TÓPICO 3
A IDENTIDADE DOS PROFESSORES
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! Diante do que já foi exposto, percebemos que a Pedagogia e a Didática passaram por vários momentos históricos (políticos, sociais), dando assim a possibilidade de reformulação.
É impossível deixarmos de falar também, dentro da Didática, seus elementos principais, o professor e o aluno, figuras que são determinantes para que o processo ensino aprendizagem dentro da estrutura escolar ocorra.
Outros elementos a serem evidenciados aqui são o processo pedagógico, e o didático, além da interação professor-aluno e demais membros da instituição escolar.
Com essas observações podemos então continuar nossa caminhada observando o papel do professor dentro do processo ensino aprendizagem.
E isso é de extrema importância para você, acadêmico(a), pois sobre você, enquanto profissional, que estaremos falando agora.
2 O PAPEL DO PROFESSOR
Quando falamos em professor, não estamos falando somente de uma figura catedrática, mas sim de um ser que possui sua identidade, que nos parece em muitos momentos históricos, ter sido visto como o centro do ensino, como o único detentor do saber, com a Pedagogia Tradicional, e em outros momentos como mero cuidador.
A identidade profissional do professor necessita ser observada, analisada e refletida por cada um de nós.
Carlos Marcelo (2009, p. 2) afirma que “Considero importante essa reflexão porque é através de nossa identidade que nos percebemos, nos vemos e queremos que nos vejam”.
Dessa forma, podemos determinar que a identidade do professor é construída em seu meio, em seu momento histórico-social. Cabe a ele, posicionar-se dentro do contexto histórico, buscando a todo o momento a reformulação de seus conceitos, de sua visão enquanto profissional da educação. Essa busca incessante, é que torna a profissão de professor, algo rico e instigante.
O “Ser Professor” nos remete a cada dia, num mesmo espaço, a momentos inusitados, e que de uma forma ou outra necessitamos nos posicionar e tentar encontrar respostas para solucionar ou direcionar as possíveis situações.
Ainda conforme Carlos M. (2009, p. 2):
É preciso entender o conceito de identidade docente como uma realidade que evolui e se desenvolve, tanto pessoal como coletivamente. A identidade não é algo que se possua, mas sim algo que se desenvolve durante a vida. A identidade não é um atributo fixo para uma pessoa, e sim um fenômeno relacional. O desenvolvimento da identidade acontece no terreno do intersubjetivo e se caracteriza como um processo evolutivo, um processo de interpretação de si mesmo como pessoa dentro de um determinado contexto.
Podemos afirmar que “Ser Professor” acarreta mudanças interiores, as quais nos dão possibilidade de nos vermos como profissionais da educação, desenvolvendo maneiras de como desempenhar seu papel no cotidiano.
Além das mudanças interiores ocorridas no professor, temos também que perceber que o professor não é uma “ilha, cercada somente de alunos por todos os lados”; mas sim cercado de coletividade. Essa coletividade entendida pelos seus colegas de trabalho, os alunos, gestores e comunidade.
É importante compreender que ser professor é buscar a cada momento, o diálogo junto à comunidade escolar e fora dela, para que ocorram mudanças e que o processo ensino aprendizagem seja mais agradável. É evoluir, é buscar formas de entendimento educacional e pessoal. Estamos trabalhando com pessoas e não máquinas.
Celso Antunes (2009) trata (de maneira fictícia) o papel que o profissional da educação pode vir a ser, ou já o é. Para ele existem professores e “professauros”. Parece-lhe engraçado? Pois bem, vamos entender melhor estas palavras.
Para Antunes (2009, p. 13-14) as diferenças entre os dois são:
QUADRO 3 - AS DIFERENÇAS ENTRE PROFESSOR E PROFESSAUROS
FONTE: Antunes (2009, p. 13-14)
Caro acadêmico! Imaginamos que você esteja se posicionando dentro desse quadro. Não é mesmo? Se você, ainda não iniciou seus trabalhos, como professor, busque posicionar-se da mesma forma.
Frente ao que Celso Antunes (2009) nos apresentou nas categorias de professor e professauros, podemos compreender que mesmo, em pleno século XXI, ainda nos deparamos com profissionais que acreditam que continuar com os mesmos métodos é suficiente para abarcar o que os alunos necessitam, que é o conhecimento.
Percebemos que para sermos professores é necessário, sem sombra de dúvida a entrega e a abertura para as mudanças. Realizar a “metamorfose”, como Raul Seixas cantou “Ser a Metamorfose” para que todo o profissional seja visto percebido e reconhecido como PROFESSOR.
FIGURA 17 - METAMORFOSE
FONTE: Disponível em: <http://jornalggn.com.br/blog/centro-de-referencias-em-educacao-integral/7-professores-que-transformam-o-educar-e-o-aprender>. Acesso em: 18 mar. 2016.
Para tanto, é necessário que estes profissionais da educação, estejam conectados, com as mudanças sociais, políticas, econômicas.
Podemos considerar o que Morin, em seu livro “A Cabeça Bem-Feita” (2002), nos diz com relação aos desafios enfrentados pelos professores em seu trabalho e podemos considerar em sua vida pessoal, onde ele expressa que o desafio dos desafios é a “reforma do pensamento”. Essa reforma pode ser compreendida como a necessidade de abertura intelectual, é preciso que tenhamos desejo de mudança, deixar o que nos engessa para trás e buscar o novo. Esse é um dos desafios de “Ser Professor”.
Estamos em um novo momento histórico, as informações nos chegam ininterruptamente.
A cada momento, estamos sentido que os “conhecimentos têm data de validade, e isso nos obriga, agora mais que nunca, a estabelecer garantias formais e informais para que os cidadãos e profissionais atualizem constantemente sua competência. Ingressamos numa sociedade que exige dos profissionais uma permanente atividade de formação e aprendizagem” (CARLOS MARCELO, 2009, p. 1)
Assim sendo, caro acadêmico, necessitamos nos aperfeiçoar a todo instante. Ser professor é ter a capacidade de buscar novos conhecimentos, reformular-se.
Mas como?
Através de encontros com seus colegas de trabalho, que denominamos como grupo de estudos, formações continuadas, as quais serão apresentadas com maior profundidade na Unidade 2 deste Caderno de Estudos.
Tratando-se da identidade do professor, neste século XXI, nos encontramos com diversas possibilidades e situações a serem estudadas e desmistificadas, no sentido de buscar a identidade do SER PROFESSOR.
Para isso buscamos um pequeno texto que nos auxiliará no entendimento e caminhos para realizarmos ou nos compreendermos como professores neste século XXI.
Como deve ser o Professor do Século XXI
O artigo traz reflexão sobre o papel social do professor neste século XXI. Em verdade, o professor perdeu o prestígio social. Hoje é figura apática, perdeu as cores que outrora o faziam cidadão excelso, bem como viu abaterem sua capacidade e autoridade em terreno pouco fértil. Todavia, continua a ser figura imprescindível no mundo, pois não há ensino-aprendizagem sem professor. Então, como resolver esse conflito entre o desprestígio e o necessário ao mundo educacional? Como deve ser o professor do século XXI?
O mundo contemporâneo apresenta mudanças que afetam todos os setores da sociedade, inclusive o educacional. Essas mudanças, irreversíveis, estão relacionadas ao desenvolvimento das Tecnologias de Informação e Comunicação, que instituem diferentes concepções de tempo e de espaço e possibilitam ao professor desenvolver novas práticas pedagógicas. É necessário, então, que os professores do século XXI, em primeiro lugar, adquiram fluência tecnológica – vinculada à reflexão e ao uso de ferramentas digitais – e sejam os profissionais que o mundo globalizado está a exigir.
Assim, a função do bom professor do século XXI não é apenas a de ensinar, mas de levar seus alunos ao reino da contemplação do saber. Para tanto, deve caminhar, com passos firmes, entre o desenvolvimento tecnológico e suas práticas pedagógicas. Há trilhas importantes rumo ao desenvolvimento humano, quais sejam:
1º - Aprimorar o educando como pessoa humana - A grande tarefa do professor não é a de instruir, mas a de educar o aluno como pessoa humana que vai trabalhar no mundo tecnológico. Um mundo povoado de corações, dores, incertezas e inquietações. A escola não pode mais se limitar a educar pelo conhecimento destituído da compreensão do homem real, de carne e osso, corpo e alma. Pois de nada adianta o conhecimento bem ministrado em sala de aula, se fora da escola o aluno se torna um homem brutalizado, desumano e patrocinador da barbárie.
2º - Preparar o educando para o exercício da cidadania - O cidadão não começa quando os pais registram seus filhos no cartório nem quando os filhos, aos dezoito anos, tiram suas carteiras de identidade civil. A cidadania começa na escola, desde os primeiros anos da educação infantil e se estende à educação superior, nas universidades.
3º - Construir uma escola democrática - Os professores devem ter na gestão democrática um princípio primordial, que não arredam pé, não abram mão. Quem exercita a democracia, em pequenas unidades escolares, constrói um espaço próprio e competente para assumir responsabilidades maiores na estrutura do Estado.
4º - Qualificar o educando para progredir no mundo do trabalho - A escola, por meio de seus professores, poderá qualificar o aluno para aprender a progredir no mundo do trabalho, ensinando-o a dar respostas às novas demandas sociais, sem medo de perdas, sem medo de mudar, sem medo de se qualificar, sem medo do novo, principalmente o novo que vem nas novas ocupações e empregabilidade.
5º - Fortalecer a solidariedade humana - É papel da escola favorecer a solidariedade, mas não a solidariedade de ocasião, que nasce de uma catástrofe, mas do laço recíproco e cotidiano e de amor entre as pessoas. A solidariedade que chega como adesão às causas maiores da vida, principalmente as referentes à existência humana.
6º - Fortalecer a tolerância recíproca - Um dos mais importantes princípios de quem ensina e trabalha com crianças, jovens e adultos, é o da tolerância, sem o qual todo magistério perde o sentido de ministério, de adesão aos processos de formação do educando. A tolerância começa na aceitação, sem reserva, das diferenças humanas, expressas na cor, no cheiro, no falar e no jeito de ser de cada educando.
7º - Zelar pela aprendizagem dos alunos - O domínio de conhecimento não deve estar dissociado da capacidade de ensinar, de fazer aprender. De que adiante o conhecimento e não saber, de forma autônoma e crítica, aplicar as informações? O conhecimento não se faz apenas com metalinguagem, com conceitos a, b ou c, e sim, com didática, com pedagogia do desenvolvimento do ser humano, sua mediação fundamental.
8º - Colaborar com a articulação escola/família - O professor do novo milênio não é mais pedestal, dono da verdade, representante de todos os saberes, capaz de dar respostas para tudo. Ele deve articular-se com as famílias de alunos, na busca de contornar situações desafiadoras em sala de aula.
9º - Participar ativamente da proposta pedagógica da escola - A proposta pedagógica não deve ser exclusividade dos diretores da escola. Cabe ao professor participar dela, até mesmo para definir, de forma clara, os grandes objetivos da escola para seus alunos.
10º - Respeitar as diferenças - Se de um lado levanta-se a bandeira da tolerância, como um dos princípios do ensino, o respeito às diferenças conjuga-se com esse princípio, de modo a favorecer a unidade na diversidade, a semelhança na dessemelhança.
Nesse cenário do século XXI, o educador deve ter a preocupação de reeducar-se de forma contínua, uma vez que a sociedade ainda traz, no seu tecido social, as teorias da homogeneidade para as realizações humanas, teoria que, depois de 500 anos, conseguiu apenas reforçar as desigualdades sociais. A missão do professor é dizer que as pessoas podem amar, viver e ser felizes com as diferenças, pois nelas poderão ser encontradas muitas semelhanças históricas e ancestrais. As diferenças podem somar valores e multiplicar gestos de fraternidade e paz entre as pessoas. Enfim, os professores precisam adquirir novas competências e habilidades para que os alunos possam aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser - aprendizagens fundamentais à Educação para o século XXI.
FONTE: LESSA, L. Como ser professor no século XXI. Disponível em: <http://www.gostodeler.com.br/materia/13965/como_deve_ser_o_professor_do_seculo_xxi.html>. Acesso em: 19 jan. 2016.
Após essa análise enquanto identidade do professor no século XXI, podemos perceber que esse profissional na busca pela melhoria de sua atividade, seu olhar está sempre voltado no aluno, em seu trabalho. Esse trabalho que é desenvolvido pelo professor e recai no aluno, faz surgir uma relação entre educador e educando, um movimento denominado interação.
É essa interação que estaremos tratando neste momento.
3 INTERAÇÃO PROFESSOR E ALUNO NO COTIDIANO ESCOLAR
Nos espaços escolares, tanto como professor, como aluno, nos encontramos, dialogamos, trocamos olhares, buscamos nos informar como cada um está. Há risos, abraços, confusão, críticas, decepções, e muitas alegrias. Esse movimento apresentado é de suma importância para a formação do aluno, a qual ocorre em todos os momentos de sua vida e em todos os lugares e em grupos sociais. Não é diferente na escola.
Segundo Haydt (2006, p. 55):
A formação das crianças e dos jovens ocorre por meio de sua participação na rede de relações que constitui a dinâmica social. É convivendo com pessoas, seja com adultos ou com seus colegas – grupos de brinquedo ou de estudos –, que a criança e o jovem assimilam conhecimentos e desenvolvem hábitos e atitudes de convívio social, como a cooperação e o respeito humano. Daí a importância do grupo como elemento formador.
Junto a isso, encontramos a sala de aula, onde professor e aluno, interagem, formando assim um grupo. De acordo com Haydt (2006, p. 55), “Cada classe constitui também um grupo social”. Esse grupo social faz com que aconteça, neste espaço – sala de aula – a interação entre professor e aluno, aluno e aluno.
Tente relembrar quando você ainda estudava, nos anos iniciais. Que lembranças você possui? De professores, das atividades, dos amigos, das brincadeiras?
Pare um pouco e pense...
Sabemos que nossas lembranças vagueiam e acabamos lembrando aquilo que mais nos marcou. No livro de Georges Gusdorf (1970, p. 7) ele apresenta uma passagem interessante e que vai nos auxiliar nessa caminhada do entendimento da interação entre professor e aluno. Assim diz:
Cada um de nós conserva imagens inesquecíveis dos primeiros dias de aula e da lenta odisseia pedagógica a que se deve o desenvolvimento do nosso espírito e, em larga medida, a formação da nossa personalidade. O que nos ensinaram, a matéria desse ensino, perdeu-se. Mas se, adultos, esquecemos o que em crianças aprendemos, o que nunca desaparece é o clima desses dias de colégio: as aulas e o recreio, os exercícios e os jogos, os colegas”.
Compreende-se com essas palavras, que independente de termos ou não lembranças dos professores que fizeram parte de nossa vida escolar, a maior parte das lembranças que nos vem à mente são dos colegas, dos momentos felizes, em outros tristes, das bagunças. Independente de termos as lembranças dos conteúdos, cabe salientar que a escola tem também o papel socializador. O clima entre os colegas, entre os alunos e professores são as lembranças mais bonitas que possuímos da escola na vida adulta, que arranca muitos sorrisos.
Com relação a essa fala, a professora Haydt (2006, p. 56) possui uma afirmação sobre a interação:
Isso ocorre por que é durante este convívio, isto é, são nesses momentos de interação, instantes compartilhados e vividos em conjunto, que o domínio afetivo se une a esfera cognitiva e o aluno age de forma integral, como realmente é, como um todo. Ou seja, ele age não só com a razão, mas também com os sentimentos e as emoções. Portanto, nesse momento de interação, de convívio, de vida em conjunto, o aluno torna-se presente por inteiro, pois a razão e os sentimentos se unem, guiando seu comportamento.
Caro acadêmico! Falando ainda sobre a interação professor e aluno, nos remetemos diretamente ao ato de ensinar e aprender. Ato esse que vem carregado de interação, onde a relação que se realiza entre os elementos (professor e aluno) dão o tom para uma aprendizagem significativa.
Dessa forma, buscamos em Charlot (2000, p. 67) a definição relacionada ao aprender em sua extensão: “Aprender, sob qualquer figura que seja, é sempre aprender em um momento de minha história, mas, também, em um momento de outras histórias: as da humanidade, da sociedade na qual vivo, do espaço no qual aprendo, das pessoas que estão encarregadas de ensinar-me. Continua a autora: “A relação pedagógica é um momento, isto é, um conjunto de percepções, de representações, de projetos atuais que se inscrevem em uma apropriação dos passados individuais e das projeções – que cada um constrói – do futuro”. (2000, p. 68).
Com isso podemos compreender que o momento de aprender ocorre em qualquer espaço, em qualquer situação, a qual nos remete a possibilidade de novas construções, de reformulação de novas ideias e assim desenvolver uma relação de troca entre professores, aluno, comunidade e mundo, pois não vivemos isolados. Lembre-se de quando falamos sobre Vygotsky, relacionado às linguagens, eis um exemplo, a linguagem é o meio para a construção de novos conhecimentos e interações.
Trazemos o parecer de Haydt (2006, p. 57) quando tratamos do processo de interação na construção do conhecimento:
No processo de construção do conhecimento, o valor pedagógico da interação humana é ainda mais evidente, pois é por intermédio da relação professor-aluno e da relação aluno-aluno que o conhecimento vai sendo coletivamente construído.
O educador, na sua relação com o educando, estimula e ativa o interesse do aluno e orienta o seu esforço individual para aprender.
Cabe ao professor observar que a interação possui duas funções na relação com seu aluno:
• Uma função incentivadora e energizante, pois ele deve aproveitar a curiosidade natural do educando apara despertar o seu interesse e mobilizar seus esquemas cognitivos (esquemas operativos de pensamento);
• Uma função orientadora, pois deve orientar o esforço do aluno para aprender, ajudando-o a construir seu próprio conhecimento (HAYDT, 2006, p. 57).
Podemos perceber que enquanto professores, ultrapassamos a ideia do somente repassar informações, e sim desenvolver no aluno a sua criatividade, tirar os conhecimentos que possui da zona de conforto e transformá-los, instigando-o, conseguindo assim a transformação desse conhecimento.
O professor também é uma pessoa que possui seus valores e princípios, o qual aprende com o aluno e com o mundo, e que acabam levando esses valores e princípios para o espaço escolar. Dentro de seu trabalho pedagógico, o professor interage com os alunos, e conforme Haydt (2006, p. 58):
[...] ao se relacionar com a classe como um todo, o professor não apenas transmite conhecimentos, em forma de informações, conceitos e ideias (aspecto cognitivo). Mas também facilita a veiculação de ideias, valores e princípios de vida (elementos da esfera afetiva), contribuindo para a formação da personalidade do educando.
Dessa forma a responsabilidade do professor em sua caminhada pedagógica possui um envolvimento tanto cognitivo como afetivo. Dando assim, a possibilidade de ocorrer dentro desta interação professor x aluno, aluno x aluno, um desenvolvimento em todos os níveis: social, pessoal e de grupo.
O aluno está em pleno desenvolvimento, buscando respostas para muitas de suas dúvidas, está em construção individual (afetiva); numa construção social (relação com colegas e professores, família). Para tanto, observamos que essa construção só poderá ocorrer de forma positiva, se existir um elemento essencial neste processo: o diálogo.
Para continuarmos nossa ligação histórica, vamos relembrar um pouco sobre a Paideia. Vimos sobre ela no Tópico 1, onde a base do desenvolvimento do conhecimento se dava através do diálogo.
Conforme Abbagnano (2000, p. 274), o sentido de diálogo não é:
[...] somente uma das formas pelas quais se pode exprimir o discurso filosófico, mas a sua forma típica e privilegiada, isso porque não se trata de discurso feito pelo filósofo para si mesmo, que o isole em si mesmo, mas de uma conversa, uma discussão, um perguntar e responder entre pessoas unidas pelo interesse comum da busca.
Frente a essa citação, enquanto professores, podemos nos questionar: de que forma estamos dialogando com nossos alunos? Buscamos através do diálogo aguçar a sua curiosidade com relação ao tema abordado? Os diálogos são na perspectiva da busca por novos conhecimentos? Aprendemos também com o aluno neste diálogo, nestas trocas de energias?
Com essas perguntas, passamos a nos avaliar enquanto profissionais da educação e assim poderemos compreender que o diálogo é algo mais que a simples troca de sons, é algo que precisa ser compreendido como elemento base da construção do conhecimento no processo ensino e aprendizagem.
Nos diálogos construídos dentro e fora da sala de aula, o professor tem a possibilidade de conhecer o aluno em sua vida cotidiana, em seus atos, conseguindo assim, subsídios para que auxilie de maneira mais clara e objetiva o conhecimento e a interação com educandos. De acordo com Haydt (2006, p. 59):
Esse encontro do professor com o aluno poderá representar uma situação de intercambio bastante proveitosa para ambos, em que o conhecimento será construído em conjunto ou ao contrário, poderá se transformar num verdadeiro duelo, num defrontar de posições pouco ou nada proveitoso para ambos.
Em muitos casos, os duelos podem ser através de uma observação mais cuidadosa do professor em relação ao seu aluno. Criar momentos de embate é interessante, mas que não cheguem ao ponto de fazer com que aluno e professor troquem farpas e se digladiem em sala de aula. Construir o conhecimento com debates, sim; desenvolver momentos de fúria, não.
Parece que são muitas as responsabilidades que são apresentadas a nós. E são. Enquanto professores, necessitamos saber que a eficiência de nosso trabalho junto aos alunos dependerá da postura que tivermos acoplada ao grupo. Para tanto, Haydt (2006, p. 61) enfatiza que:
De nada adiante conhecer novos métodos de ensino, usar recursos audiovisuais modernos, se encaramos o aluno como um ser passivo e receptivo. Portanto, nossa forma de ensinar e de interagir com os alunos vai depender do modo como os concebermos (seres ativos ou passivos?) e da maneira como encaramos sua atuação no processo de aprendizagem.
Assim, sendo, você, acadêmico, que já é professor ou irá galgar essa linda profissão, precisa se autoavaliar constantemente, saber observar o meio em que você se encontra junto a seus alunos, reconhecer-se como professor, analisar o seu fazer pedagógico, ter uma postura ética frente a seus colegas e a toda comunidade escolar.
Mantendo esta postura ética e pedagógica, poderemos construir junto com nossos alunos uma estrutura que conseguirá abarcar para aquele momento histórico em que nos encontramos alunos com criticidade, curiosidade, abertos e percebendo-se como construtores de sua própria história.
Conseguindo como afirma Haydt (2006, p. 61): “Quando o professor concebe o aluno como um ser ativo, que formula ideias, desenvolve conceitos e resolve problemas de vida prática através de sua atividade mental, construindo, assim seu próprio conhecimento, sua relação pedagógica muda”.
Haydt (2006) ainda nos coloca que o professor deve partir do que o aluno já sabe para que exponha seus conhecimentos, dando ao professor a possibilidade de a partir deles auxiliá-lo na formação de novos conhecimentos levando-os a níveis estruturados e sistematizados. Para tanto, faz-se necessária uma relação dialógica, onde ocorre a troca e a reconstrução das informações.
Haydt (2006, p. 62) afirma que: “Nessa relação, o professor fala, mas também ouve, ou seja, dialoga com o aluno e permite que ele aja e opere mentalmente sobre os objetos, aplicando à realidade circundante seus esquemas cognitivos de natureza operativa”.
Para o professor conseguir junto com seus alunos um ensino de qualidade, ele precisa estar motivado e motivar o aluno na aprendizagem. Outro fator que cabe ao professor, é ter uma condução da aprendizagem voltada ao respeito e a disciplina, que não pode ser esquecida.
Conforme Haydt (2006, p. 87): “No que se refere à disciplina, é preciso orientar e conduta dos alunos com atitudes seguras e ao mesmo tempo compreensivas. Como fazer isto dependerá da postura de cada professor e do “clima” da classe, pois na educação não há fórmulas prontas”.
Compreende-se que motivação e o incentivo tornam-se aliados de um trabalho eficaz em sala de aula. Esse é o próximo ponto a ser tratado neste caderno.
Caro acadêmico! Deixamos mais uma dica para você refletir, sobre a interação que ocorre entre os seres humanos. Dessa forma, você poderá verificar o quanto sabemos e o quão pouco interagimos.
O vídeo é mais para reflexão, no qual o Professor e Filosofo Mário Cortella, faz com maestria.
Vale a pena assistir a ele. Está disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=3rzvOqrtWIc>. Está intitulado: Se você não existisse, que falta faria?
4 MOTIVAR E INCENTIVAR A APRENDIZAGEM
Vamos buscar ajuda no dicionário o significado de cada uma dessas palavras para compreender seu significado.
A palavra motivar conforme Dicionário Ferreira (2001, p. 507) “dar motivo a”. É também: “despertar o interesse por (aula, conferência, atividade etc.), ou de (alguém). Incentivar: “dar incentivo a; estimular” (FERREIRA, 2001, p. 410).
Essas duas palavras acompanharão sempre nosso cotidiano e vida profissional. Elas não são separadas, caminham lado a lado, todo ser humano necessita de motivação e incentivo. Não seria diferente com professores e alunos.
Estar motivado a fazer algo, nos remete a todo instante na busca de novas formas de ver o mundo, a nossa realidade, a nossa escola, o nosso trabalho. É algo interno do ser humano. E isso ocorre também com nossos alunos. Eles precisam sentir-se motivados a ir para a escola todos os dias e para isso, nós, professores, necessitamos encontrar meios para que no outro dia esse aluno sinta-se incentivado a retorne à escola. Ao falar em sentir-se incentivado estamos falando de estímulos externos.
Vamos mais uma vez buscar na linha histórica da Educação, que a questão apresentada agora, já foi evidenciada muitas vezes por exemplo por Quintiliano (35-96 d. C) no período romano, onde o interesse era processo do aprendizado. Como Pestalozzi, que buscava apresentar que o professor deveria buscar o interesse do aluno, através de uma sondagem, onde o educador descobre quais os interesses de cada um em sua faixa etária. Outros teóricos como Maria Montessori, o próprio Dewey, Froebel, e a área da psicologia com Piaget e Vygotsky, dentre outros vistos aqui ou não nomeados, que apresentam o interesse para as atividades como um ponto-chave na construção do conhecimento.
Observa-se que esse ponto de estudo, a motivação, vem sendo analisada há muitos anos.
Para Haydt (2006, p. 75) a autêntica aprendizagem:
[...] ocorre quando o aluno está interessado e se mostra empenhado em aprender, isto é, quando está motivado. É a motivação interior do aluno que impulsiona e vitaliza o ato de estudar e aprender. Daí a importância da motivação no processo ensino-aprendizagem.
O professor, em seu trabalho junto ao aluno, precisa estudar e utilizar o que está concentrado no íntimo do aluno, “despertando nele os interesses” (HAYDT, 2006, p. 77) que são a necessidade que este possui.
De forma mais prática podemos apresentar a colocação da Professora Irene Carvalho, (1973, p. 104) citada por Haydt (2006, p. 77), quando trata da motivação e incentivo.
A motivação é um fato interior, enquanto o incentivo provém de forças ambientais, entre as quais situa-se a atuação do professor, quando este tem plena consciência do valor do incentivo, e realiza esforços deliberados para bem estimular seus alunos [...]. O incentivo só é operante se se transformar em motivação. Isto é: os estímulos externos (incentivos) precisam sintonizar-se com motivos preexistentes (estímulos internos) para conseguir algum resultado. Muitos incentivos chegam até nós e nada conseguem, por que não encontram ressonância em nosso interior. Isto quer dizer que o aluno aprende efetivamente aquilo que corresponde a uma necessidade, a um motivo, ou a um interesse.
Podemos determinar que na escola, no processo ensino aprendizagem, o incentivo é constante, não existe um momento exato de sua participação na sala de aula, muito pelo contrário, ele permanece vivo em todos os momentos do processo.
Cabe uma reflexão. Por que muitas vezes encontramos alunos completamente desmotivados com seus estudos? Muitos são os fatores, podendo ser internos ou externos à escola, a sua família e sociedade. Mas vamos nos ater à escola. Quantos alunos gostam do professor e não da matéria? Ou o contrário, gostar da matéria, mas não do professor? Já não ocorreu ouvir ou vivenciar isso?
Pois bem, por que ocorre este movimento? Podemos dizer que se houver por parte do professor desinteresse sobre o tema, falta de organização por parte dele na apresentação da temática, o aluno automaticamente irá desmotivar-se e buscar realizar outras atividades, ao invés de participar da aula.
É interessante ressaltar que muitos alunos, os quais já passaram pela minha vida educacional, sempre apresentam falas relacionadas muito mais à pessoa do professor do que à própria matéria. E isso nos remete ao que Haydt (2006, p. 78-79) nos apresenta sobre esta situação: “[...] na maior parte das vezes, não é o componente curricular em si que interessa aos alunos, mas a pessoa que o ensina. Cabe ao professor refletir sobre este fato, extraindo dele conclusões de ordem prática que o ajudem a aperfeiçoar sua atuação docente”.
Caro acadêmico! Podemos perceber que tanto as questões pessoais como acadêmicas estão envolvidas nessa situação. Cabe ao professor, demonstrar sua alegria, seu interesse para com o assunto e aos alunos e assim criar um ambiente onde o ensinar e o aprender estejam intrinsecamente ligados com a motivação e o incentivo.
Para melhor compreensão, e para situar você, acadêmico, que já está na ativa, ou você que ainda iniciará seus trabalhos em sala, seguem alguns procedimentos simples, mas que auxiliam no processo de incentivo da aprendizagem. Serão apresentados aqui de maneira resumida, conforme pensamento de Haydt (2006).
QUADRO 4 - PROCEDIMENTOS DE INCENTIVO DA APRENDIZAGEM
FONTE: Adaptado Haydt (2006)
Torna-se importante expor outro ponto crucial para que se respeite a identidade do aluno, se possua uma aprendizagem eficaz e para sermos respeitados como professores. O ponto é o que Haydt (2006) chama de “Direção de Classe”, em que se consideram a organização e os procedimentos que auxiliarão no processo de ensino em aprendizagem.
O texto abaixo é um recorte do livro de Regina Célia C. Haydt, intitulado Curso de Didática Geral (2006, p. 81-83) que nos explana de maneira clara o que vem a ser esta Direção de Classe, a qual todos os professores e futuros professores necessitam saber. Uma leitura instigante que auxiliará nas demais Unidades deste caderno e no seu cotidiano como professor.
DIREÇÃO DE CLASSE
Direção de classe é a organização e apresentação das situações de ensino-aprendizagem, visando ajudar o aluno no processo de construção do conhecimento. Como ensinar é orientar a aprendizagem, e a direção de classe está basicamente relacionada à situação de ensino, podemos dizer que ela é a orientação da aprendizagem, com o objetivo de auxiliar o aluno a estruturar e sistematizar o conhecimento.
Algumas pessoas, alegando serem adeptas do não diretivismo e em nome do respeito às diferenças individuais e da criatividade, alardeiam que a direção de classe é algo ultrapassado e dispensável. Na opinião dessas pessoas, não cabe ao professor intervir na aprendizagem dos alunos: cada um aprende o que quer na hora que estiver disposto, e se não quiser não aprende. É o laissez-faire total, uma situação de "deixar-fazer" levada ao extremo, onde cada um age de acordo com sua própria conta e risco. E, com isso, o professor não precisa ensinar. A nosso ver, esta posição é contrária à democratização do conhecimento. Se o aluno está na escola, é para aprender, é para construir seu conhecimento, e cabe ao professor ajudá-lo nesse processo. O conhecimento deve ser coletivamente construído pelos alunos e pelo professor, sob a orientação deste último. Nessa perspectiva, a direção de classe é necessária sim, e muito.
No nosso entender, não se deve confundir o respeito à individualidade e à criatividade com uma situação onde os alunos são deixados cada um por si, abandonados na sala de aula, sem orientação, sem um rumo traçado, sem um objetivo a atingir. A educação é um processo diretivo por natureza, pois sempre visa alcançar certos objetivos. Por isso, cabe ao professor usar seu bom senso para saber quando será mais ou menos diretivo. Mesmo quando deixa o aluno descobrir por si próprio, o professor consciente tem certos objetivos a serem atingidos.
Ao aprender, o aluno está construindo seu conhecimento. Nesse processo, alguns momentos são de descoberta, outros de generalização e transferência do que foi aprendido, e outros, ainda, de estruturação e sistematização. Em cada um desses momentos, cabe ao professor perceber se deve ser mais ou menos diretivo, se deve ou não interferir mais diretamente na aprendizagem do aluno e como fazê-lo sem tolher sua iniciativa. Portanto, a diretividade na educação em geral, e no ensino em especial, é uma questão de grau.
Nossa posição é corroborada pelo professor Libâneo, que assim se expressa: "A nível do relacionamento psicossocial entende-se uma revisão das formas de direção do trabalho escolar incluindo questões como autoridade, estrutura organizacional e participação; propõe-se uma forma de relacionamento professor-aluno onde o adulto não omite seu papel de guia, expressando uma presença significativa para a criança: ainda que permaneça um facilitador, não deve perder-se na ingenuidade do não diretivismo. Numa perspectiva de educação crítica, direcionada para uma pedagogia social que privilegia uma educação de classe no rumo de um novo projeto de sociedade, a escola pública possui papel relevante e indispensável. Para isso, é preciso sim, dar aulas, fazer planos, controlar a disciplina, manejar a classe, dominar o conteúdo e tudo o mais. Sabe-se que famílias pobres apreciam uma escola onde há uma disciplina rigorosa e que exige dedicação aos estudos".
Sobre o mesmo assunto, o trecho apresentado a seguir, de autoria do professor Luckesi, aborda a mesma questão, só que do ponto de vista mais amplo do processo educacional: "Primeiramente e de um modo genérico, diria que educador é todo ser humano envolvido em sua prática histórica transformadora. Em nossas múltiplas relações, estamos dialeticamente situados num contexto educacional. Todos somos educadores e educandos, ao mesmo tempo. Ensinamos e somos ensinados, numa interação contínua, em todos os instantes de nossas vidas. [...]. Em segundo lugar, e aqui está o núcleo de interesse para o momento, educador é o profissional que se dedica à atividade de, intencionalmente, criar condições de desenvolvimento de condutas desejáveis, seja do ponto de vista do indivíduo seja do ponto de vista do agrupamento humano".
Transpondo essa ideia para o campo mais específico da construção do conhecimento, podemos dizer que, embora todos nós estejamos constantemente ensinando e aprendendo, cabe ao professor, como profissional que é, prever, organizar e apresentar aos alunos situações didaticamente estruturadas no sentido de ajudá-los a descobrir, generalizar e sistematizar o conhecimento, transformando o conhecimento prévio de natureza empírica em conhecimento cientificamente estruturado. Portanto, a direção de classe é necessária, como forma de organizar e proporcionar atividades de ensino-aprendizagem, visando a consecução de objetivos.
A direção de classe supõe:
• planejar as aulas;
• selecionar e estruturar os conteúdos;
• prever e utilizar adequadamente recursos incentivadores e materiais audiovisuais;
• organizar atividades individuais e grupais interessantes e bem dosadas, que auxiliem o aluno na construção do conhecimento;
• avaliar continuamente os progressos realizados pelos alunos, mostrando os seus avanços e dificuldades, e como podem aperfeiçoar o seu conhecimento.
FONTE: Haydt (2006)
Com essa rica leitura, podemos nos perceber como articuladores, e para tanto, para haver eficácia no processo ensino aprendizagem, nós, professores, precisamos de mecanismos que nos auxiliem neste processo. Esses mecanismos, além dos já apresentados, serão analisados na próxima Unidade.
RESUMO DO TÓPICO
Neste tópico, você estudou que:
• A identidade profissional do professor necessita ser observada, analisada e refletida por cada um de nós. Ela é construída em seu meio, em seu momento histórico-social.
• É preciso entender o conceito de identidade docente como uma realidade que evolui e se desenvolve, tanto pessoal como coletivamente. A identidade não é algo que se possua, mas sim algo que se desenvolve durante a vida. A identidade não é um atributo fixo para uma pessoa, e sim um fenômeno relacional. (CARLOS MARCELO, 2009, p. 2)
• Para Celso Antunes (2009, p. 13-14) professor é o que reflete, busca novas possibilidades de ensino, é crítico, busca novas leituras de mundo. Professauros é o que acredita que sua maneira de ensinar está coerente desde que iniciou seus trabalhos na educação. Não acredita em mudanças. O que faz está correto.
• A função do bom professor do século XXI não é apenas a de ensinar, mas de levar seus alunos ao reino da contemplação do saber. Para tanto, deve caminhar, com passos firmes, entre o desenvolvimento tecnológico e suas práticas pedagógicas.
• Ao professor do século XXI é necessário que veja alguns pontos relacionados ao desenvolvimento humano. São eles:
a) aprimorar o educando como pessoa humana;
b) preparar o educando para o exercício da cidadania;
c) construir uma escola democrática;
d) qualificar o educando para progredir no mundo do trabalho;
e) fortalecer a solidariedade humana;
f) fortalecer a tolerância recíproca;
g) zelar pela aprendizagem dos alunos;
h) colaborar com a articulação escola/família;
i) participar ativamente da proposta pedagógica da escola;
j) respeitar as diferenças.
• O ato de ensinar e aprender vem carregado de interação, onde a relação que se realiza entre os elementos (professor e aluno) dão o tom para uma aprendizagem significativa.
• No processo de construção do conhecimento, o valor pedagógico da interação humana é ainda mais evidente, pois é por intermédio da relação professor-aluno e da relação aluno-aluno que o conhecimento vai sendo coletivamente construído. O educador, na sua relação com o educando, estimula e ativa o interesse do aluno e orienta o seu esforço individual para aprender (HAYDT, 2006, p. 57)
• A interação possui duas funções, segundo Haydt (2006): uma função incentivadora e energizante, pois ele deve aproveitar a curiosidade natural do educando apara despertar o seu interesse e mobilizar seus esquemas cognitivos (esquemas operativos de pensamento); uma função orientadora, pois deve orientar o esforço do aluno para aprender, ajudando-o a construir seu próprio conhecimento.
• Para ocorrer a interação professor x aluno, aluno x aluno é necessário o diálogo ou dialogicidade.
• Motivação: é algo interno ao ser humano.
• Incentivar: é algo externo ao ser humano.
• Conforme Haydt (2006, p. 87): No que se refere à disciplina, é preciso orientar e conduta dos alunos com atitudes seguras e ao mesmo tempo compreensivas. “Como fazer isto dependerá da postura de cada professor e do “clima” da classe, pois na educação não há formulas prontas”.
• Direção de classe é a organização e apresentação das situações de ensino-aprendizagem, visando ajudar o aluno no processo de construção do conhecimento. Como ensinar é orientar a aprendizagem, e a direção de classe está basicamente relacionada à situação de ensino, podemos dizer que ela é a orientação da aprendizagem, com o objetivo de auxiliar o aluno a estruturar e sistematizar o conhecimento (HAYDT, 2006, p. 81).
AUTOATIVIDADES
UNIDADE 1 TÓPICO 3
Caro estudante! Chegamos ao momento de refletir sobre o que vimos até o momento nesta unidade. Perguntamos a você: Em sua visão, qual é a definição para “Ser Professor e Professauro?” Qual é o ideal destes dois para obtermos um processo de ensino e aprendizagem eficaz?
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