EDUCAÇÃO
O desenvolvimento da história da
educação brasileira durante período de Ditadura Militar (1964-1985).
Resumo:
Esta pesquisa tem por
objetivo compreender o desenvolvimento da história da educação brasileira
durante período de Ditadura Militar (1964-1985). Foi realizada uma
retrospectiva na pesquisa do sistema educacional no contexto anterior ao golpe
militar de 1964 – que resultou em uma remodelagem tanto social quanto
educacional. Assim sendo, a rigorosa imposição de leis frente à sociedade
demonstrou um domínio autoritário e centralizador que se voltou intensamente à
reestruturação da educação. Dessa maneira, conforme a nova ideologia política e
econômica foram realizadas, então, reformas voltadas à transformação da
educação convencional em educação tecnicista. Esse novo quadro teve como
conseqüência a insatisfação social, demonstrada, principalmente, através de revoltas
estudantis. Enfim, buscou-se analisar a interferência da Ditadura na educação
do país e os aspectos culturais e políticos envolvidos, observando-se, ainda, a
influência estatal na promulgação de leis. Para o desenvolvimento da pesquisa,
foram necessárias pesquisas bibliográficas.
Palavras-chaves: Educação-Ditadura Militar.
Lista
de Anexos:
ANEXO
01 – Manifestações de estudantes no
Rio de Janeiro em 1968 .
ANEXO 02 – Manifestações dos artistas contra a Ditadura Militar.
ANEXO 03 – Estudantes carregando o caixão com o corpo de Edson Luís Lima Souto.
ANEXO 04 – Manifestantes viram uma Kombi durante a Passeata dos Cem Mil.
ANEXO 05 – Passeata de estudantes em 4 de julho de 1968, no Rio de Janeiro.
ANEXO 06 – Conflito entre estudantes e policiais em 21 de junho de 1968.
ANEXO 07 – Manual de tortura ensinava como os agentes deveriam agir para retirar informações dos presos.
ANEXO 08 – O General João Baptista Figueiredo, que governou o país entre 1979 e 1985.
ANEXO 09 – Acordos MEC/USAID.
ANEXO 02 – Manifestações dos artistas contra a Ditadura Militar.
ANEXO 03 – Estudantes carregando o caixão com o corpo de Edson Luís Lima Souto.
ANEXO 04 – Manifestantes viram uma Kombi durante a Passeata dos Cem Mil.
ANEXO 05 – Passeata de estudantes em 4 de julho de 1968, no Rio de Janeiro.
ANEXO 06 – Conflito entre estudantes e policiais em 21 de junho de 1968.
ANEXO 07 – Manual de tortura ensinava como os agentes deveriam agir para retirar informações dos presos.
ANEXO 08 – O General João Baptista Figueiredo, que governou o país entre 1979 e 1985.
ANEXO 09 – Acordos MEC/USAID.
Sumário:
Considerações Iniciais
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11
|
1.Contexto Educacional Pré-64
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13
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2.O golpe militar de 1964
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19
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2.1A repressão Escancarada
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22
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3.A Educação Pós – 64
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26
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3.1Reformas Educacionais
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30
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3.2Reformas de 1º e 2º graus
|
31
|
3.3A Reação Estudantil
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34
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3.4A Educação: nos últimos anos da Ditadura Militar
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36
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Considerações Finais
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39
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Referenciais Bibliográficos
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41
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Anexos
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43
|
Considerações
iniciais
Destaco como objetivo
a compreensão da trajetória da história educacional brasileira entre 1964 e1985
– período em que foi instaurada a Ditadura Militar. Sendo assim, através de uma
retrospectiva, a partir do contexto anterior ao golpe de 1964, fez-se uma pré-visualização
do caminho percorrido pela educação desde a transição do Império para a
República.
No decorrer dos anos,
a expansão da lavoura cafeeira resultou no processo de modernização do país e
impulsionou o crescimento industrial. Com isso, veio a ocorrer o fim gradual da
escravidão que, por sua vez, deu início ao trabalho assalariado.
A Primeira Guerra
Mundial, precursora de um surto patriótico e nacionalista no Brasil
(GHIRALDELLI, 2000), principiou um clima de transformação cultural no período
de pós-guerra, como conseqüência, os EUA passaram a desempenhar vínculos
políticos, financeiros e culturais (CAMPOS, 2005).
Fez-se a análise do
nascimento de forças, que surgem na sociedade brasileira com nova estruturação
sócio-econômica, no agitado ano de 1930. No mesmo ano, é criado o “Manifesto”,
que visava influência nas diretrizes governamentais, na defesa por uma escola
pública, obrigatória, laica e gratuita.
A Segunda Guerra
Mundial influenciou nas leis educacionais brasileiras, com ideologia voltada a
uma educação técnico-profissionalizante, para a formação de mão-de-obra.
Observando que no período anterior ao golpe, marcado por crises de ordem
política, econômica e social, deu-se início à união civil-militar que tirou
João Goulart do poder.
Entretanto, o
parlamentarismo na época, imposto através do golpe, reduziu o poder do
presidente vigente. Observa-se, ainda, um momento marcado por altas de inflação
e instabilidade político-social. Sob pressão militar foi eleito presidente da
República o marechal Humberto Castello Branco que recebeu grande apoio dos
vizinhos norte-americanos e de empresas multinacionais.
A partir deste
contexto, marcado por inúmeras restrições à sociedade brasileira, deu-se o
início do sombrio período da Ditadura Militar que amedrontou a sociedade pelo
meio da privação de direitos e uso excessivo de violência.
Durante este momento,
foram impostos à sociedade, gradativamente, os Atos Institucionais os quais
sufocaram o povo com a finalidade de impossibilitar manifestações
coletivas. Depois de todas as restrições impostas ainda na década de
sessenta, os presidentes militares (Castello Branco e Costa e Silva) juntamente
com os americanos concretizaram acordos através da parceria entre MEC e United
States International for Development (USAID) realizando doze acordos
responsáveis por reformas de leis no sistema educacional. Então, por meio
destes acordos MEC/USAID estabelecidos no território nacional se deram novos
rumos à educação, envolvidos por características autoritárias e domesticadoras.
Instalada a educação tecnicista, esta teve por objetivo a neutralidade
científica, inspirada nos princípios de racionalidade, eficiência e
produtividade. O sistema de gestão no Brasil estava em adaptação do ensino,
agora, voltado a uma mentalidade empresarial tecnocrata.
Saliento que neste
processo desencadearam-se mudanças dentro do quadro educacional, com isso,
houve reação estudantil em propósito de melhorias na educação brasileira. Essa
demonstração de oposição ao programa estatal fez com que os militares
empregassem uma forma de controlar esse núcleo. Utilizando a Lei Suplicy,
promulgada em 9 de novembro de 1964, todas reações estudantis foram
sujeitas ao severo controle do Governo.
No decorrer dos anos,
a Ditadura Militar começa a dar os primeiros sinais de enfraquecimento e a
insatisfação da população brasileira evidenciou-se através de manifestações em
oposição ao regime vigente. Em 1978, o Presidente Geisel realizou o projeto de
abertura política e a revogação do Ato Institucional nº5 (AI-5), começando um
processo de liberdade social e oportunidade para mudanças no campo educacional.
Assim, o país destina-se à democratização e a sociedade civil retoma seu
espaço (NAPOLITANO,1998).
Baseando-se nas
idéias pesquisadas e expondo os quadros sociais, políticos, educacionais e
culturais acima mencionados, torna-se possível constatar e transparecer algumas
razões do porquê da improdutividade do ensino brasileiro e a presença de
incontáveis deficiências e lacunas. Deste modo, há a impossibilidade de
promover uma educação qualitativa e igualitária à população brasileira, devido
às determinações a ela destinadas, que desenvolveram carências que existem em
nosso sistema de gestão educacional até os dias atuais.
1.
O contexto Educacional Pré-64:
Para que se possa
entender o contexto da educação na época da Ditadura Militar, é necessário que
se faça uma pré-recapitulação dos aspectos educacionais, para que possamos
fazer uma análise mais clara.
Como destaca Cotrin
(2005), no transcorrer destes anos ocorreu a expansão da lavoura cafeeira
resultando em um processo de desenvolvimento da modernização do país,
impulsionando, dessa maneira, o crescimento industrial, o fim da escravidão e o
início do trabalho assalariado.
Segundo Ghiraldelli
(2000), com o fim do Império e início da República “em 1891, instituiu-se o
sistema federativo governamental” (ROMANELLI, 1978), enfraquecendo aos que
tinham poder centralizador e dando início a uma remodelação do Estado,
enfatizando necessidades de um novo modelo educacional, surgindo, assim, novas
discussões sobre o tema educação. Para Ribeiro (2000), as condições de trabalho
para a população que vivia no campo e o isolamento em relação às áreas urbanas,
causavam descontentamento a esses trabalhadores do meio rural.
Com a Primeira Guerra
Mundial (1914-1918), ocorreu um surto de patriotismo e nacionalismo no
território brasileiro, proporcionando maior enfoque em direção aos problemas da
educação no Brasil (GHIRALDELLI, 2000). É preciso destacar, que nesse
período inicia-se uma transformação cultural muito significativa após a
Primeira Guerra Mundial, a Inglaterra perde seu espaço, cedendo maior espaço à
economia dos EUA, com quem o Brasil passa a ter fortes vínculos políticos,
culturais, econômicos e financeiros (CAMPOS, 2005). Nesse sentido, as elites
brasileiras procuram imitar a vida e o comportamento do cidadão
norte-americano, através de filmes, imprensa, literatura.
No contexto
educacional, destaco que na Primeira República existia um grupo de intelectuais
de classes dominantes que criaram dois movimentos: o “Entusiasmo pela Educação”
(voltado para a educação popular), e, com o decorrer do tempo, através do
desenvolvimento da mentalidade tanto em cunho político quanto social, surgiu o
“Otimismo Pedagógico” o qual insistiu na melhoria das condições didáticas e
pedagógicas da rede escolar (GHIRALDELLI, 2000).
De acordo com Ribeiro
(2000), a queda do poder das oligarquias no decorrer do período republicano fez
com que surgissem novas forças sociais em razão das transformações na estrutura
econômica do Brasil.
Na década de 1930, o
Brasil viveu um período de grandes transformações políticas. Nesse contexto,
ocorre o conhecido “Manifesto ”, que consistia em um documento que visava à
defesa de uma “nova educação” adaptada e voltada a um “grupo urbano industrial”,
fato este que causou insatisfação aos setores conservadores ligados ao campo
(GHIRALDELLI, 2000).
Durante o Governo
Provisório de Getúlio Vargas, foi criado o Ministério da Educação e Saúde
Pública (MESP), o que motivou, em 1932, o Manifesto dos Pioneiros da Escola
Nova , almejando à reconstrução social da escola para o povo (VEIGA, 1989).
Nesse mesmo ano,
foram criados os decretos 19.850 e 19.851, os quais impuseram a Reforma do
Ensino Superior, visando o aumento de vagas acadêmicas. Nos meios culturais e
políticos do País, no ano de 1935, inicia-se a discussão do sistema educacional
brasileiro. De um lado os educadores do chamado movimento escolanovista, que
defendiam a educação igualitária sob a responsabilidade do Estado, e do outro
lado, estava o movimento católico , voltado ao ensino religioso autônomo do
Estado.
Com a instituição do
Estado Novo, em 1937, a ação do Ministério da Educação e Saúde Pública
tornou-se um organismo central da educação, caracterizado pelo forte controle e
fiscalização do ensino.
[...] o caráter do governo – centralizador
monolítico, possibilitou a confecção das leis Orgânicas do Ensino que, em
última instância, consagram o período da Carta de 1937 ao oficializarem o
dualismo educacional. E o que era dualismo educacional? Era, nas letras da
reforma Capanema a organização de um sistema de ensino bifurcado, com um ensino
secundário pública destinado às “elites condutoras” e um ensino
profissionalizante para as classes populares (GHIRALDELLI, 2001, p.84) .
Para Gustavo Capanema,
Ministro da Educação durante o período estado-novista, a educação deveria
tornar-se um dos principais “instrumentos do Estado” e dirigir-se por um
sistema de diretrizes morais, políticas e econômicas, totalmente voltado ao
discurso político e ideológico do Estado Novo.
Com o surgimento do
Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP), fundado por Capanema no ano
de 1938, inaugura-se a Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do
Brasil, que teve bastante influência no Ensino Médio e Superior. No ano
de 1939, foram fundadas a Faculdade Nacional de Arquitetura e a Faculdade de
Ciências Econômicas, e á no ano de 1941, foi inaugurada a Escola Nacional de
Educação Física e Desportos, visando principalmente à formação de profissionais
e técnicos em Educação Física.
Em 1942, foram
decretadas gradativamente as Leis Orgânicas da Reforma Capanema que
reestruturam o ensino primário, secundário, industrial, comercial, normal e
agrícola; que teve um caráter essencialmente conservador e elitista (GHIRALDELLI,
2000).
Neste mesmo ano, com
a promulgação das Leis Orgânicas Capanema, as quais reformaram vários ramos do
ensino, houve a implantação em larga escala do ensino profissional, entretanto,
o governo não possuía infra-estrutura necessária para a implantação dessa
demanda de ensino técnico - profissional, ocorreu, então, a criação de um
ensino paralelo em convênio com as indústrias. Com a Confederação Nacional da
Indústria (CNI), criou-se o Serviço Nacional de Aprendizagem dos Industriários,
mais tarde o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).
Por influências da
Segunda Guerra Mundial, foi instituída a educação militar para os alunos do
sexo masculino (com diretrizes pedagógicas impostas pelo Ministério da Guerra),
o que ocasionou a obrigatoriedade da Educação Moral e Cívica.
Com o fim do Estado
Novo, no ano de 1946, foi promulgada a 4ª Constituição Republicana, que
constituiu três poderes independentes – Executivo, Legislativo e Judiciário– e
os ministros eram escolhido pelo Presidente da República (RIBEIRO, 2000). Nesse
período, ocorreu um crescimento significativo da participação da sociedade
civil através de movimentos populares e da criação e reorganização de partidos
políticos, ainda é possível salientar, nesse contexto, a ocorrência de um clima
de grandes disputas ideológicas.
Em 1946, o Ministro
da Educação Clemente Miriani constituiu uma comissão de educadores para
estruturar um projeto, que visava à reforma da educação brasileira, e ganhou
mais força com a ação do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP).
Nesse mesmo período ocorreram entre ideais em torno da oposição entre a escola
privada e defensores da escola pública (VEIGA, 1989).
Na década de 1950, influenciados pelo ideal
socialista, desenvolvem-se pensamentos progressistas que conquistaram apoio de
um grande grupo de intelectuais e passaram a atuar com partidos de esquerda ou,
até mesmo, servindo como teóricos para motivações de vanguardas políticas e
culturais, fortalecendo, assim, o compromisso com a problemática do ensino
público. [...] A conjuntura brasileira revelava um fortalecimento do
nacionalismo e das classes trabalhadoras industriais que haviam surgido com
outra grande força no país a partir da década de cinqüenta; de outro lado,
constatava-se um nível crescente de organização e consciência social por parte
do povo na reivindicação de seus direitos.Isso tornava o clima no país, cada
vez mais preocupante e ‘perigoso’ para grandes homens do capital monopolista
transnacional, que viam a necessidade de uma expressão política para enfrentar
o quadro de ‘desorganização’que atravessava a nação
(ROSA,2006,p.34).
O suicídio de Vargas,
em agosto de 1954, não colocou fim ao getulismo, pelo contrário, deu um novo
alento à coligação PSD-PTB, que com a chapa Juscelino Kubitschek (PSD) e João
Goulart (PTB), conquistou o governo nas eleições diretas de
1955.
Esta foto de Renato Pinheiro ficou famosa por mostrar, em 1952, Getulio Vargas com as mãos sujas de óleo. Isso aconteceu antes de Getúlio criar a Petrobrás. FONTE: http://www.revistatemalivre.com/gvpdt.jpg
Na plataforma de
Juscelino Kubitschek estava clara uma preocupação com o desenvolvimento do
país. Neste mesmo governo, cresceu o ISEB (Instituto Superior de Estudos
Brasileiros), que desenvolveu a divulgação do nacionalismo desenvolvimentista
abrindo espaço ao investimento estrangeiro, valorizando-se ainda mais o
ensino-técnico profissional (GHIRALDELLI, 2000).
Em 1959, o clima desenvolvimentista
interviu no papel de ensino público para a escola sob os domínios diretos de
mercado de trabalho, a partir daí, a proposta de uma escola capaz de formar
mão-de-obra técnica de nível médio deixou o ensino superior disponível somente
às pessoas que tivessem “vocação intelectual”.
No mesmo ano, o
Estado de São Paulo e o Diário do Congresso Nacional publicaram um segundo
Manifesto dos Educadores, sem perder a linha do primeiro Manifesto dos
Pioneiros – redigido por Fernando de Azevedo e assinado por 189 pessoas, entre
eles, educadores, intelectuais e estudantes.
Em 20 de dezembro de
1961, o projeto que o novo grupo do Manifesto dos Educadores principiou,
seguindo o enfoque do Manifesto de 1930, foi transformado em lei pelo
presidente João Goulart (Jango), o que ocasionou o agravamento na situação
educacional.
Os escritos de
Freire, das décadas de 1950 e 1960, serviram como apoio para a construção da
Pedagogia Libertadora, concepção esta que afirmava ter o homem vocação para
“sujeito da história” e não para “objeto”. Esse não era o caso do povo
brasileiro que fora vítima do autoritarismo de uma sociedade herdeira da
tradição colonial e escravista (GHIRALDELLI, 2000).
Paulo Freire parte do
princípio da realidade em que vivemos: uma sociedade dividida em classes, na
qual os privilégios de uns, em usufruir os bens produzidos, contrasta-se com a
situação da massa (ARANHA, 1996).
A vocação humana em
“ser mais” só se concretiza pelo acesso aos bens culturais, ela é renegada com
as injustiças, como violência e impunidade, presentes na opressão. Freire ainda
faz afirmação sobre o anseio de liberdade através da justiça e da luta dos
oprimidos em prol da recuperação de sua humanidade roubada.
A educação é um bem
primordial fora do alcance de grande parte do povo brasileiro, por este motivo,
Paulo Freire se refere a dois tipos de pedagogia: a pedagogia dos dominantes,
em que a educação existe como prática da dominação, e a pedagogia do oprimido,
onde a pedagogia surge como prática da liberdade.
Freire procurou,
então, identificar-se com os oprimidos, ou seja, aqueles que “não têm voz” na
sociedade, enfatizando que esses, mesmo em situação desigual, têm capacidade de
produzir cultura (GHIRALDELLI, 2000). A Pedagogia Libertadora buscava uma
educação comprometida com os problemas da sociedade (ARANHA, 1996).
A Pedagogia
Libertadora classificou a educação convencional (tradicional) como “bancária”,
uma educação estruturada numa ideologia de ensino através de “pressão”, que
considerava o aluno como um ser despossuído de qualquer saber, por esse motivo,
o educando era destinado a se tornar depósito dos dogmas educacionais, e sua
educação totalmente influenciadas por intenções políticos e econômicos
direcionadas ao sistema educacional, que lhes traria um “ensino autoritário e
profissionalizante” e não uma troca de conhecimento entre aluno e professor.
2. O
golpe militar de 1964
O início da década de
1960 foi marcado por crises de ordem política, econômica e social que culminou
na formação da união civil-militar que tirou João Goulart e tomou poder. Para
que se possa entender o contexto da Ditadura Militar é necessário que se faça
uma retrospectiva de como se desencadeou o golpe do ano de 1964.
A partir do fim do
governo de Juscelino Kubitschek, o político Jânio Quadros surgiu com força
total. Dotado de um estilo extremamente populista, acumulou várias vitórias
eleitorais: “Com seu estilo autoritário, moralista e extremamente personalista
” (TRINDADE, 1999).
Surpreendendo a
todos, Jânio Quadros renunciou ao seu cargo de presidência, em agosto de 1961,
com apenas 07 meses de mandato. A renúncia foi de certa forma, uma manobra
política fracassada, pois, servira como um esquema para reforçar o poder do
presidente, uma vez que ele esperava que a população se mobilizasse contra seu
pedido e o Congresso Nacional também rejeitasse essa decisão. No entanto, ao
contrário do que Juscelino Kubitschek esperava, nenhum grupo social ou político
se movimentou para convencê-lo a permanecer no poder (VICENTINO ,2002).
Quando Jânio
renunciou sua presidência, o vice-presidente João Goulart encontrava-se em uma
missão diplomática na China. O passado populista de João Goulart causava
incômodo aos militares e aos grupos conservadores, assim, alguns ministros
militares e políticos da UDN. Estes, contrariando a Constituição, tentaram
impedir sua posse, por este motivo, o presidente da Câmara dos Deputados Ranieri
Mazzili assumiu a presidência, mas de certa forma, quem dirigia o país eram os
ministros-militares (TRINDADE, 1993).
No Rio Grande do Sul,
sob o comando do Leonel Brizola, cunhado de Jango, formou-se uma rede de
emissoras de rádio favorável à posse – a “Rede da Legalidade”. Brizola, com o
apoio do III Exército, já preparava a resistência armada quando os golpistas
militares e civis decidiram aceitar uma solução de compromisso aprovada
rapidamente pelo Congresso: a instauração do regime parlamentarista.
João Goulart, que
ainda se encontrava no exterior, para conter o início de uma guerra civil no
país, aceitou a emenda constitucional do parlamentarismo e retornou ao Brasil,
tomando posse em Brasília dia 7 de setembro de 1961.
O sistema
parlamentarista reduzia o poder do presidente da república, delegando ao
Conselho de Ministros a responsabilidade de governar. No entanto, como o
parlamentarismo foi imposto por um golpe, jamais chegou a ter tranqüilidade
política para governar o país. Os três primeiros ministros que atuaram no
período de um ano e meio foram: Tancredo Neves, Francisco Brochado da Rocha e
Hermes Lima (VICENTINO, 2002).
A inflação, corroendo
os salários dos trabalhadores, provocou grande instabilidade política e social,
sem que o governo adotasse medidas eficazes para combatê-la. Os problemas
urbanos, agravados pela rádio e o crescimento da populacional, somavam-se à
crescente pobreza no campo, onde trabalhadores rurais aderiram à bandeira da
reforma agrária como única forma de superar a sua marginalização no processo
produtivo.
Em meio à crise, em
maio de 1962, Jango lança a idéia de um amplo programa de reformas, incluindo
reforma agrária, tributária, eleitoral, e reforma educacional, as chamadas
“Reformas de Base”. Para realizar as reformas, ele teria que recuperar o poder
que perdera com o sistema parlamentarista, lutando pela antecipação de um
plebiscito, marcado para 1964, onde o povo decidiria a permanência ou não do
parlamentarismo. Antecipado para janeiro de 1963, o plebiscito derrotou o
parlamentarismo demonstrando a confiança do povo brasileiro que via no
presidencialismo a possibilidade de obter as desejadas reformas econômicas e
sociais (TRINDADE, 1993).
O que propiciou que
ocorresse à saída de Goulart do governo, foi as posições-chaves que a classe
elitista assumia no Brasil, os militares reestruturaram a nação depois de toda
a desestruturação que realizaram propositalmente para ampliarem os seus
poderes. As Forças Armadas executaram um programa governamental chamado de
ordem, para o desenvolvimento e segurança nacional, através deste os meios
repressivos e impositivos fora diretamente para se manter o novo regime e para
chegar no alcance dos objetivos ‘propostos’ao povo brasileiro(ROSA,
2006).
Encerrando este
enredo golpista, no dia 31 de março de 1964, aconteceu a rebelião de parte das
Forças Armadas contra o Governo Goulart. O movimento golpista teve início em
Minas Gerais, com mobilizações das tropas dirigidas pelo General Olímpio Mourão
Filho, que tinha apoio do Governador mineiro Magalhães Pinto, feroz opositor de
João Goulart.
A administração de João Goulart era considerada
nacional-reformista, o que ficava claro em suas propostas distributivas. Entre
as medidas de cunho nacionalista tomadas pelo Presidente, estava o estabelecimento
de restrições a remessa de lucros das empresas multinacionais brasileiras às
suas matrizes no estrangeiro. Resoluções dessa natureza abalaram as corporações
político-ideológicas contra o governo. A principal estratégia era denegrir a
imagem e aos planos de João Goulart, para que, em um segundo momento, o
presidente fosse deposto e essa elite tomasse efetivamente o Estado (ROSA,
2006).
Com rapidez, mais
unidades militares de São Paulo e Rio de Janeiro optaram pela movimentação
golpista. João Goulart não teve como reagir a tal golpe e deixou Brasília no
dia 1º de abril de 1964, dirigindo-se para o Rio Grande do Sul e posteriormente
para o Uruguai como político exilado (COTRIN, 1999).
A deposição do presidente João Goulart significou o
fim de um período democrático e o início do mais longo período ditatorial da
história brasileira. Em termos econômicos, a ditadura militar adotou um modelo
de desenvolvimento dependente, que subordinou o Brasil aos interesses do
capital estrangeiro, decretando, assim, a derrota do projeto nacionalista
desenvolvimentista. Foi em 31 de março de 1964; tropas militares de Minas
Gerais e São Paulo saíram ás ruas do país e tomaram o controle do Estado em
nome de um entendimento de democracia, liberdade, segurança e desenvolvimento
nacional. O movimento marcou o (re) início de um regime ditatorial no país, que
então, duraria vinte e um anos, e se caracterizaria, entre outras coisas, por
um revezamento dos militares no poder central da sociedade brasileira;
portanto, um poder hegemônico de classe, que acabou registrado e conhecido
historicamente como uma Ditadura Militar (ROSA, 2006, p.33).
Segundo Vicentino
(2002), logo depois do golpe de 1964, sob pressão dos militares, o congresso
elegeu para presidência da República o Marechal Humberto Castello Branco. O
governo de Castelo Branco recebeu grande apoio dos Estados Unidos e de empresas
multinacionais e, com isso, o governo passou a tomar posições favoráveis aos
interesses do capital internacional, em especial os Estados Unidos.
A partir deste novo
contexto, marcado por inúmeras restrições para a sociedade, a anulação dos
direitos sociais coletivos e individuais deu início a inúmeras prisões
arbitrárias, desaparecimento de pessoas, torturas, assassinatos, atitudes que
passaram a fazer parte do cotidiano da sociedade brasileira.
Durante o período
ditatorial foram censuradas diversas atividades artísticas, culturais entre
outras manifestações, proibindo-se qualquer tipo de manifestação que fosse
contra ao regime. Nesse sentido, a censura era uma das mais fortes
sustentáculos de apoio à ditadura militar. No que diz respeito ao setor
educacional, as leis se tornaram mais rígidas já nas primeiras medidas dos
golpistas, com o Ato Institucional nº1 (AI-I) (GHIRALDELLI, 2000).
Através da pressão, a
justiça militar, para julgar civis por supostos crimes políticos com inúmeras
medias arbitrarias para que o Presidente agisse da forma que punisse melhor,
para a segurança e desenvolvimento do país. Obviamente, muitas destas formas de
punição não constavam na Constituição. Para facilitar aos militares, foram
instituídas gradativamente, os chamados Atos Institucionais (ROSA, 2006).
2.1
A Repressão Escancarada:
Dentre as primeiras
medidas do governo militar, no dia 09 de abril de 1964, foi decretado o Ato
Institucional I (AI-I). O referido Ato Institucional dava ao executivo, por um
período de seis meses, poderes para cassar mandatos parlamentares, suspender
direitos políticos de qualquer cidadão, modificar a Constituição e decretar
estado de sítio sem a aprovação do Congresso Nacional. Na área da
educação, eram punidos os funcionários públicos responsáveis por “subversões”,
assim, inúmeros foram presos, torturados e mortos. Tendo por base as
institucionalizações outorgadas, constrói-se um Estado autoritário, que deu
suporte ao modelo econômico mantido e estruturado por investimentos
estrangeiros (VICENTINO, 2002).
Contudo, a promulgação do Ato Institucional nº.1
(AI-1), em 9 de abril de 1964, dava início à era dos Atos Institucionais , que
só terminaria em 1978,demonstrando como o legalismo golpista era artificial. O
AI-1,elaborado por Francisco Campos (o redator da Constituição fascista do
Estado Novo em 1937),deveria vigorar até 31 de janeiro de 1966.Estabelecia uma
série de medidas da sociedade e dos poderes públicos por parte do Executivo (ou
seja, o governo federal) tais como: o poder de cassar direitos políticos dos
cidadãos, decretar estado de sítio[...](NAPOLITANO,1998,p.16).
A edição AI-2,
concretizando ideologias políticas de um novo regime se estabelecendo no poder
vigente. Porém proporcionando ao regime uma fachada democrática: ao extinguir
todos os partidos políticos existentes, substituindo-os por dois únicos
partidos: a Aliança Renovadora Nacional (Arena) – governistas - e o Movimento Democrático
Brasileiro (MDB) – supostamente congregado a oposição, mas limitado em sua
organização e no campo e no campo das manifestações públicas (NAPOLITANO,
1998).
O AI-2 estabeleceu a continuação das premissas da
Doutrina de Segurança Nacional que propunha a paz social como elemento
condicionante do desenvolvimento. Além da manutenção das medidas do
primeiro ato, AI-2 possibilitou ao Executivo a competência das questões
orçamentárias e de regulamentação das forças Armadas : exclusividade para
decretar ou prorrogar o “estado de sítio”, direito de baixar atos
complementares, decretos-leis e recesso do Congresso Nacional, Assembléia
Legislativa e Câmara dos Vereadores (DOCKHORN,2002,p.45).
Com a “tumultuada”
situação político-social, em 1968, foi decretado pelo presidente Costa e Silva,
no dia 13 de dezembro, o Ato Institucional Número 5, que deixaria a sociedade
brasileira amedrontada, pela repressão e violência (ROSA, 2006).
Neste mesmo ano, o
Brasil foi submetido ao AI-5 (Ato Institucional n° 5) que deu plenos poderes ao
presidente para fechar o Congresso, cassar mandatos e suspender direitos
políticos. Com o AI-5, foi promulgado o Decreto-Lei n° 477, que restringiu
significativamente os direitos dos estudantes, funcionários e professores
(PILETTI, 1990).
O Ato Institucional n°5, de 13 de dezembro de 1968,
tira ao cidadão brasileiro todas as garantias individuais, quer pública, quer
privada, assim como concede ao Presidente da República plenos poderes para
atuar como executivo e legislativo. O Decreto-Lei 477 aplica-se exclusivamente
ao corpo docente, discente e administrativo das escolas e coíbe toda e qualquer
manifestação de caráter político ou de protesto no âmbito das Universidades
(ROMANELLI, 1978, p.226).
O Decreto-Lei 477
ampliou a repressão e o terrorismo governamental às redes de ensino. O primeiro
artigo desse decreto excedeu “infração disciplinar” de professores, alunos e
funcionários dos estabelecimentos de ensino público e particular: o aliciamento
e incitamento à greve, o atentado contra pessoas, bens ou prédio, os atos
destinados à organização de movimentos subversivos, o seqüestro e o uso de
estabelecimentos escolares para “fins de subversão” (PILETTI, 1990).
Em virtude dessa política e das leis instituídas em
seu benefício, muitos músicos, professores, artistas, escritores e estudantes
foram perseguidos, presos, torturados e exilados. É natural compreender,
portanto, que àquela altura as pessoas viviam sua forma particular de censura,
ou o que é possível chamar de auto-censura (ROSA, 2006,p.41).
Dentro do processo de
repressão na época, os DOPS (Departamento de Ordem Política e Social)
mantinham listas de professores e estudantes que eram tidos como subversivos.
Os agentes do DOPS tinham informantes e mantinham cadastro dos indivíduos que consideravam perigosos. Também era comum existirem manuais de tortura ensinava como os agentes deveriam agir para retirar as informações dos presos. FONTE:http://www.jornalcomunicacao.ufpr.br/files/images/manualtortura.materia.jpg
Para Dockhorn (2002),
com a edição do Ato Institucional nº5, concluiu-se o processo de centralização
do poder político pelas Forças Armadas que resultou em um processo de ampliação
do poder através das correntes internas da instituição militar.
Na história do país é difícil encontrarmos peça
legislativa mais anti-democrática e desrespeitosa à cidadania que o AI-5,
assinado pelo general Costa e Silva por seus ministros simpáticos a medidas de
extrema-direita, como Gama da Silva,Lira Tavares, Delfim Neto, Mário Andreazza,
Jarbas Passarinho e outros, e também por elementos reacionários que, mais tarde
vieram a posar como liberais como o caso de Hélio Beltrão, Magalhães Pinto etc.
(GHIRALDELLI, 2000, p.178).
Para Piletti (1990),
os artigos que puniam funcionários públicos: 1° - sendo que tais infrações
definidas neste artigo serão punidas/castigadas: I – se fazer parte ou for
membro do corpo docente, funcionários, ou empregados de estabelecimentos
educacionais com pena de demissão ou dispensa, ou a proibição de ser nomeado,
despedido ou contratando por qualquer outra da mesma situação, por tempo de
cinco anos; II – se for aluno, com a punição de desligamento, e sendo proibido
de se matricular em qualquer outro estabelecimento educacional pelo prazo de
três anos; 2° - se o infrator tiver a bolsa de estudos ou tiver qualquer ajuda
do Poder Público, irá perdê-la, e não poderá utilizá-la por cinco anos; 3° - se
tratando de bolsista estrangeiro, será solicitada a sua retirada do território
Brasileiro.
Os órgãos de
informação e segurança passaram a ditar suas regras e, desta maneira, o Ato
Institucional n°5 resultou em dois fatores interligados: a possibilidade de uma
dependência dos órgãos de segurança e a elaboração de suas próprias
leis/regras, aumentando cada vez mais o poder dos militares (DOCKHORN, 2002).
Foram vinte e um anos de regime ditatorial no país,
que significaram um período de muitos conflitos, violência e resistência.
Muitos líderes estudantis foram presos, universidades foram invadidas e
controladas, a União Nacional de Estudantes foi sufocada. Boa parte da
população que viveu esse tempo conheceu formas muito específica de dor e
silêncio que, no contexto do regime, tiveram uma conotação de coerção e medo
(ROSA, 2006, p.37).
Com os Atos
Institucionais os governantes militares (e o IPES nos bastidores) direcionados
em uma rede de agir o povo brasileiro, mantendo o controle no país,
enfraquecendo qualquer tipo de risco contra sua ação controladora. Algumas instituições
foram importantes para o aparelho de Estado, como o SNI (Sistema Nacional de
Informação) com uma importante função de vigilância e controle no Brasil, e com
outros diversos funcionamentos ramificando-se no sistema de controle (ROSA,
2006).
Estabelecendo-se as
leis instituídas na educação como ferramentas para manipulação da sociedade
brasileira, utilizando de tais leis totalmente autoritárias e radicais, que se
instituíam através do poder monopolizador nos estabelecimentos educacionais e
na sociedade, voltado a uma ideologia tecnicista com propósitos capitalistas.
3.
A Educação Pós-64:
A implantação de um
Estado autoritário, a partir de 1964, teve como conseqüência algumas
transformações na área educacional. Instalou-se a educação tecnicista, atendendo
às necessidades advindas com a crescente industrialização, fruto da influência
do capital estrangeiro.
O modelo político econômico tinha como
característica fundamental um projeto desenvolvimentista que busca acelerar o
crescimento sócio-econômico do país. A educação desempenhava importante papel
na preparação adequada de recursos humanos necessários à incrementação do
crescimento econômico e tecnológico da sociedade de acordo com a concepção
economicista de educação (VEIGA, 1989, p.34).
Entre os anos de 1964
a 1968, os presidentes militares: Humberto Alencar Castello Branco e Arthur da
Costa e Silva junto aos americanos estabeleceram uma parceria, através do MEC,
realizando doze acordos com a United States International for Development
(USAID), realizado os acordos, fez com que esta parceria fosse tão
significativa influenciando reformas e leis na área educacional brasileira. Os
acordos MEC/USAID visavam o fortalecimento do ensino primário, a acessoria
técnica dos americanos para o aperfeiçoamento de melhorias no ensino médio,
modernização administrativa, universitária, entre outros setores incluídos nas
ideologias previstas pólos acordos MEC/USAID (ROSA,2006).
Segundo Romanelli
(1978), o agravamento da crise do sistema educacional, que já vinha de longa
data, serviu como justificativa para os acordos entre MEC e a agência
educacional dos Estados Unidos. Os conhecidos “Acordos MEC/USAID”, eram
firmados com a AID (Agency for International Development), a qual daria
assistência técnica e financeira para o sistema educacional brasileiro.
Não
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Os acordos MEC/USAID
trouxeram mudanças dentro do sistema educacional - marcado por influência norte
americana – que seriam um sustentáculo às reformas do ensino superior e
posteriormente de 1º e 2º graus (VEIGA, 1989). Entre 1964 e 1968 foram
realizados doze acordos MEC/USAID, sendo que alguns desses vigoraram até
o ano de 1971. Ocorreu, assim, um comprometimento da política educacional
brasileira, pois, tudo o quanto se estabelecia era convencionado pelas
determinações dos técnicos americanos (GHIRALDELLI, 2000).
O novo modelo
educacional desenvolveu como característica um sistema educacional autoritário
e domesticador (RIBEIRO, 2000). Para Aranha (1996), a política norte-americana
direcionada ao Brasil se assenta em três pilares ideológicos: educação e
desenvolvimento ; educação e segurança ; educação e comunidade.
O intuito da
neutralidade científica foi inspirado nos princípios de racionalidade,
eficiência e produtividade. Através desses, instalou-se nas escolas a divisão
do trabalho com a mera justificativa de produtividade e verificou-se maior
saliência na distância entre quem planeja e quem executa.
Onde se tem de procurar a causa principal desse
estado, antes de inorganização do que de desorganização do aparelho escolar, é
na falta de quase todos os planos e iniciativas da determinação dos fins da
educação (aspectos fisiológicos e sociais) e da aplicação (aspecto técnico) dos
métodos científicos aos problemas da educação (...).Certo, um educador pode bem
ser um filósofo e deve ter a sua filosofia de educação; mas, trabalhando
cientificamente nesse terreno, ele deve estar tão interessado na determinação
dos fins da educação, quanto também dos meios de realizá-los. O físico e o
químico não terão necessidade de saber o que está a se passar além da janela do
seu laboratório.[...] (AZEVEDO In RIBEIRO, 2000, p.167).
Segundo Pellanda
(1986), como fórmula para “limitar” as ciências humanas, extraiu-se o principal
objetivo através do engessamento do censo crítico e do desenvolvimento da
relação professor/aluno. O ensino deveria estar voltado para o desenvolvimento
científico e tecnológico, culminando no chamado cientificismo, isso causou uma
visão restrita, limitada e reduzida, segundo a qual, a ciência (exata) é o
único conhecimento válido.
A educação pública tem de ser, pois, reestruturada
para contribuir também, como lhe compete para o progresso científico e técnico,
para o trabalho produtivo e o desenvolvimento econômico. A reivindicação
universal da melhoria das condições de vida, com todas as suas implicações econômicas,
sociais e políticas, pode permanecer insensível ou mais ou menos indiferente à
educação de todos os graus se nesse ou naquele setor, como no ensino de grau
médio e, especialmente, o técnico, a precária situação em que ainda se encontra
a educação, está ligada ao estágio de desenvolvimento econômico e industrial,
ou por outras palavras, se deste dependem os seus pregressos, é legítimo
indagar em que sentido a medida a educação , em geral, e, em particular, a
preparação científica e técnica pode ou deve concorrer para a concepção
econômica do país. Os povos têm demonstrado que “o seu poder e sua riqueza
dependem cada vez mais de sua preparação para alcança-los[...] (GHIRALDELLI,
2000, p.155).
A educação tecnicista
se encontrava encaixada nos ideais de racionalismo, objetivando organização e
eficiência. O educador era considerado um técnico orientado por outros técnicos
através de instruções técnicas e objetivas.
A adaptação do ensino
à concepção taylorista , típica da mentalidade empresarial tecnocrata, exige,
portanto, o planejamento e a organização racional do trabalho pedagógico além
da operacionalização das objetividades desejadas. Quanto às reformas
tecnicistas, houve a tentativa de aplicar, na área educacional, um sistema
empresarial característico do capitalismo com finalidade de atender às
exigências de uma sociedade industrializada e tecnológica (PELLANDA, 1986).
Na Didática
Tecnicista, a alienação entre teoria e prática é reforçada cada vez mais. O
educando desempenha função de mero instrumento e apenas executa objetivos
instrucionais (GHIRALDELLI, 2000).
[...] em análise ao pensamento da elite econômica
da época, que o regime de governo deveria ser técnico e autoritário para servir
ao capital transnacional, em função das exigências de suas hegemonias sobre as
classes trabalhadoras, o que de modo era combatível com as manifestações de
autonomia e organização das classes popular; para frear o processo
revolucionário do povo, mais do que recursos financeiros, seria necessário
tomar o poder central do país (DREIFUSS In ROSA, 2006).
Para Aranha (1996), o
reestruturamento do sistema educacional brasileiro não ocorreu pela
determinação do país e sim através determinações da U.S.A.I.D. (United States
Agency for International Development) em união com militares e tecnocratas
brasileiros. Recapitulando, os acordos MEC-USAID ocorreram devido à crise do
sistema educacional na década de 1960, sendo, então, mais um fator na formação
direta e eficaz de mão-de-obra para uma indústria em crescimento.
A ditadura, com
necessidade de suporte técnico e financeiro, apóia-se na U.S.A.I.D. (United
States Agency for International Development). De forma discreta, os acordos
foram voltados exclusivamente para determinadas áreas do ensino, sendo imposto
à sociedade um pacote completo de um instrumento doutrinário ideologicamente.
Entre junho de 1964 e janeiro de 1968 foram
firmados doze acordos MEC-USAID, o que compreendeu a política educacional do
país as determinações dos técnicos americanos. A ótica dos acordos MEC-USAID
era a mesma vociferada em torno “científico” pelo ministro do Planejamento do
governo Castelo Branco, em 1968, no fórum do IPES. O ministro Roberto Campos,
em palestra sobre “Educação e Desenvolvimento Econômico”, procurou demonstrar a
necessidade de atrelar a escola ao mercado de trabalho. Sugeriu, então, um
vestibular mais rigoroso para aquela área de 3º grau não atendentes às demandas
do mercado. Para ele, toda a agitação estudantil daqueles anos era devida a um
ensino desvinculado do mercado de trabalho, um ensino baseado em generalidades
e, segundo suas próprias palavras, um ensino que, “não exigindo praticamente
trabalhos de laboratório” deixava “vácuos de lazer”, que estariam sendo
preenchidos com “aventuras políticas” (GHIRALDELLI, 2000, p. 169).
A educação no Brasil
foi voltada à formação de mão-de-obra especializada em curto prazo de tempo,
com destino ao mercado em expansão. Assim, o aluno tornava-se o principal alvo
do governo para suprir às necessidades relativas às perspectivas da economia
brasileira (GHIRALDELLI, 2000).
Se observarmos
atentamente à ideologia “Educação e Segurança” tida como civismo e patriotismo;
era vista como pano de fundo para se chegar a outras ideologias estatais, sem
que a sociedade brasileira percebesse (PELLANDA, 1986).
Era necessário formar
rapidamente professores, para que estes formassem mais trabalhadores,
necessários à crescente industrialização brasileira. Como solução imediata para
suprir essas carências, foram criados os “Cursos de Licenciaturas Curtas” e a
atualização de egressos do ensino médio (2º grau) com mais um ano de
especialização para desempenhar a função de formadores de mão-de-obra nas
chamadas escolas polivalentes (VEIGA,1989).
Essa compreensão revel uma tendência muito forte no
ensino durante a Ditadura Militar no Brasil, que foi, fundamentalmente, a
ênfase em uma educação de caráter técnico-funcional, ou seja, preocupada
estritamente com aspectos específicos e práticos, no jogo do capitalismo
internacional, associando a toda uma política econômica em curso (ROSA, 2006,
p.50).
A maioria das escolas
estaduais, do pós-64, eram centros de formação profissional dos filhos da
classe operária e trabalhavam na formação desses como instrumentos econômicos
do país. Tornam-se, dessa maneira, estabelecimentos educacionais de 2ª classe
que teriam de transmitir a “educação tecnicista” – tarefa que não exige
conhecimento, apenas habilidades práticas e manuais (PELLANDA, 1986).
3.1
Reformas Educacionais:
Como já ressaltado
nos capítulos anteriores, os acordos MEC/USAID anteviam, em seus pontos
críticos, serem formulados de acordo com preceitos administrativos idênticos
aos de um sistema de empresariado e, assim, continham uma ideologia
tecnocrata-repressiva bastante clara e com a seguinte função: promover uma
mentalidade empresarial capaz de orientar a implantação do modelo econômico
vigente interligado à estrutura do sistema imposto pelas forças armadas, estas
duas comissões (MEC/UDAID) diferentes buscavam o objetivo de encontrar
justificativas para a implantação da política educacional. Tentando, por causa
disso, ocultar as características transnacional e subordinada, ou seja, as
reformas de bases no 1º e 2º grau e universitárias que viriam em seguida
(ROMANELLI, 1978).
3.2
Reformas de 1º e 2º graus:
Para Ghiraldelli (2000),
o relatório feito pelo MEC-USAID e os elaborados pela Comissão Meira Matos e o
GTRU (Grupo de Trabalho de Reforma Universitária), apresentavam enfoques
diferentes no que dizia respeito ao ensino de 1º e 2º graus. O relatório Meira
Matos e o GTRU defendiam a reformulação do ensino médio em favor aos problemas
que existiam na universidade, o relatório MEC-USAID tinha como fim integrar a
universidade na vida econômica nacional, a fim de capacitá-la a atender a
demanda de mão-de-obra”
Para Romanelli (1978),
as duas comissões brasileiras pretendiam amenizar a crise universitária
resultante do aumento excessivo dos exames vestibulares e pela pressão por
vagas. Para que tal objetivo fosse atingido, era necessária a criação de uma
alternativa à universidade. Tal escolha resultou na criação de cursos
profissionalizantes de nível médio, nas conhecidas escolas polivalentes.
Foto: Bianca Trindade da Fonseca. Escola Estadual de Ensino Fundamental Lucas Araújo, situada na cidade de Santiago /RS /Brasil. Essa escola foi fundada na década de 1960 nos acordos MEC/USAID.
As reformas de 1º e
2º graus fizeram aumentar o período de obrigatoriedade escolar de quatro para
oito anos. Com essa ampliação, têm-se inúmeros envolvimentos implicados,
obrigando, assim, o Estado a um aumento de seus deveres na relação educacional
do povo e pressupõe uma ampla modificação estrutural na educação primária.
A lei nº. 5.692, que
reestruturou o Ensino de 1ºe 2º graus, é responsável pela aplicação dos ideais
do Estado de forma autoritária e resultando em um novo bloco que dirige a
ideologia dominante (GHIRALDELLI, 2000).
O sistema educacional era marcado pela influência
dos Acordos MEC/USAID, serviram de sustentáculos às reformas de ensino superior
do ensino de 1º e 2º graus.Por influência, também, dos educadores americanos
foi implantada pelo Parecer 252/69 e Resolução n.º 2/69 do Conselho Federal de
Educação,a disciplina “Currículos e Propagandas”, nos cursos de Pedagogia, o
que, de certa forma, provocou a superposição de conteúdos da nova disciplina
com a Didática . O período compreendido entre 1960 e 1968 foi marcada
pela crise da Pedagogia Nova e articulação da tendência tecnicista, assumida
pelo grupo militar e tecnocrata. O pressuposto que embasou esta pedagogia está
na neutralidade científica, inspirada nos princípios de racionalidade,
eficiência e produtividade. Buscou-se a objetivação do trabalho pedagógico da
mesma maneira que ocorreu na trabalho fabril.Instalou-se na escola a divisão do
trabalho sob a justificativa de produtividade, propiciando a fragmentação do
processo e com isso, acentuando-se as distâncias entre quem planeja e quem
excuta (VEIGA,1989, p.35).
Como pano de fundo,
começa, então, o chamado processo de integração dos níveis (primário e
ginasial, secundário e técnico), que passam a obedecer aos princípios da
comunidade e da terminalidade. Sendo que o andamento sucessivo garantiu a
passagem de uma série para outra, desde o 1º até o 2º grau.
Pelo princípio da
terminalidade, ao concluir cada um dos níveis, o educando deveria estar
preparado para ingressar no mercado de trabalho como mão-de-obra, que, naquela
ocasião, era necessário.
Com a criação do
Conselho Federal da Educação (CFE) e dos Conselhos Estaduais de Educação (CEE),
ambos permitem a representação das escolas particulares, torna-se inevitável a
repressão e o jogo de influências para obter recursos financeiros (para a
compra, construção ou reforma de prédios escolares, instalações...), não
deixando de contribuir para manter a situação de injustiça numa sociedade em
que 50% da população de idade escolar se encontrava-se fora da escola (ARANHA,
1996).
A união do antigo
primário com o ginasial e a abolição dos exames de aceitação /admissão
apresentava em sério problema. A obrigatoriedade de oito anos torna-se letra
inexistente, uma vez que não existem recursos materiais para atender às
necessidades, e também ao esgotamento do curso primário e do ginasial além
extinguir o dualismo existente entre a escola secundária e a escola
tecnicista.
Nos currículos de 1º
e 2º graus emergiu um núcleo comum obrigatório, integrado pelas disciplinas de
Educação Moral e Cívica, Educação Física, Educação Artística, Programas de
Saúde e Religião (obrigatória para a escola e optativa para o aluno).
Sobrepondo-se a esse
núcleo comum e obrigatório, ele trouxe prejuízos inestimáveis para a educação,
tais como: A abolição de algumas disciplinas escolares como a Sociologia,
Filosofia e a Psicologia no 2º grau por necessidade de espaço nos currículos, e
as uniões, como as da História e Geografia, constituindo os Estudos Sociais no
1º grau.
Com a inclusão dos
materiais necessários, o currículo é dividido em duas partes: Uma em educação
generalista e outra de formação profissional, essa última deveria ser
programada conforme a região, proporcionando sugestões de habilitações
correspondentes a três áreas econômicas: primárias (agropecuária), secundária
(indústria), e terciária (serviços).
Com todas as reformas
educacionais e institucionalizações impostas a sociedade brasileira, no sistema
educacional, paralisando todos os direitos dos cidadãos, facilitando a
manipulação do Estado perante os brasileiros, assim conseqüentemente fazendo
com que houvesse uma insatisfação social, atingindo principalmente grupos
estudantis, em que se manifestavam com passeatas e diversos tipos de
manifestações contra o governo autoritário e centralizador.
3.3
Reação Estudantil:
A falta de vagas nas
universidades federais foi a principal causa das maiores reivindicação
estudantis, havendo, então, a luta pelo aumento de vagas no ano de 1964,
durante instalação do regime militar (PILLETTI, 1990). Mesmo com um governo
autoritário, os estudantes mantinham as suas lutas e passaram a ser tachados
como “revolucionários” e “subversivos” (ARANHA, 1996).
Com grupos de
estudantes na oposição, desta forma os militares empregavam uma forma de
controla-los pela Lei Suplicy (levava o nome de Flávio Suplicy de Lacerda, que
era o reitor da Universidade do Paraná , era conhecido por seu
conservadorismo), que editou no dia 9 de novembro de 1964. Todas as entidades
estudantis foram sujeitas ao controle do Estado, atendo a monitoração
controladora com os Diretórios Acadêmicos e os Diretórios Centrais de
Estudantes, nos estabelecimentos secundaristas como os Grêmios Livres
substituídos pelos Centros Cívicos, sob o controle da diretoria dos colégios
(NAPOLITANO, 1998).
Segundo Pilleti
(1990), em 1964 foi decretada a Lei nº 4 464, conhecida como Lei Suplicy de
Lacerda , a qual procurava acabar com os protestos de estudantes transformando
os órgãos estudantis em identidades dependentes de verbas e com orientações do
Ministro da Educação.
Conforme Rosa (2006),
as classes de poder multinacional e associados, formaram inúmeros tipos de
instituições para que se controlasse a opinião do povo brasileiro e destruir a
estrutura governamental. Estes estabelecimentos criados como medidas
ideológicas, utilizavam do IPES (Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais) e do
IBAD (Conselho Superior das Classes
Produtoras) propositalmente instalando uma ideologia como uma forma de manter o
controle sobre a sociedade e do governo. Desta forma com estes estabelecimentos
criados, eram utilizados como um pano de fundo para realizarem como fachada o
desempenho de suas verdadeiras atividades realizadas.
Com tais
transformações e alterações institucionais repressivas, a UNE (União Nacional
de Estudantes) foi substituída pelo DNE (Diretório Nacional de Estudantes).
Diante desta situação, os estudantes não poderiam se reunir para discutir e
debater seus problemas educacionais, no entanto, mesmo com todas as restrições
impostas a eles, a UNE continuou atuar clandestinamente (ROMANELLI, 1978).
A UNE foi considerada
“arbitrária” com a organização dos estudantes. Os Diretórios Acadêmicos e
Grêmios Estudantis transformaram-se em centros patrióticos e só poderiam
continuar em atividade, sob controle e supervisão de um professor de Educação
Moral e Cívica (ou OSPB, no caso das acadêmicas) tutelados pelo governo.
Em 1964, O Presidente
João Goulart, indicava o latifúndio e o imperialismo os dois culpados de muitos
problemas brasileiros. Em sua proposta governamental estavam a estatização de
empresas e as reformas de base (reforma agrária, urbana,educacional,bancária)
dando início a movimentos políticos de esquerda no Brasil.Iniciando-se o
movimento dos trabalhadores da industria , as manifestações estudantis,o
movimento dos trabalhadores rurais,etc.,contrariando os interesses
multinacionais e aos que tinham ligação. No dia 13 de março de 1964,
realizou-se no Rio de Janeiro um grande comício, defendendo as reformas do
governo Goulart. Participaram da manifesto a UNE, UME (União Metropolitana de
Estudantes), a UBES (União Brasileira de Estudantes Secundários) e a AMES (Associação
Metropolitana de Estudantes Secundários) e outras organizações (ROSA, 2006).
Estudantes que estavam protestando contra a ditadura militar são duramente reprimidos. FONTE: http://www.elisak.com.br/blog/uploaded_images/8-731091.jpg
Em 1967, ano em que
foi aprovada a Constituição que se instalou como o regime militar, no governo
Castello Branco, instalando-se intervenções controladoras na sociedade. Neste
mesmo ano em que foi aprovada e instituída a primeira Constituição militar,
assumindo o poder presidencial foi o General Arthur da Costa e Silva,
aumentaram as manifestações e protestos contra o novo sistema ditatorial, a UNE
organizava movimentos, como a passeata dos Cem Mil, no Rio de Janeiro, nesta
mesma época, aconteceram assaltos a bancos, seqüestros a embaixadores, que
tinham propósito levantar fundos para movimentos de resistência ao regime.
Nesta situação, o presidente Costa e Silva respondeu a estas manifestações a
partir de sua política de Segurança Nacional, tendo como alvo a UNE que já
estava sobre domínio estatal, foi excluída oficialmente de sua administração
(ROSA, 2006).
Passeata dos Cem Mil. Foto: Evandro Teixeira. FONTE: http://images.google.com.br
Em 1968, com a morte
do estudante Édson Luís , ocorreu a maior revolta estudantil através da
passeata e protestos, que teve a participação de mais de 100 mil pessoas em São
Paulo (PLLETTI, 1990).
O Presidente da
República Emílio Garrastazu Médici estabeleceu um governo caracterizado como
“linha dura”, no ano de 1969 no dia 30 do mês de outubro, suas medias tomadas
no governo fez com que aumentasse o movimento sindical e as organizações
estudantis, desestruturando grande parte da conjuntura política formada,
conseqüentemente deu maior aumento intensivo da luta armada, por parte dos
civis, como forma de resistência a atuação do governo, aumentando as medidas
repressivas neste período, como a censura automaticamente piorou, foi
instituído de forma prevista para a televisão e o cinema, impostos de acordo
com a portaria governamental nº14 e a portaria nº15 de março de 1970, que houve
outras formas de censura e repressão no governo Médici, entre estas, músicas,
programas de rádio, publicações (ROSA,2006).
Com todos os Atos
Institucionais impostos pelo governo direcionado a sociedade, de forma
manipuladora a todas as áreas do Brasil (política, econômica, financeira,
social, cultural e educacional, etc.). Conseqüentemente houve um grande aumento
das manifestações da população nacional, mostrando cada vez mais a força das
massas populares em busca de seus direitos civis.
3.4
A Educação: nos últimos anos da Ditadura Militar
Nos últimos anos da
repressão militar começaram a aparecer sinais da insatisfação da população além
organização e aumento significativo das oposições ao regime militar. As medidas
do governo Geisel, totalmente repressivas, fizeram com que a sociedade civil se
organizasse contra a ditadura militar. Contando com a adesão na luta de
entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Associação Brasileira
de Imprensa (AIB), e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) as
quais impulsionaram movimentos de protestos exigindo a redemocratização do
Brasil (TRINDADE, 1993).
A execução do processo de abertura política foi
estabelecida com cautela pelo governo. De um lado o Presidente abrandava a ação
do sistema governamental, extinguindo a censura à imprensa (1975), extinguindo
o Ato Institucional numero 5 e restabelecendo a habeas-corpus no país (ambos em
1978);de outro,algumas medidas reacionárias ainda eram tomadas. Foi o caso da
promulgação da lei Falcão, em 24 de junho de 1976, que impedia o debate
político nos meios de comunicação; decisão tomada em função do expressivo
crescimento da oposição nas eleições de 1974 [...] (ROSA, 2006,
p.42).
O último ato do
presidente Geisel, em 1978, foi realizar o projeto de abertura política. A
revogação do Ato Institucional n° 5 (AI-5) entrou em vigor em 1979 (TRINDADE,
1993).
O clima de liberdade
com movimentações teóricas cresceu consideravelmente, dando maior espaço para
várias mudanças no campo educacional brasileiro (GHIRALDELLI, 2000).
Iniciando-se ao ano
de 1979, na área política, opositores contra o governo encontrava-se mais
fortalecidos, na economia o Brasil enfrentava uma recessão, que refletia em
alto índice de desemprego. Quando entra na presidência João Baptista
Figueiredo, que deu continuidade ao lento processo de redemocratização
brasileira, que se deu início na gestão Geisel. O presidente Figueiredo
decretou a lei de anistia, assim redimindo as pessoas condenadas por terem se
posicionarem contra o sistema do governo (ROSA, 2006,p.43),
No início dos anos
80, o regime militar dava os primeiros sinais de enfraquecimento, entrando numa
linha de processo de democratização. A sociedade civil, como os estudantes,
mostrava-se contra a repressão, dando início a recuperação do espaço perdido,
soma-se, ainda, o fato dos exilados políticos voltarem ao Brasil.
Na área educacional,
na década de 1980, comprovado o fracasso da implantação da reforma da Lei da
LDB (Lei de Diretrizes e Bases) e da Lei nº. 7.044/82, é dispensado das escolas
a obrigatoriedade da profissionalização, e debates são intensificados pelo
retorno da Filosofia (ARANHA, 1996).
Conforme Napolitano
(1998), por volta de 1982, a Ditadura Militar dava sinais de uma forte crise do
sistema, mesmo com o forte controle sobre a estrutura política. A conjuntura
política de crescimento econômico do Ministro Delfim Netto terminou já nos fins
de 1981 a inflação chegando aos 100% anuais, dívida externa aumentando, ainda
em 1982 o governo conseguiu controlar o agravamento da crise econômica.
Dois acontecimentos desestruturaram o regime militar inaugurando um quadro de
disputa interna com o falecimento (o ano de 1980) do coordenador político
partidário do governo, o ministro da Justiça Petrônio Portela, e a demissão (em
1981) do chefe da Casa Civil, general Golbery, seria a estratégia principal do
regime.
Em abril de 1983, com
algumas semanas após a posse do governador Franco Montoro, aconteceu a revolta
dos desempregados, assustando a metrópoles de São Paulo e o restante da
sociedade brasileira. No ano seguinte no dia 12 de janeiro de 1984 (em
Curitiba/PR), com o forte apoio do PMDB (Partido do Movimento Democrático
Brasileiro), já com o apoio esquerdista, aconteceu o comício pelas eleições
diretas que iniciou efetivo à Campanhas Diretas Já. No ano seguinte (1985), o
partido de Tancredo – Sarney ganham com grande diferença contra Paulo Maluf,
com uma promeça de Nova República, encerrando o ciclo dos militares no poder,
dando início a uma “transição democrática”.
Rosa (2006) afirma
que todos estes conjuntos de fatores, em que não se conclui toda a história dos
vinte e um anos de regime militar, contribuíram para uma estrutura de forma
negativa no Brasil, o período compreendido entre os anos de 1964 até
1985.
Considerações
Finais:
Neste trabalho,
pesquisei o contexto educacional no período da Ditadura Militar (1964-1985),
analisando a trajetória da educação. Para o desenvolvimento desta pesquisa,
utilizei como principal meio fontes bibliográficas e imagens daquele período.
Sendo assim, busquei
fazer a análise utilizando de rápida retrospectiva da história educacional
juntamente à situação política e social, desde a transição do Império para a
República. Na pesquisa realizada, relatei os acontecimentos referentes à
expansão cafeeira, que veio a desenvolver a indústria do país. Junto às
mudanças ocorridas, com o processo do avanço industrial e modernização houve o
gradual fim da escravidão e o início do emprego de mão-de-obra assalariada,
alterando a situação econômica e social brasileira.
Realizei análises
destacando a Primeira Guerra Mundial, os EUA vieram a influenciar
consideravelmente na cultura brasileira, impulsionando um surto patriótico
(GHIRALDELLI, 2000). Os americanos passaram a ter vínculos nos setores
políticos, sociais, econômicos e financeiros (CAMPOS, 2005).
Com o surgimento de
novas forças sociais no Brasil, surgiu, em 1930, o “Manifesto”, que teve como
intenção uma educação pública, obrigatória, laica e gratuita. Nesta mesma
década, são instituídas as Leis Orgânicas, que objetivaram transformar a
educação vigente em ensino profissionalizante para a formação de mão-de-obra
técnica – algo necessário àquele momento do país.
Depois que da
Primeira Guerra, houve grande interferência dos americanos no Brasil,
influenciando nas leis e reformas educacionais. No âmbito brasileiro, anterior
ao golpe de 1964, marcado por crises políticas, econômicas e sociais, aconteceu
o golpe vinculado à união civil-militar, que tirou João Goulart da presidência,
e implantou o parlamentarismo, que automaticamente reduzia o poder do
presidente. Assim, Castello Branco, sucedendo a presidência de Goulart, recebe
apoio dos americanos e de empresariados multinacionais.
Essa época foi
intensamente caracterizada por diversas restrições impostas à sociedade
brasileira, como, por exemplo, a anulação dos direitos civis. Deu-se, então, o
início da Ditadura Militar, período em que foram impostos à sociedade,
gradativamente, os Atos Institucionais, sufocando cada vez mais movimentos e
manifestações sociais, amedrontado a população através de prisões, seqüestros,
torturas e assassinatos.
Durante a década de
sessenta ocorrem inúmeras mutações dos direitos sociais, nesse espaço de tempo,
os presidentes-militares (Castello Brando e Costa e Silva), juntamente com os Estados
Unidos, fecharam acordo, estabelecendo uma parceria entre MEC e USAID, que
realizaram doze acordos, estes, influenciaram em leis, reestruturando o sistema
educacional. Dessa maneira, nasce uma linha de gestão autoritária e
domesticadora – a educação tecnicista – que adaptou o ensino ao sistema
empresarial tecnocrata.
A reação estudantil
foi constante naquele momento histórico, buscando melhorias na educação,
entretanto, manifestações estudantis foram intensamente repreendidas por meio
da “Lei Suplicy”, criada em 1964. Dessa forma, todas as entidades estudantis de
qualquer tipo ficaram impossibilitadas de se rebelar contra o Estado.
No decorrer dos anos,
foram impostos os Atos Institucionais, os quais revoltaram a sociedade.
Posteriormente, já na presidência de Geisel, a Ditadura Militar começa a
demonstrar os primeiros sinais de decadência. Manifestações sociais se fizeram
cada vez mais presentes, havendo, através de organizações estudantis, inúmeras
manifestações contra o regime militar.
Em 1978, ano em que o
Presidente Geisel deu início à abertura política e revogou o Ato Institucional
nº5, a sociedade brasileira começou a vivenciar uma liberdade há muito
desconhecida, desenhando-se, portanto, a possibilidade de mudanças no sistema
educacional.
Ao final desta
pesquisa, enfatizo que a educação, no âmbito nacional, é resultado de inúmeros
atos direcionados a ela. Usada como ferramenta ideológica estatal, teve como
herança diversas deficiências relacionadas aos erros do passado, prejudicando,
dessa forma, inúmeros cidadãos que sofreram, sofrem e sofrerão com a degradação
do ensino que, até os dias de hoje, parece não se recuperar das ações dos
falhos sistemas
anteriores.
Referências:
ARANHA, Maria Lúcia
de Arruda. História da Educação. Moderna, São Paulo, 1996.
CAMPOS, Flávio. A
escrita da História / Renan Garcia Miranda. São Paulo: Escala Educacional,
2005.
COTRIN, Gilberto.
História do Brasil: um olhar crítico. São Paulo: Saraiva,1999.
DOCKHORN, Gilvan
Veiga. Quando a Ordem é Segurança e o Progresso é Desenvolvimento (1964 –
1974). Editora: EDIPUCRS, Porto Alegre, 2002.
GHIRALDELLI, Paulo,
História da Educação. São Paulo: Cortes, 2000.
NAPOLITANO, Marcos. O
regime milita brasileiro:1964 – 1985. Atual, São Paulo, 1998.
PELLANDA, Nize Campos.
Ideologia e educação & Repressão no Brasil Pós 64. Porto Alegre: Mercado
Aberto, 1986.
PILLETI, Nelson.
História da Educação no Brasil. São Paulo: Editora Ática, 1990.
RIBEIRO, Maria Luisa
Santos. História da Educação Brasileira: A Organização Escolar. Campinas:
Autores Associados, 2000.
ROMANELLI, Otaíza de
Oliveira, História da Educação no Brasil. Petrópolis:Vozes, 1978.
ROSA, Juliano de
Melo. As vozes de um mesmo tempo: a educação física institucionalizada no
período da Ditadura Militar em Cacequi. Dissertação de Mestrado em
Educação/UFSM. Santa Maria: UFSM, 2006.
TRINDADE, Virgínia.
História: Assim caminha a humanidade. Belo Horizonte, Brasil,1993.
VEIGA, Ilma Passos
(coord.). Repensando a Didática. Campinas: Papirus,1989.
VICENTINO, Cláudio.
Viver a História: ensino fundamental. São Paulo: Scipione, 2002.
FONTE:http://www.sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe4/individuais-coautorais/eixo01/Solange%20Aparecida%20Zotti%20-%20Texto.pdf
ANEXOS
ANEXO
01
FONTE: http://www.une.org.br/home3/ubes_on-line/imgs/historia_ubes_02_jpg.jpg
ANEXO
02
As manifestações de ruas contra a ditadura onde aparece Gil com Torquato Neto e sua então mulher e parceira Nana Caymmi na Passeata dos Cem Mil no Rio de Janeiro. FONTE: http://www.gilbertogil.com.br/images/fotos_2/31_g.jpg
ANEXO
03
Estudantes carregam caixão com o corpo de Edson Luís Lima Souto, morto em confronto com a polícia militar em 28 de março de 1968, no Rio de Janeiro. (28.03.68). FONTE: http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2007/imagens/brasil28_5.jpg
ANEXO
04
Foto: O Globo.
Manifestantes viram uma Kombi durante a Passeata dos Cem Mil, em 26 de junho de 1968, no Rio de Janeiro.
FONTE: http://www.memoriaestudantil.org.br/data/documents/storedDocuments/%7BAE8652BB-103B-4151-ADF7-B3F0EA1E913
5%7D/%7B33963687-BC8D-422B-9E06-B317D50E6FF0%7D/2001-038200_th.jpg
ANEXO
05
(04.07.68)
Passeata de estudantes em 4 de julho de 1968, no Rio de Janeiro.
FONTE:http://images.google.com.br/images?gbv=2&hl=pt-BR&q=Passeata+de+estudantes+em+4+de+julho+de+1968%2C+no
+Rio+de+Janeiro.
ANEXO
06
Foto: O Globo
Conflito entre estudantes e policiais em 21 de junho de 1968, no Rio de Janeiro. (21.07.68)
FONTE http://www.memoriaestudantil.org.br/data/documents/storedDocuments/%7BAE8652BB-103B-4151-ADF7-B3F0EA1E9135
%7D/%7B9D23A3B0-C6C2-4195-8DC9-07DACFA5E143%7D/1997-040747_pop.jpg:
ANEXO
07
Manual de tortura ensinava como os agentes deveriam agir para retirar as informações dos presos.
FONTE: http://www.jornalcomunicacao.ufpr.br/files/images/manualtortura.materia.jpg
ANEXO
08
O General João Baptista Figueiredo, que governou o país entre 1979 e 1985, foi o último presidente do regime militar.
FONTE:http://images.google.com.br/images?gbv=2&&hl=pt-BR&q=Jo%C3%A3o+Baptista+Figueiredo&&sa=N&start=40&ndsp=20
ANEXO 9
1º - 26 de junho de
1964 – Acordo MEC/USAID para Aperfeiçoamento do Ensino Primário. Visava ao
contrato, por 2 anos, de 6 assessores americanos;
2º - 31 de março de
1665 – Acordo MEC-CONTAP -USAID para melhoria do ensino médio. Envolvia
assessoria técnica americana para planejamento do ensino, e o treinamento de
técnicos brasileiros nos Estado Unidos;
3º - 29 de dezembro
de 1965 – Acordo MEC-USAID para dar continuidade e suplementar com recursos e
pessoal de primeiro acordo para o ensino primário;
4º - 5 de maio de
1966 – Acordo do Ministério da Agricultura - CONTAP-UDAID, para
treinamento de técnicos rurais;
5º - 24 de junho de
1966 – Acordo MEC-CONTAP-USAID, de Assessoria para a expansão e aperfeiçoamento
do Quadro de Professores do Ensino Médio no Brasil, Envolvia assessoria no
Brasil. Envolvia assessoria americana, treinamento de técnicos brasileiros nos
Estados Unidos e proposta de reformulação das Faculdades de Filosofia do
Brasil.
6º - 30 de junho de
1966 – Acordo MEC-USAID de Assessoria para a Modernização da Administração
Universitária. Em vista da reação geral, esse acordo foi revisto 10 meses
depois.
7º - 30 de dezembro
de 1966 – Acordos MEC-INEP-CONTAP-USAID, sob a forma de termo aditivo dos
acordos para aperfeiçoamento do Ensino Primário. Nesse acordo aparece, pela
primeira vez , que seus objetivos, o de “elaborar planos específicos para
melhor entrosamento da educação primária com a secundária e a superior’.
Envolve igualmente, assessoria americana e treinamento de brasileiros.
8º - 30 de dezembro
de 1966 – Acordo ME-SUDENE-CONTAP-USAID, para criação do Centro de Treinamento
Educacional de Pernambuco;
9º - 6 de janeiro de
1967 – Acordo MEC-SNEL - USAID de Cooperação para Publicações Técnicas,
Científicas e Educacionais.Por esse acordo, seriam colocados, no prazo de 3
anos, a contar de 1967,51 milhões de livros nas escolas. Ao MEC e o SNEL
incumbiram apenas responsabilidades de execução, mas os técnicos da USAID, todo
o controle, desde os detalhes técnicos de fabricação de livro, até os detalhes
de maior importância como: elaboração, ilustração, editoração e distribuição de
livros, além da orientação das editoras brasileiras no processo de compra de
direitos autorais de editores não-brasileiros, vale dizer, americanos.
10º - Acordo
MEC-USAID de reformulação do primeiro acordo de assessoria à modernização das
universidades, então substituídos por Assessoria do Planejamento do Ensino
Superior, vigente até 30 de junho de 1969. Nesse acordo, a tática da
justificativa foi mudada e houve determinação de uma ação mais ativa do MEC nos
programas, o que, na realidade, não aconteceu. A estrutura do antigo acordo
permanecia, no entanto;
11º - 27 de novembro
de 1967 – Acordos MEC-CONTAP-USAID de Cooperação para a continuidade do
primeiro acordo relativo à orientação vocacional e treinamento de técnicos
rurais;
12º - 17 de janeiro
de 1968 – Acordos MEC-USAID para dar continuidade e complementar o primeiro
acordo para o desenvolvimento do Ensino Médio (Planejamento do Ensino
Secundário e Serviços Consultivos). Envolvia e ampliava a mesma cooperação
assinalada nos acordos anteriores e reafirmava a necessidade de “melhor
coordenação entre os sistemas estaduais de educação elementar e
média”.
Material pesquisado
no livro: História da Educação no Brasil. Pg.212.
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