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quarta-feira, março 16, 2016

A REDE É MAIS UM BRAÇO DA DIREITA A SERVIÇO DO GOLPE

 * Samuel Maia – Mestre em História Social

Com a confusão ideológica, criada pelos quatorzes anos de governo do PT, o desencanto causado a setores deste partido e de outros à esquerda, que carecem  de  um estudo científico do marxismo, levou parcela de trabalhadores a buscarem uma opção política.
Neste vácuo, duas figuras identificadas como de “esquerda”, Heloísa Helena e  Marina Silva, sendo que a primeira em 2006 e a segunda em 2010 e 2014, foram candidatas para confundir o eleitorado de esquerda e ajudar a direita chegar ao segundo turno das eleições presidenciais, engendraram um novo partido.
Em fevereiro de 2013, após reunião das duas ex-candidatas presidenciais no carnaval daquele ano, fazem evento em Brasília para a fundação do que chamaram de nova política. Pessoas oriundas de várias matrizes ideológicas e do PSOL/PT, vão ao evento e cria-se o partido REDE Sustentabilidade, apesar da direção ter membros oriundos destes partidos, quem conduzirá a política e financiará as ações deste grupo, são os alinhados ao tucanato, como o porta-voz Walter Feldman (Deputado Federal do PSDB/SP) e atual Secretário-Geral da CBF(Entidade com várias denúncias de corrupção) e uma das herdeiras do Banco Itaú, a Sra Neca Setúbal.
Ao não conseguir seu registro em 2014, a REDE e sua figura de proa, Marina Silva, se filiam ao PSB para compor a chapa de Eduardo Campos como vice e após o acidente fatal do candidato, veio assumir a cabeça de chapa. Ao virar candidata, Marina Silva convida para organizar seu programa o economista ultraliberal Eduardo Gianetti, alinhado com o pensamento neoliberal. E na área educacional absorve no programa de governo a proposta da privatização da educação, apresentado pela herdeira do Itaú.
No segundo turno das eleições de 2014 a maioria da executiva nacional da REDE se posiciona pelo voto nulo no segundo turno. Contudo, Marina Silva assume a candidatura de Aécio Neves, caindo por terra o seu discurso de nova política, levando boa parte da direção da REDE a se desligarem do partido.
Após o registro da legenda, os remanescentes da esquerda que procuraram a REDE como uma possibilidade de avanço da luta dos trabalhadores, começaram a ser perseguidos e também saíram do partido.
A filiação e colocação em postos de comando na REDE, dos grandes empresários, de políticos conservadores e a já participação em governos burgueses, caracteriza a função real da REDE.
A máscara é totalmente retirada, quando no ato arbitrário na prisão de Lula (04/03/16), Marina Silva fica em silêncio e no encerramento do 2° Congresso Nacional da REDE em (06/03/16), a ex-ministra de Lula une-se ao discurso da direita e apoia o golpe em andamento.
Marina Silva segue o caminho de outros personagens da atualidade, pois, com a dificuldade da direita de assumir o projeto de exploração da classe trabalhadora, com candidaturas de sua própria classe burguesa, financiam traidores de classe, para tornar mais palatável os seus representantes eleitorais.
Isto mostra a importância de uma direção de vanguarda, para desfazer as confusões criadas por estas ações da direita, fundamentando cientificamente, a partir do marxismo, o momento da atual luta de classes no país e no mundo.


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