Presidente Golpista assume a articulação com Cunha.
Apesar de Eduardo Cunha ter negado, mas, sendo confirmada pela assessoria da Presidência da República informou nesta segunda-feira (27) que o presidente golpista Michel Temer se reuniu na noite deste domingo (26) em Brasília com o presidente condenado pela Comissão de Ética da Câmara, réu em vários processos e afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A informação foi antecipada pela imprensa. Com o crescimento da certeza no Senado que não houve crime de responsabilidade por parte de Dilma e relatório técnico do Senado comprovando isto, Temer desesperado para manter-se a todo custo na cadeira que ganhou com o golpe, não tem mais escrúpulos em se reunir com o maestro do golpe.
Cunha afirmou que, embora ele e Temer se falem "com regularidade", o encontro não ocorreu na noite deste domingo. Indagado sobre quando esteve pela última vez com o presidente em exercício, respondeu: "Isso não falarei". Confrontado então com a informação da assessoria do Planalto de que o encontro ocorreu, Cunha disse: "Só que eu não confirmo".
O peemedebista está afastado da Presidência da Câmara desde o mês passado, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que atendeu a pedido da Procuradoria-Geral da República.
Eduardo Cunha é réu em dois processos em tramitação do STF porque o Ministério Público viu indícios de que ele se envolveu no esquema de corrupção que atuou na Petrobras e é investigado na Operação Lava Jato, o que o peemedebista nega.
Embora o Planalto confirme o encontro entre Temer e Cunha no Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-presidência, a reunião não constava da agenda oficial do presidente em exercício.
Neste domingo, Michel Temer, que estava em São Paulo, viajou para Nerópolis (GO), onde participou da festa de aniversário do senador Wilder Morais (PP), assim como outros políticos, como o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) e o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Lá montaram uma estratégia para garantir sua permanência na cadeira tomada de Dilma por golpe. Entre as estratégias estão a entrega de empresas estatatais, liberação de recursos para governos e políticos que o apoiem e cargos no segundo e terceiro escalões.
Processo de cassação
Além de afastado do mandato parlamentar e, consequentemente, da presidência da Câmara, em razão da decisão do Supremo Tribunal Federal, Cunha também responde a um processo na Casa que pode levá-lo à cassação.
O processo foi aprovado pelo Conselho de Ética, mas ainda precisa ser votado no plenário da Câmara. Antes disso, porém, a Comissão de Constituição e Justiça precisa analisar um pedido dele para que o parecer do conselho seja anulado.
Sucessão na Câmara
Em razão do afastamento de Cunha da presidência da Câmara, tanto aliados do peemedebista como adversários políticos já defenderam publicamente nos últimos dias que ele renuncie ao cargo e a Casa convoque novas eleições, o que ele diz publicamente que não fará.
Atualmente, a Câmara está sob o comando de Waldir Maranhão (PP-MA), vice-presidente da Casa que ocupa o posto de presidente em exercício. Maranhão é aliado de Eduardo Cunha.
O encontro entre Cunha e Temer, confirma a articulação e o papel que os dois tiveram no golpe a Dilma, cabe agora a revogação do ato e a restauração da ordem democrática.
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