Houve confronto durante protesto em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo do Rio de Janeiro, na noite desta segunda-feira. Manifestantes derrubaram parte das grades que cercam o prédio. Os policiais jogaram spray de pimenta e bombas de efeito moral para dispersar o grupo. Também foram usadas tasers (armas que dão choques). Os manifestantes revidaram atirando rojões e pedras nos policiais. Um policial foi atingido com uma pedrada no rosto.
A maior parte dos manifestantes faz parte dos Black Blocs, vestidos de preto e com rostos cobertos, e por diversas vezes tentaram jogar rojões contra os policiais, que estão dentro do palácio com escudos e capacetes e também posicionados do lado de fora, para tentar identificar os manifestantes mais exaltados.
Os policiais avançaram contra o grupo para dispersá-los e, na fuga, os manifestantes iniciaram uma série de depredações, ateando fogo em lixeiras, placas de publicidade e numa banca de revistas. A Tropa de Choque foi acionada. Manifestantes seguiam pelas ruas internas do bairro de Laranjeiras e em direção ao largo do Machado, espalhando lixo pelas ruas e quebrando garrafas.
CPI dos Ônibus
Os manifestantes protestam contra a eleição do vereador Chiquinho Brazão (PMDB) para a presidência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Ônibus na Câmara Municipal do Rio. Eles reivindicam que o cargo seja ocupado pelo vereador Eliomar Coelho (PSOL), que propôs a instalação da comissão. Pela tradição parlamentar, o cargo deveria ter sido ocupado pelo autor da proposta. Eles ainda cobram providências sobre o caso do ajudante de pedreiro Amarildo Dias de Souza, desaparecido desde o dia 14 de julho, após ser levado por policiais militares para averiguação na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha.
O protesto começou com uma passeata pelas ruas do Centro do Rio. O grupo passou pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e o Tribunal de Justiça Estadual.
Protesto de professores
Durante a marcha, a rua Pinheiro Machado, em Laranjeiras, zona sul da capital fluminense, ficou interditada nos dois sentidos, bem como o túnel Santa Bárbara, que liga a região ao centro. Depois de irem para a Câmara, os manifestantes se juntaram a um grupo de professores do Sindicato Estadual de Profissionais de Educação (Sepe), no Guanabara. Um grupo de seis docentes foi recebido pelo vice-governador Luiz Fernando Pezão. Eles estão em greve desde a última sexta-feira.
Um outro grupo de professores, que estava no saguão foi retirado pela Polícia Militar à força. Alguns deles caíram no chão. De acordo com o sindicato, o grupo pretendia permanecer no local. Os professores reivindicam aumento salarial, melhores condições de trabalho e carga horária de 30 horas para os funcionários da rede estadual. Querem também a revogação das faltas para os profissionais de educação que estão em greve.
Em nota, o governo fluminense diz que Pezão e o subsecretário de Educação, Antonio Neto, receberam representantes do Sepe, "para ouvir e manter o diálogo com o sindicato. Lamentavelmente, após a reunião, parte do grupo decidiu ocupar o Palácio. Irredutíveis, foram retirados do local pela segurança".
"Infelizmente, em seguida, grupos radicais desejosos do confronto chegaram à frente do Palácio com ações violentas e tentativas de invasão, chutando o gradil, jogando coquetéis molotov e atirando rojões. Esses grupos não estão interessados no diálogo e na democracia. Apenas apostam no caos", conclui a nota.
O salário pago aos profissionais de educação do Estado do Rio de Janeiro é um dos piores do Brasil.
Fonte: Jornal do Brasil
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