Governo golpista enfrenta dificuldades em fazer os trabalhadores e a juventude pagarem pela crise, embora as propostas da equipe econômica tenham recebido elogios da mídia imperialista, o medo que as lutas existentes se potencializem com os cortes e afetem o resultado das eleições municipais de outubro faz o governo recuar no ‘discurso duro’ dos ajustes e prometer flexibilização na aplicação de cortes.
* Caio Silva Melo
* Caio Silva Melo
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
O ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, anunciou nessa sexta-feira que os recursos para saúde e educação serão preservados do teto de limite de gastos. O ministro disse que recebeu ordens diretas do presidente Michel Temer para que haja garantias nessas áreas e prometeu “flexibilizar” os cortes que serão indicados pelo pacote fiscal.
O anúncio do pacote fiscal foi realizado pelo Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, no dia 24 de maio. A proposta de um teto para o gasto fiscal com saúde e educação foi elogiado pela mídia golpista e internacional como “ambiciosa” e mostrou o alinhamento da nova equipe econômica com as propostas mais radicais de ajuste.
Com o aumento do desemprego e o desempenho negativo da economia, a proposta do pacote fiscal tem como objetivo fazer os trabalhadores e a juventude pagarem pela crise. As lutas em curso, principalmente na educação mas que já atingem a saúde, mostram como não aceitaremos calados nenhum ajuste e que o governo realmente terá dificuldades em implementar seus planos.
Na tentativa de que as eleições municipais de outubro possam legitimar o giro a direita do golpismo, seria fundamental acabar com as lutas em curso, por isso a flexibilização dos gastos e o recuo no ‘discurso duro’ dos ajustes. Mesmo com essa flexibilização em nada se garante o recuo na linha repressiva do governo aos movimentos.
Outro motivo para o aparente recuo, que não foi confirmado ainda por Meirelles, é o temor de Temer de não ter o impeachment aprovado no Senado, então todas matérias polêmicas, como é cortar recursos da saúde e educação, estão sendo deixadas para depois desta votação.
Como o Esquerda Diário expressou nessa sexta-feira com o 3J “Dia Nacional de Luta pela Educação”, as lutas em curso podem se unificar nacionalmente, e dessa articulação é possível dar uma saída política dos trabalhadores e da juventude impondo uma nova Constituição, uma proposta necessária para que não fiquemos na mão dos governos eleitoreiros e que buscarão aprofundar os ajustes no dia seguinte às eleições.
(Com informações da Agência Estado)
Fonte: Esquerda Diário
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