* Samuel Maia – Mestre em História Social
Com a confusão ideológica, criada pelos
quatorzes anos de governo do PT, o desencanto causado a setores deste partido e
de outros à esquerda, que carecem de um estudo científico do
marxismo, levou parcela de trabalhadores a buscarem uma opção política.
Neste vácuo, duas figuras identificadas
como de “esquerda”, Heloísa Helena e Marina Silva, sendo que a primeira
em 2006 e a segunda em 2010 e 2014, foram candidatas para confundir o
eleitorado de esquerda e ajudar a direita chegar ao segundo turno das eleições
presidenciais, engendraram um novo partido.
Em fevereiro de 2013, após reunião das
duas ex-candidatas presidenciais no carnaval daquele ano, fazem evento em
Brasília para a fundação do que chamaram de nova política. Pessoas oriundas de
várias matrizes ideológicas e do PSOL/PT, vão ao evento e cria-se o partido
REDE Sustentabilidade, apesar da direção ter membros oriundos destes partidos,
quem conduzirá a política e financiará as ações deste grupo, são os alinhados
ao tucanato, como o porta-voz Walter Feldman (Deputado Federal do PSDB/SP) e
atual Secretário-Geral da CBF(Entidade com várias denúncias de corrupção) e uma
das herdeiras do Banco Itaú, a Sra Neca Setúbal.
Ao não conseguir seu registro em 2014, a
REDE e sua figura de proa, Marina Silva, se filiam ao PSB para compor a chapa
de Eduardo Campos como vice e após o acidente fatal do candidato, veio assumir
a cabeça de chapa. Ao virar candidata, Marina Silva convida para organizar seu
programa o economista ultraliberal Eduardo Gianetti, alinhado com o pensamento
neoliberal. E na área educacional absorve no programa de governo a proposta da
privatização da educação, apresentado pela herdeira do Itaú.
No segundo turno das eleições de 2014 a
maioria da executiva nacional da REDE se posiciona pelo voto nulo no segundo
turno. Contudo, Marina Silva assume a candidatura de Aécio Neves, caindo por
terra o seu discurso de nova política, levando boa parte da direção da REDE a
se desligarem do partido.
Após o registro da legenda, os
remanescentes da esquerda que procuraram a REDE como uma possibilidade de
avanço da luta dos trabalhadores, começaram a ser perseguidos e também saíram
do partido.
A filiação e colocação em postos de
comando na REDE, dos grandes empresários, de políticos conservadores e a já
participação em governos burgueses, caracteriza a função real da REDE.
A máscara é totalmente retirada, quando
no ato arbitrário na prisão de Lula (04/03/16), Marina Silva fica em silêncio e
no encerramento do 2° Congresso Nacional da REDE em (06/03/16), a ex-ministra
de Lula une-se ao discurso da direita e apoia o golpe em andamento.
Marina Silva segue o caminho de outros
personagens da atualidade, pois, com a dificuldade da direita de assumir o
projeto de exploração da classe trabalhadora, com candidaturas de sua própria
classe burguesa, financiam traidores de classe, para tornar mais palatável os
seus representantes eleitorais.
Isto mostra a importância de uma direção
de vanguarda, para desfazer as confusões criadas por estas ações da direita,
fundamentando cientificamente, a partir do marxismo, o momento da atual luta de
classes no país e no mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário