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quarta-feira, março 08, 2017

Roma e Grécia Antiga

O Mito da fundação de Roma

Diz a lenda que Roma foi fundada no ano 753 a.C. por Rômulo e Remo, filhos gêmeos do deus Marte e da mortal Rea Sílvia. Ao nascer, os dois irmãos foram abandonados junto ao rio Tibre e salvos por uma loba, que os amamentou e os protegeu. Por fim, um pastor os recolheu e lhes deu os nomes de Rômulo e Remo. Depois de matar Remo numa discussão, Rômulo deu seu nome à cidade. A história, por sua vez, nos diz que algumas tribos de origem sabina e latina estabeleceram um povoado no monte Capitolino, junto ao rio Tibre.

A monarquia 

Num período lendário, Roma foi governada por sete reis que tinham poder absoluto. O Senado, formado por chefes de família, os aconselhava. Por volta de 575 a.C., os reis etruscos dominaram Roma e influenciaram decisivamente o início da civilização romana. Ditaram leis prudentes em favor do artesanato e do comércio, com os quais Roma adquiriu grande importância. Aos poucos, porém, esses reis deram lugar a outros monarcas, violentos e tirânicos, que desprezavam as opiniões do Senado.

Patrícios e plebeus

Os cidadãos livres se dividiam em patrícios e plebeus. Os patrícios eram os descendentes das famílias dos antigos chefes tribais. No início da República, eles constituíam a classe dirigente. Já os plebeus não tinham linhagem aristocrática e não possuíam direitos políticos. No século III a.C., após as guerras, surgiram novas camadas sociais: cavaleiros ou homens novos (plebeus enriquecidos no comércio) e clientes (dependentes dos patrícios). A partir daí, a organização social já não se estabelecia em função do nascimento, mas sim da riqueza.

A república e seus magistrados

As famílias patrícias que formavam o Senado, temerosas de perder seu poder diante da tirania dos reis, os expulsaram e proclamaram a República. Esta se baseava em três órgãos: o Senado, os magistrados e as Assembléias, simbolizados pela conhecida sigla S.P.Q.R. (Senatus Populusque Romanus, ou seja, “Senado e povo romano”).
Roma Antiga

O trabalho dos escravos

Em conseqüência das guerras de expansão, os escravos em Roma eram muito numerosos. Não eram considerados seres humanos, mas sim propriedades e, portanto, eram explorados e vendidos como mercadorias. Seu trabalho, no artesanato e na agricultura, era decisivo para a produção de bens necessários para a sociedade. Podiam comprar a sua liberdade ou então serem libertados pelo proprietário. A partir do século II a.C., sucederam-se diversas rebeliões de escravos, como a comandada por Espártaco.

O exército romano

O Império Romano dependia de um exército forte e bem organizado, que realizava as campanhas de expansão e defendia as fronteiras. Os legionários eram a base do exército romano; a maioria deles eram voluntários. Para entrar no exército era imprescindível ser cidadão romano. O exército estruturava-se em legiões de seis mil soldados, cada uma dividida em dez cortes.

A religião romana

A religião romana foi formada combinando diversos cultos e várias influências. Crenças etruscas, gregas e orientais foram incorporadas aos costumes tradicionais para adaptá-los às novas necessidades do povo. O Estado romano propagava uma religião oficial que prestava culto aos grandes deuses de origem grega, porém com nomes latinos, como por exemplo, Júpiter, pai dos deuses; Marte, deus da guerra, ou Minerva, deusa da arte. Em honra desses deuses eram realizadas festas, jogos e outras cerimônias. Os cidadãos, por sua vez, buscavam proteção nos espíritos domésticos, chamados lares, a quem rendiam culto dentro de casa. O Edito de Milão de Constantino estabeleceu a liberdade de culto aos cristãos, encerrando as violentas perseguições. No século IV d.C., o cristianismo tornou-se a religião oficial, por determinação do imperador Teodósio.

A arte romana

Inspirada no modelo grego, a arte romana incorporou as formas e as técnicas de outras culturas do Mediterrâneo.
Roma destacou-se na arquitetura com grandes edifícios privados e públicos. Entre os privados, incluem-se as casas e as residências coletivas. Os públicos dividem-se em religiosos (templos), administrativos e comerciais (basílicas) e lúdicos (teatro, anfiteatro e circo). O espírito prático de Roma reflete-se no urbanismo e nas grandes obras de engenharia, como estradas e aquedutos.

A cidade de Roma no século I a.C.

No século I a.C., Roma passou por uma transformação espetacular, tornando-se uma cidade repleta de confortos, com casas comerciais, jardins e edifícios monumentais. Construíram-se numerosas residências e locais de diversão – como o Coliseu – e foram feitas grandes melhorias no sistema de esgotos e nos aquedutos da cidade.

A crise do Império Romano

A partir do século III, o Império Romano entrou em declínio. Com o fim das guerras de conquista, esgotou-se a principal fonte fornecedora de escravos. Teve início a crise do escravismo que abalou seriamente a economia, fez surgir o colonato e provocou o êxodo urbano. Além disso, houve disputas pelo poder e as legiões diminuíram. Enfraquecido, o Império Romano foi dividido em dois e a parte ocidental não resistiu às invasões dos
bárbaros germânicos no século V.

Grécia Antiga

História da Grécia

As comunidades gregas, ao longo de toda a Antigüidade, mantiveram duas características constantes: uma feroz autodeterminação e um constante estado de beligerância entre si…
Os antigos gregos nunca constituíram em qualquer período de sua história uma nação no sentido político moderno: suas comunidades independentes nunca se organizaram de forma unificada. Os gregos identificavam-se, no entanto uns com os outros culturalmente, pois falavam a mesma língua e adoravam os mesmos deuses, embora com variações locais em ambos os casos.
Arquitetura da Grécia Antiga

A Historiografia 

A historiagrafia grega começa na segunda metade do século -VI com os logógrafos, dos quais o mais ilustre foi Hecateus de Mileto (-550/-475), e muitos autores de “histórias locais”, gênero que perdurou durante toda a História Antiga.
Heródotos (-484/-425), tradicionalmente chamado de pai da história, escreveu sobre os antecedentes e acontecimentos das guerras greco-pérsicas e fez detalhado relato das regiões que visitou. Ele foi mais um “contador de histórias” que propriamente um historiador, e somente com o ateninense Tucídides (-455/-400) começa realmente a historiografia moderna.
Tucídides foi a rigor um “historiador local”, pois escreveu somente sobre a Guerra do Peloponeso (Atenas vs. Esparta), mas suas agudas análises dos fatores e acontecimentos relacionados com a guerra são respeitadas até hoje.
Sucederam-no historiadores de menor envergadura, como Xenofonte (-428/-354), Ctésias (séc. -IV), Éforos (séc. -IV), Teopompos (séc. -IV), Tímaios (-346/-250).
Políbios (-200/-118) foi o último dos grandes historiadores gregos, mas escreveu sobre a História de Roma; depois dele vieram Dionísios de Halicarnasso (séc. -I/I) Diodoros Siculo (séc. -I), que escreveu uma “História do Mundo” centrada em Roma, e Arrianos (95/175).
Muitos historiadores não-gregos escreveram Histórias de Roma e de outros povos em grego: Díon Cássios (150/235), Flávios Josefos (37/100), Apianos (séc. II), Herodianos (165/250) e o bispo cristão Eusébios (265/340), que também escreveu uma “história universal”.

A Biografia 

A biografia, aparentada à historiografia, não foi muito cultivada pelos gregos. Embora os historiadores Heródotos, Tucídides e Xenofonte apresentem em seus escritos algumas passagens de estilo correlato, somente com Plutarcos (46/120) e Diogenes Laertios (200/250) o gênero se estabeleceu.

A idade das trevas

Com a destruição dos últimos palácios micênicos em -1100 e a desagregação do sistema social controlado e mantido por eles, desapareceu a brilhante e sofisticada cultura grega da Idade do Bronze.
As comunidades diminuíram, empobreceram, isolaram-se, e as trocas comerciais reduziram-se a quase nada. Extinguiu-se, praticamente, o contato constante entre os gregos e as adiantadas culturas da Ásia Ocidental.
Tão rápido e intenso foi o declínio do mundo micênico que os gregos dos tempos posteriores não se lembravam do esplendor da Idade do Bronze a não ser de modo vago e impreciso, como um tempo de deuses, heróis e lendas.
Após quase duzentos anos de estagnação cultural, no entanto, as comunidades começaram novamente a desenvolver-se e a organizar-se em cidades. Os primeiros templos comunitários foram então construídos, o uso do ferro tornou-se cada vez mais comum, a produção de alimentos e a população do continente aumentaram tanto que iniciou-se um movimento contínuo de migração e fundação de novas cidades além-mar.
Há, surpreendentemente, alguns poucos padrões micênicos nas escassas obras de arte produzidas após -900, o que significa que nem todos os conhecimentos adquiridos pelos gregos durante a Idade do Bronze haviam sido perdidos. Como bem disse Finley, “A menos que a própria vida seja destruída numa região, sempre há algum tipo de continuidade”.
E a Idade das Trevas foi, seguramente, um período de transição. Pode-se dizer que praticamente todos os processos políticos, sociais e artísticos que se desenvolveram no Período Arcaico e atingiram o auge durante o Período Clássico começaram durante esses séculos não completamente obscuros…

Ciência Grega

A maioria dos povos antigos (egípcios, chineses, hindus, mesopotâmicos e mesmo os gregos) já possuíam, desde a Idade da Pedra, um enorme cabedal de conhecimentos práticos e eficazes, adquiridos empiricamente através de observações razoavelmente acuradas. Mas foi somente por volta de -600, na Grécia, que os filósofos pré-socráticos deram o primeiro impulso em direção ao pensamento científico.
Durante muito tempo os intelectuais gregos não distinguiram claramente a ciência da filosofia, e mesmo o filósofo Aristóteles (-384/-322), que exerceu enorme influência no pensamento filosófico-científico ocidental durante a Idade Média e Renascença, nunca recorreu à experimentação para consolidar suas minuciosas observações.
Somente duas disciplinas começaram o longo processo de separação da filosofia durante a Antigüidade, a Medicina e a Física. Nos séculos -IV e -V a Medicina consolidou os princípios essenciais que norteiam os médicos até hoje, e a Matemática e a Física Mecânica receberam grande impulso com os trabalhos do matemático, astrônomo e inventor Arquimedes (-287/-212), que além de grande teórico era um engenhoso inventor e em seus estudos recorreu algumas vezes a experimentos.
As demais ciências continuaram ligadas à filosofia em maior ou menor grau durante toda a Antigüidade, e além dela. A ciência, tal qual a conhecemos, começou há apenas 400 anos, em plena Renascença. E foi o físico e astrônomo italiano Galileu Galei (1564/1642) quem estabeleceu, a despeito das perseguições movidas pela Inquisição, o princípio da experimentação e enunciação matemática do resultado dos experimentos como os pilares fundamentais do conhecimento científico.

Outras Ciências

Biologia 

Os gregos preocuparam-se basicamente com a origem dos seres vivos e com a zoologia e botânica descritivas. Os mais importantes biólogos foram Anaximandros (-610/-547), Aristóteles(-384/-322) e seu discípulo Teofrastos (-371/287).

Matemática 

A geometria e o cálculo atraíram especialmente os gregos antigos. Os mais importantes matemáticos foram Pitágoras (séc. -VI), Hipócrates de Quios (séc. -V), Euclides (séc. -IV/-III), Arquimedes(-287/-212), Eratóstenes (-276/-195) e Apolônios de Perga (séc -II).

Física 

Com exceção das especulações sobre a origem do mundo, os gregos desenvolveram mais a física prática que a teórica. Arquimedes (-287/-212), Ctesíbios (séc. -III) e Heron (séc. I) ficaram famosos devido a suas invenções mecânicas, equipamentos e instrumentos científicos que construíam. Outros físicos notáveis foram o médico Empédocles(-492/-432) e Claudius Ptolomeus (100/170).

Química 

Na química, fora o uso de plantas para o tratamento de doenças, destacam-se apenas Demócritos (460 / séc. IV) e Leucipos (séc. V), com a teoria atômica, e os estudos de mineralogia de Teofrastos

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