento criticado pelo ministro da Justiça
Fôlego
- Popularidade de Moro segue estável; com 53% de aprovação, é
- o ministro mais bem avaliado do governo Bolsonaro e tem números
- melhores que os do próprio presidente
- Após decisão do Supremo, ministro tem liderado esforço no
- Congresso para nova legislação que permita a prisão de
- condenados em segunda instância
- Manifestações de rua têm sido convocadas desde a metade
- do ano em todo o país para demonstrar apoio ao ex-juiz e à Lava Jato
Lula e Huck têm mais apoio em segmentos similares, como
moradores da região Nordeste e pessoas que cursaram apenas o
ensino fundamental.
Já Moro e Bolsonaro são mais populares entre os evangélicos e
entre os de renda superior a 10 salários mínimos.
Outros dois possíveis presidenciáveis, Ciro Gomes (PDT) e o
governador de São Paulo, João Doria (PSDB), têm 11% e 7% de
índice alto de confiança, respectivamente.
Doria se sai melhor entre a população com mais de 60 anos e entre
quem aprova o governo Bolsonaro. Segundo o Datafolha, 30%
avaliam bem a gestão federal.
Já Ciro, que foi governador do Ceará, tem seu ponto máximo de
credibilidade (19%) no Nordeste, região em que Bolsonaro tem pior
índice de avaliação: 50% veem seu governo como ruim ou péssimo.
Presidente da Câmara dos Deputados e principal articulador para a
aprovação da reforma da Previdência, Rodrigo Maia (DEM-RJ) é
visto como altamente confiável por apenas 7% dos entrevistados.
Seu par no Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), amarga a lanterna
da lista, com 3%.
O Datafolha também investigou a percepção sobre o ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o vice-presidente Hamilton
Mourão (PRTB), a ex-presidenciável Marina Silva (Rede) e a
ex-candidata à Vice-Presidência Manuela D'Ávila (PC do B).
Desses, Mourão foi quem teve maior índice de alta confiança,
com 12%. Logo atrás, empatado na margem de erro, vem FHC,
com 10% (o mesmo percentual que obteve em pesquisas realizadas
em 2016 e em 2009). Já Marina teve 9% e Manuela, 7%.
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