O que levou o país do futebol, a ser a pátria sem
saúde de qualidade?
A pergunta, que não é respondida com isenção pelos
atores envolvidos, na sua gestão, pode ser respondida se analisarmos
criticamente, a partir de uma análise econômica.
O sucateamento dos Institutos de Assistência e
Atendimento Médico, ligados as categorias profissionais e a sua posterior extinção
e unificação no INAMPS e posteriormente ao INSS. A privatização gradual do
atendimento médico, através dos Planos de Saúde, corrupção na Agência Nacional
da Saúde e a formação inadequada em faculdades particulares, formam as bases de
uma medicina voltada para o lucro e não ao ser humano.
O mesmo profissional que gasta muito em sua
formação acadêmica, ao estar formado e exercendo sua profissão na rede pública,
encaminha o paciente para seu consultório, onde aceita todos os Planos de Saúde.
Os recursos da saúde, são mal geridos/roubados e compõe uma das áreas que mais
são suscetíveis a interesses privados de máfias que atuam na área. E por fim,
os órgãos existentes não representam os interesses da sociedade como um todo e
sim de uma casta empresarial e/ou corporativa.
Assim, a
mudança para uma revolução na área da saúde, passa por um amplo debate na
sociedade e reestruturação total nas políticas públicas da mesma.
Anunciado pela presidente Dilma Rousseff nesta
segunda-feira (8), o progrma mais médicos está
dividindo as opiniões de médicos e futuros profissionais da área. O pacote tem
a intenção de ampliar a oferta de médicos no País e melhorar a formação dos
profissionais.
Uma das mudanças mais debatidas pelos estudantes e profissionais é a ampliação do tempo do curso de medicina, que passará de seis para oito anos a partir de 2015 . Definida numa Medida Provisória (MP), a mudança deverá ser regulamentada pelo Conselho Nacional de Educação, num prazo de 180 dias.
Uma das mudanças mais debatidas pelos estudantes e profissionais é a ampliação do tempo do curso de medicina, que passará de seis para oito anos a partir de 2015 . Definida numa Medida Provisória (MP), a mudança deverá ser regulamentada pelo Conselho Nacional de Educação, num prazo de 180 dias.
Conselho Federal de Medicina, chama medida de
enganação
A estudante do último ano da Faculdade de Medicina
do ABC, Renata Maximiano Meiga afirma que ficou surpresa com o pacote:
— Isso é cercear a liberdade de escolha profissional. É uma medida emergencial para corrigir a péssima política pública de saúde. O que precisa é o que todos os médicos estão gritando: plano de carreira, melhores salários e infraestrutura. Se houvesse isso ia ter briga para poder ir para o interior, como ocorre com os advogados. Ia chover de gente prestando concurso. É absurdo! Quem vai querer trabalhar assim?
— Isso é cercear a liberdade de escolha profissional. É uma medida emergencial para corrigir a péssima política pública de saúde. O que precisa é o que todos os médicos estão gritando: plano de carreira, melhores salários e infraestrutura. Se houvesse isso ia ter briga para poder ir para o interior, como ocorre com os advogados. Ia chover de gente prestando concurso. É absurdo! Quem vai querer trabalhar assim?
Será uma Mudança Positiva?
Concluído os seis anos de curso, o
estudante passa para um segundo ciclo, de dois anos, no qual terá de atuar no SUS(Serviço Único de Saúde). A exigência do segundo
ciclo será universal e é um dos pontos mais contestado por estudantes.
Por outro lado, o professor na FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) Hugo Macedo Junior acredita que a proposta pode ser positiva para o aprendizado dos alunos de medicina.
— Essa proposta não tira a liberdade de escolha dos estudantes de medicina. Se for um segundo ciclo com ensino de qualidade, isso só vai potencializar o aluno como médico no futuro. É uma proposta que não esta clara ainda, em muitos aspectos. O governo tem que aumentar essa discussão com as universidades. Se não houver um diálogo, cria-se uma crise por causa da falta de comunicação. Com isso não conseguimos achar uma solução em comum e quem perde é a população.
No período em que trabalharem nos serviços públicos de saúde, estudantes receberão uma bolsa, financiada pelo Ministério da Saúde. Os valores ainda não foram definidos. O governo calcula, no entanto, que ela ficará entre o que é concedido para as residências médicas (R$ 2.900 mensais) e o que é pago para profissionais inscritos no Provab (R$ 8.000).
Por outro lado, o professor na FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) Hugo Macedo Junior acredita que a proposta pode ser positiva para o aprendizado dos alunos de medicina.
— Essa proposta não tira a liberdade de escolha dos estudantes de medicina. Se for um segundo ciclo com ensino de qualidade, isso só vai potencializar o aluno como médico no futuro. É uma proposta que não esta clara ainda, em muitos aspectos. O governo tem que aumentar essa discussão com as universidades. Se não houver um diálogo, cria-se uma crise por causa da falta de comunicação. Com isso não conseguimos achar uma solução em comum e quem perde é a população.
No período em que trabalharem nos serviços públicos de saúde, estudantes receberão uma bolsa, financiada pelo Ministério da Saúde. Os valores ainda não foram definidos. O governo calcula, no entanto, que ela ficará entre o que é concedido para as residências médicas (R$ 2.900 mensais) e o que é pago para profissionais inscritos no Provab (R$ 8.000).
Medida Autoritária.
Especializada em medicina familiar, a doutora Andrea Fernandes Tchobnian afirma que a medida pode piorar o atendimento dado aos cidadãos brasileiros.
—Para mim é um dia muito triste para medicina familiar. Porque a atenção primaria requer acompanhamento. Caso essa medida seja aprovada, quem é de medicina familiar será completamente contra. Porque vão entrar e sair médicos todo ano. Os pacientes precisam de um médico fixo. Me parece até uma medida ditatorial, em que o estudante é obrigado a trabalhar nessas áreas. Me lembra Cuba.
Especializada em medicina familiar, a doutora Andrea Fernandes Tchobnian afirma que a medida pode piorar o atendimento dado aos cidadãos brasileiros.
—Para mim é um dia muito triste para medicina familiar. Porque a atenção primaria requer acompanhamento. Caso essa medida seja aprovada, quem é de medicina familiar será completamente contra. Porque vão entrar e sair médicos todo ano. Os pacientes precisam de um médico fixo. Me parece até uma medida ditatorial, em que o estudante é obrigado a trabalhar nessas áreas. Me lembra Cuba.
Médicos Estrangeiros
O programa do governo ainda prevê o recrutamento
de profissionais estrangeiros para trabalhar em áreas prioritárias, a abertura
de 11.447 novas vagas para graduação e outros 12.376 postos de especialização
em áreas consideradas prioritárias até 2017. O novo formato do curso de
medicina é inspirado no modelo existente em países como Inglaterra e Suécia,
diz o Ministério da Saúde.
Preparando-se para entrar no mercado de trabalho, o estudante de medicina Caio Pelosi é contra a contratação de médicos estrangeiros.
— De uma forma preliminar eu acho isso [a obrigação do serviço no SUS] mais justo do que trazer outros médicos de fora do país para atuarem aqui. Acredito que seja uma politica emergencial mais eficiente e protecionista para o atual momento. Diversos países já tem a mesma politica, como Canada, Cuba, Peru e outros.
De acordo com o professor de Saúde da Coletividade da FMABC, as melhorias na saúde precisam passar por uma mudança profunda e convergente entre governo e universidades.
— O objetivo das políticas públicas precisa ser o objetivo das universidades. Só faz sentido formar médicos para atender essa população com qualidade. O MEC pede há 10 anos que a medicina familiar seja incentivada desde o primeiro ano da formação médica, mas as universidades continuam formando médicos para o mercado.
Preparando-se para entrar no mercado de trabalho, o estudante de medicina Caio Pelosi é contra a contratação de médicos estrangeiros.
— De uma forma preliminar eu acho isso [a obrigação do serviço no SUS] mais justo do que trazer outros médicos de fora do país para atuarem aqui. Acredito que seja uma politica emergencial mais eficiente e protecionista para o atual momento. Diversos países já tem a mesma politica, como Canada, Cuba, Peru e outros.
De acordo com o professor de Saúde da Coletividade da FMABC, as melhorias na saúde precisam passar por uma mudança profunda e convergente entre governo e universidades.
— O objetivo das políticas públicas precisa ser o objetivo das universidades. Só faz sentido formar médicos para atender essa população com qualidade. O MEC pede há 10 anos que a medicina familiar seja incentivada desde o primeiro ano da formação médica, mas as universidades continuam formando médicos para o mercado.
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